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Guias e Dicas
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Detecção de Manchas de Sangue Usando Corantes: HB-7, HB-9 e HB-11, Notas de estudo de Desenho

Um estudo sobre a capacidade de detecção de manchas de sangue usando corantes benzazólicos, especificamente hb-7, hb-9 e hb-11. O documento inclui figuras que demonstram a revelação de manchas de sangue em diferentes materiais, como madeira, vidro, alumínio, poliestireno e polipropileno, utilizando esses corantes. Além disso, o documento discute a importância da análise de manchas de sangue em contextos criminais, como a identificação de áreas de convergência e origem de manchas, tipos de materiais e direções de impacto, mecanismos de formação de manchas e movimentos e direções de vitimas, agressores ou objetos. O documento também discute as interferências possíveis na análise com luminol e a necessidade de cuidados específicos na aplicação dos corantes.

O que você vai aprender

  • Qual é a importância da análise de manchas de sangue em contextos criminais?
  • Quais são as interferências possíveis na análise com Luminol?
  • Em que materiais as manchas de sangue foram reveladas usando os corantes HB-7, HB-9 e HB-11?
  • Como as manchas de sangue foram formadas e identificadas usando esses corantes?
  • Quais corantes benzazólicos foram estudados para a detecção de manchas de sangue?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Jorginho86
Jorginho86 🇧🇷

4.6

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
THAYSE CAMPOS MILESKI
APLICAÇÃO DE CORANTES BENZAZÓLICOS FLUORESCENTES POR ESIPT PARA A
REVELAÇÃO DE MANCHAS DE SANGUE EM CENAS DE CRIME E A SÍNTESE DO
LUMINOL
Dissertação de Mestrado
Porto Alegre, abril de 2016
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Baixe Detecção de Manchas de Sangue Usando Corantes: HB-7, HB-9 e HB-11 e outras Notas de estudo em PDF para Desenho, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

THAYSE CAMPOS MILESKI

APLICAÇÃO DE CORANTES BENZAZÓLICOS FLUORESCENTES POR ESIPT PARA A

REVELAÇÃO DE MANCHAS DE SANGUE EM CENAS DE CRIME E A SÍNTESE DO

LUMINOL

Dissertação de Mestrado

Porto Alegre, abril de 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

THAYSE CAMPOS MILESKI

APLICAÇÃO DE CORANTES BENZAZÓLICOS FLUORESCENTES POR ESIPT PARA A

REVELAÇÃO DE MANCHAS DE SANGUE EM CENAS DE CRIME E A SÍNTESE DO

LUMINOL

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em

Química

Orientador: Prof. Dr. Valter Stefani

Porto Alegre, abril de 2016

iv

Agradecimentos

Quero agradecer o apoio que meus pais sempre me deram. Eles sempre estiveram do

meu lado me apoiando e vibrando com todas as minhas conquistas desde que escolhi ser

química. Lembro-me do dia da minha formatura e do dia da aprovação do mestrado e nada

me fez tão feliz quanto ver o brilho nos olhos deles e o orgulho que sentiam.

Agradeço a minha irmã que me ajudou nas horas que necessitei e principalmente por

ter sido a minha parceira de festa para aqueles momentos em que é necessário descontrair

para não enlouquecer no meio dos estudos.

A Paula Castro que é a minha amiga/irmã que a faculdade trouxe para a minha vida e

que sempre estava do meu lado nos momentos mais importantes da minha vida, tanto

pessoal quanto profissional.

Quero agradecer em especial ao meu orientador, o professor Dr. Valter Stefani que

aceitou me orientar tanto no TCC quanto no mestrado e que acredita em mim quando eu

acho que ninguém mais acredita. Obrigada pelo carinho e pelos puxões de orelha que às

vezes eu preciso.

Também quero agradecer o apoio dos meus colegas do LMNO-QF pela amizade

durante esses dois anos. Aos ICs Heron e Thiago por me ajudarem nas reações, ao Hélio

Barros pelos corantes HBs utilizados neste trabalho que foram criação dele, a Sandra por

colaborar com amostras de sangue coletadas na veterinária da UFRGS e a Crisle, que além

das conversas, contribuiu neste trabalho realizando as análises de Cianoacrilato e pela

possibilidade de aplicar este estudo em um caso real, cuja necessidade de um reagente com

as características descritas neste trabalho foi totalmente justificada.

