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TERAPIA NUTRICIONAL NA
DOENÇA RENAL CRÔNICA
M. V. Ana Paula Judice Maria Mestre em Nutrição de cães e gatos
O que é a Doeça Renal Crônica?
- O termo Doença Renal Crônica (DRC) é utilizado para definir a presença de lesão renal persistente, caracterizada pela perda definitiva e irreversível de massa funcional e/ou estrutural de um ou de ambos os rins, podendo-se observar redução significativa da taxa de filtração glomerular (Polzin, 2011; DiBartola e Westropp, 2014).
Fisiologia
Renal
- Unidade funcional: nefron Tubulo proximal Controle da reabsorção:
- 70% do volume filtrado
- Aminoacidos, glicose, HCO3 e proteínas filtradas
- Fosfatos (mediado pelo PTH) Tubulo distal Controle da concentração:
- Sódio e Potássio (mediados pela Aldosterona)
- Cálcio (mediado pela PTH)
- Íons de Higrogênio (mediado pela Aldosterona) Cápsula de Bowman Túbulo coletor O ADH permite controlar:
- Permeabilidade a água
- Permeabilidade a urea
- Agua é reabsorvida através do gradiente hiperosmótico Alça de Henle Responsável por:
- Gerar um gradiente medular hipertônico (NaCl) + ureia
- Permitir concentrar a urina
DRC
azotemia + uremia
capacidade de concentrar a urina
densidade urinária
desequilíbrio hidroeletrolítico
alteração nas concentrações de Ca/P/Na/K
Azotemia
- Azotemia é o aumento da concentração sérica de creatinina
e de outras substâncias nitrogenadas não-protéicas
- Uréia (15 a 75mg/dL)
- Sintetizada no fígado a partir da amônia
- Aumenta com a ingestão de dietas ricas em proteínas
- Aumenta em estados catabólicos
- Creatinina (0,5 a 1,4mg/dL)
- Formada através do metabolismo muscular
- Produção constante e proporcional a massa muscular
- Excretada exclusivamente pelos rins
Hiperfosfatemia
- Aumento da concentração sérica de fósforo
- Na DRC: Taxa de filtração glomerular Fósforo no Organismo v
- Hiperparatireoidismo secundário
- Desmineralização dos ossos (especial em filhotes)
- Calcinose de órgãos
- PTH toxina urêmica v Cálcio e Vitamina D v
PTH
Anemia
- Fatores que acarretam na Anemia
- Hiporexia/ anorexia nutricional
- Rim principal sítio de produção de Epo, principal
estímulo da eritropoese
- Meia vida de hemacias menor em DRC
- Perdas gastrointestinais Hemorragia gastrointestinal
- Toxinas urêmicas Aumento de PTH suprime a
eritropoese
Manifestações clínicas
- Anamnese Anorexia, perda de peso, perda de massa muscular, fraqueza, letargia, halitose, náuseas, vómitos, diarreia, melena, poliúria e polidipsia
- Exame físico Palidez das mucosas, desidratação, hipotermia, estomatite, úlceras na boca, pelame seco e opaco, rins pequenos e irregulares à palpação abdominal Alguns pacientes apresentavam polidipsia e poliúria como único sinal clínico
Estadiamento – IRIS 2015
- International Renal Interest Society (IRIS, 2015) a doença renal crônica em cães e gatos pode ser dividida em quatro estágios - I - classificado como paciente não azotêmico podendo apresentar alguma anormalidade renal, tais como inadequada concentração urinária, palpação renal ou imagens renais anormais, proteinúria de origem renal, anormalidades em biópsias renais (creatinina sérica inferior a 1,4mg/dL para cães e inferior a 1,6mg/dL para gatos ) www.iris-kidney.com
Sub estadiamento - Proteinúria
Valor UP/C Sub estágio Cão Gato <0,2 <0,2 Não proteinúria 0,2 a 0,5 0,2 a 0,4 Limite proteinúria
0,5 >0,4 Proteinúria www.iris-kidney.com
Sub estadiamento – Pressão Sanguínea
Arterial
Pressão Sanguinea Sistólica mmHg Pressão Sanguinea Sub estágio Risco futuro de danos ao órgão alvo <150 Normotenso Minimo 150 a 159 Limite Hipertenso Baixo 160 a 179 Hipertenso Moderado ≥180 Severamente Hipertenso Ato www.iris-kidney.com
Terapia Nutricional - Objetivos
- Garantir adequada ingestão energética, protéica e dos demais nutrientes
- Nos estágios I e II - o objetivo do tratamento nutricional é aliviar os fatores que contribuem para a progressão do dano renal e da perda de néfrons funcionais
- Nos estágios III e IV – o objetivo do tratamento nutricional é melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviar os sinais clínicos e da intoxicação urêmica.
Dietas Renais
“Dietas comerciais para doença renal ( baixo fósforo ) são
a única abordagem terapêutica comprovada por estudos
científicos controlados que prolonga a expectativa e
melhora a qualidade de vida de cães e gatos”
(Polzin et al 2009; Roudebush et al 2009; Jacob et al 2002, 2004; Ross et al