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Guias e Dicas
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Comparação de Derivatização Pré-Coluna de Aminoácidos com OPA e PITC., Notas de estudo de Desvio

Um estudo sobre a análise de aminoácidos comummente encontrados em proteínas e incomuns, utilizando derivatização pré-coluna com órtoftaldialdeído (opa) e fenilisotiocianato (pitc). O documento discute a eficiência, selecividade, custo-benefício e condições de armazenamento de cada método, além de sua aplicabilidade em equipamentos fora de uso. O trabalho também inclui a preparação de soluções de aminoácidos e avaliação da precisão da análise.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Trabalho de Conclusão de Curso
Ciências Biológicas
CARLOS EDUARDO RODRIGUES
ANÁLISE E SEPARAÇÃO DE AMINOÁCIDOS NATURAIS E
NÃO-NATURAIS POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA
EFICIÊNCIA (CLAE)
Orientador: Prof. Dr. Tarso Benigno Ledur Kist
Porto Alegre
Dezembro/2012
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Trabalho de Conclusão de Curso

Ciências Biológicas

CARLOS EDUARDO RODRIGUES

ANÁLISE E SEPARAÇÃO DE AMINOÁCIDOS NATURAIS E

NÃO-NATURAIS POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA

EFICIÊNCIA (CLAE)

Orientador: Prof. Dr. Tarso Benigno Ledur Kist

Porto Alegre

Dezembro/

Análise e Separação de Aminoácidos Naturais e Não-naturais por

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

Carlos Eduardo Rodrigues

Laboratório de Métodos Biofísicos de Análise – Departamento de Biofísica – UFRGS (Universidade Federal do Rio

Grande do Sul), Porto Alegre, Brasil.

Resumo

A separação dos aminoácidos mais comumente encontrados em proteínas (L-aspartato, L-

glutamato, L-asparagina, L-serina, L-glutamina, L-histidina, glicina, L-treonina, L-arginina, L-

alanina, L-tirosina, L-valina, L-cistina, L-metionina, L-isoleucina, L-triptofano, L-lisina, L-

fenilalanina, L-leucina) e dos cinco mais citados na literatura científica (ácido γ-aminobutírico –

GABA, homocisteína, taurina, nitro-L-arginina e beta-alanina), utilizando-se derivativação pré-

coluna com ortoftaldialdeído/N-acetil-L-cisteína (OPA/NAC), foi avaliada neste estudo. A

separação dos aminoácidos mais comuns foi satisfatória, com exceção do par glicina/treonina,

enquanto que para os demais aminoácidos não foi eficaz. Cinco amostras de sucos concentrados

comerciais (laranja, uva, abacaxi, pêssego e maçã) foram avaliadas para verificar a presença de

aminoácidos livres como teste para a eficiência do método. Um bom sistema de bombas, assim

como boas colunas e um detector mediano são suficientes para análises em CLAE, que, aliados

a um sistema simples para aquisição de dados, utilizando softwares livres, surgem como

alternativa para a modernização de equipamentos fora de uso e aos caros softwares e

equipamentos modernos. A estabilidade de armazenamento dos aminoácidos por um período de

nove anos em solução de água/metanol (80/20) foi positiva, visto que o processo de análise e

derivatização não foi afetado significativamente. Como novidade, é relatada a formação de

derivativo adicional para o aminoácido glutamato. A utilização de fases móveis compostas por

baixa quantidade de solventes orgânicos empregando acetona como substituinte do

tetraidrofurano (THF) representou uma ótima relação de custo/benefício e baixo índice de

agressão ao meio ambiente.

Palavras-chave: Aminoácidos; Acetona; OPA/NAC; CLAE; Software livre

1. Introdução

Todas as proteínas, sejam das mais antigas linhagens de bactérias ou das mais

complexas formas de vida, são construídas a partir do mesmo conjunto onipresente de 20

aminoácidos, covalentemente ligados em sequências lineares características, e que, devido às

propriedades distintas das cadeias laterais, podem ser considerados o alfabeto no qual a

linguagem proteica é escrita. Em acréscimo a esses 20 aminoácidos usuais, as proteínas podem

conter resíduos criados por modificação de resíduos já incorporados a um polipeptídeo e

desempenhar importantes papéis estruturais e metabólicos nos seres vivos [1]. Além de todas

essas possibilidades, nos últimos anos, os estudos envolvendo a síntese e incorporação de

aminoácidos não-naturais emergiram como uma importante ferramenta no desenvolvimento de

novas drogas, terapias e aplicações nas mais diferentes áreas da biotecnologia [2, 3]. Estabelecer

uma metodologia confiável para identificar e quantificar esses aminoácidos é de grande

