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Teoria das Formas e Forças da Imaginação Simbólica: Análise de Durand, Notas de aula de Artes

Uma análise da teoria geral do imaginário de gilbert durand, uma teoria antropologica sobre as formas e forças próprias da imaginação simbólica. O texto discute a importância da obra de durand, as críticas recebidas e as edições francesas e brasileiras da obra. Além disso, o documento discute as estruturas figurativas do imaginário e como elas organizam as imagens simbólicas.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Uma teoria para as formas e forças próprias da imaginação simbólica
Intexto, Porto Alegre, UFRGS, n. 40, p. 200-203, set./dez. 2017.
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Uma teoria para as formas e
forças próprias da imaginação
simbólica
Ana Taís Martins Portanova Barros
Pós-doutora; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
anataisportanova@icloud.com
DURAND, Gilbert. Les structures
anthropologiques de l'imaginaire.
Paris: Dunod, 2016.
A Teoria Geral do Imaginário não é popular, pelo contrário: hermética, complexa,
chega mesmo a exigir erudição. No entanto, não é difícil encontrar nas pesquisas, por ela
embasadas, apropriações estapafúrdias que ignorem sua sutileza e descambem em
esquematismos herdeiros, do mais pobre estruturalismo até impressionismos infantilmente
acríticos. É , que entra a crítica de Jean-Jacques Wunenburger, em 2015, no encerramento
do II Congresso Internacional do Centre de Recherhes Internationales sur l'Imaginaire
(CRI2i), em Porto Alegre: Nós, durandistas, somos os piores detratores de Gilbert Durand.
Como remédio, o retorno constante à fonte, não para erigi-la em lei, manifesta nos nefastos
argumentos de autoridade, mas para dela extrair novas aberturas, como é possível e
desejável com as obras verdadeiramente férteis. Daí, a relevância da nova edição de As
estruturas antropológicas do imaginário, a 12ª lançada na França, que celebrou, em 2016, os
50 anos da Teoria Geral do Imaginário de Gilbert Durand.
Durand morreu em dezembro de 2012, e o filósofo Jean-Jacques Wunenburger foi
escolhido para escrever o prefácio dessa que é a primeira edição da obra após o
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Uma teoria para as formas e

forças próprias da imaginação

simbólica

Ana Taís Martins Portanova Barros Pós-doutora; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil anataisportanova@icloud.com

DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Paris: Dunod, 2016.

A Teoria Geral do Imaginário não é popular, pelo contrário: hermética, complexa, chega mesmo a exigir erudição. No entanto, não é difícil encontrar nas pesquisas, por ela embasadas, apropriações estapafúrdias que ignorem sua sutileza e descambem em esquematismos herdeiros, do mais pobre estruturalismo até impressionismos infantilmente acríticos. É aí, que entra a crítica de Jean-Jacques Wunenburger, em 2015, no encerramento do II Congresso Internacional do Centre de Recherhes Internationales sur l'Imaginaire (CRI2i), em Porto Alegre: “Nós, durandistas, somos os piores detratores de Gilbert Durand”. Como remédio, o retorno constante à fonte, não para erigi-la em lei, manifesta nos nefastos argumentos de autoridade, mas para dela extrair novas aberturas, como é possível e desejável com as obras verdadeiramente férteis. Daí, a relevância da nova edição de As estruturas antropológicas do imaginário , a 12ª lançada na França, que celebrou, em 2016, os 50 anos da Teoria Geral do Imaginário de Gilbert Durand. Durand morreu em dezembro de 2012, e o filósofo Jean-Jacques Wunenburger foi escolhido para escrever o prefácio dessa que é a primeira edição da obra após o

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desaparecimento do autor. Tal escolha não poderia ser mais justa e feliz: Wunenburger não só é um filósofo que interpreta Durand de modo excepcional, como também leva adiante suas proposições, fá-las frutificar em sua própria obra sem cair no arremedo redutor ou na metáfora generalizada. Na França dos anos 1960, quando As estruturas antropológicas do imaginário foi publicado, pela primeira vez, os autores em evidência na rive gauche seguiam Descartes, Hegel, Marx e Freud. O estruturalismo estava na moda, e sentindo-se provocado a dar uma resposta a As estruturas elementares do parentesco , de Lévi-Strauss, Durand colocou, em sua tese, o título de As estruturas antropológicas do imaginário. A intenção era boa: terminar com a infindável disputa entre o estruturalismo e a hermenêutica, propondo um estruturalismo figurativo, de formas dinâmicas. No entanto, isso não impede que os leitores ligeiros de Durand vejam na sua obra determinismo e esquematismos. O que são, então, essas estruturas figurativas? São maneiras que a imaginação tem de organizar as imagens simbólicas, entendidas como profundamente (ou seja, arquetipalmente) motivadas e, aí sim, culturalmente determinadas. Ora, nem a incontornabilidade arquetipal, nem a determinação cultural são fixas; elas estão situadas em polos extremos do imaginário, ambos lutando por se instalar na consciência antropológica. A arquetipia e a fenotipia criam entre si um trajeto no qual as imagens movimentam-se, chamado por Durand de trajeto antropológico ou trajeto do sentido. O modo que essas imagens organizarem-se, nesse movimento, resulta em estruturas que, por serem determinadas pelas próprias imagens, são chamadas de figurativas. As ideias de Durand foram adotadas, em grande parte, por estudos da Literatura, mas logo foram espraiadas para as Artes, a Antropologia e a Filosofia. No Brasil, a Teoria Geral do Imaginário foi introduzida pela pesquisadora franco-brasileira, Danielle Perin Rocha Pitta, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na área de Antropologia, nos anos 1970. Diferentemente da Europa, por aqui, a área que mais trabalha com a teoria é a da Educação, na qual são pioneiros José Paula Carvalho e Maria Cecília Sanchez Teixeira, da Faculdade de Educação, da Universidade de São Paulo (USP). A Comunicação vem dando alguma atenção à Teoria Geral do Imaginário há pouco mais de uma década, quando nós mesmos defendemos tese de doutoramento, com essa base, junto à Escola de Comunicações e Artes da USP, muito embora, a palavra “imaginário” já figurasse em trabalhos anteriores na área, mas sem uma definição operacional e sem o mergulho arquetipológico durandiano.

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Referências

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário : introdução à arquetipologia geral. Tradução de Helder Godinho. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário : introdução à arquetipologia geral. Tradução de Helder Godinho. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário : introdução à arquetipologia geral. Tradução de Helder Godinho. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário : introdução à arquetipologia geral. Tradução de Karina Jannini. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Introduction a l'archétypologie générale. 10. ed. Paris: Dunod, 1982.

DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Introduction a l'archétypologie générale. 11. ed. Paris: Dunod, 1983.

DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Introduction a l'archétypologie générale. 12. ed. Paris: Dunod, 2016.

WUNENBURGER, Jean-Jacques. Préface à la nouvelle édition. In: DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Introduction à l'archétypologie générale. Paris: Dunod, 2016. p. V-XXII.