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01| A poesia do Trovadorismo português tem íntima ... A Os principais trovadores utilizavam a gui- ... português e suas principais obras são: Auto da.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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01| A poesia do Trovadorismo português tem íntima relação com a música, pois era composta para ser entoada ou cantada, sempre acompanhada de ins- trumental, como o alaúde, a viola, a flauta, ou mes- mo com a presença do coro. A respeito dessa escola literária, assinale a alterna- tiva correta. A Os principais trovadores utilizavam a gui- tarra elétrica para acompanhar a exibição. B As composições dividem-se em dois gran- des grupos: líricas e satíricas. C Os principais trovadores são: Padre Antô- nio Viera e Camões. D O Trovadorismo é uma escola literária contemporânea. E São exemplos de Cantigas Satíricas as Can- tigas de Amor e de Amigo. 02| É correto afirmar sobre o Trovadorismo que A os poemas são produzidos para ser ence- nados. B as cantigas de escárnio e maldizer têm te- máticas amorosas. C nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino. D as cantigas de amigo têm estrutura poéti- ca complicada. E as cantigas de amor são de origem nitida- mente popular. 03| Leia atentamente o texto abaixo. Com’ousará parecer ante mi o meu amigo, ai amiga, por Deus, e com’ousará catar estes meus olhos se o Deus trouxer per aqui, pois tam muit’há que nom veo veer mi e meus olhos e meu parecer? ( Com’ousará parecer ante mi de Dom Dinis. Fonte: http://pt.wikisour- ce.org/wiki/Com%27ousar%C3%A1_parecer_ante_mi. Acesso em: 05.12.2012.) per = por tam = tão nom = não veer = ver mi = mim, me parecer = semblante Sobre o fragmento anterior, pode-se afirmar que pertence a uma cantiga de A amor, pois o eu lírico masculino declara a uma amiga o sentimento de amor que tem por ela. B amigo, pois o eu lírico feminino expressa a uma amiga a falta de seu amigo por quem sente amor. C amor, pois o eu lírico é feminino e acha que seu amor não deve voltar para os seus braços. D amigo, pois o eu lírico masculino entende que só Deus pode trazer de volta sua ami- ga a quem não vê há muito tempo. E amor, pois o eu lírico feminino não con- segue enxergar o amor que sente por seu amigo. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: No português, encontramos variedades históricas, tais como a representada na cantiga trovadoresca de João Garcia de Guilhade, ilustrada a seguir.
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Non chegou, madre, o meu amigo, e oje est o prazo saido! Ai, madre, moiro d’amor! Non chegou, madre, o meu amado, e oje est o prazo passado! Ai, madre, moiro d’amor! E oje est o prazo saido! Por que mentiu o desmentido? Ai, madre, moiro d’amor! E oje, est o prazo passado! Por que mentiu o perjurado? Ai, madre, moiro d’amor! 04| Considerando a terceira estrofe, assinale a alterna- tiva que apresenta uma palavra formada por paras- síntese. A desmentido B prazo C saido D d’amor E moiro 05| No verso – Ai, madre, moiro d’amor! – a função sin- tática do termo madre é a seguinte: A sujeito. B objeto direto. C adjunto adnominal. D vocativo. E aposto. 06| “A literatura do amor cortês, pode-se acrescentar, contribuiu para transformar de algum modo a reali- dade extraliterária, atua como componente do que Elias (1994)* chamou de processo civilizador. Ao mesmo tempo, a realidade extraliterária penetra processualmente nessa literatura que, em parte, nasceu como forma de sonho e de evasão.” ( Revista de Ciências Humanas , Florianópolis, EDUFSC, v. 41, n. 1 e 2, p. 83-110, Abril e Outubro de 2007 pp. 91-92) (*) Cf. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Zahar, 1994, v.1. Interprete o comentário acima e, com base nele e em seus conhecimentos acerca do lirismo medieval galego-português, marque a alternativa correta: A as cantigas de amor recriaram o mesmo ambiente palaciano das cortes galegas. B “a literatura do amor cortês” refletiu a ver- dade sobre a vida privada medieval. C a servidão amorosa e a idealização da mu- lher foi o grande tema da poesia produzi- da por vilões. D o amor cortês foi uma prática literária que aos poucos modelou o perfil do homem civilizado. E nas cantigas medievais mulheres e ho- mens submetem-se às maneiras refinadas da cortesia. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Cantiga de Amor Afonso Fernandes Senhora minha, desde que vos vi, lutei para ocultar esta paixão que me tomou inteiro o coração; mas não o posso mais e decidi que saibam todos o meu grande amor, a tristeza que tenho, a imensa dor que sofro desde o dia em que vos vi. Já que assim é, eu venho-vos rogar que queirais pelo menos consentir que passe a minha vida a vos servir (...) (www.caestamosnos.org/efemerides/118. Adaptado) 07| Observando-se a última estrofe, é possível afirmar que o apaixonado A se sente inseguro quanto aos próprios sentimentos. B se sente confiante em conquistar a mulher amada. C se declara surpreso com o amor que lhe dedica a mulher amada. D possui o claro objetivo de servir sua amada. E conclui que a mulher amada não é tão po- derosa quanto parecia a princípio.
11| Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das cantigas de amor. A O ambiente é rural ou familiar. B O trovador assume o eu-lírico masculino: é o homem quem fala. C Têm origem provençal. D Expressam a “coita” amorosa do trovador, por amar uma dama inacessível. E A mulher é um ser superior, normalmente pertencente a uma categoria social mais elevada que a do trovador. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: SONETO DE SEPARAÇÃO De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. (Vinícius de Morais) 12| Releia com atenção a última estrofe: “Fez-se de amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente”. Tomemos a palavra AMIGO. Todos conhecem o sen- tido com que esta forma linguística é usualmente empregada no falar atual. Contudo, na Idade Mé- dia, como se observa nas cantigas medievais, a pa- lavra AMIGO significou: A colega B companheiro C namorado D simpático E acolhedor TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: SEDIA LA FREMOSA SEU SIRGO TORCENDO Estêvão Coelho Sedia la fremosa seu sirgo torcendo, Sa voz manselinha fremoso dizendo Cantigas d’amigo. Sedia la fremosa seu sirgo lavrando, Sa voz manselinha fremoso cantando Cantigas d’amigo.
13| O paralelismo é um dos recursos estilísticos mais comuns na poesia lírico-amorosa tro- vadoresca. Consiste na ênfase de uma ideia central, às vezes repetindo expressões idênti- cas, palavra por palavra, em séries de estrofes paralelas. A partir destas observações, releia o texto de Estêvão Coelho e responda: A O poema se estrutura em quantas séries de estrofes paralelas? Identifique-as. B Que ideias centrais são enfatizadas em cada série paralelística? 14| Considerando-se que o último verso da canti- ga caracteriza um diálogo entre personagens; considerando-se que a palavra “abutre” grafa- va-se “avuytor”, em português arcaico; e con- siderando-se que, de acordo com a tradição popular da época, era possível fazer previsões e descobrir o que está oculto, comendo carne de abutre, mediante estas três considerações: A Identifique o personagem que se expressa em discurso direto, no último verso do po- ema; B Interprete o significado do último verso, no contexto do poema.
O Trovadorismo data da época Medieval (por volta do século XII) e foi uma literatura oral acompanhada de alaúde, viola, flauta ou coro. Dessa forma, as alternativas [A] e [D] são des- cartadas. O trovador podia optar por dois tipos distintos de cantigas: as líricas (de Amor e de Amigo) e satíricas (Maldizer e Escárnio). Isso confirma a alternativa [B] e invalida a [E]. O Padre Antônio Viera pertenceu ao período do Barroco, e Camões ao Renascimento e, por- tanto, [C] também está incorreta. 02| C As cantigas de amigo são composições breves e singelas, de origem popular, cujo eu lírico é sempre uma mulher apaixonada, que canta ao seu “amigo” (amado).