N-acetil-L-cisteína (NAC) foi adquirida da Acros Organics; padrão de aminoácidos

marca Fluka e acetona adquiridos da Sigma-Aldrich; metanol e acetonitrila graus HPLC,

ortoftaldialdeído (OPA), ácido mercaptopropiônico (MPA), ácido bórico e acetato de sódio

foram adquiridos da Merck Brasil. Sucos concentrados comerciais marca Suvalan de 200 mL.

2.2 Soluções padrão

As soluções de aminoácidos foram preparadas diluindo-se os padrões em água destilada

contendo metanol (8:2), e o pH posteriormente ajustado com NaOH 2.5 M em 9, utilizando-se

pHmetro. Foram acondicionados individualmente em tubos tipo Eppendorf de volume de 1 mL,

na concentração final de 10 mM e mantidos congelados em freezer desde março de 2003, os

seguintes aminoácidos: L-aspartato, L-glutamato, L-asparagina, L-serina, L-glutamina, L-

histidina, glicina, L-arginina, L-alanina, L-tirosina, L-metionina, L-isoleucina, L-triptofano, L-

lisina, L-fenilalanina, L-leucina, além de GABA na concentração de 1 mM e DL-homocisteína

(7.4 mM), taurina (7.8 mM), nitro-L-arginina (4.56 mM) e beta-alanina (11.22 mM). Também

foi utilizada a solução padrão de aminoácidos da marca Fluka, na concentração de 1 mM cada,

contendo: L-aspartato, L-glutamato, L-serina, L-histidina, glicina, L-treonina, L-arginina, L-

alanina, L-tirosina, L-valina, L-cistina, L-metionina, L-isoleucina, L-triptofano, L-lisina, L-

fenilalanina, L-leucina, L-prolina. OPA e NAC eram pesados em balança analítica e diluídos,

separadamente, em solução de água e etanol (1:1), variando a concentração de 3 a 15 mg mL-

(OPA) e de 9 a 45 mg mL-1^ (NAC), os quais eram utilizados por um período de até 15 dias.

2.3 Solução Tampão

Tampão borato 400 mM foi produzido pela dissolução de ácido bórico em água

destilada, com ajuste do pH em 9.4.

2.4 Derivatização

O processo de derivatização foi modificado do modelo utilizado por Moldoveanu e

David [9]. Em tubos Eppendorf, foram adicionados os reagentes na seguinte ordem: 35 μL de

OPA, 35 μL de NAC, 150 μL de tampão borato de sódio 400 mM - pH 9.4 e 35 μL de solução

padrão de aminoácidos ou amostras de suco. O tempo de reação aplicado era de, no mínimo, 7

minutos.

2.5 Preparação das amostras para derivatização

As amostras de sucos, recém abertos, foram primeiramente filtradas com papel-filtro

para remoção de partículas maiores. Posteriormente, foram submetidas à filtração com filtro de

0.45 μm e acondicionadas em tubos Eppendorf. Sem ajuste do pH, o volume de 35 μL de cada

amostra foi adicionada diretamente à solução de derivatização. Para verificar a eficiência da

derivatização, o aminoácido metionina foi adicionado como controle nos sucos de laranja e de

maçã.

2.6 Equipamentos

2.6.1 Sistema Cromatográfico

Os equipamentos utilizados consistem em sistema de bombas ternário, modelo HPLC

System 525 e termostato de coluna, modelo HPLC 582 Column Thermostat (BioTek

Instruments, Alemanha); coluna Hi-Chrom C18 (modelo HI-5C18-250A) de 25 cm de

comprimento, com diâmetro interno de 4.6 mm e partículas de 5μm (Hi-Crom, Reino Unido);

detector UV-Vis, modelo UVV monitor 40 (IMA- Institut für Molekularbiologie und Analytik,

Alemanha); módulo de aquisição de dados AutoMAC, modelo MAC 882 (ISB Indústria e

Comércio Ltda., Brasil); seringa Hamilton com volume de 50 μL (Hamilton Company, Estados

Unidos); válvula de injeção Valco Cheminert, modelo C1 (Valco Instruments Co. Inc., Estados

Unidos) com loop de 10 μL.

