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Trabalho apresentado em dezembro de 2005 como parte obrigatória do curso de Tecnologia em produção de Grãos.
Tipologia: Trabalhos
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DEGRADAÇÃO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NO SUDOESTE GOIANO
Orientador Profº Dr. ADRIANO PERIN
Rio Verde - GO Dezembro de 2005
DANIELA SABRINE MANDARINI MARIOTTI
Orientador Profº Dr. Adriano Perin
Rio Verde - GO Dezembro de 2005
Aos Mestres, Organizadores doDoutores e Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Verde - GOPelo carinho prestado aos acadêmicos.
Pelo companheirismo na jornadaAos colegas de turma E à Deus, pela oportunidade do amadurecimento no saber.
Á Deus, pela infinita sabedoria da inspiração, aos meus pais, pela compreensão e benignidade com meuesforço, ao meu filho pela paciência com que me acompanhou nessa caminhada, e ao meu orientador, que assumiu a responsabilidade de caminhar comigo sem medir esforços para que eu obtivesse o sucesso do trabalho. RESUMO
O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da degradação ambiental no desempenho da produçãoagrícola e a importância da preservação para a produção sustentável. Atualmente, diante dos crescentes problemas decorrentes da aceleração dos processos naturais, faz-se necessário preconizar formas de utilização dos recursos naturais que permitam o desenvolvimento sustentável. A criatividade para atransformação do meio com ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, concebida em função das potencialidades deste meio são ferramentas para impedir o desperdício e cuidar para que as práticas sejamempregadas visando a satisfação das necessidades, dada a diversidade dos meios naturais e dos contextos culturais no Sudoeste goiano.
Palavras-chave : conservação ambiental, sustentabilidade, recursos naturais.
ABSTRACT
2.4.5 - Monocultivo................................................................................................................ 27
Pág.
Figura 1.......................................................................................................................... 10
A microrregião do sudoeste goiano, formada pelos municípios de Aporé, Aparecida do Rio Doce, Castelândia, Maurilândia, Santa Helena de Goiás, Santo Antônio da Barra, Jataí, Serranópolis, Perolândia, Mineiros, Portelândia, Santa Rita do Araguaia, Caiapônia, Montividiu, Palestina de Goiás, Doverlândia, Rio Verde e Chapadão do Céu, é composta predominantemente pela vegetação nativa denominada Cerrado. No entanto, em função do desenvolvimento agrícola da região, atualmente fazem parte da paisagem grandes lavouras de soja, milho, cana de açúcar, pastagem, além de granjas de aves e suínos e galpões de silagem. O município-sede dessa região é Rio Verde, que foi um dos doze pólos de atuação do POLOCENTRO¹ (Pedroso, 2005).
Nos últimos anos tem crescido os alertas quanto aos perigos que rondam a região do Cerrado. Reportagens denunciam os riscos de queimadas tanto nas áreas de preservação natural
(c) (d) Figura 1. Cerrados (c), Cerrado(d). Fonte: (images.google.com.br) Fisionomias que caracteriza o Bioma Cerrado: Campo Sujo (a), Cerradão (b), Campos
Assad e Assad (1999) cita que é preciso mudar a maneira de se observar o Cerrado. Entender por que as árvores são tortas, a topografia é suave nas terras altas entremeadas por morros baixos, por que seus cursos d’água são tão numerosos mas muitas vezes secam nos meses de julho a setembro. A água infiltra com maior facilidade no solo sob vegetação nativa, mas uma chuva um pouco mais forte pode destruir uma plantação inteira pela simples erosão hídrica. É preciso conhecer as potencialidades e os limites do Cerrado, e aprender a conviver com eles para melhorar a qualidade de vida. É fundamental que se compreenda que o ambiente do Cerrado (sua vegetação, seus solos, seus curso d’água, seu relevo) levou muito tempo para ser formado, e infelizmente, pode ser destruído com facilidade, quando aplicado um manejo inadequado. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da degradação ambiental no desempenho da produção agrícola e a importância da preservação para a produção sustentável no Sudoeste Goiano.
2.1 - História da Ocupação e Evolução do Cerrado
As dimensões continentais do Brasil redundavam sempre em impasses para a sua integração econômica e geográfica. As grandes distâncias entre os centros regionais dificultavam a expansão econômica pelo país, e a incorporação do interior à economia nacional estava “calada” num mercado interno inexpressivo e na propriedade das estruturas de transporte, de energia e de comunicações (Bezerra e Cleps Jr., 2004). A instalação de uma malha ferroviária na década de 1930, integrando o Centro- Oeste às principais regiões urbano-industriais do país, paralelamente ao desenvolvimento de políticas voltadas para a ocupação do interior brasileiro, resultaram num aumento substancial da presença e atividades humanas na região tradicional do Cerrado. Até então, a exploração do Cerrado ocorreu em detrimento de uma biodiversidade pouco alterada (Queiroz, 2003). Nessa mesma década, como cita Bezerra (2003), a construção de Goiânia foi um marco na inserção do estado no processo de divisão inter-regional do trabalho e de interiorização do país, sendo considerada um símbolo governamental na inserção do Centro-Oeste na dinâmica capitalista nacional. É nesse contexto que a região Centro-Oeste e, portanto, o estado de Goiás, passam a integrar a nova dinâmica capitalista do país, como uma região capaz de contribuir, por meio do fornecimento de bens primários, para a consolidação do capital industrial (Bezerra, 2003). A ação antrópica, apresentada, sobretudo na forma de atividades econômicas tem conduzido, ao longo dos anos, à ocupação desordenada do Cerrado e, consequentemente, a sua rápida degradação ambiental (Queiroz, 2003).