Minha eterna gratidão aos peritos do Setor Técnico Científico da Superintendência da

Polícia Federal do Rio Grande do Sul que sempre me ajudaram desde a época do estágio até

o final desse mestrado. Obrigada por nunca terem fechado as portas pra mim e por

permitirem que eu utilizasse os equipamentos do setor para realizar algumas análises.

Obrigada pela amizade e carinho que recebo de vocês, em especial à Carina que sempre me

socorreu, ao Miguel e ao Ávila que se mostraram receptivos a me ajudar quando os procurei.

v

vii

Lista de Figuras

Figura 1: Representação do grupo heme e da hemoglobina. A) átomo de ferro com as 4 ligações com os nitrogênios no plano. B) ligações perpendiculares do ferro com o grupo His da proteína e a ligação com o oxigênio. C) Hemoglobina. (6)^ ........................................................................................................................... 17 Figura 2: Rompimento das estrutura quartenárias, terciárias e secundárias da proteína devido aos desnaturantes. (A) Proteína sem desnaturante, (B) proteína com desnaturante fraco, (C e D) proteína com desnaturante moderado e (E) Proteína com desnaturante forte. (8)^ ................................................................. 18 Figura 3: Diferença do volume das gotas de sangue em materiais de diferentes tamanhos e formas. ............... 21 Figura 4: Relação do ângulo de incidência com o formato da mancha de sangue na superfície. ........................ 22 Figura 5: Formato da mancha de sangue após atingir a superfície em diferentes ângulos (elipses A e B) e cálculo do ângulo de incidência da gota de sangue na superfície. ................................................................................ 22 Figura 6: Método de formação dos respingos de satélite. ................................................................................ 23 Figura 7: Reação de oxidação da Benzidina. ..................................................................................................... 24 Figura 8: Reação de oxidação da o-Tolidina. .................................................................................................... 25 Figura 9: Reação de oxidação da Tetrametilbenzidina. ..................................................................................... 25 Figura 10: Kit de 50 fitas de Hemastix® (13). ...................................................................................................... 26 Figura 11: Reação de oxidação da Fenolftaleína em meio básico...................................................................... 27 Figura 12: Reação de oxidação do Leuco Verde Malachita ............................................................................... 27 Figura 13: Diagrama de Jablonski simplificado. ................................................................................................ 29 Figura 14: Estrutura química do Luminol. ........................................................................................................ 29 Figura 15: Mecanismo de oxiredução do Luminol e do Ferro na presença do peróxido de hidrogênio. ............. 30 Figura 16: Mecanismo de oxidação do Luminol. .............................................................................................. 30 Figura 17: Aplicação do Luminol para identificação de sangue latente em uma banheira (29). ........................... 31 Figura 18: Aplicação do BlueStar® para revelação de sangue latente em uma pia (27)........................................ 31 Figura 19: Etapas da rota sintética do Luminol................................................................................................. 35 Figura 20: Estrutura química da Fluoresceína e a sua aplicação na revelação de sangue dentro de um veículo (49). ....................................................................................................................................................................... 35 Figura 21: Cristais formados no resultado positivo do teste de Teichmann (50).................................................. 36 Figura 22: Cristais formados no teste de Takayama para sangue (51). ................................................................ 37 Figura 23: Estrutura química do Amido Black e sua aplicação na revelação de uma impressão digital com sangue. ........................................................................................................................................................... 39 Figura 24: Exemplo da dificuldade de visualização da impressão digital quando revelada com Amido Black em superfícies escuras. ......................................................................................................................................... 39 Figura 25: Interação do Amido Black com os grupos catiônicos da proteína (representados por R). R= histadina, lisina ou arginina (5). ........................................................................................................................................ 40 Figura 26: Estrutura química do vermelho da Hungria e sua aplicação na revelação de uma pegada com sangue. Na superior a revelação com fluorescência e na inferior na luz visível (55). ........................................................ 40 Figura 27: Estrutura química do Leuco Violeta Cristal e sua aplicação na revelação de uma pegada com sangue (57). .................................................................................................................................................................. 41

