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patologias nas construções fissura em concreto
Tipologia: Teses (TCC)
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Não perca as partes importantes!
Florianópolis 2017
Trabalho apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Civil. Orientador: Prof. Wellington Longuini Repette, Dr. Florianópolis 2017
Agradeço à Deus por me proporcionar forças para que eu possa sempre correr atrás dos meus objetivos. Agradeço aos meus pais por priorizar os meus estudos, me ensinando o seu valor e por todo o suporte a mim disponibilizado durante toda a minha graduação. Obrigada por estarem sempre dispostos a me ajudar no decorrer de todos esses anos. Aos professores do curso de Engenharia Civil da UFSC pelos ensinamentos durante a graduação, principalmente ao professor Wellington Longuini Repette pela orientação neste trabalho, conferindo ao mesmo uma melhor qualidade. Àqueles que me autorizaram o acompanhamento das fissuras e os seus registros fotográficos. A todos que de alguma forma contribuíram com a elaboração do meu TCC, muito obrigada.
O concreto é um dos produtos mais utilizados no mundo. No Brasil, a maioria das estruturas é constituída por esse material. Por conseguinte, é de grande importância a compreensão de como o meio e determinadas ações o afetam. No presente trabalho está sendo abordada especificamente a manifestação patológica denominada fissura. O trabalho teve como principal motivador o fato de que uma identificação adequada das causas de fissuração gera reparos efetivo além de a compreensão das consequências de um erro construtivo tem como consequência uma melhora na qualidade desse processo. Este problema pode reduzir a sua eficiência do elemento no qual se encontra e possui variadas causas. Suas soluções se diversificam conforme o caso, seja como o material foi empregado, a magnitude do dano e o seu agente causador. Neste trabalho, descreveu-se os mecanismos de fissuração no concreto bem como o tratamento dessas fissuras. A escolha das fissuras foi de acordo com a sua tipologia, visando exemplifica-las com variabilidade. Por conseguinte, foram analisadas seis fissuras, duas por corrosão de armadura, uma por falta de junta serrada para redução dos efeitos de retração térmica e higroscópica, uma por diminuição da capacidade de suporte do solo, uma por ataque de sulfatos e uma por álcalis-agregado. As suas causas, bem como seus correspondentes reparos, foram determinadas por um processo eliminatório o qual analisa o formato das fissuras e ambiente o qual se encontra. Esse processo teve como base a revisão bibliográfica. Palavras-Chaves: Causas de fissura; concreto; reparos em fissuras, patologia em concreto.
TABELA 1 - TIPOS DE CIMENTO PORTLAND 25 TABELA 2 - VALORES CARACTERÍSTICOS SUPERIORES DA DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA DE RETRAÇÃO ΕCS(T∞,T0) E DO COEFICIENTE DE FLUÊNCIA Φ(T∞,T0) 41 TABELA 3 – CARACTERÍSTICAS DAS FISSURAS 72 TABELA 4 - CLASSE E AGRESSIVIDADE AMBIENTAL (CAA) 107 TABELA 5 - CORRESPONDÊNCIA ENTRE A CLASSE DE AGRESSIVIDADE E A QUALIDADE DO CONCRETO 108 TABELA 6 - CORRESPONDÊNCIA ENTRE A CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL E O COBRIMENTO NOMINAL PARA ΔC = 10 MM 109 TABELA 7 - VALORES DOS COEFICIENTES ΓC E ΓS 110 TABELA 8 - NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DE SANTA CATARINA (1961-1990) - UMIDADE RELATIVA DO AR MÉDIA COMPENSADA (%) 111
N= força normal; δ = máximo que o atrito na interface solo-concreto pode atingir. S = coeficiente de variação do tipo de cimento para obtenção de β1. σretração = tensão de retração; σt = tensão de tração; u = perímetro da seção em contato com a atmosfera; V = volume; ω = abertura da fissura.
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O concreto é o segundo material de construção mais empregado no mundo, perdendo apenas para a água. É composto de cimento Portland, que é resultado da transformação de matérias primas naturais como calcário e argila, em elevada temperatura, obtendo-se compostos que, após sofrerem hidratação, apresentam resistência mecânica e boa estabilidade frente à ação da água (MEHTA; MONTEIRO, 2008). Pelo fato de sua resistência à tração ser aproximadamente dez vezes menor que a sua resistência a compressão, geralmente é empregado aliado a uma armadura
14 Neste trabalho serão apresentadas as possíveis causas de fissuração no concreto, seus mecanismos de ocorrência, bem como o tratamento de fissuras. Após isso, são analisados alguns casos de fissuras em concreto, nos quais são delineadas as causas e o tratamento adequado.
