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Avaliação Musical: Um Desafio Subjetivo na Performance, Notas de estudo de Música

Este documento discute o processo de avaliação musical, com ênfase na performance, identificando as formas utilizadas na avaliação musical e analisando as dificuldades encontradas na definição e fundamentação de critérios de avaliação. O autor reflete sobre a importância de compreender o processo avaliativo e examinatório, além da necessidade de clareza e objetividade em critérios avaliativos.

O que você vai aprender

  • Quais são os critérios utilizados na avaliação musical de performance?
  • Como o docente construiu os critérios de avaliação musical?
  • Quais são as dificuldades encontradas na definição e fundamentação de critérios avaliativos na avaliação musical?
  • Qual é a importância de compreender o processo avaliativo e examinatório na avaliação musical?
  • Como pode se desenvolver uma avaliação efetiva na performance musical?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Boto92
Boto92 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS
EDUARDO HENRIQUE SANTOS
AVALIAÇÃO EM MÚSICA:
COMPREENDENDO O PROCESSO AVALIATIVO
Goiânia
2016
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS

EDUARDO HENRIQUE SANTOS

AVALIAÇÃO EM MÚSICA:

COMPREENDENDO O PROCESSO AVALIATIVO

Goiânia 2016

EDUARDO HENRIQUE SANTOS

AVALIAÇÃO EM MÚSICA:

COMPREENDENDO O PROCESSO AVALIATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Música – Licenciatura Habilitação em Educação Musical, da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profa. Dra. Fernanda Albernaz do Nascimento Guimarães.

Goiânia 2016

À minha mãe, Lúcia.

O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes. Cora Coralina

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão da prática avaliativa, considerando a concepção de Luckesi, sobre avaliação e exame. Visa realizar um breve aparato histórico, indicando as necessidades e as particularidades que a pedagogia tem, em mensurar o desempenho do discente. Na música buscou compreender a prática avaliativa e sua subjetividade, apontando para a importância de fundamentar e desenvolver critérios claros e objetivos na ação. O Modelo Espiral elaborada por Swanwick e Tilliman proporcionou ferramentas que contribuíram para a fundamentação das reflexões sobre a atividade avaliativa. Em particular, na avaliação da performance musical, pode-se observar que o processo avaliativo é uma ação, muitas vezes interpretativa, consistindo de valores, que o docente construiu no decorrer de sua vida acadêmica e profissional.

Abstract

This paper aims to reflect the evaluative practice, considering the design of Luckesi on evaluation and examination. It aims to conduct a brief history apparatus, indicating the needs and particularities that pedagogy has measure in the performance of students. In music it is possible to understand the evaluative practice and subjectivity, pointing to the importance of support and develop clear criteria and objectives into action. The Spiral Model developed by Swanwick and Tillman provided tools that contributed to the foundation of reflections, on the evaluation activity. In particular, the assessment of musical performance, we can see that the evaluation process is an action often interpretative, consisting of values that teachers built on the result of his academic and professional life.