De origem popular, a cantiga de amigo da po- esia trovadoresca caracteriza-se pela presença de um eu lírico feminino que expressa o so- frimento por amor (coita). Assim, é correta a opção [B], pois o fragmento transcreve lirica- mente o lamento de uma moça a uma amiga, queixando-se do “amigo” que tarda em vir ao seu encontro: “pois tam muit’há que nom veo veer / mi e meus olhos e meu parecer?”. 04| A A derivação parassintética acontece quando, no processo de formação da nova palavra, se acrescenta, simultaneamente, prefixo e sufixo, como acontece em “desmentido”: des- (prefi- xo com sentido de negação) + ment (radical) +
01| Considere o trecho para responder à questão. No final do século XV, a Europa passava por gran- des mudanças provocadas por invenções como a bússola, pela expansão marítima que incre- mentou a indústria naval e o desenvolvimento do comércio com a substituição da economia de subsistência, levando a agricultura a se tornar mais intensiva e regular. Deu-se o crescimento urbano, especialmente das cidades portuárias, o florescimento de pequenas indústrias e todas as demais mudanças econômicas do mercanti- lismo, inclusive o surgimento da burguesia. Tomando-se por base o contexto histórico da época e os conhecimentos a respeito do Hu- manismo, marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso e assinale a alternativa correta. ( ) O Humanismo é o nome que se dá à produção escrita e literária do final da Idade Média e iní- cio da moderna, ou seja, parte do século XV e início do XVI. ( ) Fernão Lopes é um importante prosador do Humanismo português. Destacam-se entre suas obras: Crônica Del-Rei D. Pedro I , Crônica Del-Rei Fernando e Crônica de El-Rei D. João. ( ) Gil Vicente é um importante autor do teatro português e suas principais obras são: Auto da Barca do Inferno e Farsa de Inês Pereira. ( ) Gil Vicente é um autor não reconhecido em Portugal, em virtude de sua prosa e documen- tação histórica não participarem da cultura portuguesa. A V, V, V, F. B V, F, V, V. C F, V, V, F. D V, V, F, F. E V, F, F, V. 02| Analise os trechos abaixo, retirados da peça Pranto de Maria Parda , de Gil Vicente, e assi- nale aquele que comunica ao leitor uma visão preconceituosa de caráter racial. A Eu só quero prantear este mal que a muitos toca; que estou já como minhoca que puseram a secar. B Ó bebedores irmãos que nos presta ser cristãos, pois nos Deus tirou o vinho? C Martim Alho, amigo meu, Martim Alho, meu amigo, tão seco trago o umbigo como nariz de Judeu. D Ó Rua da Mouraria, quem vos fez matar a sede pela lei de Mafamede com a triste da água fria? E Devoto João Cavaleiro que pareceis Isaías, dai-me de beber três dias, e far-vos-ei meu herdeiro. 03| Identifique a alternativa em que Maria Parda comunica o seu desejo de beber, exagerando a consequência de não encontrar quem lhe ven- da vinho fiado.
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A Ó Senhora Biscainha fiai-me canada e meia, B Branca, mana, que fazedes? meu amor, Deus vos ajude; já eu estou no ataúde, se me vós não acorredes. C Fiai-me um gentar de vinho, e pagar-vos-ei em linho, que já minha lã não presta: D Deixo por minha herdeira e também testamenteira, Lianor Mendes de Arruda, E Diz um verso acostumado: quem quer fogo busque lenha; 04| As diferenças etárias são muitas vezes causa de violência simbólica. Considerando isso, assina- le os versos em que as frases expressam, de forma explícita, o tema básico de O Velho da Horta , fundamentado neste tipo de violência. A Branca Gil – Todos os santos marteirados Socorrei ao marteirado Que morre de namorado. B Moça – E essa tosse? Amores de sobreposse Serão os de vossa idade: O tempo vos tirou a posse. C Branca Gil – Eu folgo ora de ver Vossa mercê namorado; Que o homem bem criado Té na morte o há de ser. D Velho – Porém, amiga, Se nesta minha fadiga Vós não sois medianeira, Não sei que maneira siga, Nem que faça, nem que diga, Nem que queira. E Parvo – Dono, dizia minha dona, Que fazeis vós cá te a noite? 05| Há muitas formas de violência simbólica. Al- gumas se fundamentam no desrespeito aos caracteres externos (fenótipo) da variedade da espécie humana e, no caso específico, são, também, herança do nosso modelo socioeco- nômico de colonização. Interprete os versos abaixo de O Velho da Horta e reconheça a op- ção em que está sugerida essa forma de vio- lência. A Branca Gil – Ó Santo Martim Afonso Ide Melo tão namorado dá remédio a este coitado. B Branca Gil – D’antemão faço uma esconjuração c’um dente de negra morta. C Branca Gil – Eu já, senhor meu, não posso vencer uma moça tal sem gastardes bem do vosso. D Moça – Não vedes que já sois morto, e andais contra natura? E Mulher – Agora, com as ervas novas vos tornastes garanhão. 06| O monólogo dramático “ O pranto de Maria Parda” , de Gil Vicente, é um desses textos emblemáticos da produção de um dos mais respeitáveis autores portugueses. A peça dispõe de um conteúdo pelo qual perpas- sam variados sentidos, ligados a problemas sociais, a preconceito, à paródia, ao grotes- co, enfim, nela se encontra uma espécie de mosaico de informações de toda ordem. A riqueza de questões suscitadas no monólogo ainda hoje pode ser considerada, como é da natureza do texto vicentino, de atualidade indiscutível. Com base no comentário acima, é correto afir- mar, relativamente à linguagem e ao conteúdo da peça de Gil Vicente, que A a linguagem da peça é rica de lamentos, pragas, pedidos, promessas e muitas ex- clamações apelativas.
