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Transtornos Mentais (DSM-5), Notas de aula de Diagnóstico

De acordo com o DSM-V, o diagnóstico da depressão é realizado a partir de cinco ou mais sinais e sintomas, descritos abaixo: 1) Um tom emocional constante de ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Gisele
Gisele 🇧🇷

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Transtornos Mentais (DSM-5)
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Transtornos Mentais (DSM-5)

Cartilha

Cartilha com informaçõeseorientaçõessobre Transtornos Mentais Comissão de Elaboração do Documento: Equipe de psicologia que atua na assistência estudantil da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA Autores: Aneska Oliveira (Psicóloga – Campus Paragominas) Cláudia Camilo (Psicóloga – Campus Parauapebas) Hadassa Almeida (Psicóloga – Campus Capitão Poço) Stephanie Corrêa (Psicóloga PROAES – Campus Belém) Suzane Lima (Psicóloga – Campus Tomé-Açú) Thiago Costa (Psicólogo – Campus Capanema) Belém – PA 2021

  1. Perda de sensibilidade a estímulos; apetitivos (prazerosos);
  2. Autoavaliação de inutilidade ou culpa, perda ou excesso de apetite, insônia ou hipersonia, inibição ou agitação psicomotora;
  3. Fadiga constante;
  4. Inibição cognitiva em termos de atenção, concentração, tomada de decisão e pensamento em geral;
  5. Ideias de morte, ideação suicida ou mesmo planos ou tentativas de suicídio. A duração mínima para o diagnóstico de depressão deve ser de cinco desses critérios ou mais, sendo apresentados em no mínimo duas semanas (AMERICAN PSIQUIÁTRIC ASSOCIATION, 2013/2014).

- Como se origina a depressão? O transtorno Depressivo maior ou Depressão, como é mais comumente conhecido, assim como qualquer outro tipo de transtorno de adoecimento emocional tem causas multifatoriais, diante disso, o modelo de etiológico se caracteriza por relações causais de ordem biológica, comportamental e cultural. Em relação a ordem biológica, o modelo mais amplamente utilizado, e que sustenta uso de várias drogas psicoativas, é a redução de neurotransmissores responsáveis pelas sensações de prazer, bem-estar e disposição, que são: a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. A redução desses neurotransmissores

pode gerar também um baixo nível de prazer, fadiga constante e alterações emocionais que caracterizam por sensação constante de tristeza, culpa, incapacidade e infelicidade (BELUJON; GRACE, 2017). Em termos comportamentais, alguns autores (ABREU; ABREU, 2020; FESTER, 1973) afirmam que os quadros depressivos podem estar relacionados a perda de reforçadores, ou seja, consequências dos comportamentos que ocasionam prazer e bem estar, fazendo assim com que o indivíduo deixe de se engajar em atividades que anteriormente poderiam os produzir. Esse fenômeno poderia ocorrer por mudanças ambientais drásticas, como perdas de emprego, relacionamento amoroso, morte de familiares e amigos ou rupturas de desenvolvimento como saída da adolescência e juventude para a fase adulta, ou da idade adulta para velhice. As mudanças em fases da vida poderiam provocar redução de reforçadores e necessidade de mudança na vida do sujeito, passando este então por adversidades naturais e provenientes da necessidade de reconfigurar suas habilidades de enfrentamento, desenvolvimento de resolução de problemas e reconfiguração de laços afetivos, financeiros e comportamentais. Além de todos esses aspectos, devemos levar em conta os contextos culturais que levam a adoecimentos cada vez mais frequentes como a depressão. As estatísticas apontam o Brasil como o segundo maior país das Américas em números de casos de depressão, perdendo apenas para os Estados Unidos (OMS, 2021). Hayes, Strosahl e Wilson (2021) apontam sobre o dilema do sofrimento humano e como a cultura ocidental está constantemente se esquivando de lidar com o mesmo, entretanto, o sofrimento é inerente a qualquer humano, independentemente de

depender da intensidade e frequência dos episódios depressivos. O risco de suicídio dever ser sempre avaliado e os efeitos colaterais da medicação em relação as condições de sofrimento do paciente. Não há antidepressivo ideal, entretanto, atualmente existe uma disponibilidade grande de drogas atuando através de diferentes mecanismos de ação o que permite que, mesmo em depressões consideradas resistentes, o tratamento possa obter êxito. É importante que o médico sinalize ao paciente os possíveis efeitos colaterais do uso de antidepressivos e realize junto com o paciente avaliação se o mesmo da conta de lidar com tais situações de desconforto, verificando assim uma conduta medicamento mais adequada pra cada caso, pois a principal variável relacionada à não adesão dos pacientes são os efeitos colaterais. Portanto, a redução dos efeitos colaterais é fundamental para o êxito do tratamento (Souza, 1999)

