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Um projeto de alfabetização focado no trabalho do aluno, baseado em uma revisão da história da alfabetização e incorporando inovações dos últimos anos. O projeto destaca a importância do processo de decifração e da palavra como unidade central no processo de alfabetização, e inclui materiais como cartazes, projetos individuais e coletivos, texto teórico, atividades complementares, exercícios iniciais e vídeos para o professor e aluno. O objetivo é facilitar o processo de alfabetização e levar em conta conhecimentos pré-existentes do aluno.
O que você vai aprender
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Luiz Carlos Cagliarii
Resumo A comunicação apresenta um Projeto de alfabetização fácil e rápida. Após muitos anos trabalhando com a alfabetização, discutindo, escrevendo livros e artigos, resolvi propor um projeto de alfabetização focado no trabalho do aluno. O Projeto partiu de uma revisão da história da alfabetização, selecionando tópicos que ficaram como atividades importantes e incorporando inovações das últimas décadas. Como se trata de um Projeto amplo e complexo, a presente comunicação irá destacar alguns pontos principais e algumas atividades. Não se discutem outros modelos de alfabetização.
Palavras-chave : Alfabetização, Projeto, Aprendizagem, Ensino
Considerações gerais Desde 1982, me envolvi com questões escolares de alfabetização. Primeiro, como avaliador do Tijolão (Projeto da CENP/SP). Depois, como palestrante, autor de textos e de vídeos para o Projeto Isto se Aprende com o Ciclo Básico. Fui Coordenador de Projetos de Alfabetização da CENP. Passei um ano estudando os sistemas de escrita no Museu Britânico. Colecionei quilos de trabalhos de alunos, livros didáticos, sobretudo cartilhas antigas e novas. Escrevi livros. Como linguista, muito me incomodou a falta de conhecimentos linguísticos no ensino e na aprendizagem da leitura e da escrita. Nos últimos quinze anos, acompanhei de longe o grande estrago feito no processo de alfabetização (e de outros níveis escolares do país). Agora, voltando ao assunto, decidi produzir vários tipos de material fora das exigências governamentais (PCN, PNCC, Ler e Escrever, etc.) voltados diretamente para o aprendiz. No começo, era um projeto minimalista com o qual qualquer pessoa poderia se alfabetizar apenas tendo alguém que lesse para ela algumas instruções básicas. A partir daí, foram feitos três projetos com metodologias diferentes, motivados pelas dificuldades de ensino e de aprendizagem, de acordo com pesquisas das três últimas décadas feitas pelo autor. A grande questão sempre foi “como aprender”. Para resolver isso, foi preciso desenvolver uma metodologia que se adaptasse às crianças, aos professores e às escolas. Alguns conceitos fundamentais serviram de suporte técnico como dar prioridade ao processo de decifração, que levaria à leitura inicial e, como o tempo, a um processo
de leitura mais desenvolvido. Escrever é uma atividade secundária, porém motivadora do aprendizado da leitura. A palavra, ou seja, a união de sons e de significados é a unidade central, ponto de partida e de chegada na decifração e, portanto, do processo de alfabetização. Unidades menores como as sílabas, os segmentos fonéticos, as letras e seus nomes constituem ferramentas importantes. Ao longo da aprendizagem, algumas noções precisam ser explicadas pelo professor como a variação linguística, como funcionam os sistemas de escrita, com destaque para a natureza e função da ortografia. Além de um texto para uso direto pelos alunos, o Projeto traz cartazes para atividades específicas, sugestões de projetos individuais e coletivos, texto teórico para o professor, sugestões de atividades complementares, exercícios inicias para serem feitos antes do processo de alfabetização propriamente dito, e vídeos para o professor e para o aluno. O Projeto traz também comentários para os pais entenderem o que os filhos estão fazendo. O Projeto traz um processo de alfabetização facilitado porque leva em conta não apenas conhecimentos pré-existentes a respeito da leitura e da escrita por parte do aluno, como o leva a refletir hierarquicamente como se faz para ler. Como disse em inúmeros textos e livros, esse processo é extremamente complexo e, portanto, se apresenta como muito difícil, em princípio. O aluno precisa de muitos conhecimentos acumulados para saber, por exemplo, como se lê uma palavra simples como batata .ii Mesmo professores experientes e teóricos da alfabetização têm dificuldades em produzir uma teoria da decifração, mesmo sabendo decifrar com facilidade uma palavra escrita. Como um professor pode ensinar a ler se não sabe explicar cientificamente como se decifra a escrita? Basta deixar o aluno descobrir por si? Em muitas metodologias e em atividades tradicionais, há confusões, vazios teóricos e erros que bloqueiam o desenvolvimento da alfabetização para muitos alunos. O presente Projeto cuidou muito dessa questão. Organizar no tempo e hierarquizar o ensino e a pesquisa sempre foram vistos como necessários pelos teóricos e pelos professores, como mostra a história da alfabetização. Essa hierarquização programada de acordo com objetivos bem definidos e teoricamente corretos cria um processo de alfabetização rápido. O aluno não precisa aprender todas as lições para saber como se faz para decifrar. Basta aprender uma estratégia de pesquisa, de trabalho e de entendimento. O tempo de ensino e de aprendizagem deve ser um fator de melhoria e não de expectativas frustradas. Certamente, bastam apenas alguns meses para um aluno aprender como deve proceder para aprender mais, refletindo sobre o que já aprendeu. Isso acelera o processo de alfabetização.