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INTRODUÇÃO

Ao ingressar no Curso de Música Licenciatura, habilitação Educação Musical da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás, iniciaram-se questionamentos sobre a avaliação em música, voltada para a performance. Esse interesse pelo tema fez com se que buscasse compreender sua objetividade, nas atividades avaliativas em que o discente é submetido. Imbuído de dúvidas e de incertezas o pesquisador procurou amenizá-las, através do estudo e da pesquisa. Desse modo, o questionamento sobre a avaliação tornou-se o tema e o objeto de pesquisa deste Trabalho de Conclusão de Curso. Essa pesquisa tem como objetivo identificar e analisar o processo avaliativo em música, especificamente em performance, compreendendo as formas utilizadas na avaliação musical. Espera-se que esses resultados sejam elucidatórios quanto às inquietações referentes à avaliação, bem como esclarecedores no que diz respeito a esse tema do cotidiano, tão presente na vida acadêmica do músico. Visa-se esclarecer critérios e caminhos adotados nos processos avaliativos, assegurando mais objetividade e contribuindo para a discussão. No contexto acadêmico, avaliação tem sido um tema recorrente, discutido por pesquisadores, docente e discente, objetivando compreender o seu conceito e a sua aplicação. De acordo com Luckesi (2008), a avaliação adquire sentido na medida em que articula com um projeto pedagógico e com o projeto de ensino e aprendizagem. Dessa forma, a avaliação de forma geral ou especifica, não tem uma finalidade em si, mas subsidia rumos, para ações que visem construir um resultado previamente definido. Algumas condições básicas são importantes para a realização da avaliação, como exemplo o conhecimento aprofundado sobre o tema abordado e a importância de se definir os instrumentos adequados para se obter os dados. A avaliação faz parte da nossa vida escolar, servindo como uma importante ferramenta a disposição do docente, com o objetivo de encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendizado do discente e assim, oferecer alternativas para o desenvolvimento. Por ser uma constante na trajetória acadêmica, entende-se que o tema deve ser estudado continuamente pelos profissionais da educação, em particular por docentes que ministram o ensino de música. Visando colaborar e estimular mais

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pesquisas sobre esse tema, este trabalho busca compreender questões sobre a avaliação em música, abordando a importância de fundamentar as práticas avaliativas, além de refletir sobre os critérios que sejam mais condizentes com a realidade educacional que o discente se encontra. Muitas vezes, o discurso e a prática abordados pelo docente de música, em relação aos critérios de avaliação e aos processos avaliativos, são diferentes, havendo dificuldade em fundamentar a prática avaliativa. À medida que há dificuldade em definir critérios de avaliação e fundamentá-los de acordo com uma base teórica, ocorrem divergências, no sentido do discurso e da prática nessa ação, comprometendo à aquisição de conteúdos, habilidades e conhecimentos. Segundo Menezes, “Ao planejar as ações pedagógicas os docentes muitas vezes se esquecem de estruturar as ações que orientarão sua prática avaliativa. Sem essa ferramenta, todo o resto do processo fica comprometido. A avaliação em música, especialmente, não pode se dar de forma intuitiva, baseada nas respostas de um momento ou situações específicas. São os conjuntos dessas "respostas" que darão ao professor um panorama do caminho que o aluno esta percorrendo rumo à aquisição dos conteúdos, habilidades e conhecimentos.” (2008, p. 215). Luckesi (2002) considera que, quando o docente pratica a avaliação, ele traz em seu entendimento, ações que determinam o valor de algo ou de alguém, bem como atitudes que apreciam ou estimam o merecimento de algo ou de alguém. Assim, a avaliação integra o cotidiano da humanidade desde os seus primórdios, pois o ser humano é avaliado constantemente de diferentes formas, e segundo os mais variados critérios, fundamentado em pensamentos e objetivos, que são coerentes a cada momento e cada contexto. Assim sendo,

“[...] a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica.” (LUCKESI, 2002, p. 28) Avaliação, no contexto musical, ou seja, na área da música é vista como uma avaliação mais subjetiva. Segundo Tourinho (2001), muitos educadores acreditam que a avaliação em artes é difícil e inapropriada de ser realizada objetivamente, pois tratam de áreas que envolvem a criatividade individual, embora concordem que o docente necessite dar feedback ao discente. O que deve ser avaliado em artes/música nem sempre tem uma resposta muito clara e simples para os docentes. O que se percebe é

