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Nova forma de estruturação de lista de materiais para fabricantes de bens de capital, Notas de estudo de Materiais

Este trabalho propõe uma nova metodologia para estruturar uma lista de materiais paralela, delineada em função do organograma fabril da empresa e da sequência de fabricação do produto no tempo. A metodologia visa facilitar a elaboração do plano mestre de produção (mps), suportar a aplicação eficiente do mrp ii, miniaturizar ou modularizar a árvore do produto, simplificar o controle do inventário e tornar mais ágil a recuperação de dados. Além disso, é apresentada uma revisão bibliográfica sobre a estrutura do produto e lista de materiais.

O que você vai aprender

  • O que é a estrutura do produto e como é relacionada à lista de materiais?
  • Como a lista de materiais modular é utilizada na elaboração do Plano Mestre de Produção?
  • Quais são os diferentes tipos de listas de materiais?
  • Quais são os benefícios da nova metodologia de estruturação de lista de materiais?
  • Como a nova metodologia de estruturação de lista de materiais é desenvolvida?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tucupi
Tucupi 🇧🇷

4.6

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bg1
v.3, n.2, p. 156-172, ago. 1996
UMA PROPOSTA DE MODELAGEM
DA LISTA DE MATERIAIS
Eduardo Vila Gonçalves Filho
Prof. Dr. Depto. Engenharia Mecânica
Escola de Engenharia de São Carlos - USP
Fone: (016) 274-9250
Josadak Astorino Marçola
Mestre em Engenharia Mecânica - USP
Engenheiro de Produção da Sade Vigesa S/A.
Fone: (016) 236-3200 r. 144
Resumo
Este trabalho propõe uma nova forma de estruturação da lista de materiais, para
empresas fabricantes de bens de capital, apesar dos conceitos gerais serem passíveis de
utilização em outros tipos de companhias de manufatura. A lista de materiais, como elemento
fomentador da integração, é modelada com base em necessidades-chave de diversos usuários,
desde o orçamento até a expedição. O objetivo é facilitar as atividades de administração de
materiais e gestão da produção. A metodologia desenvolvida consiste em estruturar uma lista
de materiais paralela, delineada em função do organograma fabril da empresa e da
seqüência de fabricação do produto no tempo. Esses conceitos foram aplicados na formação
de grupos de dispositivos dedicados, utilizados na fabricação de hidrogeradores, na SADE
VIGESA S/A., fábrica de Araraquara.
Palavras-chave: lista de materiais; estrutura do produto; gerenciamento de
dispositivos dedicados.
1. Introdução
tualmente, o aumento da
competição global tem forçado as
empresas a buscar incessantemente
alta qualidade do produto, baixo
custo de produção, confiabilidade nos
prazos de entrega e flexibilidade para
atender às flutuações da demanda. Respostas
rápidas devem ser dadas às mudanças do
mercado, às necessidades do cliente e a
tecnologias emergentes, entre outros fatores.
Esse ambiente agressivo é gerado por
fatores externos as empresas, como:
A
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
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pfd
pfe
pff

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v.3, n.2, p. 156-172, ago. 1996

UMA PROPOSTA DE MODELAGEM

DA LISTA DE MATERIAIS

Eduardo Vila Gonçalves Filho Prof. Dr. Depto. Engenharia Mecânica Escola de Engenharia de São Carlos - USP Fone: (016) 274-

Josadak Astorino Marçola Mestre em Engenharia Mecânica - USP Engenheiro de Produção da Sade Vigesa S/A. Fone: (016) 236-3200 r. 144

Resumo

Este trabalho propõe uma nova forma de estruturação da lista de materiais, para empresas fabricantes de bens de capital, apesar dos conceitos gerais serem passíveis de utilização em outros tipos de companhias de manufatura. A lista de materiais, como elemento fomentador da integração, é modelada com base em necessidades-chave de diversos usuários, desde o orçamento até a expedição. O objetivo é facilitar as atividades de administração de materiais e gestão da produção. A metodologia desenvolvida consiste em estruturar uma lista de materiais paralela, delineada em função do organograma fabril da empresa e da seqüência de fabricação do produto no tempo. Esses conceitos foram aplicados na formação de grupos de dispositivos dedicados, utilizados na fabricação de hidrogeradores, na SADE VIGESA S/A., fábrica de Araraquara.