Figura 28: Estrutura química do Azul Brilhante de Coomassie e sua aplicação na revelação de uma pegada com sangue (59). ...................................................................................................................................................... 42 Figura 29: Estrutura dos dois corantes usados na Dupla Coloração de Crowle e a sua aplicação na revelação de marcas com sangue em um azulejo branco (1). ................................................................................................. 42 Figura 30: Utilização da suspensão de Dióxido de Titânio para revelar digitais com sangue em um disquete de computador (61). .............................................................................................................................................. 43 Figura 31: Estrutura química do Amarelo Ácido 7 e sua aplicação na revelação de uma digital com sangue usando filtro (inferior) e sem filtro (superior) (62). ............................................................................................ 44

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Figura 32: Classificação das impressões digitais pelo sistema de Vucetich (64). .................................................. 45 Figura 33: Identificação das minúcias de uma impressão digital (63). ................................................................. 45 Figura 34: Estrutura genérica de um corante benzazólico. ............................................................................... 47 Figura 35: Esquema da transferência protônica entre as estruturas ceto-enol por ESIPT (65). ............................ 48 Figura 36: Estrutura geral dos corantes HB-7, HB-9 e HB-11 (65). ....................................................................... 49 Figura 37: Corantes HBs no estado sólido. A- sob luz visível e B- sob luz UV (65). ............................................... 49 Figura 38: Corantes HBs em solução aquosa. A- sob luz visível e B- sob luz UV (65). ........................................... 50 Figura 39: Revelação de digital latente em superfície adesiva de fita isolante elétrica preta (Tectape®) (65)....... 50 Figura 40: Reação de nitração do anidrido ftálico na síntese do Luminol. ......................................................... 56 Figura 41: Reação com a hidrazina para formar o produto 3-nitroftalhidrazina. ............................................... 57 Figura 42: Reação de redução do grupo nitro para a síntese do Luminol. ......................................................... 58 Figura 43: Nitração da ftalimida para a síntese do Isoluminol. ......................................................................... 59 Figura 44: Reação de redução do grupo nitro para a síntese do Isoluminol. ..................................................... 60 Figura 45: reação da 4-aminoftalimida com a hidrazina para a síntese do Isoluminol. ...................................... 60 Figura 46: Resultado das diferentes soluções fixadoras coradas com HB-7 e reveladas sob luz UV 254nm. Da esquerda para a direita: A) solução aquosa 2% de ácido 5-sulfosalicílico, B) solução metanólica 2% de ácido 5- sulfosalicílico, C) solução etanólica 2% de ácido 5-sulfosalicílico, D) solução 2% de ácido 5-sulfosalicílico em etanol:água (40:60), solução E) etanol:água (40:60), F) metanol P.A., G) etanol P.A.. ....................................... 64 Figura 47: Revelação de uma pegada do solado de um calçado impregnado com sangue usando HB-7 com borrifador. ...................................................................................................................................................... 67 Figura 48: Revelação de machas de sangue feitas com dedos revelado com HB-7 por submersão .................... 67 Figura 49: Imagem do cabo de uma faca manchado com sangue revelado com HB-7 por lavagens utilizando uma pipeta pasteur......................................................................................................................................... 67 Figura 50: Revelação de manchas de sangue em poliestireno com HB-7. ......................................................... 68 Figura 51: Revelação de manchas de sangue em alumínio pintado (lata de refrigerante) com HB-7.................. 68 Figura 52: Revelação de manchas de sangue em cerâmica (piso) com HB-7. .................................................... 68 Figura 53: Revelação de manchas de sangue em polipropileno com HB-7. ....................................................... 69 Figura 54: Revelação de manchas de sangue em Aço INOX com HB-7. ............................................................. 69 Figura 55: Revelação de manchas de sangue em garrafa PET com HB-7. .......................................................... 69 Figura 56: Revelação de manchas de sangue em vidro de cor preta com HB-7. ................................................ 69 Figura 57: Aplicação dos corantes HB-7, HB-9 e HB-11, respectivamente, em madeira crua. ............................ 70 Figura 58: Aplicação dos corantes HB-7, HB-9 e HB-11, respectivamente, em vidro.......................................... 70 Figura 59: Aplicação dos corantes HB-7, HB-11 e HB-9, respectivamente, em madeira MDF............................. 71 Figura 60: Aplicação dos corantes HB-7, HB-9 e HB-11, respectivamente, em polietileno. ................................ 71 Figura 61: Aplicação dos corantes HB-7, HB-9 e HB-11, respectivamente, em alumínio. ................................... 71 Figura 62: Deposição sequencial de manchas de sangue em madeira crua. Revelada com HB-7. ...................... 72 Figura 63: Zoom das digitas sequenciais 7ª e 8ª da Figura 62. .......................................................................... 73 Figura 64: Manchas de sangue depositadas vinte e duas vezes seguidas, em vidro, antes de revelar com o HB-7. ....................................................................................................................................................................... 73 Figura 65: Manchas de sangue depositadas vinte e duas vezes seguidas, em vidro, após revelação com o HB-7. ....................................................................................................................................................................... 73 Figura 66: Manchas de sangue depositadas vinte e duas vezes seguidas, em vidro, antes de revelar. ............... 74 Figura 67: Manchas de sangue depositadas vinte e duas vezes seguidas, em vidro, depois de revelar com o Amido Black. ................................................................................................................................................... 74 Figura 68: Imagem de marcas sequenciais de sangue em madeira. .................................................................. 74 Figura 69: Imagem das marcas sequenciais de sangue em madeira. Revelação das marcações da fileira inferior com Amido Black. ........................................................................................................................................... 75 Figura 70: Revelação das manchas de sangue da fileira superior com HB-7. ..................................................... 75 Figura 71: Comparação das últimas marcações das duas fileiras, uma revelada com HB-7 (esquerda) e outra com Amido Black (direita). .............................................................................................................................. 75

