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A relevância da avaliação na educação infantil, destacando os objetivos de identificar orientações para práticas avaliativas, analisar pareceres descritivos e documentação pedagógica, e evidenciar a documentação pedagógica como uma alternativa para avaliação. O texto discute a importância de romper com posturas tradicionais de avaliação e adotar uma cultura de avaliação reflexiva.
O que você vai aprender
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Erechim 2015
Rodovia ERS 135, km 72, no^200 Erechim – RS Brasil CEP: 99700-
Primeiramente, a Deus que iluminou o meu caminho e me deu força e coragem para seguir nesta longa jornada. A todas as colegas de faculdade, com as quais pude vivenciar e que juntas construímos novos saberes.
Ao meu estimado orientador Rodrigo, pela paciência, partilha de tantos saberes e experiências que me motivaram para a busca contínua e qualificada de conhecimentos, tornando possível a conclusão deste trabalho e também pelo convívio, apoio, compreensão e amizade.
A todos os professores do curso de graduação que foram tão importantes na minha vida acadêmica, dando a base teórica para me constituir como pedagoga.
A toda minha família, em especial a minha querida irmã Kelly, sempre me apoiando na conquista dos meus sonhos, a minha mãe Helena que sempre me incentivou a estudar e ao meu pai João que mesmo não estando ao meu lado estará sempre na minha lembrança. Ao meu companheiro Juarez, que com muito carinho e apoio constante, não mediu esforços para que eu chegasse a esta etapa da minha vida e por sua capacidade de acreditar e investir em mim, trazendo-me tranquilidade na correria de cada semestre.
Ao meu grupo de trabalho: Andressa, Elisandra e Daniela que, juntas, compartilhamos de tantas tristezas e alegrias entre uma produção e outra durante esses cincos anos e que agora se tornaram minhas melhores amigas.
E por fim, a todos aqueles que, de alguma forma, estiveram e estão próximos a mim, comemorando as minhas conquistas e fazendo este dia valer a pena.
―A vida humana não é um eterno preparar-se para momentos futuros; ela antes deve ser um entremeio de possibilidades de se viver com plenitude cada instante.‖ (DEHEINZELIN, 1994, p. 92)
This research shows the importance of work about assessment in early childhood education, given the invention of school children in the descriptive reports. This way, turns to criticism and reflection on the pedagogical work, discussing the narratives that are produced by teachers towards children which describes the sequence of activities that must meet when enter in the school, turning it into a being educated, conditioned to meet the rules of the educational institution and on such a figure draws up numerous judgments which takes shape in the writing of descriptive reports. Therefore, set the following main objectives: identify in the National Curriculum References Childhood Education and National Curriculum Guidelines Childhood Education, conducts for the assessment practices in the schools; analyze how the descriptive reports describe children from a school model that is attuned to the qualifying assessments carried out in elementary school and demonstrate pedagogical documentation as a viable alternative to provide an assessment that makes visible children's learning, as opposed to exclusive use of descriptive reports as a strategy of children‘s assessment. Finally, I present some propositions as the practice of assessment reports and the portfolios production that are already used in some brazilian schools, but for other purposes. The results enabled the perception of different ways to assessing children's learning, bringing examples of formative assessment that develops during the teaching and learning process as opposed to traditional models that classify children about scheduled results only at the end of trimester. The pedagogical documentation has been demonstrated as an opportunity for assessment and that can be accomplished through portfolios, allowing the teacher to reflect on the adequacy of their proposals and enhancing the children‘s participation, besides giving visibility pedagogical practices and interactions of children held in the school context.
Keywords: Assessment. Child. Childhood Education. Descriptive Reports.
Estamos iniciando o terceiro semestre letivo e Marcelo continua querendo brincar o tempo todo em sala de aula, apresentando dificuldade de concentração, de reconhecimento dos números, de pintar dentro dos limites, de reconhecer e nomear as partes do corpo humano, de desenhar a figura humana, de reconhecer as letras do alfabeto e em escrever corretamente o seu próprio nome. É possível perceber a falta de concentração de Marcelo e a necessidade do mesmo ter um maior acompanhamento de sua família. (Trecho de um parecer descritivo de uma criança de 5 anos )
Figura 1 – Boneca
Fonte: Cindy Shermann^1
A avaliação na Educação Infantil vem historicamente sendo encarada de modo classificatório. Todavia, a avaliação em tal etapa educacional consiste em uma importante estratégia de crítica e reflexão sobre o trabalho pedagógico. Ao iniciar a presente pesquisa, que tem como tema o modo como os pareceres descritivos inventam uma criança escolar na Educação Infantil, considerei relevante
(^1) Obra - Bonecas - 1995. Cindy Shermann é norte-americana. Atua como fotógrafa e diretora de cinema, porém é mais conhecida por seus auto-retratos conceituais.
