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Urgencia e emergencia odontológica
Tipologia: Notas de aula
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Anderson Carlos Gil, Vítor César Nakamura^ , Rafael Paiva Lopes**, Érico de Mello Lemos****^ , Eduardo Calil*****^ , Kali Fátima Amaral******
RESUMO: A presente revisão da literatura descreve a obturação de canais radiculares através da condensação termomecânica da guta-percha, utilizando os compactadores de McSpadden. Descreve-se a técnica idealizada pelo Dr. John T. McSpadden, em 1980, denominada de condensação termomecânica da guta-percha, que consiste no uso de instrumentos endodônticos chamados de compactadores. Assim como, a técnica híbrida de Tagger, que estudou in vitro o selamento apical produzido através da associação de um compactador, com a técnica da condensação lateral, objetivando minimizar os efeitos adversos da técnica originalmente proposta por McSpadden, tais como a alta incidência de sobre-obturações. De acordo com diversos autores concluiu-se que a técnica híbrida de Tagger produz uma obturação de canal radicular mais segura e de qualidade superior, quando comparada à técnica de McSpadden. PALAVRAS-CHAVE : obturação endodôntica. Condensação termomecânica. Compactadores de McSpadden.
ABSTRACT: This study describes the root canal filling using the thermo mechanical condensation of the gutta-percha by the use of McSpadden compactor. The thermo-mechanical condensation of gutta-percha described by McSpadden (1980) consists on the use of endodontic instruments: compactor pluggers. As well as the hybrid technique of Tagger, proposed by Tagger et al.^1 that had studied in vitro the apical sealing produced by the association of a compactor and lateral condensation technique, to minimize the adverse effects of the originally McSpadden proposal, such as the high incidence of overfilling. According to many authors, it is concluded that filling the root canal with Tagger hybrid technique produces a more secure and higher quality technique than the McSpadden. KEYWORDS : endodontic root canal filling. thermo-mechanical condensation. McSpadden compactor.
o tratamento dos canais radiculares é constituído por etapas que, mesmo independentes, formam um elo cuja finalidade é alcançar o objetivo maior do tratamento endodôntico: manter na cavidade bucal um dente capaz de exercer suas funções^1. Muito embora o sucesso do tratamento endodôntico esteja relacionado com a atenção dispensada a cada uma das etapas que o compõem, desde o diagnóstico até a proservação, pode- se afirmar que a obturação tridimensional do sistema de canais radiculares é fundamental. Esta etapa propõe perpetuar as condições de sanificação conseguidas durante a instrumentação e irrigação impedindo assim, a percolação e a microinfiltração
do exsudato periapical para o interior do sistema de canais radiculares e criando um ambiente biologicamente favorável para que se processe a cicatrização dos tecidos. De acordo com Guimarães et al.^2 a forma de obturação ideal é aquela que sele tridimensionalmente o sistema de canais radiculares, oferecendo repouso aos tecidos periapicais, ou seja, favorece a osteogênese, estimula a reinserção do ligamento periodontal, a reintegração da lâmina dura e a formação de osteocemento, garantindo assim, a manutenção ou recuperação do estado de saúde dos tecidos perirradiculares, e devolvendo ao dente suas funções. Inúmeros materiais foram utilizados e preconizados como obturadores do sistema de canais radiculares. A guta-percha,
associada a um cimento obturador, é considerado o material de escolha para a maioria dos endodontistas^3. Há dois tipos de guta-percha: fase alfa e fase beta. A guta-percha fase beta possui um alto ponto de fusão, grande viscosidade e não tem características de adesividade e também possui maior quantidade de óxido de zinco, o que proporciona maior dureza ao cone de guta-percha. A guta-percha na fase alfa possui um baixo ponto de fusão, baixa viscosidade e alta adesividade e o cone é mais flexível devido à concentração de óxido de zinco ser menor do que na fase beta^4. Dentre as técnicas de obturação existentes, a condensação lateral tem sido o método mais amplamente utilizado. Entretanto, problemas relacionados principalmente com a sua capacidade de selamento apical fizeram surgir outros sistemas de obturação utilizando-se a guta-percha termoplastificada. As técnicas termoplásticas de obturação estão indicadas nos casos em que o sistema de canais radiculares possuem irregularidades em que a técnica de condensação lateral não seria adequada para suprir a necessidade do selamento apical ideal. Estas técnicas são divididas em compactação termomecânica, injetável (Obtura II) e não injetável (Thermafill). A técnica de compactação termomecânica da guta-percha foi idealizada por McSpadden (1979) com o objetivo de selar tridimensionalmente o sistema de canais radiculares, motivados pelo aquecimento da guta-percha por meio de compactadores que são parecidos com uma lima Hedstroëm, porém invertida, acionados a motor. Em 1984, Tagger et al.^1 aliaram a técnica de condensação lateral ao uso dos compactadores de McSpadden, chamada de técnica híbrida, que consiste na realização da condensação la- teral do terço apical, empregando em seguida, os compacta- dores, que tem sua ação nos terços médio e cervical. Maior rapidez, melhor condensação do material e menor consumo de guta-percha se constituíram em vantagens inerentes à técnica híbrida, em relação à técnica de condensação lateral. Diante da diversidade das técnicas de obturação e a necessidade de preencher todos os requisitos de uma obturação ideal, a presente revisão de literatura abordou os trabalhos sobre a técnica termomecânica de McSpadden.