x

Figura 103: RMN-^1 H ampliado do Luminol sintetizado via rota 2 com altas temperaturas. Análise em DMSO deuterado e 400MHz. ..................................................................................................................................... 94 Figura 104: RMN-^13 C do Luminol sintetizado via rota 2 com altas temperaturas. Análise em DMSO deuterado e 75MHz. ........................................................................................................................................................... 94 Figura 105: RMN-^13 C ampliado Luminol sintetizado via rota 2 com altas temperaturas. Análise em DMSO deuterado e 400MHz. ..................................................................................................................................... 95 Figura 106: Imagem do cabo da faca, sem nenhum tratamento químico, identificando o local de possíveis digitais. ........................................................................................................................................................... 96 Figura 107: Foto da esquerda aplicando o corante. Foto da direita: visualização da faca após aplicar o corante HB-7, sob luz negra. ........................................................................................................................................ 96 Figura 108: Marcação das digitais tingidas pelo HB-7. ...................................................................................... 97 Figura 109: Foto da faca revelada com Amido Black. ....................................................................................... 97

xi

Lista de tabelas

Tabela I: Formulações para o preparo das soluções de uso do Luminol segundo Grodsky e Weber (1, 16). .......... 34 Tabela II: Composição dos compostos expelidos pelas glândulas sudoríparas, sebáceas e apócrinas. Principal composição das impressões digitais latentes (67). ............................................................................................. 46 Tabela III: Ordem de aplicação das técnicas de revelação em cada lata. ........................................................... 55 Tabela IV: Resultado obtido variando os tipos de soluções fixadoras e o tempo de contato delas com o sangue. Todas reveladas com HB-7 por 3 minutos de contato. ..................................................................................... 66 Tabela V: Resultado obtido variando o tempo de aplicação do corante utilizando diferentes soluções fixadoras. A fixação foi realizada por 1 min...................................................................................................................... 66

xiii

Resumo

Os corantes benzazólicos fluorescentes por ESIPT são conhecidos pela sua grande

estabilidade e variabilidade no comprimento de onda da sua emissão de fluorescência.

Novos derivados, nomeados HBs, foram estudados como corantes para sangue por

possuírem grupos sulfônicos na sua estrutura molecular, o que é característico dos corantes

proteicos utilizados para a análise de sangue.

Estudos sobre essa aplicação foram desenvolvidos nesse trabalho, visando estabelecer

vantagens e desvantagens em comparação aos reagentes mais utilizados. Os resultados

foram satisfatórios para essa utilização, sendo tão sensível quanto o Amido Black e

permitindo a combinação de técnicas com diferentes reveladores, sendo eles: Amido Black,

Cianoacrilato e Luminol.

