Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Tratamento térmico- Apostila do telecurso 2000, Notas de estudo de Engenharia Mecânica

Tratamentos térmicos

Tipologia: Notas de estudo

2014
Em oferta
50 Pontos
Discount

Oferta por tempo limitado


Compartilhado em 16/09/2014

marcus-vinicius-kmd
marcus-vinicius-kmd 🇧🇷

5

(1)

1 documento

1 / 72

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Departamento Regional de São Paulo
Tratamento térmico
MÓDULOS ESPECIAIS
MECÂNICA
Escola SENAI ””
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
Discount

Em oferta

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Tratamento térmico- Apostila do telecurso 2000 e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Mecânica, somente na Docsity!

Departamento Regional de São Paulo

Tratamento térmico

MÓDULOS ESPECIAIS

MECÂNICA

Escola SENAI ””

Módulos especiais - Mecânica

Material didático extraído do módulo “Tratamento térmico”

telecurso profissionalizante 2000.

Trabalho elaborado pela

Divisão de Recursos Didáticos da

Diretoria de Educação do

Departamento Regional do SENAI-SP

Editoração eletrônica Cleide Aparecida da Silva

CFP 5.02 - Escola SENAI “Luiz Scavone”

Rua Alfredo Massareti, 191

13251-360 - Itatiba - SP

Telefax: (011) 7806-2546 / 7805-

E-mail: senai.itatiba@uol.com.br

Tratamento térmico do aço

De modo geral, o tratamento térmico consiste em aquecer e resfriar uma peça de metal para que ela atinja as propriedades mecânicas desejadas como dureza, elasticidade, ductibilidade, resistência à tração, que são as chamadas propriedades mecâ- nicas do metal. A peça adquire essas propriedades sem que se modifique o estado físico do metal.

Uma mola espiral, por exemplo, precisa ser submetida a tratamento térmico para ser usada no sistema de suspensão de um veículo. Ao ser comprimida, a mola acumula energia e, ao ser solta, ela se estende de forma violenta. Portanto, a mola deve ter dureza, elasticidade e resistência para suportar esses movimentos sem se romper. Isso é conseguido por meio do tratamento térmico.

Para o tratamento térmico de uma peça de aço, procede-se da seguinte forma:

  • coloca-se a peça no forno com temperatura adequada ao tipo de material;
  • deixa-se a peça no forno durante o tempo estabelecido;
  • desliga-se o forno e retira-se a peça, com auxílio de uma tenaz;
  • coloca-se a peça numa bancada;
  • deixa-se a peça resfriar em temperatura ambiente.

O tratamento térmico provoca mudanças nas propriedades mecânicas do aço. Essas mudanças dependem de três fatores:

  • temperatura de aquecimento;
  • velocidade de resfriamento;
  • composição química do material.

Portanto, antes do tratamento térmico, é preciso conhecer as características do aço, principalmente sua estrutura cristalina.

Estrutura cristalina

O aço se compõe de um aglomerado compacto de átomos arranjados ordenadamente, denominado estrutura cristalina.

Na siderurgia, com a oxidação do ferro-gusa, produz-se o aço no estado líquido. Na passagem do estado líquido para o sólido, os átomos que compõem o aço vão se agrupando, à medida que a temperatura diminui. Nesse processo de agrupamento, os átomos vão se organizando de modo a assumir posições definidas e ordenadas, formando figuras geométricas tridimensionais que se repetem.

A esse conjunto de átomos, que ocupam posições fixas e formam uma estrutura, denominamos célula unitária.

Durante o processo de solidificação, as células unitárias vão se multiplicando, lado a lado, e formam uma rede cristalina.

Sistema cristalino

No estado sólido, os átomos de um metal apresentam posições diferentes, com a aparência de uma figura geométrica regular. Cada metal tem uma estrutura específica. Mas pode acontecer de vários metais apresentarem a mesma estrutura. Entre as diversas formas de estrutura, vamos ver as três mais comuns.

  • Reticulado cúbico de corpo centrado (CCC). Os átomos assu- mem uma posição no espaço, com forma de cubo. Oito átomos estão nos vértices e um, no centro do cubo. Exemplos: o sódio, o vanádio e o ferro (em baixa temperatura).
  • Reticulado cúbico de face centrada (CFC). Os átomos ocupam os vértices e os centros das faces do cubo. Exemplos: o cálcio, o chumbo, o ouro e o ferro (em temperatura elevada).
  • Reticulado hexagonal compacto (HC). Apresenta doze átomos nos vértices de um prisma de base hexagonal, dois átomos nos centros da base e mais três no seu interior. Exemplos: zinco e titânio.

