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Urgência e emergência de trauma
Tipologia: Esquemas
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GEPPRAU
Urgências traumáticas
Módulo 2
Tema 5 - Trauma de face
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Este conteúdo foi elaborado por Thiago Rodrigues Araújo Calderan, médico, cirurgião geral e do trauma, mestre em ciências da cirurgia e seus direitos foram cedidos ao Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), que desenvolveu este material em parceria com o Ministério da Saúde (MS) no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). A parceria entre o Ministério da Saúde e as entidades de saúde portadoras do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social em Saúde (CEBAS-SAÚDE) e de Reconhecida Excelência, a exemplo do HAOC, é regulamentada pela Lei Federal nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.
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É importante conhecer a anatomia dos ossos da face e dos pares de nervos cra- nianos que a inervam, bem como entender o contexto anatômico relacionado às vias aéreas e à base do crânio.
2. Anatomia
Os ossos da face são aqueles que compõem o crânio, como os ossos frontal, temporal, esfenoide, nasal, maxilar e zigomático, além da mandíbula.
2.1. Ossos da face
Osso frontal
Osso temporal
Osso lacrimal
Osso esfenoide
Osso parietal
Maxila
Osso zigomático
Mandíbula
Vomer
Osso nasal
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Uma fratura de face pode acometer os nervos com lesões parciais ou completas. Os principais pares cranianos que fazem trajeto na face são os nervo oculomo- tor (terceiro par), troclear (quarto par), trigêmeo (quinto par), abducente (sexto par), facial (sétimo par) e vestibulococlear (oitavo par).
2.2. Pares cranianos
Pares de nervos Tipo
III – oculomotor Motor
Movimento dos mús- culos da pálpebra e do globo ocular
IV – troclear Motor Movimento dos mús-culos do globo ocular
V – trigêmeo Misto
Percepção da face e boca e movimento da bochecha
VI – abducente Motor Movimento do globoocular
VII – facial Misto
Sentido do paladar e movimento dos mús- culos da face e das glândulas salivares
VIII – vestibulococlear Sensorial Audição e equilíbrio
Nervo oculomotor (III par)
Nervo troclear (IV par)
Nervo trigêmeo
Divisão Oftálmica Divisão maxilar Divisão mandibular
Nervo Abducente (VI par)
Nervo vestibulococlear (VIII par)
Função
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A avaliação do trauma de face deve adotar os mesmos princípios de todo atendimento ao traumatizado, seguindo a sequência do “ABCDE”.
O trauma de face pode resultar em problemas de vias aéreas (“A”) pela des- truição do arcabouço ósseo, com consequente impossibilidade da entrada ade- quada de ar, ou, em decorrência das fraturas, originar intenso sangramento que dificulta a entrada de ar.
Em ambas as condições, está indicada a proteção de vias aéreas com via aé- rea definitiva. Deve-se tentar a intubação orotraqueal ou nasotraqueal. Se isso não for possível, deve-se indicar brevemente a realização de cricotireoidostomia cirúrgica.
Além de possíveis problemas nas vias aéreas, o trauma de face pode ser foco de instabilidade hemodinâmica através de profuso sangramento do couro cabeludo e dos vasos da face (“C”). Deve ser tratado conforme protocolo de reanimação e tentar cessar a hemorragia.
Alguns traumas de face podem estar associados a outras lesões cranianas e intracranianas. É importante descartar a possibilidade de traumatismo cra- nioencefálico (TCE) (“D”).
Na avaliação secundária, deve-se realizar exames minuciosos dos ór- gãos localizados na face , como exame ocular, incluindo avaliação de acuidade, motricidade e características da visão; exame da orelha, incluindo otoscopia; exame do nariz, incluindo avaliação especular; e exame da cavidade oral, in- cluindo dentição e mordida.
3. Avaliação
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A investigação do trauma de face é feita com métodos de imagem. A to- mografia computadorizada (TC) tem substituído as radiografias, por mostrar melhor as lesões e realizar uma reconstrução, que permite o planejamento do tratamento. Porém, nem todos os centros possuem TC. Nesses casos, pode-se realizar as incidências de radiografias de face para identificar eventuais fratu- ras.
4. Investigação
As incidências a serem consideradas são:
4.1. Radiografia de ossos da face
Incidência Imagem O que avalia
Caldwell Região frontal, nasal e órbita
Waters Maxila, seios maxilares, órbita e ossos do nariz
Hirtz Arco zigomático
Towne Côndilos
Perfil da face Fratura nasal e mandíbula
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5.
6.
Classificação
Urgências em trauma de face
Existem diversos tipos de fraturas de face, porém as maxilofaciais são classi- ficadas por Le Fort em I a III , conforme a tabela abaixo.
A maioria das fraturas de face são tratadas alguns dias após o trauma devido à necessidade de diminuição do edema para uma adequada reconstrução, porém há situações que são consideradas urgentes.
Le Fort I Envolve a maxila, separando-a do palato.
Le Fort II Piramidal. Envolve os ossos nasais e a órbita.
Le Fort III Disjunção craniofacial. Envolve as suturas zigomaticofrontal, maxilofrontal enasofrontal, e os assoalhos da órbita (etmoide e esfenoide).
A sutura da pálpebra deve ser cui- dadosa para evitar retrações que podem levar à exposição do globo ocular quando a pálpebra estiver fe- chada e ao comprometimento da lu- brificação e drenagem do olho atra- vés do ducto lacrimal.
6.1. (^) Lesão da pálpebra
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A face possui uma rica rede de vasos sanguíneos que promovem a sua irrigação. A principal causa de sangramento em trauma de face são lesões do couro cabe- ludo, porém algumas fraturas podem envolver lesão de artéria.
6.2. Sangramento
Artéria temporal superficial
Artéria occipital
Artéria carótida interna
Artéria carótida externa
Artéria subclávia
Artéria vertebral
Artéria maxilar
Artéria facial
Artéria lingual
Artéria carótida comum
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A luxação da mandíbula é uma condição em que há deslocamento do côndilo em relação à sua articulação. Trata-se de uma condição dolorosa que deve ser reduzida assim que diagnosticada, pois pode originar distúrbios de mastigação.
6.4. (^) Luxação da mandíbula
Uma fratura de face pode gerar lesão completa ou parcial ou aprisionamento de um nervo periférico. Inicialmente, o edema decorrente do trauma não permitirá uma avaliação adequada, porém, assim que possível, deve ser avaliada a função desses nervos para evitar sequelas posteriores com déficits ou nevralgias (dores em trajetos).
6.5. Acometimento de nervos
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Referências bibliográficas