A ser um teatro de louvor e litúrgico em que o sagrado é plenamente respeitado. B não se identificar com a postura anticleri- cal, já que considera a igreja uma institui- ção modelar e virtuosa. C apresentar estrutura baseada no mani- queísmo cristão, que divide o mundo en- tre o Bem e o Mal, e na correlação entre a recompensa e o castigo. D apresentar temas profanos e sagrados e revelar-se radicalmente contra o catolicis- mo e a instituição religiosa. E aceitar a hipocrisia do clero e, criticamen- te, justificá-la em nome da fé cristã. 10| Gil Vicente escreveu o Auto da Barca do Infer- no em 1517, no momento em que eclodia na Alemanha a Reforma Protestante, com a crítica veemente de Lutero ao mau clero dominante na igreja. Nesta obra, há a figura do frade, se- veramente censurado como um sacerdote ne- gligente. Indique a alternativa cujo conteúdo NÃO se presta a caracterizar, na referida peça, os erros cometidos pelo religioso. A Não cumprir os votos de celibato, manten- do a concubina Florença. B Entregar-se a práticas mundanas, como a dança. C Praticar esgrima e usar armamentos de guerra, proibidos aos clérigos. D Transformar a religião em manifestação formal, ao automatizar os ritos litúrgicos. E Praticar a avareza como cúmplice do fidal- go, e a exploração da prostituição em par- ceria com a alcoviteira. 11| O teatro de Gil Vicente caracteriza-se por ser fundamentalmente popular. E essa caracte- rística manifesta-se, particularmente, em sua linguagem poética, como ocorre no trecho a seguir, de “O Auto da Barca do Inferno”. Ó Cavaleiros de Deus, A vós estou esperando, Que morrestes pelejando Por Cristo, Senhor dos Céus! Sois livres de todo o mal, Mártires da Madre Igreja, Que quem morre em tal peleja Merece paz eternal. No texto, fala final do Anjo, temos no conjunto dos versos A variação de ritmo e quebra de rimas. B ausência de ritmo e igualdade de rimas. C alternância de redondilha maior e menor e simetria de rimas. D redondilha menor e rimas opostas e em- parelhadas. E igualdade de métrica e de esquemas das palavras que rimam. 12| Considerando a peça “Auto da Barca do Inferno” como um todo, indique a alternativa que me- lhor se adapta à proposta do teatro vicentino. A Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo alcançar a consciência do homem, lembrando-lhe que tem uma alma para salvar. B As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não estabelecem a divisão ma- niqueísta do mundo entre o Bem e o Mal. C As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o perfil que apresenta- vam na terra, porém apenas o Onzeneiro e o Parvo portam os instrumentos de sua culpa. D Gil Vicente traça um quadro crítico da so- ciedade portuguesa da época, porém pou- pa, por questões ideológicas e políticas, a Igreja e a Nobreza. E Entre as características próprias da dra- maturgia de Gil Vicente, destaca-se o fato de ele seguir rigorosamente as normas do teatro clássico.
Última afirmação incorreta: Gil Vicente foi um autor do teatro português, como colocado na terceira afirmativa. Sua importância para Portu- gal é bastante reconhecida, uma vez que é con- siderado o primeiro dramaturgo do país. Suas peças tinham um caráter moralizante, e faziam coro com as mudanças que aconteciam na tran- sição da Idade Média para a Idade Moderna.