Nesse sentido, a obra de Cindy Shermann, apresentada no inicio do texto serve como metáfora e, ao mesmo tempo, provocação para refletirmos sobre as mudanças que ocorrem na vida das crianças quando entram nas escolas de Educação Infantil. Inventa-se uma criança escolar para atender as normas da instituição e, sobre tal figura, são traçadas inúmeras apreciações que tomam forma nos pareceres descritivos. Desse modo, a maneira como os pareceres são escritos na Educação Infantil revela uma forma de classificação das crianças. A utilização dos pareceres têm deixado muitas lacunas no processo avaliativo, pois muitas vezes as professoras seguem um modelo fornecido pela própria instituição em que atuam para escrever os mesmos. Tal modelo baseado em um "aluno ideal" serve de parâmetro para que a professora escreva sobre cada uma das crianças desconsiderando a unicidade e a potência de cada indivíduo que compõem o seu grupo de trabalho. Nota-se, também, que esses pareceres mostram escritas vagas que não retratam as experiências das crianças com suas diferentes linguagens no contexto escolar e tampouco o trabalho pedagógico exercido pela professora, estando restritas, na maioria das vezes, na descrição de aspectos comportamentais. Como nos aponta Hoffmann (2014a, p. 99), os pareceres ―são breves e superficiais, priorizando, por vezes, aspectos atitudinais das crianças, com julgamento de valor bastante subjetivos‖, ou seja, o que o professor escreve sobre a criança é baseado, muitas vezes, na sua opinião pessoal e sobre suas atitudes comportamentais em sala de aula e não sobre suas situações de aprendizagens. Nessa perspectiva, apresento alguns questionamentos em relação à produção e escrita de pareceres descritivos, um instrumento avaliativo tão utilizado atualmente nas escolas. Como têm sido narradas as experiências escolares dessas crianças nos pareceres? Quais propostas pedagógicas educadores revelam em sua escrita? O que buscam avaliar nas crianças? Quais identidades são produzidas nessas narrativas? O parecer descritivo ainda é um instrumento eficaz de avaliação ou tornou-se ultrapassado, uma vez que já se discute outros modelos avaliativos como a documentação pedagógica perspectiva muito mais ampla de acompanhamento do desenvolvimento das crianças na escola. Nesse sentido, os pareceres descritivos têm sido uma boa forma para evidenciar as aprendizagens das crianças? Corroborando com os argumentos apresentados, Pinheiro (2006, p. 8) entende os ―pareceres descritivos como textos forjados para fins de avaliação, onde representações são reproduzidas discursivamente, instituindo significados de acordo com critérios de validade e legibilidade estabelecido em tempos e espaços determinados‖. Ainda segundo a autora, os ―alunos/as são subjetivados por essas narrativas e são posicionados [...] aos modos de
comportamento escolar prescritos‖. Desse modo, é possível depreender que as narrativas dos pareceres funcionam como uma estratégia de invenção da criança escolar. Em tal perspectiva, Carvalho (2005, p. 02) destaca que existe ―através dos pareceres, uma intencionalidade formadora da escola, uma busca pelo disciplinamento dos corpos através da normalização das condutas, contribuindo para a produção de subjetividades dóceis e maleáveis‖. Sendo assim, busca-se apresentar aos pais no final de cada trimestre através do parecer descritivo o resultado do trabalho escolar sobre essa criança, classificando-a como apta ou não apta em habilidades elencadas pela escola. Por essa razão, a partir de Parente (2014) é possível dizer que a avaliação na Educação Infantil apresenta grande semelhança com as avaliações realizadas no Ensino Fundamental que buscam através de aplicação de provas, uma classificação e um resultado final sobre a aprendizagem do aluno. Contrariando tal perspectiva, Hoffmann (2014) destaca que a avaliação das crianças na Educação Infantil deve ser considerada como um acompanhamento do percurso escolar da criança e não um julgamento. Assim, para exercer o verdadeiro sentido de avaliar e produzir um parecer descritivo que contemple o processo de aprendizagem da criança, a professora precisa observá-la e se envolver com as suas experiências no cotidiano institucional. Nesse sentido Hoffmann (2014a, p. 86), lembra que ―a avaliação parte sempre da interpretação do que se vê. Envolve as percepções, os sentimentos, as experiências anteriores e os conhecimentos de quem avalia. Avalia-se de corpo e alma‖. Então, para que exista uma boa avaliação, é essencial que a professora tenha conhecimento teórico sobre concepções de infância, linguagens e culturas infantis, pois é a partir do seu olhar que a história dessas crianças irão se materializar. Por essa razão, busco, através da presente pesquisa, a partir dos referenciais teóricos e da análise de um conjunto de pareceres, problematizar os modos como a avaliação na Educação Infantil produz a criança escolar. Para tanto, defino como importantes os seguintes objetivos: 1) Identificar nos Referenciais Curriculares Nacionais de Educação Infantil e Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil as orientações para as práticas avaliativas nas escolas; 2) Analisar como os pareceres descritivos descrevem as crianças a partir de um modelo escolar que encontra sintonia com as avaliações classificatórias realizadas no ensino fundamental; 3) Evidenciar a documentação pedagógica como uma alternativa viável de realizar uma avaliação que torne visível a aprendizagem das crianças, em contraposição a utilização exclusiva de pareceres descritivos como estratégia de avaliação das crianças.