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instrumentos, com a voz ou com os processos de criação. O fazer musical ainda é visto na sociedade atual, como trabalho artesanal que não produz conhecimento, mesmo exigindo do instrumentista uma atividade mental que, algumas vezes, se manifesta de forma desordenada. Através das pesquisas preliminares, pôde-se observar autores que são citados com mais frequência nos textos sobre o tema. Identificou-se na revisão da literatura que o pensador, filósofo e pedagogo professor Cipriano Carlos Luckesi, autor de vários livros que abordam o tema avaliação na área da pedagogia, tem sido o mais citado e utilizado como referência na maioria de trabalhos da área da música, que tem como temática a avaliação. Considerando a frequência de citações dos trabalhos relativos à música, elegeu-se para esse estudo Luckesi (2008) como ponto de partida para se definir avaliação, para o autor: “A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar: por isso, contribui em todo o percurso da ação planificada. A avaliação se faz presente não só na identificação da perspectiva político-social, como também na seleção de meios alternativos e na execução do projeto, tendo em vista a sua construção. Ou seja, a avaliação, como crítica de percurso, é uma ferramenta necessária ao humano no processo de construção dos resultados que planificou produzir, assim como o é no redimensionamento da direção da ação. A avaliação é uma ferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu modo de agir e, por isso, é necessário que seja usada da melhor forma possível” (LUCKESI,2008, p. 118). Cacione (2004) considera que a avaliação sempre esteve presente na trajetória do homem, impulsionando-o a buscar soluções para questões postas pela realidade, e assim, levando-o a novas conquistas e descobertas. Mas, ao mesmo tempo em que pode gerar crescimento e descobertas, pode, também, gerar marcas negativas na vida do ser humano e por essa razão, o ato de avaliar deve estar fundamentado em atitudes construtivas, baseadas na ética, no respeito e na justiça. Na área da música foi identificado como referência nos trabalhos sobre a temática, o pesquisador e educador musical Keith Swanwick por apontar a importância de mecanismos eficazes para a avaliação em música, bem como, por sua teoria sobre o desenvolvimento musical e o Modelo Espiral, consistindo na compreensão e aprimoramento do ensino, e assim proporcionando ferramentas eficazes no processo avaliativo da música. Segundo Swanwick (2013), para que o docente possa desenvolver uma avaliação, precisa-se considerar duas dimensões, primeiramente o que os discentes estão

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fazendo, e, posteriormente o que estão aprendendo, dessa forma entende-se e compreende-se o resultado da aprendizagem, verificando o que indivíduo adquiriu, pois o autor diz que a compreensão é considerado o resquício da atividade, ou seja, o conhecimento que fica conosco quando a atividade acaba, e, o que é esquecido ou levado em embora pode ser reativado quando a atividade é retomada, a compreensão musical é revelada em atividades, mas pode estar em uma segunda dimensão, que se entende por trazer a compreensão musical para a atividade de música. Na área da música, particularizado na realização musical, ou seja, na performance musical deparamo-nos com um contexto que se apresenta com uma necessidade em definir e fundamentar, de forma clara e objetiva, critérios avaliativos para respaldar os resultados. Capatano (2006) observa que, avaliação na performance musical reuni a verificação do resultado atingido, que pode ser realizada pelo próprio músico ou, o que normalmente vemos por procedimentos formais de avaliação e exames regulares de instrumento. A prática da performance envolve uma busca constante, e cada vez mais minuciosa, da expressividade a cada nota e a cada frase. Este processo de avaliação instantânea é característica do fazer musical e certamente determinante no desenvolvimento do músico. Assim é possível trabalhar a performance, verificando se existe uma reciprocidade entre o resultado atingido e o resultado desejado, sendo influenciado através do contexto em que está inserido. “[...] o julgamento da qualidade da performance pode ser influenciado por expectativas culturais de caráter extra-musical, tais como a aparência física do músico ou sua disposição, determinado protocolo de performance (etiqueta de palco), embora tais expectativas não sejam explicitamente mencionadas nem sejam incluídas nos relatórios finais.” (CATAPANO, 2006, p. 55) Em uma abordagem de avaliação processual, Catapano (2006) considera o desenvolvimento da consciência crítica e da auto percepção na performance como fator sinequa non para o discente, como é o caso de algumas instituições de ensino o Departamento de Música da Universidade de Bristol e o Australia Singing Competition, que recomendam a elaboração de um diário, roteiro ou plano de estudos, no entanto, tal laboração deverá ser analisada em conjunto com a performance do discente ou candidato, assim será avaliado o progresso ou potencial de desenvolvimento_._ A proposta do trabalho é proporcionar uma discussão e de promover uma reflexão sobre a importância de fundamentar os critérios de avaliativos e fazer claros