Palavras-chave: lista de materiais; estrutura do produto; gerenciamento de

dispositivos dedicados.

1. Introdução

tualmente, o aumento da competição global tem forçado as empresas a buscar incessantemente alta qualidade do produto, baixo custo de produção, confiabilidade nos prazos de entrega e flexibilidade para

atender às flutuações da demanda. Respostas rápidas devem ser dadas às mudanças do mercado, às necessidades do cliente e a tecnologias emergentes, entre outros fatores. Esse ambiente agressivo é gerado por fatores externos as empresas, como:

A

mercado, governo e concorrentes. A situação interna é agravada em companhias que operam no sistema de produção intermitente sob encomenda, apresentando:

- falta de conhecimento do produto por todos os departamentos da organização, em virtude da diversificação da produção imposta pela incerteza da demanda; - variação brusca no volume de produção; - freqüentes postergações ou suspensões das encomendas; - baixo índice de padronização dos componentes; - alterações constantes no projeto do produto; - alta prioridade do cumprimento de prazos; - incerteza quanto ao prazo de entrega dos suprimentos. Nesse contexto dinâmico e incerto, é muito difícil para o administrador efetuar uma gestão da produção de modo eficiente. Procurando auxiliá-lo, diversas técnicas de gerenciamento da manufatura surgiram nos últimos anos, como Manufacturing Resources Planning (MRP II), Just-in-Time (JIT), Kanban, Optimized Production Technology (OPT), entre outras (CORRÊA & GIANESI, 1994). Porém, pouca importância é atribuída a um elemento presente em todas essas técnicas: a lista de materiais. A lista de materiais constitui a base do sistema de informação usado na gestão da produção e no controle do inventário.

2. Descrição do Problema

pesar de produtos similares feitos sob encomenda apresentarem configurações finais diferentes, vários de seus componentes têm semelhanças quanto a funcionalidade, aplicação, forma construtiva e concepção, entre outros fatores. Situação análoga ocorre com os dispositivos dedicados, projetados e fabricados somente para tornar viável a produção do equipamento principal. Portanto, é factível a elaboração de uma nova sistemática de gestão e controle da produção de dispositivos dedicados que:

- esteja integrada ao planejamento do produto principal; - considere a ocorrência de similaridade e repetibilidade de aplicação; - possibilite o controle de maneira idêntica à do produto principal, ou seja, por encomenda e área fabril. Quando se aborda similaridade e repetibilidade, logo se associa o assunto à Tecnologia de Grupo. Segundo HYDE (1981), mesmo tratando de formação de

grupos, este caso não é de Tecnologia de Grupo. Isso porque a formação de grupos ocorrerá baseada em critérios de aplicação dos dispositivos dedicados (where used). HYDE (1981) sugere a utilização da lista de materiais. A lista de materiais elaborada pela Engenharia do Produto representa o modo pelo qual o produto foi projetado. Não são considerados aspectos referentes a vendas, planejamento e fabricação, custo, expedição do produto, entre outros. Prevalece apenas a ótica de necessidade do departamento de projeto. A lista de materiais é um dos principais elementos para a integração dos sistemas de manufatura, porque ela flui por quase todos os departamentos de uma empresa. Desse modo, é aconselhável criar um modelo de lista de materiais mais adequado às necessidades de todos os departamentos, sem esquecer de contemplar as peculiaridades, os tipos de sistema e a estrutura organizacional da companhia.

3. Objetivo

A

A estrutura do produto é apresentada por HITOMI (1979) de três modos distintos: árvore do produto, matriz de incidência e

grafo, conforme ilustra a figura 2. Dessas, a representação mais utilizada é a árvore do produto.

