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Desenvolvimento Cognitivo de Crianças Surdas: Perspectiva de Vigotsky, Slides de Diagnóstico

Uma pesquisa monográfica sobre o desenvolvimento cognitivo de crianças surdas, baseada na teoria de lev vigotsky sobre pensamento e linguagem. O texto discute as etapas do desenvolvimento linguístico de crianças surdas, o papel da linguagem de sinais e a importância da comunicação em língua de sinais.

O que você vai aprender

  • Quais são as etapas do desenvolvimento linguístico de crianças surdas?
  • Qual é a importância da linguagem na aquisição da linguagem e no desenvolvimento cognitivo de crianças surdas?
  • Qual é o papel da Língua de Sinais no desenvolvimento cognitivo de crianças surdas?
  • Como ocorre o desenvolvimento cognitivo de crianças surdas segundo a teoria de Lev Vigotsky?
  • Como as interações sociais influenciam o desenvolvimento cognitivo de crianças surdas?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Jose92
Jose92 🇧🇷

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DAS CRIANÇAS SURDAS A PARTIR DE
NARRATIVAS DO DOCUMENTÁRIO “SOU SURDA E NÃO SABIA”
JUCIELLY MARIA DA SILVA ALVES
BRASÍLIA DF
DEZEMBRO DE 2014
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DAS CRIANÇAS SURDAS A PARTIR DE

NARRATIVAS DO DOCUMENTÁRIO “SOU SURDA E NÃO SABIA”

JUCIELLY MARIA DA SILVA ALVES

BRASÍLIA – DF

DEZEMBRO DE 2014

JUCIELLY MARIA DA SILVA ALVES

O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DAS CRIANÇAS SURDAS A PARTIR DE

NARRATIVAS DO DOCUMENTÁRIO “SOU SURDA E NÃO SABIA”

Trabalho Final de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, à Comissão Examinadora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, sob a orientação da Profa. Ma. Liège Gemelli Kuchenbecker.

BRASÍLIA – DF

DEZEMBRO DE 2014

Dedico esse estudo a todos os professores que fizeram parte da minha formação escolar e acadêmica. É certo que há um pouco dos ensinamentos de cada um nas páginas seguintes.

ALVES, Jucielly Maria da Silva. O desenvolvimento cognitivo das crianças surdas a partir de narrativas do documentário “Sou surda e não sabia”. Distrito Federal. Brasília – DF. Universidade de Brasília/ Faculdade de Educação (Trabalho Final de Curso) 2014.

RESUMO

Este trabalho monográfico tem como proposta relatar como ocorre o processo de desenvolvimento cognitivo das crianças surdas na perspectiva histórico-cultural de Lev Vigotsky e fazer correlações do referido processo às narrativas da personagem Sandrine do documentário “Sou surda e não sabia”. Além disso, busco apresentar a partir da fundamentação teórica das obras de Vigotsky que discorrem sobre pensamento e linguagem e também de autores que abordam a temática da educação de surdos, as etapas do desenvolvimento linguístico das crianças surdas. Os resultados da presente pesquisa apontam para o papel imprescindível que a linguagem assume no processo de desenvolvimento cognitivo das crianças surdas e ressaltam a importância da comunicação em Língua de Sinais.

Palavras-chave: cognitivo – linguagem – surdo – Língua de Sinais

SUMÁRIO

  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • AGRADECIMENTOS
  • APRESENTAÇÃO
  • PARTE I – MEMORIAL EDUCATIVO
  • PARTE II – TRABALHO MONOGRÁFICO
  • INTRODUÇÃO.....................................................................................................................
  • PROBLEMA
  • OBJETIVOS
  • METODOLOGIA
  • CAPÍTULO I – DOCUMENTÁRIO “SOU SURDA E NÃO SABIA”
  • COGNITIVO À LUZ DA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL DE VIGOTSKY CAPÍTULO II - DA LINGUAGEM AO PENSAMENTO: DESENVOLVIMENTO
  • ANÁLISE DAS NARRATIVAS DO DOCUMENTÁRIO “SOU SURDA E NÃO SABIA” CAPÍTULO III - O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA SURDA A PARTIR DA - 3.1. O pensamento e a linguagem das crianças surdas - 3.2. A educação escolar das crianças surdas - 3.3 As crianças surdas e suas interações familiares - 3.4 A inter-relação entre o diagnóstico e o desenvolvimento das crianças surdas - 3.5 A importância das interações sociais das crianças surdas...........................................
    • CAPÍTULO IV – CONCLUSÕES
    • PARTE III – PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS
    • REFERÊNCIAS

AGRADECIMENTOS

Agradeço a meus pais, Mariano e Nazaré, por terem me ensinado desde muito cedo a importância que a educação tem para qualquer alteração que se deseje fazer na realidade social. Hoje, entendo perfeitamente o que eles queriam dizer com a tão repetida frase “a educação é a herança mais importante que poderemos deixar pra você”. Obrigada por esse tesouro!