Na alternativa [C], Maria Parda dirige-se a Martim Alho, implorando que lhe dê de beber. Como justificativa, diz que tem o estômago tão seco como o nariz de um judeu (“ tão seco tra- go o umbigo/como nariz de Judeu”) , compara- ção que demonstra uma visão preconceituosa de caráter racial. 03| B Na alternativa [B], a fala de Maria Parda revela o desespero de quem necessita urgentemen- te de alguém que lhe venda vinho fiado, de- clarando que corre o risco de morte se Bran- ca não lhe satisfizer o pedido (“já eu estou no ataúde,/se me vós não acorredes”). 04| B A violência simbólica diz respeito a critérios e padrões do discurso dominante em determi- nada época e espaço. O diálogo entre Branca Gil e o Velho revela, com bastante fidelidade, as ideologias e costumes desse período de transição para o Renascimento, em que o pre- conceito de diferença de idades em relaciona- mentos amorosos era considerado ridículo e moralmente criticado. Esse tipo de comporta- mento é evidente na alternativa [B], nos ver- sos em que Branca Gil interroga o velho sobre a tosse e a idade que parece terem-lhe afetado a saúde: “E essa tosse?”, “O tempo vos tirou a posse”. 05| B Como herança do nosso modelo socioeconô- mico de colonização, o conjunto de caracteres visíveis relativamente à constituição física de um indivíduo (fenótipo) é muitas vezes objeto de discriminação e preconceito. Nos excertos transcritos, o preconceito racial é visível na al- ternativa [B], quando Branca Gil ameaça fazer uma praga com “dente de negra morta”. 06| C As opções [A], [B], [D] e [E] são incorretas, pois Em [A], as lamentações e imprecações de Ma- ria Parda são elemento burlesco no desenvol- vimento da peça que provoca o riso no público com a finalidade de exorcizar a fome através do humor. Em [B], os taberneiros de Lisboa representam o mercado lisboeta avarento e mesquinho ou a própria prudência para suportar a fome que grassava na época em Portugal. Em [D], as expressões entre aspas fazem parte das falas de Maria Parda, poderosa e perspicaz sedutora cheia de espírito, que assim se carac- terizava para sensibilizar as pessoas a quem se dirigia a pedir vinho. Em [E], Maria Parda tipifica os negros e mesti- ços da metrópole, alcoólatras, serviçais explo- rados que não tinham perspectiva de ascensão social. 07| E O texto aborda uma das funções dos grupos teatrais itinerantes que proviam o divertimen- to através de malabarismo, acrobacias e repre- sentações de peças de humor. Baseados em um repertório de personagens pré-estabele- cidos e um roteiro improvisado, desenvolviam ações que poderiam facilmente ser atualizadas e ajustadas para satirizar escândalos locais, eventos atuais e comportamentos que consi- deravam negativos, com a finalidade de mora- lizar os costumes da época. Ou seja, portado- res de uma ideologia humanista, provocavam o riso e, ao mesmo tempo, criticavam grupos e classes sociais, cujos hábitos e ações compro- metiam a moral - “Ridendo Castigat Mores” (com o riso se castigam os costumes). 08| A O próprio título já sugere a ligação entre a peça de Ariano Suassuna e o teatro vicentino, am- bos de caráter popular. 09| C 10| E 11| E 12| A
Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa Despojar-me da glória de rendido. CAMÕES, L. Obra completa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 2008. A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos A apresentarem um retrato realista, eviden- ciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema. B valorizarem o excesso de enfeites na apre- sentação pessoa e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema. C apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema. D desprezarem o conceito medieval da idea- lização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usa- dos no poema. E apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema. 0 3| ENEM TEXTO I XLI Ouvia: Que não podia odiar E nem temer Porque tu eras eu. E como seria Odiar a mim mesma E a mim mesma temer. HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento). Texto II Transforma-se o amador na cousa amada Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. Camões. Sonetos. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br. Acesso em: 03 set. 2010 (fragmento). Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, a temática comum é A o “outro” transformado no próprio eu líri- co, o que se realiza por meio de uma espé- cie de fusão de dois seres em um só. B a fusão do “outro” com o eu lírico, haven- do, nos versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de que odeia a si mesmo. C o “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando-se, porém, nos versos de Ca- mões, certa resistência do ser amado. D a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem no imaginário, sem a realização concreta. E o “outro” que se associa ao eu lírico, sen- do tratados, nos Textos I e II, respectiva- mente, o ódio o amor. 04| IFSP A respeito do Quinhentismo no Brasil, marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso e assinale a al- ternativa correta. ( ) A principal obra do período foi A moreninha , de Joaquim Manuel de Macedo, cuja temática era o índio brasileiro.