PROPOSIÇÃO o presente trabalho objetivou a revisão de literatura das técnicas de obturação, enfatizando as técnicas termomecânicas de McSpadden e híbrida de Tagger.
REVISÃO DA LITERATURA São inúmeras as técnicas utilizadas para obturar o sistema de canais radiculares. A mais utilizada é a condensação lateral, porém com o intuito de almejar o objetivo maior do
tratamento endodôntico, que é selar tridimensionalmente e permanentemente o canal radicular com materiais que não sejam irritantes aos tecidos apicais e periapicais, surgiram as técnicas termoplastificadas e, entre elas está a técnica de compactação termomecânica (técnica de McSpadden). McSpadden (1980) lançou, por meio da Ramson & Randolph Dentsply, um manual de instrução para auto- aprendizado da sua técnica de condensação termomecânica da guta-percha. o instrumento fundamental da técnica é um instrumento de aço inoxidável e apresenta configuração semelhante ao da lima Hedströem, porém com as espiras invertidas, sendo chamado de compactador de McSpadden. os compactadores variam de calibre, sendo disponíveis desde o número 25 até o número 140. o sistema funciona pela adaptação do compactador no contra-ângulo que, quando acionado gera calor por atrito entre o instrumento e a guta-percha, plastificando-a e condensando-a apical e lateralmente. A técnica consiste na adaptação do cone principal de guta- percha no comprimento real de trabalho (C.R.T.) que apresenta calibre uma ou duas vezes maior que o último instrumento utilizado no preparo químico-cirúrgico. o compactador deve apresentar o mesmo diâmetro da maior lima utilizada e deve se ajustar 1,5 a 4 mm do C.R.T. o cone principal é levado ao interior do canal e o compactador é adaptado às paredes do canal até encontrar leve resistência e, então, é realizado o acionamento do contra-ângulo em sentido horário permanecendo em posição por 4 a 5 segundos a fim de tornar a guta-percha plastificada. Neste instante é realizada a radiografia para verificação da qualidade da obturação e, se necessário, deverão ser feitas novas correções e novas condensações. A técnica termomecânica de McSpadden modificada compreende a utilização de cones de guta-percha tanto na fase alfa quanto beta previamente plastificadas. Com o auxílio de espaçadores digitais, cones secundários são colocados no interior do canal, suficientes para preencher todo o espaço radicular. Em seguida é realizada a seleção do compactador que na maioria dos casos deve ser de calibre igual ou superior ao do cone principal. o compactador é introduzido no interior do canal radicular até encontrar leve resistência direção apical até 3 a 4 mm de distância aquém do C.R.T. Nesta etapa o compactador é acionado com pequenos movimentos de bombeamento, o instrumento permanece em contato com os cones de obturação por volta de 10 segundos. Não se deve prolongar demasiadamente a permanência do compactador em rotação dentro do canal a fim de evitar o aquecimento excessivo e consequentes danos ao ligamento periodontal. A retirada do compactador deve ser feita com este ainda em movimento e, em seguida é realizada a condensação vertical da guta-percha
foram utilizadas sem cimento. Em relação ao limite apical, o autor não observou diferença estatisticamente significante entre as técnicas estudadas. Kersten et al.^17 estudaram a influência dos cones de guta-percha na capacidade de selamento conferida pela condensação termomecânica proposta por McSpadden, avaliando fatores como: o diâmetro do cone principal, o diâmetro do instrumento utilizado para a compactação da guta-percha e o tipo de guta-percha empregada. Após a obturação, os dentes foram imersos em azul de metileno e os resultados evidenciaram que para a melhor performance do método McSpadden é recomendado que o cone principal deve se ajustar ao comprimento de trabalho e que o compactador deva ficar a 1mm deste comprimento, ao passo que, quando utilizado cones acessórios, o compactador deve ser introduzido 3 ou 4mm aquém do comprimento de trabalho. Ao observar a infiltração apical por autorradiografia entre a técnica de McSpadden e a condensação lateral, Hopkins et al.