1.1.1 Objetivo Geral O objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é analisar qualitativamente os casos de fissuração em concreto encontrados em mais de uma edificação, buscando identificar suas causas e reparos. 1.1.2 Objetivos Específicos a) Elaborar fundamentação teórica sobre o as fissuras em concreto, assim com a sua forma de reparo; b) Busca de obras as quais apresentem fissuras em concreto de forma a proporcionar uma variabilidade de causas no estudo de caso; c) Identificar as causas das fissuras em concreto nas edificações fruto de estudo;
reparo das fissuras encontradas;
16 O Cimento Portland é um aglomerante pulverulento constituído de silicatos e aluminatos de cálcio. Quando esse produto é associado à água, transcorrem sucessivas reações químicas que o fazem endurecer e adquirir grande resistência mecânica. Posteriormente ao seu endurecimento, o material não é mais solúvel a água. (BAUER, 1987) O cimento Portland é composto por clínquer e adições. O clínquer é o principal constituinte do cimento Portland. O mesmo é o resultado da queima de rocha calcária e argila, em proporções pertinentes. A cal presente na mistura, após o seu cozimento, é combinada aos compostos argilosos, isso faz com que a mistura tenha pouca quantidade de cal livre, de forma a não prejudicar a mistura (METHA e MONTEIRO, 2008). 2.1.1 Materiais O cimento Portland, em sua forma mais básica, é constituído calcário, argila e gesso. O calcário é um composto encontrado na natureza com prevalência de carbonato de cálcio (CaCO 3 ) e impurezas como óxido de magnésio (MgO). O interessante é ter o mínimo de MgO no cimento, pois este é um composto de características expansivas (METHA e MONTEIRO, 2008). Os argilominerais são silicatos de alumínio complexos compostos por duas unidades básicas: tetraedro de sílica e octaedro de alumina. Ou seja, de forma substancial, a argila é constituída de silicato de alumínio, ferro e outros minerais em menor proporção. Por conseguinte, extrai-se desse composto os consecutivos óxidos: dióxido de silício (SiO 2 ), oxido de alumínio (Al 2 O 3 ) e oxido de ferro III (Fe 2 O 3 ) que são basilares na concepção do cimento (DAS, 2012), O gesso tem a incumbência de controlar o tempo de pega, em outras palavras, o início do endurecimento da mistura de clínquer e água. Na hipótese de não se empregar gesso à moagem do clínquer endureceria quase que instantaneamente quando misturado à água, o que inviabilizaria seu uso nas obras. Desse modo, uma pequena parcela de gesso está presente em todos os tipos de cimento Portland, aproximadamente 3% em massa (ABCP, 2002). Não se deve adicionar muita quantidade de gipsita (gesso) pois, além de retardar demasiadamente a pega, o elemento pode gerar reações que originam um
17 produto expansivo após a pasta já endurecida, a etringita secundaria. (METHA e MONTEIRO, 2008). 2.1.2 Composição Química Segundo Neville (2016) fusão da argila e do calcário origina o clínquer. Este possui quatro compostos principais em sua composição química os mesmos são: Silicato tricálcico - 3CaO. SiO 2 ; Silicato bicálcico – 2CaO. SiO 2 ; Aluminato tricálcico – 3CaO Al 2 O 3 ; Ferro aluminato tetracálcico – 4CaO. Al 2 O 3. Fe 2 O 3. Quando se trata de química do cimento/concreto, os compostos acima recebem outra nomenclatura, uma forma de abreviação (NEVILLE, 2016). A mesma se encontra listada abaixo: CaO = C; SiO 2 = S; Al 2 O 3 = A; Fe 2 O 3 = Fe; H 2 O = H. Dessa forma, ao longo do texto quando se quiser referenciar os compostos supracitados, o faremos com a seguinte simbologia: Silicato tricálcico (3CaO. SiO 2 ) = C 3 S; Silicato bicálcico (2CaO. SiO 2 ) = C 2 S; Aluminato tricálcico (3CaO Al 2 O 3 ) = C 3 A; Ferro aluminato tetracálcico (4CaO. Al 2 O 3. Fe 2 O 3 ) = C 4 AFe. Cada composto atribui à pasta de cimento uma característica, influindo nas propriedades do cimento endurecido. O silicato tricálcico (C 3 S) é o maior responsável pela resistência do concreto em todas as idades principalmente até o primeiro mês de cura. Os cimentos de alta resistência inicial possuem uma maior concentração de C 3 S. O composto reage com a água em poucas horas e nesse processo libera uma
19 O enrijecimento da pasta é caracterizado pela hidratação dos aluminatos e a evolução da resistência (endurecimento) é realizada pelos silicatos. (METHA e MONTEIRO, 2008). De maneira expandida, o processo ocorre da seguinte forma: a) Hidratação dos aluminatos: Dentre os componentes do cimento, o C 3 A é o detentor de maior reatividade. Caso houvesse a inexistência de gesso ou gipsita no cimento Portland, a hidratação desse composto seria praticamente instantânea o que geraria uma grande quantidade de calor e prejudicaria significativamente a trabalhabilidade do material. (METHA e MONTEIRO, 2008). Dessa forma, a primeira etapa do processo de hidratação do cimento consiste na interação do C 3 A, o sulfato presente na gipsita (CaSO 4 ) e a água, esta denominada, na química do concreto, de H. A reação entre elementos gera um composto nomeado de etringita (C 6 AS 3 H 32 ). Esta, por sua vez, se deposita nos grãos anidros formando pequenos cristais em formato de agulha. (METHA e MONTEIRO, 2008). A formação das agulhas de etringita começa minutos após o início da hidratação, sendo responsável pelo fenômeno da pega e desenvolvimento da resistência inicial (METHA e MONTEIRO, 2008). O C 4 AF aliado aos sulfatos, produz compostos similares à etringita em seu processo de hidratação, afetando a velocidade de hidratação do C 3 S (METHA e MONTEIRO, 2008).
20 A Figura 1 representa graficamente a microestrutura formada no processo de hidratação dos aluminatos: Figura 1 - Micrografia eletrônica de varredura de cristais hexagonais típicos de monossulfato hidratado e cristais aciculares de etringita. Fonte: MEHTA E MONTEIRO, 2008. b) Hidratação dos silicatos: Durante as primeiras horas após o contato do cimento com a água não há muitas reações. O que é conhecido como tempo de dormência. Passada esta fase, a pasta de cimento passa aumenta a sua viscosidade e temperatura que é denominado início de pega (METHA e MONTEIRO, 2008). Mesmo após a pega, o concreto continua ganhando resistência, desde que não falte água para continuas as reações de hidratação (METHA e MONTEIRO, 2008). A hidratação dos silicatos acontece algumas horas após o contato do cimento com a água, após o período de dormência. A hidratação do C 3 S origina silicatos de