À minha filha Geovana, por todo carinho dedicado a mim desde sempre, mas, em especial, nessa fase tão repleta de compromissos que a proximidade da formatura implica. Obrigada por sua compreensão em aceitar a diminuição de nossos momentos de convivência durante esse último semestre de faculdade. Saiba que você é a razão de todo esforço e empenho que dediquei para crescer profissionalmente e como pessoa. Amo-te mais que tudo nessa vida!

Ao companheirismo de meus colegas de faculdade, que me proporcionaram vivenciar tantos momentos maravilhosos na Faculdade de Educação durante esses três anos de curso e me auxiliaram em tantos afazeres acadêmicos. É certo que esses laços de amizade jamais serão desfeitos.

A meus chefes de trabalho, que permitiram por diversas vezes flexibilidade de horários e prazos para que eu pudesse realizar tarefas da faculdade, e por terem consentido, e até estimulado, que eu fizesse uso do ambiente de trabalho para estudos, sempre que possível.

Por fim, agradeço à queridíssima professora Liège, que tanto me auxiliou nessa etapa tão importante de conclusão de curso, de forma tão paciente, precisa e sábia. Faltam-me adjetivos para caracterizar tamanha amabilidade e competência. Obrigada.

APRESENTAÇÃO

A presente pesquisa monográfica sobre o processo de desenvolvimento cognitivo das crianças surdas na perspectiva histórico-cultural de Lev Vigotsky é composta por três partes: Memorial educativo, trabalho monográfico e perspectivas profissionais.

Na primeira parte, denominado memorial educativo, são expostos os fatos que considero relevantes da minha trajetória educacional e que de algum modo contribuíram para que eu ingressasse no curso de Pedagogia na Universidade de Brasília (UnB).

Na segunda parte apresento o trabalho monográfico, que é composto pela introdução ao tema abordado, o problema de pesquisa, os objetivos geral e específicos e a metodologia utilizada. Posteriormente, são expostos os capítulos que compõem o desenvolvimento desse estudo e as conclusões decorrentes do presente trabalho de conclusão de curso.

Por fim, na terceira e última parte, aponto minhas expectativas e anseios como futura pedagoga.

PARTE I - MEMORIAL EDUCATIVO

O que me levou a escolher cursar Relações Internacionais foram as disciplinas que eu poderia estar em contato durante o curso, como: língua estrangeira, história, geografia, direito e economia, as quais eu realmente encontrava grande afinidade e imenso prazer em estudar. Entretanto, lembro-me que no segundo semestre do curso já havia me arrependido da escolha que fizera. Porém, como meu pai pagava minha faculdade, não tive coragem de trocar de curso. Decidi que o concluiria.

No primeiro semestre de 2006, quando comecei a procurar estágio na minha área de estudo, aconteceu algo que transformaria minha vida para sempre: engravidei. Mudança total de planos.

Com a gravidez da minha filha amada, Geovana, e seu nascimento em janeiro de 2007, minha oportunidade de buscar qualificação profissional por meio de um estágio, tornou-se inviável. Conclui minha primeira graduação em dezembro de 2007, como bacharel em Relações Internacionais, sem experiência profissional alguma.

Hoje, não tenho mais aquele sentimento que nutri dentro de mim por vários anos, de muito arrependimento por ter decidido cursar Relações Internacionais. O aprendizado que adquiri com essa primeira graduação é, e ainda será, de grande valia para o meu fazer docente.

A visão crítica que tenho do mundo hoje se deve, em grande parte, à oportunidade que tive de estar em contato com tantos mestres e doutores daquela instituição de ensino, que transmitiam seus saberes de forma tão apaixonante e que me faziam ansiar sempre por novos conhecimentos.

Em 2008, quando minha filha completou um ano de vida, decidi que precisava ingressar no mercado de trabalho. Mandei vários (vários mesmo!) currículos para tentar trabalhar na minha área de formação, porém, como não possuía nenhuma experiência profissional, não consegui oportunidades de emprego. Foi aí que o destino me colocou novamente de frente com o que eu amava fazer: ensinar. Fui aprovada em uma seleção para professora de inglês, de um curso de línguas em Brasília.