[...] é praticamente impossível perceber as mudanças que a pequeno, médio e longo prazo são alcançadas sem que haja uma produção de conhecimento sobre avaliação como forma de acompanhamento do desenvolvimento das crianças, uma vez que ela é uma categoria intrínseca do processo ensino-aprendizagem (GLAP, 2013, p.17).
Nas últimas décadas, o número de pesquisas relacionadas à avaliação na Educação Infantil tem aumentado significativamente, porém, seu número ainda é pequeno se comparado às pesquisas realizadas com o Ensino Fundamental. Estudos acadêmicos realizados em cursos de mestrado e doutorado apontam reflexões e análises sobre a criança, o processo de desenvolvimento de sua aprendizagem na Educação Infantil e como esta tem sido avaliada dependendo da região e do contexto em que as instituições de ensino se encontram. Por isso, é importante fazermos um levantamento de tais realidades para que se possa discutir o que se tem feito e o que se pode fazer para melhorar a avaliação na Educação Infantil. Nessa mesma direção, o mapeamento de pesquisas realizadas nas instituições de ensino superior, nos ajuda a visualizar os debates mais relevantes em relação ao processo avaliativo da criança e evidenciar os principais pontos a serem discutidos para se evoluir nessa prática (GUIMARÃES e OLIVEIRA, 2014). Assim, trago na epígrafe deste capítulo, no qual será exposto um mapeamento das produções acadêmicas relacionadas à avaliação na Educação Infantil, a importância dessas pesquisas no sentido de apontar os caminhos, rumos e implicações que têm sido delineados para avaliar as crianças. Além disso, as discussões dessas teorias e práticas relatadas nos diversos trabalhos podem contribuir para que o professor faça uma reflexão em busca de um melhor desempenho do seu trabalho. Para contextualizar esse capítulo, utilizei a dissertação de mestrado de Graciele Glap (2013) que realizou um levantamento de pesquisas realizadas no Brasil, no período de 2000 à 2012 sobre avaliação. Baseada no mapeamento de pesquisas da autora, busquei identificar os principais assuntos discutidos em relação à avaliação na Educação Infantil e como o desenvolvimento da aprendizagem das crianças são assimilados e descritos pelos professores através dos
pareceres. Além disso, procurei investigar quais as concepções e práticas que norteiam o trabalho avaliativo desses docentes. Dessa maneira, foi possível pontuar as discussões a respeito da construção e elaboração da escrita dos pareceres descritivos como modo de avaliar e demonstrar como a criança se transforma em aluno, tornando-se um personagem manipulável para atender a um contexto histórico idealizado pela escola. Em sua pesquisa, utilizando como palavra-chave Avaliação da Aprendizagem na Educação Infantil, Glap (2013) agrupou 18 trabalhos, divididos entre 11 artigos, 06 dissertações e apenas uma tese, trabalhos que tratam de assuntos que englobam desde legislação, tipos de avaliação e sua relação com o processo de ensino-aprendizagem até a produção da documentação pedagógica. Na categoria Avaliação na Educação Infantil, foram encontradas 16 produções acadêmicas, sendo 06 artigos e 10 dissertações que discutem processos avaliativos realizados nas escolas, metodologias, reflexões, pesquisas, entre outros temas. Por fim, sobre o item Avaliação na Creche da Educação Infantil, foram coletados um total de 7 pesquisas subdivididos em 4 artigos, 2 dissertações e 1 tese que versam sobre relatos de instrumentos avaliativos, avaliação institucional e a avaliação como modo de disciplinamento das crianças. Nota-se que, apesar do número pequeno de produções, há uma grande diversidade de temas discutidos relacionados ao processo avaliativo, como segue nas tabelas demonstrativas abaixo. Tabela 1 – Produção Científica Brasileira 2000- PRODUÇÃO CIENTÍFICA
ARTIGOS DISSERTAÇÕES TESES
Avaliação da aprendizagem na Educação Infantil
11 06 01
Avaliação na Educação Infantil
06 10
Avaliação da Creche na Educação Infantil
04 02 01
Fonte: Dados da pesquisa^2
(^2) Os dados de pesquisas estão disponíveis em: GLAP, Graciele. Avaliação Na/Da Educação Infantil: Estado da Arte 2000-2012. 2013. 198 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Educação, Pós-graduação, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2013.