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Transtornos Psicóticos: Diagnóstico, Tratamento e Manejo Clínico Eficiente, Resumos de Psiquiatria

Este guia prático aborda de forma abrangente os principais transtornos psicóticos, como esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo e psicose puerperal. Apresenta critérios diagnósticos baseados no DSM-5 e CID-10, diferenciando subtipos e destacando sintomas positivos e negativos. O conteúdo inclui estratégias de tratamento farmacológico, como o uso de antipsicóticos típicos e atípicos, manejo de casos refratários e indicações para internação

Tipologia: Resumos

2024

À venda por 21/09/2024

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TRANSTORNOS PSICÓTICOS
1. Esquizofrenia
a. Definição: transtorno psicótico crônico (> 6 meses de duração) caracterizado por
um prejuízo a capacidade crítica do indivíduo com curso progressivo.
b. Faixa etária: costuma aparecer ao final da adolescência e começo da vida adulta
(normalmente antes 25 anos de idade), sendo mais comum no público masculino.
i. Raramente inicia-se antes dos 12 anos ou após os 40 anos idade.
c. Etiopatogenia: alterações nos receptores de dopamina nas vias mesolímbica e
mesocortical
d. Sintomas:
i. Positivos: alucinações, delírios, agitação psicomotora.
ii. Negativos: isolamento, apatia, discurso pobre e embotamento do afeto.
e. Critérios do DSM-5
i. Dois ou mais critérios a seguir estão presentes a pelo menos 1 mês:
1. Delírios
2. Alucinações
3. Discurso desorganizado
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico
5. Sintomas negativos
ii. Os sintomas causam prejuizo funcional ao indivíduo
iii. Critérios A + B causam prejuízos ao indivíduo por ao menos 06 meses.
f. Subtipos da Esquizofrenia CID-10
i. Paranoide: predomínio dos sintomas de delírio.
ii. Hebefrênica: predomínio de sintomas de puerberidade, ou seja, aspectos de
infatilização.
iii. Catatônica: alterações intensas da psicomotricidade (o paciente permanece paralisado
em posições desconfortáveis) e de agressividade.
g. Sintomas pré-mórbidos na esquizofrenia
i. Sintomas prévios observados, especialmente no início da adolescência, que indicam
embotamento do pensamento, todavia não capazes de preencher os critérios para o
diagnóstico da esquizofrenia.
ii. São sugestivos do desenvolvimento provável do quadro de esquizofrenia em um futuro
próximo.
h. Tratamento farmacológico da esquizofrenia:
i. Mecanismo de ação:
1. Antipsicótico típico:
a. Antagonistas de receptores D2 nas vias mesolímbica e
mesocortical.
Efeitos Adversos: antagonismo dos receptores D2 na via
tuberoinfundibular promove a liberação de prolactina ( redução do
líbido, galactorreia, alterações menstruais) e na via nigroestrial
causando síndrome extrapiramidal (sintomas parkinsonianos
rigidez muscular, distonia, tremores).
2. Antipsicótico atípico:
a. Promove antagonismo dos receptores D2, todavia em menor
intensidade em relação aos antagonistas típicos e, com isso,
menores efeitos colaterais.
i. Efeitos adversos: os antagonistas atípicos causam
inibição do sistema de recaptação da serotonina. Em
virtude desse aspecto, os antagonistas atípicos
promovem síndrome metabólica (aumento do peso,
diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia.)
ii. Antipsicóticos típicos:
1. Haloperidol: 5-20mg.
2. Clorpromazina: 300-100 mg
3. Pimozida: 2-20 mg
iii. Antipsicóticos atípicos:
1. Clozapina: 100-900 mg
2. Quetiapina: 200-800 mg
3. Risperidona: 2 16 mg
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TRANSTORNOS PSICÓTICOS

1. Esquizofrenia

a. Definição: transtorno psicótico crônico (> 6 meses de duração) caracterizado por

um prejuízo a capacidade crítica do indivíduo com curso progressivo.

b. Faixa etária: costuma aparecer ao final da adolescência e começo da vida adulta

(normalmente antes 25 anos de idade), sendo mais comum no público masculino.

i. Raramente inicia-se antes dos 12 anos ou após os 40 anos idade.

c. Etiopatogenia: alterações nos receptores de dopamina nas vias mesolímbica e mesocortical d. Sintomas: i. Positivos: alucinações, delírios, agitação psicomotora. ii. Negativos: isolamento, apatia, discurso pobre e embotamento do afeto. e. Critérios do DSM- 5 i. Dois ou mais critérios a seguir estão presentes a pelo menos 1 mês:

  1. Delírios
  2. Alucinações
  3. Discurso desorganizado
  4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico
  5. Sintomas negativos ii. Os sintomas causam prejuizo funcional ao indivíduo iii. Critérios A + B causam prejuízos ao indivíduo por ao menos 06 meses. f. Subtipos da Esquizofrenia CID- 10 i. Paranoide: predomínio dos sintomas de delírio. ii. Hebefrênica: predomínio de sintomas de puerberidade, ou seja, aspectos de infatilização. iii. Catatônica: alterações intensas da psicomotricidade (o paciente permanece paralisado em posições desconfortáveis) e de agressividade. g. Sintomas pré-mórbidos na esquizofrenia i. Sintomas prévios observados, especialmente no início da adolescência, que indicam embotamento do pensamento, todavia não capazes de preencher os critérios para o diagnóstico da esquizofrenia. ii. São sugestivos do desenvolvimento provável do quadro de esquizofrenia em um futuro próximo. h. Tratamento farmacológico da esquizofrenia: i. Mecanismo de ação:
  6. Antipsicótico típico: a. Antagonistas de receptores D2 nas vias mesolímbica e mesocortical. Efeitos Adversos: antagonismo dos receptores D2 na via tuberoinfundibular promove a liberação de prolactina ( redução do líbido, galactorreia, alterações menstruais) e na via nigroestrial causando síndrome extrapiramidal (sintomas parkinsonianos – rigidez muscular, distonia, tremores).
  7. Antipsicótico atípico: a. Promove antagonismo dos receptores D2, todavia em menor intensidade em relação aos antagonistas típicos e, com isso, menores efeitos colaterais. i. Efeitos adversos: os antagonistas atípicos causam inibição do sistema de recaptação da serotonina. Em virtude desse aspecto, os antagonistas atípicos promovem síndrome metabólica (aumento do peso, diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia.) ii. Antipsicóticos típicos:
  8. Haloperidol: 5 - 20mg.
  9. Clorpromazina: 300 - 100 mg
  10. Pimozida: 2-20 mg iii. Antipsicóticos atípicos:
  11. Clozapina: 100-900 mg
  12. Quetiapina: 200-800 mg
  13. Risperidona: 2 16 mg
  • Os antipsicóticos, sejam típicos ou atípicos, apresentam um melhor resultado sobre os sintomas típicos, com menores resultados sobre os sintomas negativos. i. Esquizofrenia Refratária i. Considera-se esquizofrenia refratária o paciente com falha no tratamento medicamentoso após duas tentativas sem sucesso ao se utilizar duas classes distintas (p.ex.: Haloperidol (antipsicótico típico) e Risperidona (antipsicótico atípico)) e após excluir:
  1. Falta de adesão ao tratamento
  2. Dose insuficiente
  3. Rever o diagnóstico ii. Conduta:
  4. Iniciar Clozapina a. A clozapina, em relação aos outros antipsicóticos, apresenta melhor controle dos sintomas em relação aos outros antipsicóticos. b. Por que não começar direto com clozapina? i. A clozapina apresenta uma maior associação com efeitos colaterais graves, como:
  5. Agranulocitose
  6. Miocardite c. Como utilizar? i. Início com dose baixa e aumento gradual. d. Primeiros 18 semanas do uso de clozapina: i. Hemograma semanal → avaliar agranulocitose ii. Eletrocardiograma e ECG → regular. e. Após as primeiras 18 semanas do uso de clozapina: i. Hemograma mensal j. Quando internar o paciente com esquizofrenia: i. Risco de suicídio. ii. Risco a população iii. Falta de apoio familiar.
  7. Transporto Psicótico Breve

a. Definição: presença de pelo menos 01 sintoma psicótico com resolução com até 30 dias e

com remissão completa.

  1. O paciente com esse quadro apresenta um risco aumentado para desenvolvimento de esquizofrenia ou transtorno do humor
  2. Acompanhamento longitudinal é essencial e o tratamento medicamentoso com antipsicóticos deverá ser mantido por 12 meses.
  3. Transtorno psicótico induzido por substância: a. Definição: presença de pelo menos 01 sintoma psicótico em paciente sem história prévia após a utilização de substância ou abstinência com duração de até 4 semanas.
  4. Transtorno Esquizofreniforme: a. Definição: transtorno psicótico marcado pelo prejuízo da capacidade crítica do indivíduo com duração mínima superior 01 meses e máxima inferior 06 meses. b. Os critérios diagnósticos e o tratamento são semelhantes ao da esquizofrenia.
  5. Transtorno Esquizoafetivo: a. Definição: caracteriza-se pela presença concomitante de transtorno esquizofrênico e transtorno de humor (p.ex.: depressão ou bipolaridade) em um indivíduo. b. Tratamento: o tratamento medicamentoso pauta-se na utilização de antipsicótico em associação ao antidepressivo na presença de depressão ou estabilizante do humor na vigência de mania.
  6. Transtorno Delirante Persistente. a. Definição: presença de delírios como sintoma mais pronunciado, com pouca ou nenhuma manifestação de alucinações e sem prejuízo funcional grave. b. Apresenta uma baixa procura ao tratamento e baixa resposta ao mesmo. c. Apresenta duração inferior a 6 meses.
  7. Psicose Puerperal a. Definição: presença de sintomas de psicóticos no puerpério que geralmente aparecem após 2 ou 3 semanas. b. História prévia provável de depressão e bipolaridade não diagnosticada. c. Tratamento: antipsicóticos associados aos estabilizadores do humor. d. A amamentação deverá ser interrompida.