Trabalhei pelo período de um ano como professora de Língua Inglesa. Adorava interagir com os alunos. Ensinar e aprender junto a eles me proporcionava plena realização profissional. Contudo, o retorno financeiro não me parecia justo, e após um ano, decidi deixar tal instituição. Era o ano de 2009 quando tomei essa decisão, e me lembro bem dos tipos de comentários que ouvia dos meus familiares e amigos sobre isso: “Você é louca?”, “vai abandonar o emprego em plena crise mundial?”. Eles se referiam à recessão econômica mundial de 2009, oriunda da crise da bolha imobiliária nos Estados Unidos da América (EUA).

Entretanto, uma semana após haver deixado de trabalhar como professora, consegui a oportunidade de participar de um processo seletivo para recepcionista bilíngue de um escritório de advocacia. Como eu não possuía nenhuma experiência na área administrativa, não acreditava que tinha muita chance de ser selecionada. Contudo, meu nível de conhecimento de inglês fez toda diferença, e mesmo sem possuir experiência alguma em secretariado, fui selecionada. Trabalhei nessa mesma empresa os seis anos seguintes.

Trabalhar na área administrativa foi uma experiência muito importante em minha vida, pois, me fez perceber claramente, que eu jamais me sentiria plenamente confortável naquele tipo de ambiente profissional. Então, apesar de haver conquistado estabilidade na empresa e certo conforto financeiro, decidi que era hora de uma mudança em minha vida. Resolvi, então, cursar uma segunda graduação na área da educação. Cursaria, enfim, Licenciatura em Pedagogia.

Com o objetivo de conseguir uma bolsa de estudos para cursar a graduação que eu pretendia, realizei o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em 2011. Tentaria as vagas oferecidas pelo Programa Universidade para Todos (Pro-Uni). Consegui uma nota muito boa no exame e fiquei surpresa, pois, já havia se passado mais de dez anos que eu havia concluído o ensino médio. Com minha média final, consegui uma bolsa de 100% para cursar pedagogia em uma instituição de ensino privada.

Iniciei o curso no primeiro semestre de 2012. Contudo, a qualidade da educação oferecida naquela instituição, não me satisfazia e cheguei ao ponto de, por diversas vezes, pensar em trancar o curso, pois, não achava que estava sendo

Em minha jornada acadêmica na UNB, houve dois campos do saber que me cativaram bastante: a educação inclusiva e a educação matemática. Contudo, nenhum tema me impressionou tanto como a questão da surdez, em especial no tocante ao processo de desenvolvimento cognitivo da criança surda.

Sempre pensei que o melhor para os alunos surdos deveria ser estudar em classes regulares de ensino, junto a alunos ouvintes, pois, nesse contexto, os alunos ouvintes também estariam em contato com a Língua de Sinais e isso proporcionaria aos alunos surdos maior integração social no ambiente escolar.

Apesar de já haver cursado algumas disciplinas cuja temática era voltada aos alunos com necessidades educacionais específicas, eu só havia adquirido uma visão geral dos principais aspectos dos alunos com deficiências, porém, nada relacionado à epistemologia cognitiva, propriamente dita. Eu não possuía noção alguma de como os alunos surdos se desenvolviam cognitivamente, pois, em minha ideologia, apenas levava em consideração o direito que os alunos ouvintes tinham de conviver com os surdos.

Obviamente, eu não considerava que os alunos surdos precisariam estar em um contexto educacional bilíngue^1 , interagindo com outros sujeitos surdos e professores bilíngues e que seria esta interação que lhes proporcionaria um desenvolvimento cognitivo pleno. Tal constatação - a importância de os surdos conviverem com os seus iguais - só me adveio durante o curso da disciplina “Escolarização de Surdos e LIBRAS” (Língua Brasileira de Sinais).

Recordo-me que em certa aula, a professora nos apresentou um documentário chamado: “Sou surda e não sabia”. Este filme me causou um desmoronamento acerca do contexto educacional que havia idealizado como o apropriado para os alunos surdos.

Por que eu nunca havia me dado conta que um surdo não nasce sabendo que é surdo? Como podia ter passado despercebido o quão importante é a interação dos surdos entre si, e que isso não necessariamente significa segregar? Como os

(^1) Mais adiante abordarei o termo “bilíngue”.

surdos conseguiam adquirir o mesmo grau de intelectualidade dos ouvintes, apenas com a visualidade e interação com o mundo através da Língua de Sinais?