A B C D E F G H I J A 1 2 B 1 1 C 2 4 D 1 1 E F 1 1 G H I J

Figura 2: Diagrama Representativo da Estrutura do Produto Adaptado de HITOMI (1979)

As árvores do produto podem apresentar diferentes formas e graus de complexidade (FINCH & COX (1989), SUM et al. (1993) e BRENNAN & GUPTA (1993)). Quanto maior o número de níveis e de itens, maior verticalização e horizontalização apresentará a estrutura e, conseqüentemente, maior será sua complexidade. A maioria dos estudos sobre a forma e a complexidade da estrutura do produto abor- dam pesquisas sobre regras de tamanho de lote, variação do lead time e erros de pre- visão da demanda. Sempre para estruturas

de pequena complexidade, conforme pode ser comprovado em VERAL & La FORGE (1985), LEE & ADAM (1986), LEE et al. (1987), BAHL et al. (1987), KRAJEWSKI et al. (1987), SUM et al. (1993), BENTON & SRIVASTAVA (1993) e BRENNAN & GUPTA (1993). Não foram encontradas pesquisas tratando das interfaces proporcionadas pela estrutura do produto com outros temas, como planejamento industrial, controle da produção, controle de qualidade, etc.

4.2 Lista de Materiais

Normalmente, a estrutura do produto dos equipamentos feitos sob encomenda apresenta muitos níveis horizontais e verticais. Logo, a arquitetura gráfica utilizada para caracterizar a árvore do produto é demasiadamente pesada para circular entre as várias fases do sistema produtivo de uma empresa.

Desse modo surge a lista de materiais , que transforma a representação gráfica da estrutura multinível do produto numa representação linear dos diversos relacionamentos existentes entre matéria- prima, componentes, submontagens, montagens e produto final.

G H (^) I J G H

D E F D

B C

A

J

I

H^ D

C F

E

A

G^ B

A) ÁRVORE DO PRODUTO B) MATRIZ DE INCIDÊNCIA C) GRAFO

4.2.1 Tipos de Formato de Lista de Materiais

Quando dados referentes à estrutura do produto são armazenados num sistema de computação, eles podem ser recuperados e mostrados em diferentes formatos de saída, de acordo com a necessidade dos diferentes usuários. O objetivo é carregar uma lista que gere numerosos formatos de saída, sendo que os seis formatos mais populares são (DEIS, 1983; TERSINE, 1985; VOLLMANN et al ., 1988; KERBER, 1990):

a) lista de materiais multinível Mostra o produto final e todos os componentes de todos os níveis, até atingir o produto primário, que corresponde a matéria-prima e itens comprados, É utilizada principalmente pela Engenharia do Produto.

b) lista de materiais de um único nível É formada somente do produto final e das submontagens e componentes que farão parte da montagem final, representando o nível um da estrutura do produto. As áreas de Vendas, Administração de Contratos e Expedição podem usar esse tipo de lista de materiais em suas atividades diárias.

c) lista de materiais denteada É um tipo de lista de materiais multinível, na qual os itens pertinentes aos níveis mais altos da estrutura do produto são dispostos no início da margem esquerda e os níveis subseqüentes são deslocados gradativamente para a margem direita. Este formato de lista é utilizado principalmente pela Engenharia Industrial, para determinar como o produto será feito fisicamente, e

pela Contabilidade, para custear os diversos níveis da estrutura do produto.

d) lista de materiais resumida É uma forma de lista de materiais multinível, em que o número de identificação das peças aparece somente uma vez, com a quantidade total requerida para fabricar o produto final. Planejamento de Materiais é uma seção que pode empregar este formato de lista de materiais para alocação e verificação de providências dos mais diversos componentes.

e) lista de materiais de aplicação Tipo peculiar de lista de materiais que identifica todas as possíveis aplicações de qualquer componente. É factível o seu uso por toda a organização, por exemplo, quando da ocorrência de alteração de engenharia nos projetos dos produtos.

f) lista de materiais custeada Para cada item da lista de materiais, em todos os níveis, são apropriados os custos de matéria-prima, componentes e fabricação ou montagem. Pode ser bastante usada pela seção de Orçamento, para encaminhamento de futuras propostas de encomendas ou pela Administração de Contratos, para verificar os desvios de custeio ocorridos por conjunto.

Para ilustrar os tipos de lista de materiais citados acima, será utilizado um exemplo prático elaborado por DEIS (1983). O produto é um projetor, vendido ao mercado em dois modelos diferentes: o projetor A , com base comum, e o projetor B , com base especial, conforme motram as figuras 3 e 4.

4.2.2 Lista de Materiais Paralela

As listas de materiais paralelas são listas que permitem a representação do produto de forma mais adequada às necessidades dos múltiplos usuários. As listas de materiais modeladas para atender às funções de gerenciamento da produção, como lista de materiais de manufatura, lista de materiais modular, lista de materiais de planejamento,

lista de materiais genérica, são consideradas listas de materiais paralelas. A lista de materiais de manufatura especifica a seqüência de operações de produção requeridas para fazer um produto final ou intermediário, juntamente com os materiais necessários para cada operação, conforme exemplo mostrado pela figura 5.