^18 comprovaram que o sistema McSpadden, na presença ou não de cimento endodôntico, exibiu resultados significativamente inferiores em relação à condensação lateral. Berbert et al.^19 avaliaram a infiltração marginal e a constância do limite apical da obturação em função das técnicas de McSpadden e Schilder. Para isso, dentes unirradiculares extraídos foram obturados, imersos em azul de metileno e radiografados no sentido mésio-distal e vestíbulo-lingual. A seguir, os espécimes foram seccionados longitudinalmente para permitir a mensuração da extensão de infiltração de corante. Os autores constataram que as técnicas de McSpadden e de Schilder utilizadas juntamente ao cimento obturador promoveram infiltrações menos extensas quando essas técnicas foram utilizadas sem a aplicação de cimento, todavia não constatou-se variação no limite apical. Para Moraes et al.^20 a obturação do canal radicular pelo sistema McSpadden não mostrou diferenças significantes quando associadas ao cimento Sealapex ou Endofill, quando os dentes obturados foram imersos em solução de azul de metileno para avaliar a profundidade da infiltração pelo corante utilizando uma lupa estereomicroscópica. Braitt^21 , ao comparar a infiltração marginal apical utilizando solução de azul de metileno a 2% das técnicas de condensação lateral e McSpadden, com auxílio de tela milimetrada puderam constatar que a infiltração de corante no terço apical não foi estatisticamente significante entre as técnicas estudadas. El-Baghdady et al.^22 avaliaram a infiltração apical nos diferentes níveis do ápice radicular a saber: 1,0, 1,8, 2,6, 3,4, 4,2, 5,0 e 5,8 mm. os resultados mostraram que a técnica de compactação termomecânica de McSpadden, sem a aplicação de cimento endodôntico, mostrou maior discrepância de
valores de infiltração nos 1,8, 2,6 e 3,4 mm apicais em comparação às outras técnicas empregadas conjuntamente ao cimento obturador. os autores concluíram que a compactação termomecânica de McSpadden, utilizada sem cimento, apresenta alta incidência de infiltração apical nos níveis mais importantes de selamento do canal radicular. Bramante et al.^23 compararam diferentes técnicas de obturação, segundo os seguintes aspectos: infiltração marginal, tempo consumido, extrusão de material e característica da massa obturadora. As técnicas avaliadas foram: utilização de limas tipo Kerr, pontas Rhein, Finger Spreader, técnica de McSpadden, híbrida de Tagger, Schilder e Sistema Ultrafil. Assim, 70 caninos superiores humanos extraídos foram preparados até o instrumento número 50 e então divididos em 7 grupos, de acordo com as técnicas citadas. os autores admitiram que, em relação à infiltração marginal, a utilização de limas tipo Kerr e a técnica híbrida de Tagger produziram menor infiltração marginal que as demais técnicas. O sistema Ultrafil mostrou maior infiltração marginal e a técnica de McSpadden apresentou resultados inferiores à condensação lateral mas, quando essas duas técnicas são associadas (técnica híbrida de Tagger) houve uma melhora significante da qualidade de obturação. Em relação ao tempo consumido, as técnicas de McSpadden e o sistema Ultrafil foram melhores e mais rápidas que as outras técnicas. A extrusão de material obturador só foi observada no sistema de injeção de guta-percha aquecida Ultrafil. E, finalmente, pela análise da homogeneidade da massa obturadora, a técnica de condensação lateral foi melhor do que as outras técnicas para obturar o terço apical, enquanto que as técnicas de Schilder, McSpadden e híbrida de Tagger preencheram melhor os terços médio e cervical do que o terço apical. O sistema Ultrafil em todos os terços evidenciou falhas na obturação. Kuga et al.^24 analisaram a constância do limite apical da obturação de canais radiculares através de radiografias tomadas na fase da prova do cone e após a obturação estar concluída, e observaram que não houve diferença estatisticamente significante entre as técnicas de condensação lateral, Tagger e Nguyem. Amditis et al.