Os questionamentos anteriores me deixaram perturbada, e essa perturbação levou-me a querer conhecer mais sobre a temática da educação de surdos. O meu objetivo inicial na disciplina Escolarização de Surdos e Libras, que era adquirir noções sobre a Língua Brasileira de Sinais, tornou-se secundário, pois, eu havia descoberto algo que para mim era muito mais intrigante.

Ora, poderia encontrar melhor oportunidade para “me jogar” no universo da surdez que em um trabalho de conclusão de curso? Certamente, não. Pois, aqui estou eu, disposta a investigar como acontece o processo de desenvolvimento cognitivo nas crianças surdas na perspectiva histórico-cultural de Lev Vigotsky.

INTRODUÇÃO

A linguagem e as orientações educacionais para a criança surda são, há muito, temas de debates e pesquisas. Os surdos, que durante séculos foram estigmatizados como pessoas de baixa capacidade intelectual, tiveram sua realidade transformada nas últimas décadas. Exemplo disso foi o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como uma das línguas oficiais do Brasil.

Pretendo com este estudo, abordar as contribuições da perspectiva de desenvolvimento histórico-cultural de Lev Vigotsky, no deslocamento da ênfase de análises das proposições sobre a surdez, pois, tais contribuições muito auxiliaram no modo de pensar sobre os processos de desenvolvimento cognitivo dos sujeitos surdos.

Segundo Freitas (2003), Vigotsky proporcionou à psicologia um paradigma dialético permitindo uma nova concepção da origem, desenvolvimento, e natureza das funções psicológicas superiores, superando reducionismos subjetivistas. Para Vigotsky, o sujeito não se constituía a partir de fenômenos internos, nem se reduzia a um mero reflexo passivo do meio: Para ele, o sujeito se constituía na relação social.

Na perspectiva de desenvolvimento de Vigotsky, a consciência não seria apenas a fonte dos signos, mas, sim, o resultado deles. Assim, as funções superiores não constituem somente um pré-requisito para a comunicação, estas seriam o resultado da própria comunicação.

Portanto, a perspectiva de desenvolvimento de Vigotsky, buscava romper com as concepções que consideravam que o sujeito organizava-se a princípio internamente (no sentido biológico), e que esse desenvolvimento orgânico é o que proporcionaria aprendizagens aos indivíduos.

Góes (2002, p. 38) fez uma excelente colocação sobre as contribuições que o olhar de Vigotsky sobre a origem do desenvolvimento cognitivo, proporcionou às produções teóricas sobre surdez:

Quando se trata de uma visão de sujeito psicológico como “organismo” que interage com o meio (ou se adapta a este) a atenção é predominantemente posta na deficiência orgânica. Porém, quando o sujeito psicológico é concebido em sua constituição nas relações sociais, o foco se desloca para a pessoa surda enquanto participante da cultura.

Vigotsky proporcionou então, à psicologia e à pedagogia, um novo olhar sobre as potencialidades cognitivas da pessoa surda, ao propor um caráter universal de desenvolvimento, ou seja, sob a sua perspectiva as crianças surdas ou ouvintes, desenvolvem-se cognitivamente do mesmo modo: internalizando os signos culturais construídos pela humanidade ao longo dos séculos, em especial, pela mediação da linguagem. As crianças ouvintes pela linguagem oral e as crianças surdas pela Língua de Sinais.

Na perspectiva vigotskyana, a linguagem participa do processo de construção do pensamento, constituindo-se como a base para o advento do intelecto, pois, proporciona transformações nas funções mentais, como, na atenção, na memória, no raciocínio, entre outros.

Isto posto, o que proponho nesse estudo, é fazer uma contextualização de como ocorre o processo de desenvolvimento cognitivo nas crianças surdas, segundo a perspectiva histórico cultural de Vigotsky, tendo como pano de fundo as narrativas do filme “Sou surda e não sabia”, documentário que aborda de maneira precisa questões referentes ao universo da surdez.

Irei discorrer sobre como ocorre o processo de aquisição da linguagem por crianças surdas e como isso implica no que Vigotsky considera “o momento de maior significado no curso do desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de inteligência prática e abstrata (VIGOTSKY, 2007, p. 11)”.

Ou seja, abordarei como se chega ao momento do encontro entre pensamento e linguagem e como este momento vai propiciar que a fala se encha de significado, o que para Vigotsky é o grande reflexo da manifestação da consciência.

E por que considero que seja importante abordar esse assunto? A razão central, é que em minhas pesquisas sobre essa temática, fiquei bastante surpreendida ao constatar que grande parte dos autores, na área da educação de surdos, relata que a maioria dos familiares de crianças surdas não compreende