Figura 5: Estrutura de Lista de Materiais de Manufatura para o Produto Final A, Adaptado de HASTINGS & YEH (1992)

A lista de materiais modular consiste do arranjo dos produtos em módulos, em que a base do modelo reside na definição das características padrão e na formação das várias opções possíveis. Esse tipo de lista de materiais é muito usado na elaboração do Plano Mestre de Produção, quando muitos produtos finais

são gerados de poucos itens componentes (FULLMANN (1988)), EDELMAN (1990), GRAUF & LEIGHTON (1990), BALCERAK & DALE (1992), IEMMOLO (1993)). A figura 6 apresenta um exemplo de uma árvore modular do produto.

A

B C

D

A

OPERAÇÃO 20 PINTAR

OPERAÇÃO 10 MONTAR

OPERAÇÃO 20 FRESAR

C

B

OPERAÇÃO 10 CORTAR D

A - Produto final B - Componente fabricado C - Componente comprado D - Matéria prima

ESTRUTURA DO PRODUTO LISTA DE MATERIAIS DE MANUFATURA

Figura 6: Exemplo de uma Árvore Modular do Produto

As listas de materiais de planejamento não representam a estrutura do produto fisicamente. Freqüentemente, são acrescentados nestas listas itens fantasmas para modelá-las de forma adequada às

necessidades de outros departamentos (CORRÊA & GIANESI, 1994). A figura 7 mostra esse fato, facilitando a previsão de demanda, a elaboração do MPS, a definição do lead time , etc. (VOLLMANN et al. (1988), GERTH (1992), PROUD & GOINS (1993)).

⇓⇓ ⇓⇓

2X 1X 0,15X 0,41X 0,22X 0,14X 0,08X

Figura 7: Exemplo de uma Lista de Materiais de Planejamento

comum a todos

OPÇÃO A

BASE COMUM

PROJETOR

SUBMONTAGEM A

COMPONENTE B

MONTAGEM DA CABEÇA

COMPONENTE C

CAIXA

BRAÇO

ESPELHO

SUBMONTAGEM A

LÂMPADA

COMPONENTE B

OPÇÃO B

BASE ESPECIAL

C226 C228 C230 C

MONTAGEM 1234

MONTAGEM 1234

C

ÁRVORE DO PRODUTO

SUPER LISTA DE MATERIAIS

QUANT.⇒

seguir, cada uma dessas fases será abordada com maior profundidade.

Figura 9: Fases do Processo de Estruturação da Lista de Materiais

É importante ressaltar que o método de formação dos grupos está baseado nos procedimentos de gestão das empresas de

bens de capital, feitos por: produto, encomenda, departamento fabril e unidade fabril.

6.1 Fase de Formação dos Grupos de Dispositivos

A formação dos grupos é a fase mais difícil do processo de estruturação da lista de materiais. Deve-se agrupar os componentes por suas similaridades e separá-los por suas diferenças (HYDE, 1981), sendo obrigatório que pertençam ao mesmo grupo componentes que tenham atributos comuns. Neste trabalho, o atributo a ser investigado, e considerado como critério definitivo para a formação dos grupos, é o endereçamento dos dispositivos. Dispositivos endereçados e utilizados pelo mesmo produto, encomenda e área fabril têm padrão de uso idêntico e devem compor o mesmo grupo. O método para a formação dos grupos, nos vários níveis consiste dos seguintes passos ( MARÇOLA, 1995 ):

- 1º passo : segregar dispositivo em função do produto; - 2º passo : segregar dispositivo por depar- tamento fabril; - 3º passo : segregar dispositivo por uni- dade fabril ou operação da unidade fabril. Após feita a composição das famílias, grupos e subgrupos, aplica-se o conceito de lista de materiais de planejamento para efe- tuar a estruturação da lista. Isto porque os níveis superiores da lista de materiais (níveis 0, 1, 2 e 3) são itens fantasmas , ou seja, são itens que não existem fisicamente, possuindo lead time e alocação de material igual a zero. Este recurso foi aplicado para tornar viável a execução da proposta, sem afetar negativamente o desempenho de outros sistemas utilizados pela companhia, como por exemplo o MRP II.

