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Informações sobre as plaquetas, sua função na hemostasia primária, causas de trombocitopenias e trombocitopatias, sintomas, diagnósticos e tratamentos. Além disso, são discutidas diferentes doenças relacionadas a alterações na produção ou destruição de plaquetas.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
João Carlos de Campos Guerra, Dirceu Hamilton Cordeiro Campêlo
O desenvolvimento da medicina nos últimos anos impôs a realização do hemograma como exame de rotina. Com o advento dos modernos contadores de células, a contagem de plaquetas passou a ser informada ao médico.
Atualmente, o hematologista recebe em seu consultório pacientes que são encaminhados por alterações no hemograma (anemia, leucopenia e plaquetopenia), na maioria das vezes, como achado laboratorial.
As plaquetas são fragmentos de células presentes no sangue, originárias da fragmentação citoplasmática dos megacariócitos. Após serem liberadas da medula óssea, elas são sequestradas no baço por 24 a 48 horas. O baço contém cerca de 30% das plaquetas circulantes, cujo período de vida é de aproximadamente 7 dias, sendo removidas da circulação sanguínea pelos macrófagos. O valor normal das plaquetas, em condições normais, varia de 0.000 a 4 0.000/mm no sangue periférico. Sua função está associada à chamada hemostasia primária da coagulação do sangue.
As causas de trombocitopenia (plaquetopenia) e trombocitopatias (plaquetopatias) estão resumidas a seguir:
Figura 01, Capítulo 31: Causas de plaquetopenia.
É importante lembrar que a pseudotrombocitopenia (PTCP) é um fenômeno laboratorial de falsa baixa contagem plaquetária (falsa plaquetopenia), ocasionado pela aglutinação in vitro das plaquetas na presença de auto-anticorpos plaquetários e anticoagulantes, sendo mais comum o EDTA. Apesar de ser um achado laboratorial raro (0,1% dos casos), a PTCP vem aumentando com os contadores eletrônicos de células. A falha no reconhecimento dessa alteração pode resultar em diagnósticos errôneos e tratamentos inapropriados.
São decorrentes da diminuição de produção pela medula óssea, do aumento de destruição e de outras causas, como seqüestro esplênico (Figura
. Usualmente, recorre-se ao mielograma para classificar as plaquetopenias. O aumento do número de megacariócitos indica destruição ou consumo, e a sua diminuição indica menor produção. Geralmente, contagens plaquetárias superiores a 50.000/ mm não são acompanhadas de sangramentos, que são apenas esperados com contagens inferiores a 20.000/mm. As transfusões de concentrados plaquetários não devem ser baseadas apenas nos exames.
Ocorre na insuficiência hepática, acompanhada por cirrose e hipertensão portal, e em outras situações com esplenomegalia concorrente. Em geral, são trombocitopenias moderadas que raramente trazem problemas hemorrágicos. Contagens da ordem de 60.000/mm são comuns, e a esplenectomia está indicada apenas em casos raros de sangramentos importantes causados pela plaquetopenia. Geralmente, esses pacientes sangram devido à deficiência combinada de fatores de coagulação com fibrinólise exacerbada. O papel da plaquetopenia parece ser de pouca importância nos hepatopatas.
O primeiro mecanismo possível é a diminuição da produção, por ação direta, como já descrito com diuréticos tiazídicos, etanol ou estrogênios. Um segundo mecanismo envolve aumento da destruição por causa imunológica. Muitas drogas podem ser responsabilizadas por trombocitopenias, embora raramente produzam estas alterações. Além das já citadas, a heparina, os sais de ouro e a quinidina provocam frequentemente trombocitopenia e há uma relação temporal da droga com a ocorrência de trombocitopenia. A melhor maneira de contornar essa situação é eliminar todas as drogas não-essenciais ao paciente, e reintroduzir as suspeitas criteriosamente, monitorizando-se, frequentemente, o paciente. Pode haver demora importante para o retorno ao normal após se eliminar a droga responsável.
Trata-se de síndrome complexa em que a fisiopatologia tem origem na alteração do endotélio. A atividade deficiente da protease clivadora da molécula de Von Willebrand, metaloprotease ADAMTS13, culmina com a presença de moléculas de Von Willebrand anormalmente grandes (MVWAG). Estas moléculas, na microcirculação, causam agregação plaquetária, levando à obstrução vascular e à isquemia tecidual. Há redução de substâncias bloqueadoras da agregação plaquetária (prostaciclina) no leito vascular, ocasionando microtrombose e anemia hemolítica microangiopática. O exame microscópico da microcirculação realizado em biópsias de músculo mostrará microtrombose à custa de grumos plaquetários nos capilares. Há esquizócitos no exame do sangue periférico, e os exames relacionados aos fenômenos hemolíticos estão frequentemente alterados:
reticulocitose; aumento da desidrogenase láctica (DHL); hiperbilirrubinemia com predomínio da fração indireta; aumento dos produtos de degradação de fibrina (PDF) poderão estar presentes.
Clinicamente, os pacientes apresentam-se com anemia, icterícia, púrpura e algum grau de insuficiência renal. Alterações neurológicas quase obrigatoriamente estão presentes e variam desde simples alterações do comportamento até o coma profundo. A propedêutica neurológica mostrará sempre quadros bizarros. O principal diagnóstico diferencial é a CIVD. Quando a manifestação predominante atingir a função renal, o quadro recebe o nome de síndrome hemolítico-urêmica (SHU), que é basicamente a mesma doença, poupando o território neurológico e atingindo predominantemente o setor renal.
O tratamento deve ser instituído em caráter de urgência, pois o agravamento do quadro pode levar o paciente rapidamente a deterioração clínica e ao óbito. O principal tratamento é a plasmaferese terapêutica, com uso de plasma fresco congelado, diariamente, quantas vezes forem necessárias, até atingir uma contagem de plaquetas normal, sustentada por alguns dias. O volume plasmático trocado deve ser, no mínimo, de uma volemia. Outras drogas que podem ser utilizadas como tratamento secundário são os antiagregantes plaquetários, como ticlopidina ou ácido acetilsalicílico, dipiridamol, heparina, corticoesteróides e quimioterápicos. O uso destes medicamentos é controverso, não sendo claro o seu real benefício. A PTT pode ter recaída precoce ou tardia, devendo o paciente ter um seguimento médico contínuo.
Pode ter uma fisiopatologia simplesmente dilucional após uma transfusão maciça, ou uma circulação extracorpórea (CEC). Nesses casos, em 3 a 7 dias, as contagens estarão próximas ao normal. Outro mecanismo está relacionado ao envolvimento imunológico, geralmente, em pacientes com tipagem de antígeno plaquetário PLA negativo. A plaquetopenia estabelece-se cerca de 1 semana após a transfusão; pode ser severa e ter duração de 3 a 4 semanas. Dependendo da gravidade, exsanguineotransfusão, transfusões parciais, plasmafereses ou gamaglobulina por via endovenosa (EV) devem ser considerados.
São alterações hereditárias ou adquiridas da função plaquetária. As plaquetas estão em número normais, mas, por alterações funcionais e estruturais da interação entre vaso e plaquetas, não desempenham corretamente a função de adesão e agregação plaquetária na formação do tampão plaquetário, provocando tendência hemorrágica.
o Trombastenia de Glanzmann – deficiência da glicoproteína ΙΙb – ΙΙΙa;
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