2.6.2 Sistema de Detecção

O comprimento de onda escolhido situa-se dentro da faixa do ultravioleta e foi de 335

nm, já que o produto da reação de derivatização com OPA/NAC apresenta os maiores valores de

absorção entre os comprimentos de 300 e 380 nm (figuras 1 e 2 - dados adquiridos por

espectrofotômetro Femto (Femto Ind. e Com. de Equipamentos).

2.6.3 Sistema de Eluição

Utilizou-se sistema de eluição composto de duas soluções (A e B) baseado no sistema

utilizado por Vasanits e colaboradores [11]: o eluente (A) composto de acetato de sódio 50 mM,

pH 7.2, contendo 1% (v/v) de acetona e eluente (B) composto de acetato de sódio 100 mM-

acetonitrila-metanol-acetona (46:43:10:1), misturados em volumes proporcionais e titulados

com ácido acético glacial e hidróxido de sódio, 1M, para pH 7.2. Os programas de gradiente

considerados ótimos estão descritos na tabela 2.

Tabela 2

Programas do gradiente de eluição para fases móveis A e B considerados ideais. Temperatura da coluna de 40ºC.

Etapa Tempo (min) Fluxo (mL) A (%) B (%)

2.6.4 Análise dos dados

AutoMAC, versão 1.0.0 para aquisição dos dados cromatográficos provenientes do

detector; CHROMuLAN, versão 0.90 (Jindrich Jindrich PIKRON Ltda, 2002) para tratamento

dos dados originados do módulo de aquisição; PAST – Paleontological Statistics software

package for education and data analisys (Hammer, O., Harper, D.A.T. and Ryan, PD, 2001)

para os cálculos estatísticos; Microsoft Office Excel (Microsoft Corporation, 2007) para

transformação dos dados e cálculos estatísticos diversos.

3. Resultados e discussão

3.1 Teoria/Cálculo

3.2 Estabilidade

3.2.1 Aminoácidos

A preparação de padrões analíticos é importantíssima no desenvolvimento de qualquer

metodologia, e com aminoácidos não é diferente. No entanto, como boa parte das análises

envolvem algum passo de modificação desses aminoácidos, mecanismos que facilitem futuras

reações são necessários (como ajuste do pH, por exemplo), o que torna sua preparação morosa e

dependente de volumes relativamente grandes, que acabam perdendo a viabilidade sem que

sejam totalmente utilizados. Além de dificultar passos para a concentração de amostras, a adição

de tampões pode facilitar o desenvolvimento de microrganismos e gerar contaminação. Os

ácidos, presentes nos padrões comerciais, podem dificultar o ajuste do pH. Nesse sentido, para

otimizar a preparação e reduzir custos, foi testada a preparação de padrões em uma solução de

água e metanol. Segundo Meyer [13], soluções aquosas com mais de 15% de solventes

orgânicos têm a sua durabilidade média em torno de três meses em temperatura ambiente. A

preparação das soluções de aminoácidos deste trabalho envolveu a solubilização em água com

20% metanol (v/v), sendo armazenadas congeladas, com uma pequena fração sendo retirada e

descongelada em geladeira, e mantidas em temperatura ambiente por 1h antes das análises. A

preparação dos padrões data de março de 2003, e o processo de derivatização ocorre como

descrito para outros tipos de preparação, com exceção do glutamato, representando sucesso na

sua conservação e nas suas propriedades originais.

3.2.2 Derivatização

Os estudos relativos à derivatização de aminoácidos com OPA e aditivos contendo

grupos SH [4,10] e a simplicidade de preparação em pequenos volumes utilizada por

Moldoveanu e David [9] foram o ponto de partida nos estudos de derivatização deste trabalho.