- Psicoterapia A psicoterapia tem sido associada ao tratamento da depressão junto ao tratamento farmacológico. A psicoterapia por se tratar de um ambiente sigiloso e seguro e não punitivo, tem se mostrado uma intervenção eficaz na remissão dos sintomas depressivos e na prevenção de recaídas. Vale ressaltar que neste setting terapêutico, o objetivo não é apenas a redução dos sintomas do indivíduo em processo psicoterapêutico, mas a avaliação das situações gatilhos para os sintomas depressivos, aumento do autoconhecimento do sujeito a fim de desenvolver estratégias de mudança, aceitação, escolhas e fortalecimento emocional. O mais importante do processo psicoterapêutico é a escuta do indivíduo e acolhimento dos seus sentimentos e emoções, dessa forma reduzindo sentimento de culpa e sofrimento por conta do adoecimento. Nas relações de conexão terapêutica são desenvolvidas habilidades interpessoais no sujeito que permitam maior resiliência

para lidar com as adversidades e aumento das potencialidades, no intuito do indivíduo tornar-se mais engajado e entrando em contato em contextos que o proporcionem uma vida que vale a pena ser vivida (HAYES et al, 2021)

- Mudança de estilo de vida Segundo Souza (1999) para além do tratamento medicamentoso, torna-se fundamental a mudança na vida do sujeito em tratamento para depressão, práticas como adoção de atividade física constante, rotina adequada de sono, evitação do uso de bebidas alcoólicas e outras substâncias que alterem o sistema nervoso central são fundamentais. Práticas como meditação e cultivo de hábitos de lazer, hobbies e terapias alternativas também devem ser incentivadas no tratamento e na prevenção da depressão. Transtornos de Ansiedade Antes de falarmos de transtornos de ansiedade, devemos primeiramente compreender o que é a ansiedade em si, de forma sucinta podemos compreender a ansiedade como uma emoção. Para Brandão (2019), em sua manifestação mais simples a emoção é uma expressão de um ato motor, de natureza motivacional, desencadeado por sensações oriundas de estímulos sensoriais de onde o indivíduo esteja. Ainda pode incluir pensamentos e planos sobre o que já ocorreu, está

1) Transtorno de Ansiedade de Separação: O transtorno de ansiedade de separação é caracterizado por medo ou ansiedades excessivas ou impróprios envolvendo a separação com alguém com a pessoal tenha apego. Não se trata apenas de apego a alguém, nessa condição a pessoa pode desenvolver preocupação e sofrimento constantes com a possibilidade de afastamento ou perda da figura de apego, insônias, queixas somáticas (cefaleia, náuseas ou vômitos) entre outros sintomas. 2) Mutismo Seletivo: O Mutismo Seletivo é uma condição onde há uma dificuldade do indivíduo se comunicar verbalmente e em determinadas situações, as primeiras manifestações podem ser verificadas nas escolas com crianças de 3 a 6 anos, em casa elas podem se comunicar normalmente, cabe observar que não trata-se de timidez, nessa fobia a criança é incapaz de se comunicar, ocorrendo fracassos persistentes na tentativa de comunicação. 3) Fobia específica: Na fobia específica o medo ou ansiedade são direcionados para um objeto ou situação (agulhas, animais, alturas, etc.). A pessoa pode reconhecer que seu medo é irracional e/ou excessivo, mas tem muita dificuldade enfrentar, por isso muitas vezes evita o objeto fóbico ou quando suporta é com muito sofrimento.

4) Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social): Na Fobia social a ansiedade e/ou medo são direcionadas os para interações sociais, nessa condição há um medo irracional e acentuado em uma ou mais condições da vida social. A possibilidade de avaliações por outras pessoas torna-se pavoroso. As interações sociais cotidianas são prejudicadas pelo medo excessivo e preocupação em ser julgado ou humilhado. 5) Transtorno de Pânico: O transtorno do pânico é caracterizado por crises de ansiedade recorrentes e inesperadas. Nas crises ocorrem ataques de pânicos, os ataques de pânicos podem ser descritos como surto abrupto de medo ou desconforto intenso, ele ocorre alcança seu pico em alguns minutos, são comuns os seguintes sintomas: coração acelerado, sudorese, tremores, sensações de falta de ar ou sufocamento, sensações de asfixia, dor ou desconforto torácico, medo de perder o controle ou “enlouquecer”, medo de morrer, entre outros. 6) Agorafobia: A Agorafobia é um transtorno de ansiedade que está relacionado ao medo de lugares ou situações onde seja difícil escapar ou conseguir auxilio de alguém caso seja necessário diante de sintomas de pânico ou outros sintomas incapacitantes.

Transtorno do Humor Bipolar Para uma melhor compreensão do Transtorno Bipolar é necessário primeiramente entendermos que ele se refere a um dos tipos de transtorno de humor. A seguir será apresentado os conceitos e sintetizado a diferença entre Humor e Transtorno do Humor. Humor é o estado emocional de uma pessoa em determinado momento. Baseado nos sentimentos, o humor e suas alterações interferem diretamente nas relações pessoais, sociais, de trabalho e familiares. Há evidências de que episódios de tristeza gerados a partir de acontecimentos negativos, não permanecem por períodos longos, pois o cérebro humano trabalha para equilibrar as emoções que geram desconforto (KUTCHER et al , 2014) Para Bastos e Fleck (2016) alteração do humor, de modo geral faz referência a mudanças no estado afetivo percebidos como moderada, de fácil controle e menos nocivo então podemos afirmar que a alteração do humor se apresenta como alteração dentro de padrões considerados saudáveis diferente do transtorno do Humor é quando a oscilação de humor se apresenta de modo mais acentuado, marcado por mudanças extremamente profundas e que geram impacto nas relações sociais e pessoais tais como escola, trabalho, família e amizades. Segundo a OMS, entre os anos de 1996 e 2013 houve um aumento de quase 50% no número de pessoas comprometidas por algum transtorno do humor, atualmente 10% da população mundial é afetada de alguma forma por essa patologia (PASSOS et al , 2019). Os transtornos do humor estão entre as doenças neuropsicológicas mais frequentes (BASTOS; FLECK, 2016).

O Transtorno Bipolar é uma doença grave e que pode se tornar crônica. A pessoa apresenta oscilações entre estados patológicos do humor denominado mania, hipomania, depressão e estado de humor misto. Essas condições afetam além do humor, o pensamento, o comportamento e o ritmo biológico (sono, apetite, libido) da pessoa. (PASSOS et al , 2019) Estados patológicos do humor no TB para Kutcher et al ( 2014)

  • Mania
    • Humor: Eufórico, exaltado, irritado.
    • Pensamento: Acelerados com redução do juízo crítico
    • Comportamento agitado, tanto ao falar quanto inquietação física
    • Ritmo Biológico: Mudanças nos hábitos de sono, aumento ou diminuição do apetite, se tornando bastante sexualizado ou, diminuir.
  • Hipomania:
    • Estado menos intenso do quadro maníaco
  • Depressão:
    • Tristeza, pensamentos sobre a morte, indecisão excessivo
  • Misto:
    • Sintomas de mania (ex: muita energia) associado a sintomas depressivos (como tristeza, pensamentos sobre a morte, indecisão excessiva)
    • Oscilações de humor podem ser muito evidentes ou sutis, dificultando sua identificação.
  • Incidência do TB O TB acomete cerca de 2 a 4% da população mundial, acredita-se que a prevalência entre homens e mulheres seja a mesma. Estudos apontam que pelo menos 40% da população com Tb necessitará de internação em algum momento da vida (PASSOS et al , 2019).
  • Tratamento
    • Identificação precoce do transtorno e após o diagnóstico é indicado mais de um tipo de tratamento simultaneamente combinando terapia medicamentosa (KUTCHER et al , 2014)
    • Atenção para a necessidade de adaptação devido o perfil oscilatório do TB (PASSOS et al., 2019)
    • Estratégias básicas de Psicoeducação: Aumentar o conhecimento sobre a doença, facilitar a adesão ao tratamento. (PASSOS et al , 2019)
    • Tratamentos específicos: Psicoterapias e uso de medicamentos aliados a intervenções psicossociais (KUTCHER et al , 2014) Esquizofrenia Agora vamos conhecer um pouco sobre a esquizofrenia!