O Texto para o Aluno
desafios em palavras: GATO – gato. Cópias e transliterações são propostas. Há uma breve introdução à escrita manuscrita, sem muitos exercícios. O livro traz ainda algumas observações linguísticas, em certos momentos. Informa os alunos com destaque especial a respeito da variação linguística da linguagem, sobretudo da fala. Mostra como é possível escrever pelo alfabeto sem se preocupar com a ortografia, mas que isso não é aceito na sociedade. Ensina que se deve escrever seguindo a ortografia, mas que cada um lê o que está escrito de acordo com o dialeto que fala, quando sozinho, ou no dialeto da escola, quando necessário (norma culta). Por fim, há uma breve introdução à escrita dos algarismos e à decifração dos números.
Outros Materiais para o aluno
O livro do aluno tem apenas 40 páginas. Ele é complementado com o livro de treinamento inicial e com o livro de exercícios complementares, que apresentam novos desafios, seguindo as lições do livro do aluno. Esse programa de alfabetização fácil e rápida conta, ainda, com Projetos & Atividades. Essa atividade é feita com painéis de temas como Verduras, Legumes, Fruta; Bichos, etc. Em cada painel, há Ele tem 14 figuras de animais e um quadro em branco. Abaixo, há 15 nomes que devem ser identificados com cada figura. Esse tipo de atividade se dá melhor com trabalho em grupo. O projeto tem seis painéis. Há folhas soltas (Continuando a Ler) para o professor usar e que servem de modelos para ele inventar novos exercícios. Sua melhor utilidade é no começo do aprendizado ou para ajudar alunos que precisam rever os fundamentos da decifração.
Materiais para os Professores
O Projeto tem um livro especial para os professores com apostilas específicas sobre alguns temas importantes, como:
Formato e Ilustração
O formato dos materiais impressos dos alunos, como os livros e folhas de exercícios terá a dimensão de 17 cm por 25 cm. Os painéis integram os livros e podem também ser impressos pela escola no tamanho de banners ou em outras dimensões. Os materiais dos alunos e os vídeos terão ilustração adequada com desenhos coloridos minimalistas. Além dos desenhos, o projeto conta com inúmeras fotos coloridas e em preto-e-branco.
Outros Materiais
O projeto traz, ainda, um jogo: O Jogo das Sílabas e das Palavras. Grupos de alunos disputam qual deles consegue resolver problemas mais rapidamente. O objetivo é descobrir que palavra está escrita e explicar como descobriram isso. Passando do período de alfabetização para o período de letramento os alunos começam a deixar de lado o já conhecido e passam a ver as utilidades de saber ler. Além de vasto material disponível nas livrarias e de sugestões de leituras de tipos variados, o autor escreveu uma série de livros infanto-juvenis. Um dos objetivos dessas histórias é focar temas relevantes para a vida, com destaque especial para assuntos que envolvam o uso de tecnologias modernas. Alguns títulos são apresentados a seguir:
Conclusão
Este projeto de alfabetização foi montado nos últimos 18 meses. Inicialmente, chamava-se O Pulo do Sapo. A ideia original era produzir um material de alfabetização para ser usado fora da escola. Qualquer pessoa que quisesse ser alfabetizada poderia aprender a ler, necessitando apenas de alguém que lesse as instruções para ela. Não havia mais nada. Ao todo eram 30 páginas no formato de revistinha em quadrinho, com impressão em branco e preto e com um mínimo de figuras. Sua distribuição seria gratuita e sua produção patrocinada.iv^ A partir de um modelo inicial, foram feitas muitas modificações, motivadas por possíveis dificuldades de diferentes tipos. Esse projeto foi considerado inviável e, então, outro mais sofisticado foi elaborado. O resultado final é o
--- Caminhos e descaminhos da fala, da leitura e da escrita na escola. TV Cultura / CENP-SE/SP. 1985 (Também vídeo).
--- Sistemas de escrita. Rio de Janeiro: INEP. 1988 (Também vídeo).
--- A escola não deve reprovar ninguém. In: Revista Nova Escola. São Paulo: Fundação Victor Civita. Nº 26, p. 26-28. 1988 (entrevista a Renato Anselmi).