^25 avaliaram as técnicas de obturação pela condensação lateral, McSpadden, ativação ultra-sônica e injeção termoplástica. Radiograficamente todas as técnicas mostraram adaptação similar nos 6 mm apicais, sendo que as técnicas de condensação lateral e ativação ultra-sônica mostraram melhor controle no comprimento de obturação. Pesce et al.^26 , medindo a extensão da infiltração, mostraram que a técnica de McSpadden modificada (guta-percha previamente plastificada) foi melhor que a técnica de McSpadden original (guta-percha plastificada
termomecanicamente) em relação ao selamento marginal apical quando os dentes obturados foram imersos em solução de azul de metileno. Quando a técnica de McSpadden modificada foi comparada à técnica de condensação lateral, ambas tiveram valores semelhantes. Tagger et al.^1 promoveram alterações na técnica de compactação termomecânica de Tagger, com o objetivo de melhorar as características da obturação quanto à adaptação da guta-percha às paredes do canal. A modificação consiste numa segunda condensação lateral após o uso do compactador, acrescentando um ou mais cones acessórios utilizando novamente, em seguida, o compactador de McSpadden. Avaliando a técnica híbrida de Tagger, Carvalho et al.^27 , observaram que quando comparada com a técnica da condensação lateral e Thermafill, não houve diferença estatística entre os grupos estudados. Freitas et al.^28 analisaram in vitro o selamento apical proporcionado pela técnica híbrida de Tagger original e modificada e condensação lateral através da imersão dos dentes obturados em solução de azul de metileno. Pela análise dos resultados, os dentes obturados pela condensação lateral obtiveram infiltração do corante superior às outras técnicas. Souza et al.^29 compararam a qualidade do selamento apical produzido pelas técnicas de obturação termoplásticas realizadas pelo método de McSpadden e pelo sistema Ultrafil. Este estudo foi realizado em canais simulados submetidos a um estudo computadorizado pela análise da penetração de corante. Após os canais serem preparados e obturados, estes foram imersos em solução de azul de metileno e analisados segundo a área de penetração de corante. os autores constataram que a técnica de McSpadden em que se utiliza dois tipos de guta-percha (fase beta - pouco adesiva e com baixo escoamento quando plastificada termicamente e a fase alfa com alto escoamento e boa adesividade quando aquecida) e o sistema Ultrafill mostraram menor grau de infiltração, mas também tiveram o maior índice de extravasamento. A técnica de obturação pelo sistema Canal Finder apresentou maior grau de penetração de corante. A técnica de cones múltiplos proporcionou penetração de corante ligeiramente superior às técnicas de McSpadden e sistema Ultrafill e ainda não apresentaram extravasamento de material obturador. Nesta ordem de idéias Kopper et al.^30 analisaram a infiltração apical produzida pelas técnicas de condensação lateral, McSpadden e híbrida de Tagger e observaram que não houve diferença entre as técnicas, porém na técnica de McSpadden e híbrida de Tagger observou-se maior homogeneidade da massa obturadora. Pereira et al.^31 avaliaram radiograficamente o deslocamento apical da obturação promovido pelo compactador de
McSpadden na técnica híbrida de Tagger. As radiografias realizadas logo após a condensação lateral do terço apical foram comparadas às radiografias tomadas após o emprego do compactador, concluindo que não há extravasamento do material obturador e nem mesmo a modificação no limite apical da obturação, desde que sejam respeitados os protocolos das técnicas estudadas. Ferraz^32 estudou in vitro a capacidade de selamento marginal apical promovido pelas técnicas: híbrida de Tagger, condensação lateral e ultra-sônica. os resultados apontaram não haver diferenças entre as técnicas. De acordo com Haikel et al.