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1. AVALIAÇÃO SOB A ÓTICA DE LUCKESI

No decorrer deste capítulo será abordado uma breve história da avaliação e suas peculiaridades no transcurso de trazer a avaliação praticada no meio social para a pedagogia devido a necessidade que o docente passou a ter e fazer feedback, pois o ensino deixou de ser mestre e discípulo tornando-se coletivo no qual um docente não ensinaria apenas um discente, mas vários, de uma só vez, também aborda concepções que Luckesi considera sobre avaliar e examinar. Luckesi (2005) considera que a prática de exames escolares que se conhece hoje, teve sua origem na escola moderna, caracterizada pelo ensino simultâneo, em que um docente sozinho ensina, ao mesmo tempo, vários discentes, que se sistematizou a partir dos séculos XVI e XVII iniciando na Europa, ganhando força no século XVIII com Revolução Francesa, no ano de 1789, no qual buscava uma educação para todos e com a cristalização da sociedade burguesa. As pedagogias jesuíticas, em 1599 (séc. XVI) rigorosas nos procedimentos para se ter um ensino eficiente, dava muita importância ao ritual das provas e exames, que se caracterizavam por sessões solenes com formação de bancas examinadoras e comunicação pública dos resultados. Buscando a construção de uma hegemonia católica, comeniana em 1632 (séc. XVII), o predominante é a nota nos quais exames e provas são realizadas como se nada tivesse a ver com o percurso ativo do processo de ensino e aprendizagem. A pedagogia, lassalista dos finais do século XVII e inícios do XVIII) no qual organizaram e sistematizaram a avaliação baseando em provas e exames no qual conhecemos hoje, expressões das experiências pedagógicas desse período e sistematizadoras do modo de agir como os exames. E com isso, a prática avaliativa, que conhecemos hoje, é herdeira do momento histórico da cristalização da sociedade burguesa. Para Luckesi (2005), no século XVI o ensino era praticado entre mestre e discípulo, não havendo a necessidade de se pensar em uma prática avaliativa, já que o discípulo tinha atenção integral do docente. Mas quando o docente começou ensinar uma quantidade relativamente grande de discentes, surgiu à necessidade do docente em saber o que os discentes estavam aprendendo, com isso importou, da vida social, os exames, que eram utilizados para seleção de profissionais, de soldados para o exército,

