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microbiologia de alimentos coliformes totais
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Medicina Veterinária , Recife, v.1, n.2, p.21-25, jul-dez, 2007 ISSN 1809-
(Use of thermotolerant coliforms as hygienic-sanitary indicator in Prato cheese sold in supermarkets and free fairs of Recife - PE, Brazil)
JFQ Silva A^ , LRS FilizolaB, MMD Maia C()*^ , MJ Sena D ADiscente do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). B (^) Laboratório de Microbiologia de Água e Alimentos de Pernambuco (LACEN-PE). CLaboratório de Bioquímica e Seqüenciamento de DNA do Departamento de Biologia da UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, 52171 - 900 Recife-PE/Brasil. D (^) Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE.
Resumo Ojetivou-se avaliar amostras de queijo Prato fatiado, comercializado em supermercados e quiosques de feiras livres do bairro de Casa Amarela, na Cidade do Recife – PE, através de análises de coliformes termotolerantes. As amostras foram colhidas semanalmente de cinco supermercados e cinco feiras livres durante três meses. A presença de coliformes termotolerantes e Escherichia coli (E. coli) foram avaliadas pela técnica do Número Mais Provável (NMP). Das 40 amostras avaliadas, 30 (75,0%) apresentaram valores menores que 1000 NMP/g, caracterizadas como produtos em condições higiênicas satisfatórias, e 10 (25,0%) encontravam-se fora dos padrões legais exigidos para o consumo humano. Foi detectada E. coli em 21 (52,5%) das amostras analisadas. Os resultados evidenciam que uma elevada porcentagem de queijo Prato fatiado é comercializada em condições higiênico-sanitárias insatisfatórias para consumo, representando risco à saúde do consumidor.
Palavras-chave : microbiologia, enterobactérias, queijo Prato.
Abstract The aim was to evaluated samples of sliced Prato cheese commercialized in supermarkets and free fairs from Casa Amarela, in Recife (Pernambuco State, Brazil), considering the analysis of thermotolerant coliforms. The samples were weekly collected in five supermarkets and five free fairs within a period of three months. The presence of thermotolerant coliforms and E. coli were evaluated by technical of the enumeration of thermotolerant coliforms (MPN) method. From 40 samples 30 (75.0%) showed values smaller than 1000 MPN/g, characterizing them as products of satisfactory hygienic conditions and 10 samples (25.0%) presented results in disagreement to the official standard levels, thus these cheeses were characterized as inappropriate to the human consumption. E. coli was detected in 21 (52.5%) of the samples. The results showed that a high percentage of sliced Prato cheese is commercialized in inappropriate conditions for human consumption risks towards consumer’s health.
Key-words : microbiology, enterobacter, Prato cheese.
(*) (^) Autor para correspondência/Corresponding author (mascenadiniz@hotmail.com).
Introdução O queijo é um alimento comum na dieta humana, abrangendo, em geral, todas as classes sociais (SALVADOR et al., 2001). Dentre os queijos fabricados no Brasil, o Prato é um dos mais consumidos (TEIXEIRA, 1992). Um queijo Prato típico apresenta cerca de 40% de umidade, 26% de proteínas e sais minerais, além de 34% de gordura (LEANDRO, 1987). Devido a sua rica composição em nutrientes, pode apresentar contaminações por microrganismos, inclusive patogênicos (SALVADOR et al., 2001). Dentre as bactérias que podem se desenvolver em queijos destacam-se principalmente, os coliformes totais e os termotolerantes, sendo o número e a presença destes microrganismos, indicadores da qualidade do produto (SALVADOR et al., 2001). O leite para a fabricação industrial do queijo deve ser pasteurizado com o objetivo de eliminar os microrganismos patogênicos em atendimento a legislação vigente (BRASIL, 1997). Por outro lado, falhas no processo de obtenção da matéria-prima, na fabricação, no envase, na conservação ou na distribuição podem acarretar contaminação do produto (MENEZES et al., 2003), com possibilidade de ocasionar toxinfecções de origem alimentar (GERMANO e GERMANO, 2003). Queijos em condições inadequadas para consumo podem apresentar graves conseqüências para a população, sendo um problema de saúde pública (SILVA e LEITÃO, 1980; LOGUERCIO e ALEIXO, 2001). Os coliformes em geral, Escherichia coli ( E. coli ) e os enterococos, são os microrganismos mais representativos da qualidade higiênico-sanitária de um produto alimentício (SHARF, 1972). A presença de coliformes termotolerantes ( E. coli enteropatogênica) em queijo tipo Camembert foi demonstrada por Frank et al. (1977). Loguercio e Aleixo (2001) constataram a presença de coliformes termotolerantes acima dos padrões legais permitidos em queijo tipo Minas Frescal. A E. coli enterotoxigênica é o
agente etiológico da diarréia de viajante (SANTOS et al., 1995), podendo algumas cepas, quando ingeridas com alimentos, produzirem toxinas que determinam hipermotilidade intestinal e diarréia. Em geral, o queijo Prato é fatiado e vendido em supermercados, padarias e quiosques de feiras livres, representando uma das principais fontes de contaminação pelo processo de manipulação. A higiene dos alimentos representa um conjunto de medidas necessárias para garantir a inocuidade do mesmo em todos os estágios, desde sua produção até o consumo (PINTO, 1996). Sendo assim, justifica-se a identificação de fatores críticos envolvidos no processamento e na comercialização dos alimentos. Objetivou-se avaliar amostras do queijo Prato fatiado comercializado em supermercados e quiosques de feira livre do bairro de Casa Amarela da Cidade do Recife – PE, através da quantificação de bactérias do grupo coliforme termotolerantes.