Teste sua aprendizagem. Faça os exercícios a seguir e confira suas respostas com as do gabarito.

Exercícios

Marque com X a resposta correta.

1. Um dos principais meios usados para modificar as proprieda- des do aço é: a) ( ) força; b) ( ) vapor; c) ( ) calor; d) ( ) água quente. 2. Para uma mola espiral suportar movimentos de compressão e de distensão é necessário que ela seja submetida a: a) ( ) usinagem; b) ( ) tratamento térmico; c) ( ) fundição; d) ( ) modelagem. 3. O tratamento térmico depende dos seguintes fatores: a) ( ) temperatura, tempo, resfriamento; b) ( ) resistência, calor, tempo; c) ( ) resfriamento, tempo, dureza; d) ( ) tempo, dureza, calor. 4. Na passagem do estado líquido para o sólido, os átomos dos metais formam uma figura geométrica chamada: a) ( ) partícula unitária; b) ( ) estrutura múltipla; c) ( ) molécula irregular; d) ( ) célula unitária. 5. Os cristais com contornos irregulares recebem o nome de: a) ( ) rocha; b) ( ) grão; c) ( ) célula; d) ( ) átomo.

Aço

Um problema

O aumento ou a redução da dureza do aço depende do modo como ele foi tratado termicamente. Uma fresa requer um tipo de tratamen- to térmico que a torne dura para a retirada de cavacos de um mate- rial. Outro exemplo: para que o aço adquira deformação permanen- te, como é o caso do forjamento, é necessário um tipo de tratamento térmico que possibilite a mais baixa dureza a esse aço.

Temos, assim, duas situações opostas de alteração das proprie- dades do aço. Tais situações mostram a necessidade de se co- nhecer bem os constituintes do aço, antes de submetê-lo a um tratamento térmico.

Constituintes do aço

Tomemos duas amostras de aço: uma com baixo teor de carbono (0,1%) e outra com teor médio de carbono (0,5%). Vamos exami- nar, com o auxílio de um microscópio metalográfico, a estrutura cristalina dessas duas amostras.

Ao observar a amostra de baixo carbono, dis- tinguimos grãos claros, com pouco carbono, em maior quantidade, e grãos escuros com bastante carbono.

Ao observar a amostra de médio carbono, identificamos mais grãos escuros que claros. Portanto, essa amostra contém mais carbono. Os grãos escuros são mais duros e resistentes do que os grãos claros.

Com o auxílio de um microscópio metalográfico, identificamos dois constituintes da estrutura do aço: grãos claros, chamados ferrita , e grãos escuros, chamados perlita.

A ferrita (grãos claros) apresenta uma estrutura cúbica de corpo centrado (CCC). Os átomos que compõem essa estrutura se orga- nizam bem juntos entre si, de modo que fica difícil a acomodação de átomos de carbono na rede cristalina. A estrutura da ferrita conse- gue acomodar, no máximo, 0,025% de átomos de carbono.

Ampliando várias vezes o tamanho do grão escuro, vemos uma seqüência de linhas ou lâminas claras e escuras. As lâminas cla-

  • numa temperatura de 300ºC, a estrutura do aço é igual à sua estrutura na temperatura ambiente: ferrita (cor branca) e perlita (cor preta);
  • em temperatura de 760ºC, inicia-se uma transformação na es- trutura do aço: a perlita se transforma em austenita e a ferrita permanece estável;
  • em temperatura de 850ºC, toda a estrutura do aço se transfor- ma em austenita.

O gráfico ilustra uma região de mudança de fase num intervalo de temperatura: a ferrita e a perlita se transformam em austenita. Es- sa região é chamada zona crítica : área em que as células unitá- rias de CCC se transformam em CFC, durante o aquecimento do aço.

A austenita se forma na estrutura do aço submetido a temperatu- ra elevada. Encontra-se na região acima da zona crítica, na zona de austenitização, conforme se pode observar no gráfico. A aus- tenita tem uma estrutura cúbica da face centrada (CFC), apresen- tando menor resistência mecânica e boa tenacidade. Não é mag- nética.

Resfriamento do aço

Numa temperatura de 850ºC, o aço apresenta um único constitu- inte, que é a austentita.

O gráfico, a seguir, ilustra o que ocorre quando o aço com 0,4% de carbono é retirado do forno e vai se resfriando lentamente até chegar à temperatura ambiente.