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em diversos âmbitos da atividade social. Dessa forma, a educação apropriou-se da vida social utilizando o sistema de exame, para dentro da escola, sendo seletivo então com dois resultados, quem aprende prossegue: quem não aprende é retido. E esse processo seletivo perdurou do século XVI ao século XX na educação ocidental. Para que se possa compreender o processo para obtenção de resultados, é importante destacar o processo avaliativo e o processo examinatório, sendo importante considerar o processo classificatório, no seu contexto histórico, que ainda hoje é presente e dominante, na atual prática de avaliação. Luckesi (2001) considera que hoje, se pratique uma pedagogia tradicional, na qual acredita-se em um ser humano já pronto. Esse princípio inviabiliza a possibilidade do uso da avaliação, como um auxiliador nas ações e na construção de resultados bem sucedidos. Assim, na pedagogia tradicional, considera-se que o discente está pronto, sem pleitear nenhuma possibilidade de desenvolvimento, o que não contribui para o crescimento, a forma em que se emprega a avaliação tradicional é caracterizado por um sistema que classifica à prontidão do discente. Para que se possa compreender o processo avaliativo, deve-se fazer a distinção entre Avaliar e Examinar. Para Luckesi (2001), o ato de examinar, considera somente o que o estudante conseguiu assimilar e expressar, até um determinado momento, como desempenho, resultante de sua dedicação aos estudos, no tempo anterior àquele em que se submete às provas (os exames). Sendo aprovado ou reprovado, em função do que conseguiu aprender até o momento da prova. Para tal: “[...] os exames usualmente ocorrem no final de uma unidade de trabalhos pedagógicos, que pode ser um bimestre, um semestre ou um ano letivo. No caso, não interessa o processo através do qual o estudante chegou ao desempenho, por ele manifestado, seja em uma prova escrita, em uma demonstração ou em uma entrevista, desde que o centro de atenção é o desempenho final e não o processo.” (LUCKESI, 2011 p.187) De acordo com Luckesi (2001), para o examinador, interessa apenas o desempenho presente do educando, como decorrente do que já aconteceu. Não lhe importa saber se ele pode aprender ainda ou até aprender mais do que já aprendeu; importa-lhe o já aprendido. Com base nesse fato, o estudante será classificado, de forma quase indiscutível, pois no cotidiano escolar, dificilmente a classificação de um estudante será modificada após seu registro, usualmente sobre a forma de nota ou conceito.

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importante que se compreenda a prática avaliativa e a prática examinatória, para que se possa desenvolver uma atividade que contribua para uma obtenção, mais precisa, de resultados do desempenho e compreensão do discente. Pode-se observar que as práticas para mensura do desempenho de discente muitas vezes não é clara, quando se encontra na área da música, por exemplo depara-se com uma atividade que leva a subjetividade, não existindo critérios específicos para a elaboração das atividades avaliativas e, normalmente, o docente, faz a reprodução de sistemas que foram utilizados pelos seus docentes. O capítulo seguinte abordará dificuldades na elaboração dos critérios avaliativos.

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2. AVALIAÇÃO NO CONTEXTO MUSICAL

Este capítulo apresenta visões sobre a avaliação na música, a qual é realizada nas mais diversas atividades, modalidades e níveis de ensino. Observa-se que a principal dificuldade descrita na literatura voltada para a área da música é a subjetividade, ressaltando também a falta de clareza e consistência nos critérios de avaliação adotados pelo docente. Contata-se na revisão de literatura a contribuição que o trabalho desenvolvido por Swanwick e Tillman, na elaboração do Modelo Espiral de Desenvolvimento, contribui com ferramentas importantes para o desenvolvimento de uma atividade avaliativa mais clara e consistente. A necessidade de avaliar é um ponto importante na área da educação formal. Porém, surgem realidades diversas, métodos, correntes e teorias que para Menezes (2010) são muitas vezes resultantes de deficiência na formação do docente ou da política educacional da instituição, sendo assim um desafio para a produção de uma avaliação eficaz. Menezes (2010) considera que quando se fala de avaliação em música, o tema torna-se mais complexo, pois tem-se que lidar com questões relacionadas com a criatividade, sensibilidade e expressão, porém sendo de extrema importância mensurar o desenvolvimento e a aprendizagem do discente, durante todo o processo educacional. Entretanto, as práticas avaliativas, mais freqüentes na vida acadêmica, têm raízes na própria concepção de valor do docente. Swanwick (2003) completa, dizendo que a avaliação informal é feita de forma natural, mas quando se está no nível formal é que as dificuldades começam a aparecer. Tourinho (2001) observou que, falar sobre avaliação é um problema para muitos docentes de música. Constatou-se em entrevistas, realizadas com profissionais da área da música amadores, estagiários e docentes no geral, que mesmo envolvidos com a avaliação, os docentes não eram obrigados a mensurar aquilo que, avaliavam, nem a se posicionarem perante os outros. Verificou-se que, ações de avaliação com mensuração de resultados são dificultadas pelas particularidades de cada instrumento e de situações