Este trabalho também estudou a síntese do Luminol reproduzindo metodologias

descritas na literatura, além da síntese do isômero Isoluminol. A obtenção de um produto

com alto grau de pureza é difícil. Como são necessárias várias etapas, o rendimento do

produto não é alto.

Palavras chaves: Manchas de sangue, fluorescência, Luminol, corantes benzazólicos,

AmidoBlack.

xiv

Abstract

The benzazole fluorescent dyes by ESIPT are known for their high stability and

fluorescence emission wavelength variability. New derivatives, appointed HBs, were studied

as blood enhancement dyes once they have sulfonic groups in its molecular structure, which

is characteristic of protein dyes used for blood analysis.

Studies about this application were developed in this work, in order to establish its

advantages and disadvantages compared to commonly used reagents. The results were

satisfactory for the referred use, being as sensitive as Amido Black and allowing for

techniques combination with different developers: Amido Black, Cyanoacrylate and Luminol.

This work also studied the Luminol synthesis by reproducing methodologies

described in the literature, as well as the isomer Isoluminol synthesis. The obtaining of a

product with high purity is difficult. As several steps are required, the product yield is not

high.

Key words: Bloodstain, fluorescence, Luminol, benzazole dyes, Amido Black.

determinados tipos de superfície. Entre tantos, o que mais se destaca e que é amplamente

utilizado nesses casos é o Amido Black. O solvente utilizado na preparação da solução de uso

determina a superfície na qual ele pode ser aplicado (porosa ou não porosa). Este apresenta

coloração azul escura, desta forma não é recomendado o seu uso em superfícies escuras

pela falta de contraste. O único limitante deste corante é sua aplicação em superfícies

escuras, pois não há contraste. Este motivo é fundamental para o desenvolvimento de

outros corantes.

1.2. OBJETIVO GERAL

Analisar a capacidade de detecção de manchas de sangue usando corantes.

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A) Aplicar corantes do tipo benzazólicos, fluorescentes por ESIPT, para tingir manchas

de sangue presentes em cenas de crime; B) Testar a aplicação de novos corantes fluorescentes em manchas de sangue;

C) Estudar a seletividade e eficácia para sangue; D) Comparar os resultados, a eficiência e limitações com o Amido Black;

E) Verificar possíveis combinações entre diferentes técnicas sem perder a evidência

criminal;

F) Comparar a eficiência da síntese dos reagentes.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. O SANGUE E SUAS PROPRIEDADES

O sangue consiste em células e fragmentos de células suspensos em um líquido chamado

de plasma. Este pode ser separado em 3 fases quando centrifugado: células vermelhas,

células brancas e plasma (1, 2,3).

As células vermelhas (hemácias ou eritrócitos) formam 55% do volume total e possuem

em sua constituição hemoglobinas e antígenos ABO. Sua função principal é o transporte de

oxigênio e gás carbônico através das hemoglobinas presentes no citoplasma. As células

brancas, ou leucócitos, e as plaquetas, possuem volume tão pequeno que é considerado

nulo. A sua principal função é proteger o organismo contra patógenos e são responsáveis

pela cicatrização de ferimentos. O plasma constitui 45% do volume total do sangue e é

composto por 90% de água e 10% de solutos como, sais, glicose, proteínas, lipídios, entre

outros (2, 4). O sangue possui pH em torno de 7,4 e corresponde em torno de 8 a 9% da massa

corporal (5)^. A média é de 60 a 66ml de sangue por quilograma do peso do individuo (1).

As hemoglobinas são metaloproteínas que possuem 4 sub-unidades proteicas, de dois

tipos ( e ), sendo duas de cada tipo e todas possuem 1 grupo Heme na sua estrutura. A

porção heme é o centro que contem o átomo de ferro coordenado a 4 nitrogênios das

porfirinas, a proteína e ao oxigênio, sendo dessa forma hexacoordenado, como pode ser

visto na figura 1 (3). A presença desse metal normalmente no estado de oxidação 2+ gera a

cor vermelha ao sangue. A mudança no estado de oxidação do ferro pode ser gerada no

contato com o ar, oxidando para 3+ (1, 4).