( ) Consta que o primeiro texto escrito no território do Brasil foi a Carta de Pero Vaz de Caminha , em que registra suas impressões sobre a terra recém-des- coberta. ( ) Entre as publicações daquela época, encontram-se cânticos religiosos, poemas dos jesuítas, textos des- critivos, cartas, relatos de viagem e mapas. ( ) A produção das obras escritas naquele período apresenta um caráter informativo, documentos que descreviam as características do Brasil e eram enviados para a Europa. A V, V, V, F. B F, V, F, V. C F, V, V, F. D V, F, V, V. E F, V, V, V. 05| IFSP Considerando o Classicismo em Portugal, assi- nale a alternativa correta. A Os Lusíadas é a principal obra lírica de Ca- mões e o tema central é o sofrimento por um amor não correspondido. B Os Lusíadas tem como temática a desco- berta do Brasil e a relação entre o coloni- zador e o índio. C Luís Vaz de Camões é o principal autor do Classicismo em Portugal e destacou-se por sua produção épica e lírica. D Uma característica dos versos de Camões é que eles não apresentam uma métrica, são livres e brancos. E Uma característica de Camões é que ele desprezava Portugal e o povo português. 06| UFSM Os hábitos alimentares estão entre os princi- pais traços culturais de um povo. Era de se esperar, portanto, que houvesse alguma menção sobre o as- sunto no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, conforme relatado na Carta de Pero Vaz de Caminha. De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois jovens nativos que foram ate a caravela de Cabral e que experimentaram alimen- tos oferecidos pelos portugueses: Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido, con- feitos, bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada de tudo aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam com nojo. Trouxe- ram-lhes vinho numa taça, mas apenas haviam provado o sabor, imediatamente demonstraram não gostar e não mais quiseram. Trouxeram-lhes água num jarro. Não beberam. Apenas bochecha- vam, lavando as bocas, e logo lançavam fora. Fonte: CASTRO, Silvio (org.) A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 93. A partir da leitura do fragmento, são feitas as se- guintes afirmativas: I. No fragmento, ao dar destaque as reações dos nativos frente à comida e a bebida oferecidas, Caminha registra o comporta- mento diferenciado deles quanto aos itens básicos da alimentação de um europeu. II. No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha pelos nativos, o que se confirma na leitura do restante da carta quanto a outros aspectos dos indígenas, como sua aparência física. III. O predomínio de verbos de ação, numa sequência de eventos interligados crono- logicamente, confere um teor narrativo ao texto. Está(ão) correta(s) A apenas I. B apenas II. C apenas II e III. D apenas I e III. E I, II e III. 07| UPF Leia as seguintes afirmações sobre o Padre An- tônio Vieira e a sua obra. I. O autor é considerado, por vários escrito- res e críticos literários posteriores a ele, como um dos maiores mestres da língua portuguesa. II. Seu espírito contemplativo e sua vocação religiosa impediram-no de abordar, em seus escritos, as questões políticas e so- ciais de sua época. III. O Sermão da sexagésima expõe a sua arte de pregar.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Quanto à organização social de nossos selvagens, é coisa quase incrível – e dizê-la envergonhará aque- les que têm leis divinas e humanas – que, 1 apesar de serem conduzidos apenas pelo seu natural, ain- da que um tanto degenerado, eles se deem tão bem e vivam em tanta paz uns com os outros. Mas com isso me refiro a cada nação em si ou às nações que sejam aliadas; pois quanto aos inimigos, já vimos em outra ocasião o tratamento terrível que lhes dispensam^2. Porque, em ocorrendo alguma briga (o que se dá com tão pouca frequência que duran- te quase um ano em que com eles estive só os vi brigar duas vezes), os outros nem sequer 3 pensam em separar ou pacificar os contendores; ao contrá- rio, se estes tiverem de arrancar-se mutuamente os olhos, 4 ninguém lhes dirá nada, e eles assim farão. (^5) Todavia, se alguém for ferido por seu próximo, e se o agressor for preso, ser-lhe-á 6 infligido o mes- mo ferimento no mesmo lugar do corpo, por par- te dos parentes próximos do agredido, e caso este venha a morrer depois, ou caso morra na hora, os parentes do defunto tiram a vida ao assassino de um modo semelhante. De tal forma que, para dizer numa palavra, é vida por vida, olho por olho, dente por dente etc. Mas, como já disse, são coisas que raramente se veem entre eles. (^2) O autor tratou do assunto no capítulo XIV, “Da guerra, combate e bravura dos selvagens”. Olivieri, Antonio Carlos e Villa, Marco Antonio. Cronistas do descobri- mento. São Paulo: Ed. Ática,1999, p.69. 10| UDESC A obra Cronistas do descobrimento , Antonio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa, faz referência à história do descobrimento do Brasil. A literatura está dividida em diversas estéticas literárias que também pontuam características que se asseme- lham ou resgatam elementos da história nacional. Com base nesta analogia, relacione as colunas.