Material e Métodos Durante o período de julho a setembro de 2006 foram semanalmente adquiridas 20 amostras de queijo Prato fatiado em supermercados e quiosques de feira livre do bairro de Casa Amarela da Cidade do Recife – PE, totalizando 40 amostras. Estas eram transportadas imediatamente para o Laboratório de Microbiologia de Água/Alimentos (LACEN - PE) em caixa isotérmica contendo cubos de gelo, sendo mantidas sob refrigeração até o momento das análises. De cada amostra foram assepticamente pesadas 25 gramas do produto e misturados com 225 mL de água peptonada tamponada 0,1%, (p/v) em um liquidificador. Foram usadas três diluições, 10 -1^ , 10 -2^ e 10 -^. Para presunção do Número Mais Provável (NMP) de coliformes foram utilizados tubos múltiplos contendo 10 mL do Caldo Lauril Sulfato Triptose – LST, adicionando-se 1 mL de cada diluição e posterior incubação entre 35 e 37 ºC durante 24 a 48 horas. A prova foi considerada positiva para coliformes somente quando foi
apresentaram contaminação por E. coli , superior ao permitido pela ANVISA e o NMP para coliformes termotolerantes foi maior que 10 3 /g em 25% das amostras. A presença destes microrganismos nestes produtos pode ser devido ao tratamento ineficiente do leite no processo de fabricação ou pode ser devido à ocorrência de contaminação do produto durante a manipulação ou contato com superfícies não sanitizadas após a fabricação.
Tabela 2 - Coliformes termotolerantes e E. coli em 20 amostras de queijo Prato fatiado coletado em quiosques de feiras livres do bairro de Casa Amarela da Cidade do Recife – PE. Quiosques de feiras livres
Coliformes termotolerantes (NMP/g)
E. coli ( NMP/g ) Condição
A
43 <3,6 Satisfatória 28 3,6 Satisfatória
1100 >1100 Insatisfatória <3,6 <3,6 Satisfatória
B
3,6 <3,6 Satisfatória 15 <3,6 Satisfatória
1100 75 Insatisfatória 460 <3,6 Satisfatória
C
1100 290 Insatisfatória 240 <3,6 Satisfatória <3,6 <3,6 Satisfatória 3,6 <3,6 Satisfatória
D
240 9,2 Satisfatória <3,6 <3,6 Satisfatória 9,2 <3,6 Satisfatória
1100 >1100 Insatisfatória
E
1100 3,6 Insatisfatória 43 15 Satisfatória 38 3,6 Satisfatória 23 <3,6 Satisfatória Amostras com NMP de coliformes acima do limite estabelecido pela ANVISA (BRASIL) (2001): 1000/g
Em ambos os pontos comerciais, 25% das amostras de queijo tipo Prato analisadas apresentaram crescimento bacteriano do gênero Escherichia, representado pela E. coli , sendo consideradas impróprias para o consumo humano por serem potencialmente capazes de causar toxinfecção alimentar.
A incidência de bactérias do grupo coliforme nos produtos lácteos comercializados na cidade de Fortaleza - CE foi verificada por Brito et al. (1995). Além de condenarem 43,1% das amostras dos queijos examinados pela presença de coliformes termotolerantes devido o alto percentual de microrganismos nesses alimentos, concluíram que poderia comprometer a saúde dos consumidores. Parte do queijo tipo Prato fatiado comercializado em supermercados e em quiosques de feira livre do bairro de Casa Amarela da Cidade do Recife – PE é imprópria para o consumo humano por ser contaminada, direta ou indiretamente, com material fecal. Essa ocorrência deve servir de alerta para as autoridades sanitárias, uma vez que a presença de E. coli representa riscos à saúde humana.
Referências BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Aprova o Regulamento Técnico para fixação de Identidade e Qualidade do Queijo Prato. Portaria nº 358 de 04 de setembro de 1997. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 08 SET. Seção 1, p. 19690,
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