Como você pode observar, ocorre o seguinte:

  • em temperatura de 850ºC, a estrutura do aço é austenita;
  • em temperatura de 760ºC, parte da austenita desaparece, dando lu- gar à ferrita - permanecem, na estrutura, portanto, ferrita e austenita;
  • em temperatura de 700ºC, toda a austenita se transforma em ferrita e perlita - portanto, o aço volta à sua estrutura inicial;
  • em temperatura ambiente, a estrutura continua ferrita e perlita.

Se o aço for resfriado bruscamente (por exemplo, na água), ele se transformará em martensita , um constituinte duro, que pode ser visto com auxílio de microscópio metalográfico.

Linha A 1 – Indica o limite da existência de austenista; abaixo des- sa linha, não temos austenita.

Acm – Indica o limite da quantidade de carbono dissolvido na austenita;

Fe 3 C – É a fórmula do carboneto de ferro, chamado cementita.

Letras gregas : γ (gama) – Símbolo de austenita. α (alfa) – Símbolo de ferrita.

Teste sua aprendizagem. Faça os exercícios a seguir e confira suas respostas com as do gabarito.

Exercícios

Marque com X a resposta correta.

1. Podemos analisar a estrutura do aço com o auxílio de: a) ( ) estetoscópio; b) ( ) telescópio; c) ( ) microscópio; d) ( ) periscópio. 2. Os grãos escuros de uma amostra de médio carbono contêm: a) ( ) menos ferro; b) ( ) mais carbono; c) ( ) pouco carbono; d) ( ) mais ferro. 3. A estrutura do aço com 0,4% de carbono compõe-se de: a) ( ) ferrita e perlita; b) ( ) austenita; c) ( ) cementita; d) ( ) carboneto de ferro. 4. As lâminas claras da perlita recebem o nome de: a) ( ) ferrita; b) ( ) amentita; c) ( ) austenita; d) ( ) cementita.

Gabarito

1. c 2. b 3. a 4. a

Também surgem tensões nos processos de fabricação a frio, ou seja, em temperatura ambiente. Quando se prensa uma peça, os grãos de sua estrutura, que estavam mais ou menos organizados, são deformados e empurrados pelo martelo da prensa.

Na laminação, os grãos são comprimidos uns contra os outros e apresentam aparência de grãos amassados. Em ambos os casos, isto é, na laminação e no forjamento, os grãos deformados não têm a mesma resistência e as mesmas qualidades mecânicas dos grãos normais.

As tensões internas começam a ser aliviadas (diminuídas) quan- do o aço atinge a temperatura ambiente. Porém, esse processo levaria um longo tempo, podendo dar margem a empenamentos, rupturas ou corrosão. Para evitar que isso ocorra é preciso tratar o material termicamente.

Alívio de tensões

É necessário recozer o material para aliviar suas tensões, surgi- das na solidificação e nos trabalhos de deformação a frio, solda- gem ou usinagem.

No recozimento, a peça é aquecida lentamente no forno até uma temperatura abaixo da zona crítica, por volta de 570ºC a 670ºC, no caso de aços-carbono. Sendo um tratamento subcrítico, a ferrita e a perlita não chegam a se transformar em austenita. Portanto, aliviam-se as tensões sem alterar a estrutura do materi- al.

Após um período que varia de uma a três horas, a partir do início do processo, o forno é desligado e a peça é resfriada no próprio forno. Esse processo é conhecido como recozimento subcrítico.

Normalização

Em temperatura elevada, bem acima da zona crítica, os grãos de austenita crescem, absorvendo os grãos vizinhos menos estáveis. Esse crescimento é tão mais rápido quanto mais elevada for a temperatura. Se o aço permanecer muitas horas com temperatura um pouco acima da zona crítica (por exemplo 780ºC), seus grãos também serão aumentados.

No resfriamento, os grãos de austenita transformam-se em grãos de perlita e de ferrita. Suas dimensões dependem, em parte, do tamanho dos grãos de austenita.

Uma granulação grosseira torna o material quebradiço, alterando suas propriedades mecânicas. As fissuras (trincas) também se propagam mais facilmente no interior dos grãos grandes. Por isso, os grãos mais finos (pequenos) possuem melhores proprie- dades mecânicas.

A normalização consiste em refinar (diminuir) a granulação grosseira da peça, de modo que os grãos fiquem numa faixa de tamanho considerada normal.