^33 , que utilizaram solução de lisozima com iodo radioativo como corante as técnicas de condensação lateral, Thermafill e McSpadden não podem ser consideradas efetivas quanto à avaliação da microinfiltração apical produzida, pois as três técnicas obtiveram infiltração nos 3 mm apicais durante o período de avaliação que foi de 28 dias. Duarte et al.^34 avaliaram quantitativamente a interação entre a técnica híbrida de Tagger com a condensação lateral quando utilizado os cimentos Endomethasone e Sealer 26 e mostraram que a melhor qualidade de obturação é conseguida quando utilizado a técnica híbrida de Tagger com o cimento Endamethasone que é constituído por óxido de zinco e eugenol, proporcionando uma obturação mais homogênea. Leonardo et al.^35 compararam a resposta do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos entre diferentes formulações de guta-percha utilizadas em técnicas de obturação térmicas. os espécimes preparados foram examinados em microscópio óptico após 7, 21, 60 e 120 dias. os autores concluíram que depois de um período inicial de sete dias, a resposta do tecido conjuntivo subcutâneo foi idêntica, entretanto, após cento e vinte dias a guta-percha utilizada no sistema Ultrafil apresentou tecido de granulação maturado sem presença de edema ou congestão vascular, em contraste com as respostas observadas com as formulações de guta-percha utilizadas nas técnicas de McSpadden e obtura II. Com vistas a avaliar o design do compactador, alterações na velocidade de rotação e modificações na técnica básica de compactação termomecânica, Saunders^36 comparou a condensação lateral a uma técnica termomecânica híbrida, em que se empregou rotação 8.000 e 16.0000 rpm e duas diferentes configurações de compactadores. Para isso, utilizou- se 50 dentes unirradiculares extraídos que foram divididos em 5 grupos distintos: o Grupo I foi obturado pela condensação lateral, o Grupo II pela técnica de McSpadden a 8000 rpm; o Grupo III pelo Engine Plugger a 8000 rpm; o Grupo IV pelo Engine Plugger a 16000 rpm e o Grupo V pela técnica híbrida utilizando o compactador a 16000 rpm. o autor observou
obtida por três técnicas de obturação e notaram, através de medidas lineares e volumétricas, menor infiltração apical de corante para a técnica de guta-percha aquecida. o emprego do cimento é fundamental para reduzir a infiltração marginal quando se utiliza a técnica de McSpadden na obturação dos canais radiculares16,19. Essa conclusão discorda de Benner et al.^4 , que encontraram melhor selamento na condensação vertical no grupo sem cimento. A possível explicação seria o fato de a guta-percha expandir-se com o calor e empurrar o cimento para dentro dos túbulos dentinários, ou mesmo para fora do canal. Com o resfriamento, a guta- percha sofreria uma contração, deixando livre o espaço que deveria estar ocupado pelo cimento. Acredita esse autor que, na ausência de cimento, a guta-percha plastificada fluiria à intimidade dos canalículos dentinários, estabelecendo uma colagem mecânica que resistiria à contração da guta-percha. Comparando a técnica híbrida de Tagger com a condensação lateral, Tagger et al.^1 observaram uma infiltração apical do corante significativamente menor para a técnica híbrida. Esse fato pode ser explicado devido à obturação do terço apical pela condensação lateral e os terços, cervical e médio, pela compactação termomecânica, deixando a guta-percha mais compactada no interior do canal. Também comparando a técnica híbrida de Tagger, porém com um sistema de obturação termoplástica injetável (System B), Silva Neto et al.^38 notaram que houve diferença estatisticamente significante favorável à técnica do System B. Freitas et al.^28 avaliaram a infiltração apical utilizando a técnica híbrida de Tagger original e modificada que consiste numa segunda etapa da condensação lateral com novo emprego dos compactadores, e não encontraram diferenças estatísticas entre as técnicas, embora ambas mostraram-se superiores à condensação lateral, o que foi observado por outros autores 1,13,15.