A relação OPA/NAC/AA (20:60:1) foi parcialmente seguida, pois, em determinadas

preparações, a concentração de aminoácidos variava. A análise de varredura do espectro durante

a derivatização revelou que a presença de NAC confere maior velocidade e maior estabilidade

que a que envolve o MPA (figura 1). Em concordância com os estudos de Molnár-Perl [4,10], 7

minutos de reação é o tempo ideal para derivatização de aminoácidos utilizando NAC como

aditivo SH, ao passo que MPA obtém a maior resposta entre 10 e 30 minutos de reação (figura

2). Não foi realizada a neutralização antes da injeção na coluna cromatográfica devido a

aceleração na trasformação de aminoácidos com mais de um derivativo e devido ao aumento de

até 16% na degradação total dos aminoácidos [4, 10]. Entre as vantagens na utilização de NAC

na derivatização com OPA, além da velocidade da reação, está no odor forte do MPA, que exige

trabalho em capela com sistema de exaustão.

3.3 Detecção

O comprimento de onda escolhido para as análises foi o UV a 335 nm como margem de

segurança pelo fato de as fases móveis utilizarem acetona, que possui “corte UV” (UV Cutoff)

por volta de 330 nm (10% em água) [13,14,15].

Fig. 1. Varredura por espectrofotômetro da reação de derivatização do padrão* de aminoácidos proteinogênicos com

OPA/NAC em função do tempo. Aminoácidos constantes no padrão: L-aspartato, L- glutamato, L-asparagina, L-

serina, L-glutamina, L-histidina, glicina, L-treonina, L-arginina, L-alanina, L-tirosina, L-valina, L-cistina, L-

metionina, L-isoleucina, L-triptofano, L-lisina, L-fenilalanina, L-leucina. *Diluído em 100 vezes.

Fig.2. Varredura por espectrofotômetro da reação de derivatização do padrão* de aminoácidos proteinogênicos com

OPA/MPA em função do tempo. Aminoácidos constantes no padrão: L-aspartato, L- glutamato, L-asparagina, L-

serina, L-glutamina, L-histidina, glicina, L-treonina, L-arginina, L-alanina, L-tirosina, L-valina, L-cistina, L-

metionina, L-isoleucina, L-triptofano, L-lisina, L-fenilalanina, L-leucina.*Diluído em 100 vezes.

0 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 300 305 310 315 320 325 330 335 340 345 350 355 360 365 370 375 380 Unidade de absorbância Comprimento de onda (nm)

OPA/NAC

7 min 27 min 60 min 120 min 180 min 0 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 300 305 310 315 320 325 330 335 340 345 350 355 360 365 370 375 380 Unidade de absorbância Comprimento de onda (nm)

OPA/MPA

7 min 10 min 30 min 60 min 120 min 180 min

Tabela 4

Perfil de separação dos aminoácidos mais comuns encontrados em proteínas, utilizando acetona como aditivo. Fluxo

de 1.5 mL min-¹ e temperatura da coluna de 40ºC.

AA Resolução TR (min) Largura (min)

Aspartato 2.60 0.

Glutamato 3.90 0.

Asparagina 7.73 0.

Serina 8.23 0.

Glutamina 9.01 0.

Histidina 9.62 0.

Glicina + Treonina 10.44 0.

Alanina 11.00 0.

Arginina 12.43 0.

Tirosina 14.31 1.

Cistina 15.31 0.

Valina 16.00 1.

Metionina 16.87 0.

Isoleucina 18.06 0.

Triptofano 18.42 0.

Lisina 1 18.71 0.

Fenilalanina 19.10 0.

Leucina 19.49 0.

Lisina 2 20.26 0.

3.5.2 Aminoácidos que eluem com mais de um pico

Vários estudos relatam e descrevem o comportamento de alguns aminoácidos que eluem

com mais de um pico (glicina, GABA, histidina, β-alanina, ornitina e lisina) [4,10,11]; porém

Molnár-Perl [19] faz uma bela revisão, relatando estudos com espectrometria de massas que

identificam os átomos vizinhos ao carbono ligado ao grupo amina primária como principal

responsável pela derivatização com uma molécula adicional de OPA (o hidrogênio mobilizável

do grupo CH2, próximo ao nitrogênio isoindol inicializa a reação).