papel em troca do que recebiam. Estivemos neste lugar cinco ou seis dias; 5 os homens, como já dis- semos, são baços, e andam nus sem vergonha, têm os seus cabelos grandes e a barba pelada; as pálpe- bras e sobrancelhas são pintadas de branco, negro, azul ou vermelho; trazem o beiço de baixo furado e 6 metem-lhe um osso grande como um prego; ou- tros trazem uma pedra azul ou verde e assobiam pelos ditos buracos; as mulheres andam igual- mente nuas, são bem feitas de corpo e trazem os cabelos compridos. As suas casas são de madeira, cobertas de folhas e ramos de árvores, com muitas colunas de pau pelo meio e entre elas e as paredes pregam redes de algodão, nas quais pode estar um homem, e de [baixo] cada uma destas redes fazem um fogo, de modo que numa só casa pode haver quarenta ou cinqüenta leitos armados a modo de teares. OLIVIERI, Antonio Carlos e VILLA, Marco Antonio. Cronistas do descobri- mento. São Paulo: Editora Ática, 1999, pp. 30 e 31. 11| UDESC Analise as proposições em relação à obra Cronistas do descobrimento , Olivieri, Antonio Car- los e Villa, Marco Antonio e ao texto. I. A leitura do período “Alguns dos nossos caminha- ram até uma povoação onde eles habitavam, coisa de três milhas distante do mar, e trouxeram de lá papagaios e uma raiz chamada inhame, que é o pão de ali que usam, e algum arroz, dando-lhe os da ar- mada cascáveis e folhas de papel em troca do que recebiam” (referência 3) leva o leitor a inferir um momento de escambo. II. Nos sintagmas “juntamente com muitos dos naturais” (referência 1) e “pelo que fomos todos a terra e os naturais vieram conosco para ajudar-nos” (referência 2) a palavra destacada refere-se aos habitan- tes nativos da terra recém-descoberta. III. Eliminando-se a vírgula de “e trouxeram de lá papagaios e uma raiz chamada inha- me, que é o pão de ali que usam” (referên- cia 4) o sentido original do período ainda permanece o mesmo, e a segunda oração passa a ser classificada como oração su- bordinada adjetiva explicativa. IV. A leitura da obra conjetura que embora haja a predominância, no que se refere à linguagem, de preocupações estilísticas, ainda assim observa-se o tom satírico e irônico, adequando-a aos preceitos da es- tética barroca. V. O texto descritivo caracteriza-se pela ex- posição de detalhes significativos levanta- dos pelo autor a partir de percepção sen- sorial e de imaginação criadora. No texto, a predominância de adjetivos também o caracterizam como descritivo. Assinale a alternativa correta. A Somente as afirmativas II e III são verda- deiras. B Somente as afirmativas I, II e V são verda- deiras. C Somente as afirmativas I, III e V são verda- deiras. D Somente as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras. E Somente as afirmativas I, IV e V são verda- deiras. 12| UDESC Analise as proposições em relação à obra Cronistas do descobrimento , Olivieri, Antonio Car- los e Villa, Marco Antonio e ao texto. I. Da leitura do texto, infere-se que havia, a princípio, contato amistoso entre os ho- mens da nau de Pedro Álvares Cabral e os índios que aqui residiam. II. No período “Como os homens daquela terra principiaram a tratar conosco” se a preposição destacada for substituída por de a regência do verbo permanece de acordo com língua padrão. III. É a partir dos textos literários que remon- tam o século XVI que a corrente moder- nista vai se apoiar para propor uma nova ideia de nacionalismo – uma releitura dos moldes da Literatura de Informação em relação ao nacionalismo. IV. A leitura da obra leva o leitor a inferir que esta não é apenas uma obra que retrata a historiografia do período da Literatura de Informação, mas também traz resquícios de valores estéticos que remontam os tex- tos literários do período medieval.