❖ Conceito:

Esse transtorno é denominado pelo protocolo clínico de diretrizes terapêuticas (2013) como: um grupo de distúrbios mentais graves caracterizados por distorções do pensamento e da percepção, por inadequação e embotamento do afeto sem prejuízo da capacidade intelectual (embora ao longo do tempo possam aparecer prejuízos cognitivos). Em muitos conceitos encontramos o termo psicose, que se denomina como perda do contato com a realidade, a título de curiosidade a esquizofrenia foi considerada por muito tempo como “única psicose”.

De acordo com o DSM-V, mundialmente, a prevalência da esquizofrenia é de 1%, esta prevalência é equiparada entre homens e mulheres e relativamente constante entre culturas.

❖ Possíveis causas:

Porém, alguns são os fatores de risco, entre eles temos: Este transtorno geralmente se apresenta no indivíduo no final da adolescência e é considerado crônico, ou seja, dura a vida toda, geralmente com função psicossocial prejudicada durante todo o tempo.

❖ Classificação :

Segundo a classificação estatística internacional de doenças (CID-10), os transtornos esquizofrênicos podem ser: Esquizofrenia paranoide; Esquizofrenia Vida Urbana Trauma na infância Negligência e infecções pré- natais Predisposição genética

esquizofrenia (delírios e alucinações) pode ser repentino em questão de dias e semanas, ou lento que vai evoluindo de acordo com a fase no decorrer dos anos. Para Silva (2006), os aspectos mais característicos da esquizofrenia são alucinações e delírios, transtornos de pensamento e fala, perturbação das emoções e do afeto, déficits cognitivos e avaliação. Os delírios envolvem mudança de pensamento, comportamento e linguagem, esta mudança de pensamento é facilmente percebida pelo discurso do paciente. Segundo a autora os distúrbios do comportamento na esquizofrenia incluem comportamento grosseiramente desordenado e comportamento catatônico. Um ponto que queremos enfatizar quando falamos de esquizofrenia é a questão de comportamentos violentos apresentados por alguns pacientes, sim esse é um distúrbio de comportamento possível, porém no DSM-V encontramos que a esquizofrenia tem risco relativamente pequeno para comportamento violento. Ameaças de violência e acessos de agressividade são mais comuns do que comportamentos realmente perigosos. Segundo o manual, os esquizofrênicos costumam ser menos violentos do que pessoas sem esquizofrenia.

❖ Tratamento:

O tratamento da esquizofrenia é medicamentoso e psicoterápico, os remédios são antipsicóticos e o acompanhamento médico é fundamental. A assistência psicoterapêutica auxilia o indivíduo nas relações sociais e pessoais, isto envolve, aceitação, tratamento e prognóstico. Enquanto a medicação pode reduzir os sintomas positivos e prevenir recaídas psicóticas, o apoio psicoterapêutico e o treinamento de estratégias de enfrentamento e manejo

de situações de vida ajudam o paciente a adaptar-se ao ambiente e a enfrentar o estresse, sendo que as intervenções familiares e sócio-profissionais modificam fatores ambientais de acordo com a capacidade do paciente. (SILVA, 2006 , p. 276 , 277 ). Esse acompanhamento de uma equipe multiprofissional vai de acordo com a necessidade do paciente, este tem de forma singular e única suas necessidades e o profissional precisa reconhecê-las. Um acompanhamento após o tratamento também é necessário segundo o Protocolo clínico e diretrizes Terapêuticas, pois este tratamento não tem tempo determinado e o paciente precisa de reavaliações médicas periódicas de no máximo de 6 em 6 meses.