Neste trabalho foi bem clara a reação da lisina com uma molécula adicional de OPA. Pouco

tempo depois dos 7 minutos de reação, ou com a temperatura ambiente mais elevada, já era

nítida a formação de um segundo pico da lisina (figura 3, cromatograma inferior). Em relação

aos outros aminoácidos que fizeram parte do estudo foi verificada a formação discreta de

derivativo adicional com GABA (figura 5), talvez pelo fato de a concentração final desse

aminoácido ter sido baixa (115,4 μM). Uma novidade (que não foi relatada na literatura

consultada) foi a formação irregular de um segundo derivativo para o glutamato (figuras 3 e 5),

o que gerou interferência na sua derivatização e nos testes de reprodutibilidade. Por se tratar de

um aminoácido com características ácidas, a formação do derivativo adicional pode ter sido

acelerada [4, 10], já que na preparação dos padrões não foi utilizado tampão, foi feito apenas o

ajuste do pH, que pode ter sido alterado pelo longo período de armazenamento. Essa observação

abre uma porta para futuras investigações sobre as condições que influenciam a formação de

derivativos adicionais também para outros aminoácidos. Com relação às amostras de suco, a

concentração de todos os aminoácidos presentes foi baixa, mas alguns aminoácidos livres ainda

permanecem em solução, o que cofere com o rótulo do produto, que apresenta quantidade zero

de proteínas. Apesar de baixa, lisina era detectável, e, mesmo com o tempo de reação

rigorosamente controlado em sete minutos, havia a formação irregular do segundo derivativo –

lisina 2 (figura 6), provavelmente devido ao pH ácido dos sucos (entre 5 e 6), o que dificultou a

sua quantificação (tabela 5).

0.041^ Asp 2.^60 Glu 3.^90 Asn 7.^73 Ser 8.^23 Gln 9.^0

His^

9.^62

Gly +^ Th r^10

.^44

Ala^1

1.^00

Arg^

12.^4

Tyr^

14.^3

Cys tina

15.^3

Val^1

6.^00

Met

16.^8

Ile^1

8.^06

Trp^

18.^4

Lys^

.^71

Phe

19.^1

Leu

19.^4

Lys^

.^26

Tempo (minutos)

Unidade de Absorbância (UA)

Fig. 3. Cromatogramas dos aminoácidos mais comuns das proteínas: 1-aspartato; 2-glutamato 1; 3-glutamato 2*; 4-asparagina; 5- serina; 6-glutamina; 7-histidina; 8-glicina+treonina; 9-alanina; 10-arginina; 11-tirosina; 12-cistina; 13-valina; 14-metionina; 15- isoleucina; 16-triptofano; 17-lisina; 18-fenilalanina; 19-leucina; 20-lisina 2. Cromatograma superior sem adição de asparagina e glutamina e injeção após 7 min de derivatização; inferior com Asn e Gln e injeção com tempo de derivatização superior a 7 min. *Glutamato 2 (inferior).

Unidade de Absorbância (UA)

0.036^ G

ln^9.

Arg^

11.^1

Nitr o-Ar g^12

Tyr^

14.^5

His^

9.^77

Gly^

+^ B-

Ala^

?^10
.^50

Ala^ + Nitr o-Ar g^12

.^62

Tau

12.^1
GAB
A^12
.^32

Hom o-C ys^1

5.^73

A

B

C

D

Tempo (minutos)

Fig. 4. Sobreposição dos cromatogramas em detalhe dos aminoácidos em que não foi satisfatória a separação: A (preto), glicina+β- alanina; B (azul), taurina; C (rosa), GABA; D (preto), alanina+nitro-arginina.

Unidade de Absorbância (UA)

Asp

2.^53

Asn

8.^33

Ser^

8.^79

Gly^ +^ Tr h^11

.^02

Tempo (minutos)

Fig. 8. Cromatograma de amostra de suco de abacaxi: 1-aspartato; 2-asparagina; 3-serina; 4-glicina+treonina.

Unidade de Absorbância (U

A)

Asp

2.^53

Asn

8.^29

Arg

12.^9

Tempo (minutos)

Fig. 9. Cromatograma de amostra de suco de pêssego: 1-aspartato; 2-asparagina; 7-arginina.

Un

ida

de

de

Ab

so

rbâ

nc

ia^

(U

A)

Asp

2.^51

Asn

8.^09

Tyr^

14.^4

Met^

17.^0

Tempo (minutos)

Fig. 10. Cromatograma de amostra de suco de maçã: 1-aspartato; 2-asparagina; 8-tirosina; 9-metionina (padrão adicionado).