LEVANTAMENTO DE DESENHOS E PEDIDOS DE FERRAMENTAL

ARQUIVO DE PEDIDOS DE FERRAMENTAL SEPARAÇÃO POR PRODUTO

ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS

ENTRE DISPOSITIVOS DEDICADOS

ENTRE DEPARTAMENTOS FABRIS

ENTRE^1 UNIDADES PRODUTIVAS OU OPERAÇÕES

3 2

IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL

DOS DEPARTAMENTOS FABRIS

1 DOS DISPOSITIVOS DEDICADOS

DAS UNIDADES PRODUTIVAS OU OPERAÇÕES

3 2

FORMAÇÃO DOS GRUPOS

POR DEPARTAMENTO FABRIL

POR UNIDADE PRODUTIVA OU OPERAÇÃO

1 2

ARQUIVO DE DESENHOS DE FERRAMENTAL

BANCO DE DADOS SOBRE DISPOSITIVOS DEDICADOS

INFORMAÇÕES E RELATÓRIOS SOBRE DISPOSITIVOS DEDICADOS

Portanto, a árvore do produto genérico informa: a) Nível 0 : denota um produto-obra gené- rico ; b) Nível 1 : denota um produto-obra- dispositivo genérico; c) Nível 2: identifica os departamentos beneficiários dos dispositivos; d) Nível 3 : classifica as unidades produtivas ou operações pertinentes aos

departamentos beneficiários dos dispositivos; e) Nível 4: identifica os dispositivos indi- vidualmente. A figura 10 ilustra a técnica proposta, explodida até o nível 4 somente para a unidade 21, unidade componente do departamento 2, com o objetivo de exemplificar a árvore do produto obtida.

Figura 10: Lista de Materiais Paralela Proposta

6.2 Fase de Organização dos Grupos de Dispositivos

Geralmente, as várias opções dos produtos são fabricadas em datas diferentes, porém a seqüência de fluxo pelos

departamentos produtivos de uma empresa é a mesma, independente do tempo, conforme ilustra a figura 11.

PRODUTO P

OPÇÃO X

DISPOSITIVOS

DEPARTAMENTO 1

DEPARTAMENTO 3

DEPARTAMENTO 2

UNIDADE PRODUTIVA 11

UNIDADE PRODUTIVA 12

UNIDADE PRODUTIVA 13

UNIDADE PRODUTIVA 21

UNIDADE PRODUTIVA 31

UNIDADE PRODUTIVA 32

UNIDADE PRODUTIVA 22

DISPOSITIVOS 01 DISPOSITIVOS 03 DISPOSITIVOS 04 DISPOSITIVOS 02

NÍVEL 1

NÍVEL 2

NÍVEL 3

NÍVEL 4

PRODUTO NÍVEL 0

tempo

1

1

1

2

2

2

3

3

3

OPÇÃO Y

OPÇÃO Z

Figura 13: Estrutura Temporal da Lista de Materiais Paralela

6.3 Fase de Identificação Estrutural dos Dispositivos

Após as etapas de formação e organização dos grupos de dispositivos para estruturação das listas de materiais, é necessário registrar todos os membros de todas as famílias de dispositivos. Para tanto,

explora-se o conceito de identificação estrutural advindo da árvore do produto. A identificação estrutural proposta para registrar completamente os dispositivos, como mostra a figura 14, é formada por dez dígitos, dos quais:

Figura 14: Identificação da Lista de Materiais

  • 1º e 2º dígito: indicam o produto Cada família de produto deve ser identificada por um campo alfabético de

dois dígitos. Estes dígitos indicam o tipo de produto, como no exemplo mostrado na figura 15.

NÍVEL 1

NÍVEL 2

NÍVEL 3

NÍVEL 4

DISPOSITIVOS

DEPARTAMENTO DEPARTAMENTO^2 1

UNIDADE PRODUTIVA UNIDADE 12 PRODUTIVA 11

DISPOSITIVO 01

DISPOSITIVO 02

tempo NÍVEL 0

PRODUTO

F

POS. 1

F

POS. 01 F2101 POS. 03 Y

F

PRODUTO DESCRIÇÃO

EX SISTEMA DE EXCITAÇÃO GH HIDROGERADORES GT TURBOGERADORES SE SERVIÇOS GERAIS - ENERGIA TE TURBINAS

Figura 15: Exemplos de Tipos de Produto Fonte: SADE VIGESA S/A.