II. Falso. Não há menção à antipatia aos indí- genas, tanto no trecho apresentado como na obra em geral. Caminha deteve-se a observar e relatar fatos, abstendo-se des- se tipo de juízo. III. Verdadeiro. O emprego de verbos no pre- térito perfeito do indicativo, relatando cronologicamente as ações dos portugue- ses e as reações dos indígenas, são ele- mentos próprios da narrativa. 07| C Vieira, além de exímio orador, envolveu-se em questões políticas e sociais de sua época. São al- guns exemplos: o “Sermão de São Sebastião”, no qual evidencia sua oposição ao governo espanhol; o “Sermão pela vitória de nossas armas contra os Holandeses”, em que defende a necessidade de re- soluções de cunho político para que o cristianismo prevalecesse sobre o protestantismo; e o “Sermão da Visitação de Nossa Senhora a Santa Izabel”, no qual aponta a transferência de bens para a metró- pole como um dos maiores males que envolviam o Brasil colônia. 08| B A escansão dos versos indica emprego de redondi- lha menor: 1 2 3 4 5 Cor dei ri nha lin (da), 1 2 3 4 5 Co mo fol ga o po (vo) 1 2 3 4 5 Por que vos sa vin (da) 1 2 3 4 5 Lhe dá lu me no (vo)! A figura de linguagem empregada é a metáfora, uma vez que ocorre aproximação implícita: o “trigo novo” para “alimentar” o povo é o amor a Cristo; a “padeirinha” é quem faz tal transformação, o que corresponde a Santa Inês ser um exemplo de reli- giosidade. 09| B Lírico é o gênero de poesia em que o poeta expõe suas emoções e sentimentos. Exemplo desse gêne- ro é o primeiro texto, cujo tema é o amor. O épico pode ser definido como um gênero consti- tuído de longo poema acerca de assunto grandioso e heroico. Os Lusíadas , de Camões, é considerado o grande épico da Língua Portuguesa e canta os atos heroicos dos portugueses, durante as grandes na- vegações marítimas no século XV. 10| C
01| UPE “Ali ficamos um pedaço, bebendo e fol- gando, ao longo dela, entre esse arvoredo, que é tanto, tamanho, tão basto e de tantas prumagens, que homens as não podem contar. Há entre ele muitas palmas, de que colhemos muitos e bons palmitos.” “Parece-me gente de tal inocência que, se ho- mem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem nenhuma crença. E, por- tanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa inten- ção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa.” “Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem gali- nha, nem qualquer outra alimária, que costu- mada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e des- sa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.” Partindo da leitura das três citações da Carta de Pero Vaz de Caminha, analise os itens a se- guir: I. Trata-se de um documento histórico que exalta a terra descoberta mediante o uso de expressões valorativas dos hábitos e costumes de seus habitantes, o que, de um lado, revela a surpresa dos portugue- ses recém-chegados, de outro, tem a in- tenção de instigar o rei a dar início à colo- nização. II. Ao afirmar que os habitantes da nova terra não têm nenhuma crença, Caminha faz uma avaliação que denota seu desco- nhecimento sobre a cultura daqueles que habitam a terra descoberta, pois todos os grupos sociais, primitivos ou não, têm suas crenças e mitos. III. Caminha usa a conversão dos gentios como argumento para atrair a atenção do Rei Dom Manuel sobre a terra descoberta, colocando, mais uma vez, a expansão da fé cristã como bandeira dos conquistado- res portugueses. IV. Ao afirmar que os habitantes da terra des- coberta não lavram nem criam, alimen- tam-se do que a natureza lhes oferece, Caminha tece uma crítica à inaptidão e inércia daqueles que vivem mal, utilizan- do, por desconhecimento, as riquezas na- turais da região. V. As citações revelam que a Carta do Acha- mento do Brasil tem por objetivo descre- ver a nova terra de modo a atrair os que estão distantes pela riqueza e beleza de que é possuidora. Estão CORRETOS, apenas, A I, II e IV. B I, II, III e V. C I, II e III. D II e IV. E I e II.
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