Comparando técnicas termoplásticas, diversos autores observaram que entre as técnicas de Shilder e McSpadden não houve diferença estatística7,16,19. Já comparando a técnica híbrida de Tagger com a condensação lateral, esta última apresentou resultados insatisfatórios6,11,13,24. Pesce et al.^26 estudaram comparativamente o selamento marginal apical promovido pelas técnicas de McSpadden (original e modificada) e pela condensação lateral através de exame pela infiltração do azul de metileno. Os autores observaram que a técnica de McSpadden modificada e a condensação lateral apresentaram valores estatisticamente menores que a técnica de McSpadden original. Alguns acidentes que ocorrem com os compactadores de McSpadden acontecem devido ao próprio desenho do instrumento, pois suas lâminas afiadas, além de impulsionar
o material obturador, ao se adaptarem às paredes do canal promovem desgaste de dentina. Seu comprimento aumenta a força de alavanca, podendo levar o instrumento à fratura, principalmente nos pontos de conexão entre os cones que compõem a parte ativa do instrumento e também existe menor quantidade de aço por área de superfície8,10,11,13. Chaisrisookumporn e Rabinowitz 5 , tiveram uma infiltração apical reduzida à metade quando do uso de cimento, e também outros autores8,10,12^ encontraram infiltrações severas em grupos de dentes obturados sem a utilização do cimento. A análise global dos resultados das medições da infiltração marginal e do segmento entre o forame e o nível apical da obturação redunda favoravelmente às técnicas de Bramante e de McSpadden com cimento e descarta a hipótese de não se empregar cimento obturador nas técnicas de Schilder e de McSpadden. Uma estimativa sobre o tempo consumido na execução das obturações revelou uma média de 5 minutos e 3 segundos para a técnica de Bramante, 4 minutos e 16 segundos para a de Schilder e 1 minuto e 1 segundo para a de McSpadden, sem considerar o uso ou não de cimento nas duas últimas. A economia de tempo na execução da técnica de McSpadden poderia não compensar os possíveis transtornos em clínica, previstos pelas fraturas de instrumentos. Tal inconveniente poderia ser contornado pelo aumento da resistência do compactador, por conta do aperfeiçoamento em sua fabricação, anteriormente proposto por Tagger^11. Prós e contras característicos da técnica de McSpadden demonstram que a técnica ainda não é perfeita. Diante destes fatos surgem idéias de combinação de técnicas, como proposta por Tagger et al.^13 , que combinam a técnica de condensação lateral do terço apical e a técnica termomecânica de McSpadden nos terços médio e cervical, idealizando uma técnica híbrida. Quando a técnica híbrida foi comparada à condensação lateral, Tagger et al.^1 puderam avaliar que a técnica mista proposta produziu menor infiltração marginal apical. Para Harris et al.^8 e Bramante et al.^23 , a condensação lateral exibiu resultados significantemente superiores quanto ao selamento apical quando comparada com a técnica de McSpadden original. Já Chaisrisookumporn e Rabinowitz^5 e Fuss et al.^15 discordam de tal afirmação. De sua parte, Ishley e El Deeb 12 e Berbert et al.^19 não detectaram diferenças significantes ao comparar estas duas técnicas, assim como Carvalho et al.^27 que não encontraram diferença estatisticamente significante entre as técnicas estudadas. o emprego, na técnica de Mcspadden, do cimento obturador deve-se ao fato de que a execução da técnica sem o uso do mesmo tem mostrado resultados inferiores8,12,14,19, e de acordo com Hopkins et al.^18 a técnica de condensação lateral
foi superior à técnica de McSpadden com ou sem o emprego do cimento obturador. Braitt^21 utilizando o corante azul de metileno a 2%, avaliou a infiltração marginal apical e concluiu que não houve diferença entre as técnicas de obturação pelo método de McSpadden e pela condensação lateral. Já Souza et al.^29 avaliaram as técnicas de McSpadden original e modificada, Canal Finder e Ultrafill, e também concluíram que não houve diferença estatística entre as técnicas. Em 1999, Pereira et al.^31 avaliando o deslocamento apical promovido pelas técnicas de McSpadden e híbrida de Tagger notaram que se o compactador for empregado adequadamente este não interferiria na obturação do terço apical. Esse resultado está de acordo com Tagger et al. 1, 13^ e discorda dos resultados mostrados por Kuga et al.^24 , em que observaram extrusão de material obturador. Alguns autores mostraram menor infiltração marginal apical na técnica híbrida de Tagger quando comparada à condensação lateral1,15,28. Já Haikel et al.