


Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Uma análise da teoria geral do imaginário de gilbert durand, uma teoria antropologica sobre as formas e forças próprias da imaginação simbólica. O texto discute a importância da obra de durand, as críticas recebidas e as edições francesas e brasileiras da obra. Além disso, o documento discute as estruturas figurativas do imaginário e como elas organizam as imagens simbólicas.
Tipologia: Notas de aula
1 / 4
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
200
Ana Taís Martins Portanova Barros Pós-doutora; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil anataisportanova@icloud.com
DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Paris: Dunod, 2016.
A Teoria Geral do Imaginário não é popular, pelo contrário: hermética, complexa, chega mesmo a exigir erudição. No entanto, não é difícil encontrar nas pesquisas, por ela embasadas, apropriações estapafúrdias que ignorem sua sutileza e descambem em esquematismos herdeiros, do mais pobre estruturalismo até impressionismos infantilmente acríticos. É aí, que entra a crítica de Jean-Jacques Wunenburger, em 2015, no encerramento do II Congresso Internacional do Centre de Recherhes Internationales sur l'Imaginaire (CRI2i), em Porto Alegre: “Nós, durandistas, somos os piores detratores de Gilbert Durand”. Como remédio, o retorno constante à fonte, não para erigi-la em lei, manifesta nos nefastos argumentos de autoridade, mas para dela extrair novas aberturas, como é possível e desejável com as obras verdadeiramente férteis. Daí, a relevância da nova edição de As estruturas antropológicas do imaginário , a 12ª lançada na França, que celebrou, em 2016, os 50 anos da Teoria Geral do Imaginário de Gilbert Durand. Durand morreu em dezembro de 2012, e o filósofo Jean-Jacques Wunenburger foi escolhido para escrever o prefácio dessa que é a primeira edição da obra após o
201
desaparecimento do autor. Tal escolha não poderia ser mais justa e feliz: Wunenburger não só é um filósofo que interpreta Durand de modo excepcional, como também leva adiante suas proposições, fá-las frutificar em sua própria obra sem cair no arremedo redutor ou na metáfora generalizada. Na França dos anos 1960, quando As estruturas antropológicas do imaginário foi publicado, pela primeira vez, os autores em evidência na rive gauche seguiam Descartes, Hegel, Marx e Freud. O estruturalismo estava na moda, e sentindo-se provocado a dar uma resposta a As estruturas elementares do parentesco , de Lévi-Strauss, Durand colocou, em sua tese, o título de As estruturas antropológicas do imaginário. A intenção era boa: terminar com a infindável disputa entre o estruturalismo e a hermenêutica, propondo um estruturalismo figurativo, de formas dinâmicas. No entanto, isso não impede que os leitores ligeiros de Durand vejam na sua obra determinismo e esquematismos. O que são, então, essas estruturas figurativas? São maneiras que a imaginação tem de organizar as imagens simbólicas, entendidas como profundamente (ou seja, arquetipalmente) motivadas e, aí sim, culturalmente determinadas. Ora, nem a incontornabilidade arquetipal, nem a determinação cultural são fixas; elas estão situadas em polos extremos do imaginário, ambos lutando por se instalar na consciência antropológica. A arquetipia e a fenotipia criam entre si um trajeto no qual as imagens movimentam-se, chamado por Durand de trajeto antropológico ou trajeto do sentido. O modo que essas imagens organizarem-se, nesse movimento, resulta em estruturas que, por serem determinadas pelas próprias imagens, são chamadas de figurativas. As ideias de Durand foram adotadas, em grande parte, por estudos da Literatura, mas logo foram espraiadas para as Artes, a Antropologia e a Filosofia. No Brasil, a Teoria Geral do Imaginário foi introduzida pela pesquisadora franco-brasileira, Danielle Perin Rocha Pitta, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na área de Antropologia, nos anos 1970. Diferentemente da Europa, por aqui, a área que mais trabalha com a teoria é a da Educação, na qual são pioneiros José Paula Carvalho e Maria Cecília Sanchez Teixeira, da Faculdade de Educação, da Universidade de São Paulo (USP). A Comunicação vem dando alguma atenção à Teoria Geral do Imaginário há pouco mais de uma década, quando nós mesmos defendemos tese de doutoramento, com essa base, junto à Escola de Comunicações e Artes da USP, muito embora, a palavra “imaginário” já figurasse em trabalhos anteriores na área, mas sem uma definição operacional e sem o mergulho arquetipológico durandiano.
203
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário : introdução à arquetipologia geral. Tradução de Helder Godinho. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário : introdução à arquetipologia geral. Tradução de Helder Godinho. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário : introdução à arquetipologia geral. Tradução de Helder Godinho. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário : introdução à arquetipologia geral. Tradução de Karina Jannini. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Introduction a l'archétypologie générale. 10. ed. Paris: Dunod, 1982.
DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Introduction a l'archétypologie générale. 11. ed. Paris: Dunod, 1983.
DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Introduction a l'archétypologie générale. 12. ed. Paris: Dunod, 2016.
WUNENBURGER, Jean-Jacques. Préface à la nouvelle édition. In: DURAND, Gilbert. Les structures anthropologiques de l'imaginaire. Introduction à l'archétypologie générale. Paris: Dunod, 2016. p. V-XXII.