- 3º, 4º e 5º dígitos: indicam a encomenda Após classificado e identificado o tipo de produto, a encomenda é registrada por um campo numérico, formado por três algarismos, alocados ao produto de forma seqüencial. - 6º dígito: denota ferramental Neste campo alfabético, será sempre colocada a letra F, interrompendo a seqüência numérica e indicando a existência de ferramental aplicado ao produto- encomenda. - 7º dígito: identifica o departamento Este campo numérico identifica qual será o departamento que utilizará os dispositivos a serem fornecidos para o produto- encomenda definido anteriormente. - 8º dígito: identifica a unidade produtiva ou operação

Este código numérico identifica qual será a unidade produtiva ou operação, dentro do departamento, que fará uso dos dispositivos.

- 9º e 10º dígito: identifica os dispositivos Este campo numérico formado por dois dígitos identifica os dispositivos necessários às unidades produtivas ou operações.

As características gerais são:

  • a identificação utilizada é do tipo hierárquica;
  • o sétimo e o oitavo dígitos indicam o grupo de dispositivos, número de acesso chave, que possibilita plena aplicação do sistema de gerenciamento proposto, para o produto-obra solicitado. A figura 16 ilustra a formação do número de identificação para os dispositivos X e Y.

Figura 16: Exemplo de Identificação Estrutural (MARÇOLA, 1995)

POS. 01 F1101 POS. 02 X POS. 02 F

POS. 1 F^

POS. 2 F^

POS. 3 F^

POS. 1 F^

POS. 2 F

POS. 2 F

DISPOSITIVOS DEDICADOS

F

PRODUTO

9. Conclusão

entro do contexto de manufatura integrada, este trabalho focalizou duas das principais variáveis para o êxito de uma companhia:

  • a lista de materiais , como a base para a integração da manufatura, sendo utilizada por quase todos os departamentos da empresa;
  • o recurso dispositivo dedicado , freqüentemente negligenciado, porém muito importante para a concretização da produção com eficiência e produtividade. A aplicação prática dessa nova metodologia, baseada na estruturação da lista de materiais, adequada às necessidades dos múltiplos usuários e ao organograma fabril da empresa, revelou-se um instrumento extremamente eficaz. Isto foi alcançado devido ao fato de sua modelagem ser compatível com os procedimentos de gestão executados rotineiramente, constituindo-se num suporte operacional indispensável dentro do processo de tomada de decisão, atendendo

plenamente aos objetivos delineados por este trabalho. O principal mérito deste trabalho residiu no desenvolvimento de duas abordagens:

  • o inter-relacionamento entre lista de materiais e dispositivos dedicados;
  • a elaboração de um método para estruturação da lista de materiais baseado no organograma da área industrial. Mesmo cada companhia apresentando necessidades distintas de informações, em função dos diferentes objetivos estratégicos, estrutura organizacional, tipos de produtos, níveis de controle, entre outros fatores, o sistema é perfeitamente possível de implantação em qualquer empresa de produção intermitente sob encomenda, em que os controles, na grande maioria, são feitos sobre as encomendas e as áreas fabris. Porém, antes de aplicá-lo, é recomendado estudar as características organizacionais da companhia e as particularidades tecnológicas dos seus produtos, para promover uma adaptação do sistema desenvolvido às condições vigentes.

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BILL OF MATERIALS’ MODELING : A PROPOSAL

Abstract

This paper suggests a new idea to form a Bill of Materials (BOM), for heavy equipment manufacturing companies, with the general concepts applied in others kind of manufacturing companies. The bill of materials, as an essential element of integration, from marketing to delivery, aims to facilitate the activities of Production Planning and of the Control System. The methodology developed is based on a new approach to build parallel bill of materials, using concepts of pseudo levels and assemblies, mainly based on the industrial organizational structure of the company and on the sequence of product fabrication in time. The implementation of this system for dedicated fixtures resulted in expressive reduction of lead time, project hours, fabrication hours and costs.

Key-words: bill of materials; product structure; dedicated fixtures management.