^33 mostraram que as técnicas de McSpadden, condensação lateral e Thermafill obtiveram infiltração apical do corante utilizado e, porém nenhuma delas foram consideradas efetivas. Utilizando reabsorções internas simuladas, Melo et al.^40 , notaram que a técnica de McSpadden foi superior às outras técnicas estudadas. Entretanto, no relato de um caso clínico, Barbizan et al.^39 constataram que a obturação de reabsorção interna foi satisfatória preenchendo toda a área da reabsorção. A constante evolução da Endodontia tem proporcionado o surgimento de novos materiais e técnicas de obturação. Nesse sentido tem sido apresentadas técnicas com guta- percha aquecida associada à condensação lateral^13. Seguindo esta evolução, Moraes et al.^20 , estudaram a infiltração apical do cimento Sealapex comparado ao Endofill na técnica de McSpadden e puderam observar que não houve diferença estatisticamente significante entre os cimentos, enquanto que Duarte et al.^34 analisaram qualitativamente a obturação do canal radicular com os cimentos Endomethasone e Sealer 26 empregando as técnicas híbrida de Tagger e condensação lateral e, constataram que a associação da técnica híbrida de Tagger com o Endomethasone obteve melhor qualidade da obturação. Avaliando a infiltração obtida para 1,0, 1,8, 2,6, 3,4, 4,2, 5,0 e 5,8 mm do ápice, com ajuda de um microscópio com magnificação de 2,5 vezes, El-Baghdady et al.^22 avaliaram três técnicas de obturação utilizando ou não cimento obturador e puderam observar que a técnica de McSpadden utilizada sem cimento produziu maior infiltração nos 3 mm apicais comparada às outras técnicas utilizadas com cimento. Já Amditis et al.^25 , mostraram que a diferença entre as
técnicas avaliadas foram pequenas, enquanto que a técnica de condensação lateral não exibiu infiltração e radiograficamente, as técnicas de obturação mostraram adaptação da guta-percha similar nos 6 mm apicais, sendo as técnicas de condensação lateral e ativação ultrassônica proporcionaram maior controle no comprimento da obturação, ou seja, o extravasamento de material foi menor que as outras técnicas estudadas. Quando avaliado diferentes diâmetros de compactadores, Kersten et al.^17 notaram que o melhor compactador a ser utilizado é o que se ajusta a 1 mm do comprimento de trabalho quando é utilizado cone único para obturação e, quando utilizado cones acessórios, o compactador deve ficar a 3 ou 4 mm do comprimento de trabalho. A técnica híbrida de Tagger que consiste em condensação lateral e compactação termomecânica é considerada uma boa escolha para obter uma obturação tridimensional do canal radicular de acordo com Saunders 43 que avaliou o design do compactador e duas diferentes velocidades de rotação ( rpm e 16000 rpm) comparada à condensação lateral. Leonardo et al.^35 implantaram no subcutâneo de ratos guta-percha utilizada em diversos métodos de obturação e, puderam observar que as respostas do tecido conjuntivo depois de 7 dias foram idênticas, entretanto, depois de 120 dias a guta-percha utilizada no sistema Ultrafill apresentou tecido de granulação maturado com nenhum edema ou congestão vascular, em contraste com as respostas observadas nas técnicas de McSpadden e obtura que provocaram resultados insatisfatórios. Estes fatos sugerem que as técnicas de McSpadden e obtura produzem muito calor em relação ao Ultrafill não sendo estas técnicas indicadas para a obturação do sistema de canais radiculares. A compactação termomecânica da guta-percha na fase alfa em conjunto com cone único tem uma pobre qualidade radiográfica quando comparada à condensação lateral de acordo com Gilhooly et al.^37. Com relação à variação de temperatura da superfície radicular avaliada in vitro durante a compactação termomecânica varia de 19o^ C a 50oC, tendo em valor médio de 35o^ C^41 , o que pode causar danos ao tecido periodontal. Baseando-se na revisão da literatura, vários autores que acreditam que as obturações resultantes das técnicas termoplásticas possibilitam, em geral, obturações mais compactas e melhores adaptadas às paredes dos canais radiculares, concluiu-se que apesar da condensação termomecânica de guta-percha obturar o sistema de canais em poucos segundos, a técnica exige certa experiência e habilidade do profissional para realizá-la. A técnica de McSpadden é uma técnica de rápida execução, mas que oferece sérios problemas de ordem prática, como por exemplo, a facilidade