--- A leitura nas séries iniciais. In: Leitura: Teoria e Prática. Campinas: ALB. Nº 12, p. 4-
--- Ditados e ditadores; entendidos e entendentes: algumas considerações sobre ditados, cópia e interpretação de texto na escola de Primeiro Grau. In: Desenvolvendo a Língua Falada e Escrita. Porto Alegre: Ed. Sagra. p. 94-117. 1990.
--- O segredo da alfabetização. In: Jornal da Alfabetizadora. Porto Alegre: Ed. Kuarup e PUCRS. Nº 20, p. 9-11. 1992.
--- Ensino e aprendizagem: eis a questão. In: Por trás das letras: Alfabetização – Refletindo sobre a Falsa Dicotomia entre Ensino e Aprendizagem. São Paulo: FDE. p. 20-36. 1994 (texto de 1991).
--- O alienígena que queria aprender a ler. In: Jornal do Alfabetizador. Porto Alegre: Ed. Kuarup e PUCRS. Nº 47, p. 14-16. 1996.
--- Alfabetização: o que fazer quando não der certo. In: Jornal do Alfabetizador. Porto Alegre: Ed. Kuarup e PUCRS. Nº 57, p. 8-11. 1998.
--- Variação e preconceito. In: Textura. Canoas: ULBRA – Revista do Centro de Educação, Ciências Humana e Letras. Nº 2, p. 15-22. 2000.
--- Como alfabetizar: 20 anos em busca de soluções. In: Letras de Hoje. Porto Alegre: PUCRS. vol. 36, Nº 3, p. 47-66. 2001.
--- A decifração, o aprendiz e os conhecimentos linguísticos na alfabetização. In: Bolando Aula. Santos: Gruhbas. Nº 42, p. 3-4; Nº 43, p. 3-4. 2001.
--- Avaliação e Promoção. Línguas & Letras (UNIOESTE). , v.1, p.143 - 156, 2000
--- Conhecimentos técnicos para alfabetizar. Línguas & Letras (UNIOESTE). , v.2, p.73 - 84, 2001.
--- Alfabetização e ortografia. In: Educar em Revista. , v.20, p.43 - 58, 2002.
--- Categorização gráfica e funcional da escrita e da leitura em língua materna. In: Calidoscópio (UNISINOS). v.2, p. 89 - 94, 2004. (Com Gladis Massini-Cagliari)
--- Lingüística e Alfabetização. In: Espaço (INES ). , p.46 - 52, 2004.
--- Algumas questões de lingüística na alfabetização. Caderno do Professor (Belo Horizonte). , v.1, p.12 - 20, 2005.
--- Linguagem: oralidade e escrita. In: Salto para o Futuro (Online). , v.3, p.11 - 18, 2007.
c) Capítulos de livros:
--- A evolução da escrita In: Psicopedagogia: o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. 1 ed. Porto Alegre : Artes Gráficas, 1987, v.1, p. 164-185.
--- Fala, escrita e leitura In: A Universidade e o ensino de I e de II Graus. 1 ed. Campinas: Papirus, 1988, v.1, p. 13-24.
--- Ditados e ditadores - entendidos e entendentes: algumas considerações sobre ditados, cópia e interpretação de texto na escola de primeiro grau In: Desenvolvendo a Língua Falada e Escrita. 1 ed. Porto Alegre : Sagra, 1990, v.1, p. 94- 117.
--- O príncipe que virou sapo In: Introdução à Psicologia Escolar. 3 ed. São Paulo : Casa do Psicólogo, 1997, v.1, p. 193-224. (também In: Cadernos de Pesquisa. São Paulo: Fundação Carlos Chagas. Nº 55, p. 50-62. 1985).
--- A respeito de alguns fatos do ensino e da aprendizagem da leitura e da escrita pelas crianças na alfabetização In: Alfabetização e Letramento. 1 ed. Campinas : Mercado de Letras, 1998, v.1, p. 61-86.
--- A alfabetização no Estado de São Paulo In: Língua Portuguesa em São Paulo. 1 ed. São Paulo : Associação Editorial Humanitas, 2006, v.1, p. 113 - 127.
--- Alfabetização: o duelo dos métodos In: Alfabetização no Brasil: questões e provocações da atualidade. 1 ed. Campinas : Autores Associados, 2007, v.1, p. 51- 72.
--- Aspectos teóricos da ortografia In: Ortografia da Língua Portuguesa: história, discurso, representações. 1 ed. São Paulo : Editora Contexto, 2009, v.1, p. 17-52.
--- Algumas questões de linguística na alfabetização In: Formação de Professores Didática dos Conteúdos volume 2.1 ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, v.2, p. 72-
--- Alfabetização: o que fazer quando não der certo In: Formação de Professores Didática dos Conteúdos. ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, v.2, p. 85-95.
--- Uma grande dificuldade na alfabetização In: Alfabetização e cognição. 1 ed. Porto Alegre : EDIPUCRS, 2011, v.1, p. 127-137.