Figura 1: Representação do grupo heme e da hemoglobina. A) átomo de ferro com as 4 ligações com os nitrogênios no plano. B) ligações perpendiculares do ferro com o grupo His da proteína e a ligação com o oxigênio. C) Hemoglobina. (6)

Locard: “Todo contado deixa uma marca”. A ciência forense se baseia nessa Lei para revelar

e analisar vestígios do criminoso. Existem alguns profissionais que são responsáveis por

realizar a perícia criminal como o perito, papiloscipista e o médico legista (10).

Os peritos precisam reunir evidências que auxiliem na compreensão do que e como

ocorreu o crime. Existem alguns roteiros que podem auxiliar o investigador a entender o que

ocorreu na cena do crime. A análise cientifica oferece o suporte da investigação confirmando

ou excluindo suspeitos através das análises das provas (material coletado no local do crime

que possa estar ligado ao crime e que possua informações importantes como material

genético e digital. Um exemplo de roteiro a ser seguido está escrito abaixo (1, 11):

  • Qual evento ocorreu?
  • Onde ocorreu?
  • Quando e em qual sequência?
  • Quem estava no local durante o evento?
  • Quem não estava no local durante o evento?
  • O que não ocorreu?

Cada busca por vestígios de um crime segue uma sequência para não ocorrer perdas

ou contaminação das evidências. As etapas realizadas na busca por manchas de sangue

seguem a seguinte ordem (1):

  1. Obter registros fotográficos de todo o local e dos materiais encontrados na cena.

Além de desenhos e registros escritos ou audiovisuais do local;

  1. Examinar minuciosamente todo o local para encontrar evidências de sangue;

  2. Na obtenção de possíveis manchas de sangue: aplicar teste preliminar para a

identificação de sangue;

  1. Em caso de cena limpa, mas com suspeita de agressão: aplicar produtos para

identificação de sangue latente;

  1. Coletar material suspeito com swab estéril para futura análise de material genético;

  2. Realizar um teste específico para sangue;

  3. Determinar a origem biológica: animal ou humano;

  4. Para manchas de sangue com pouca visibilidade: aplicar corantes para sangue;

  5. Análise de DNA.

2.3. ANÁLISE DO PADRÃO DAS MANCHAS DE SANGUE Em uma cena de crime é possível encontrar uma diversidade de evidências físicas sendo

elas biológicas (sangue, sêmen, cabelo, por exemplo) ou não. Entre essas provas, uma das

mais significantes e que é frequentemente encontrada em locais com morte e/ou violência é

o sangue (1, 2, 12).

A análise do sangue como tentativa de individualiza-lo iniciou em 1901 com o estudo do

sistema ABO. Este estudo foi utilizado por muitos anos, o que gerou alguns casos de erros

nas condenações de criminosos. Apenas no final dos anos 70 é que foi possível realizar a

identificação do suspeito através da caracterização das isoenzimas das células vermelhas e

dos marcadores genéticos (ácido desoxirribonucleico - DNA), que são únicos para cada

indivíduo. Dessa forma, manchas de sangue coletadas no local, nas roupas da vítima ou do

acusado contribuem para a reconstituição, podendo relacionar uma pessoa a cena do crime

(1).

A identificação e individualização do sangue humano faz parte da análise do padrão das

manchas de sangue (bloodstain pattern analysis - BPA). Este estudo avalia o tamanho, a

forma e a distribuição das manchas provenientes de eventos com derramamento de sangue.

Dessa forma, pode-se determinar os tipos de atividades e mecanismos que os originaram.

Também são utilizados modelos matemáticos e programas computacionais para elaboração

da BPA (1, 11, 12).

Em conjunto, os estudos de BPA, DNA e necropsia constitui a base da reconstrução de

cenas de crime e permite-se esclarecer fatos como homicídio, suicídio, acidente ou morte

natural. Além disso, o estudo BPA possibilita a identificação de fatos importantes como (1, 11):

  • Áreas de convergência e origem de manchas de sangue;
  • Tipo de material e direção do impacto que produziu a mancha;
  • Mecanismo pelo qual as manchas foram produzidas;
  • Entender como o sangue foi depositado sobre os itens;
  • Possível movimentação e direção da vítima, do agressor ou dos objetos após ou durante o

crime;

  • Suporte ou contradição das declarações dadas por acusados e testemunhas;
  • Critério adicional para estimar o intervalo pós morte;
  • Correlação com outros resultados laboratoriais e patológicos para confirmação de alguma

suspeita.