Tabela 5

Identificação e quantificação de aminoácidos livres presentes em amostras de sucos. Fluxo de 1.5 mL min-¹ e

temperatura da coluna de 40ºC.

AA

Concentração de aminoácidos nos sucos (μM)

Laranja Uva Abacaxi Pêssego Maçã

Aspartato 146.83 150.68 28.92 43.21 105.

Asparagina 209.34 - 295.02 669.50 185.

Serina 135.76 30.81 54.53 - -

Glicina 93.14 37.34 35.56 - -

Alanina 728.77 42.48 - - -

GABA 195.17 15.09 - - -

Arginina 91.66 103.21 - 53.46 -

Tirosina 98.56 77.14 - - 33.

Metionina¹ 192.30 - - - 192.

Lisina 1 26.71 - - - -

Lisina 2 NQE² - - - -

¹ Padrão utilizado como referência; ² NQE (não quantificado eficientemente).

3.6 Sistema de análise

3.6.1 Características gerais

Todo o sistema de análise contou com equipamentos que não eram mais utilizados por

seus respectivos laboratórios, os quais foram doados ao nosso laboratório. Como a proposta do

nosso laboratório é desenvolver métodos de análise, avaliar e desenvolver metodologias que

possam utilizar e modificar esses equipamentos é uma questão relevante.

3.6.2 Softwares

Os softwares utilizados nesse trabalho, com exceção do Microsoft Excel, são todos

gratuitos e estão disponíveis na internet. Dentre as vantagens de se utilizar sistemas livres e

softwares abertos encontram-se o valor do programa; não exigência de treinamento sempre que

um equipamento de fabricante diferente é adquirido ou um novo software é lançado (ganho de

tempo e familiaridade do analista com a interface de análise); as atualizações são gratuitas; no

caso dos softwares de código aberto, com algum conhecimento de programação pode-se adaptar

o software a usos específicos dentro da realidade do laboratório. Na análise cromatográfica

deste trabalho foi utilizado o software CHROMuLAN [16], que é simples de usar e permite que,

através de pequenos ajustes, se obtenha os principais parâmetros cromatográficos em uma

análise, além de possibilitar que programadores modifiquem o software para que ele receba e

trate os dados diretamente da fonte de aquisição disponível (tabelas 3 e 4 e figuras 3 a 10).

Outra possibilidade é o software OpenCrhom [17], que é muito versátil e importa os dados de

diversos fabricantes dos equipamentos de CLAE mais utilizados comercialmente, além de

possibilitar uma gama muito grande de tratamento dos dados cromatográficos e também de

espectrometria de massas. Para diversos tipos de análises estatísticas, muitas de alta

complexidade, o software PAST [18] é uma boa ferramenta. Ele possui uma interface agradável,

o sistema de inclusão de dados e os cálculos são simples de serem executados, além de dispor

de vasto material explicativo sobre o programa. O Microsoft Excel, que é o único software

pago, está disponível na maioria dos computadores utilizados no mundo todo e, além de ser

Rübensam pelos conhecimentos compartilhados nos meses de convívio no laboratório de

métodos; ao professor Tarso Kist pela orientação na elaboração deste trabalho.

Referências

[1] D. L. Nelson, M. M. Cox, princípios de Bioquímica de Lehninger, Quinta Edição, Artmed,

Porto Alegre, 2011

[2] J. Xie, P. G. Schultz, An expanding genetic code, Methods 36 (2005) 227–238.

[3] K. Ieong, M. Y. Pavlov, M. Kwiatkowski, A. C. Forster, M. Ehrenberg, Inefficient Delivery

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Chem. Soc 134 (2012) 17955−17962.

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[5] M. Roth, Fluorescence Reaction for Amino Acids, Anal. Chem. 43 (1971) 880-882.

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[16] http://www.chromulan.org – acessado em de 01/06 a 29/11 de 2012

[17] http://www.openc.net - acessado em de 01/06 a 29/11 de 2012

[18] http://palaeo-eletronica.org - acessado em de 01/01 a 29/11 de 2012

[19] I. Molnár-Perl, Advancement in the derivatizations of the amino groups with the o-

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