salário mínimo durante os primeiros seis meses. Os colonos descobriram que a terra perdia a fertilidade em dois ou três anos. Descobriram também que lá havia muita doença e muito isolamento(www.amazonialegal.com.br). Dessa forma, foram criados programas especiais de estímulo à agricultura nos Cerrados, de apreciável impacto na evolução das frentes comerciais. A partir de meados da década de 1970, o ritmo de ocupação do Centro-Oeste acelerou. Isso foi motivado pela intensa política de expansão da fronteira agrícola, ocorrida com o aproveitamento do Cerrado (até então tido como inaproveitável) e a abertura de novas terras para exploração agrícola e pecuária. Esses processos de ocupação trouxeram à região um enorme fluxo de migração, desordenado e devastador (Pedroso, 2005). Um importante papel para a expansão agrícola do Cerrado foi à migração da população da região sul do país. No início da década de 1970, agricultores do sul do país puderam adquirir grande quantidade de terra nua no Centro-Oeste pela venda de suas terras no sul (Marouelli, 2003). Além da desvalorização cultural do Cerrado, esse processo mostrou-se devastador da biodiversidade local, já que não houve qualquer cuidado em preservá-la. As condições edafoclimáticas do sul do Brasil não são as mesmas do Cerrado. Por isso, o manejo empregado nos solos do Cerrado precisa ser diferente. No entanto, os produtores imigrantes adotaram os mesmos princípios no manejo do solo. Isso teve enorme contribuição à rápida degradação das áreas do Centro-Oeste. Segundo Pedroso (2005), alguns programas específicos implantados no Cerrado, impulsionaram a inserção desta região nas áreas produtivas e, conseqüentemente, o desenvolvimento agrícola da região Centro-Oeste. Dentre os principais, pode-se destacar o POLOCENTRO (Programa de Desenvolvimento do Cerrado) e o PRODECER (Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para Desenvolvimento do Cerrado). O POLOCENTRO, criado em 1975, teve como objetivo o desenvolvimento e a modernização das atividades agropecuárias da região Centro-Oeste e do oeste de Minas Gerais, mediante a ocupação racional de áreas com características de Cerrado e seu aproveitamento em
escala empresarial. O programa selecionou áreas específicas para atuação e, posteriormente, forneceu crédito altamente subsidiado a todos os produtores que desejassem investir na exploração agropecuária empresarial (Bezerra e Cleps Jr., 2004). Queiroz (2003) relata que cerca de 3,7 milhões de hectares foram beneficiados pelo programa, com investimentos diretos em rodovias, armazenagem, rede elétrica, incentivos fiscais, recursos para pesquisa agropecuária e assistência técnica. A maior parte do crédito concedido privilegiou grandes produtores, resultando na viabilização da incorporação de quase 2, milhões de hectares à agricultura intensiva e pecuária. O maior impacto do POLOCENTRO na região Centro-Oeste ocorreu no estado de Goiás, especificamente no município de Rio Verde. Segundo Muller (1990), 42% da área do Cerrado foi incorporado ao processo produtivo, com destaque para a soja. O POLOCENTRO foi bem sucedido em induzir a expansão da agricultura empresarial no Cerrado, tendo o governo “pago” aos agricultores para que cultivassem a terra em seu próprio proveito, presumindo que seu impacto indireto fosse maior que o impacto direto (Marouelli, 2003). O POLOCENTRO foi substituído pelo modelo agroindustrial cooperativo do PROCEDER. Este programa foi organizado em três fases, destinado a promover a colonização das áreas do Cerrado, dando assim, continuidade aos programas antecessores (Queiroz, 2003). Os agricultores favorecidos foram selecionados por cooperativas credenciadas, tendo por base sua aptidão para desenvolver agricultura em áreas de Cerrado, exigindo deles dedicação integral ao empreendimento. Tratou-se de um programa voltado à constituição de fazendas de médio porte (entre 250 e 500 ha), destinadas à produção de grãos (Bezerra e Cleps Jr., 2004).
Nesse contexto, para Pedroso (2005) o recente desenvolvimento do estado de Goiás, deve ser compreendido dentro do próprio processo de crescimento da região Centro-Oeste, que é um território do qual o auge da sua ocupação econômica é bastante recente, o que significa que seus potenciais de desenvolvimento ainda estão sendo definidos. A indústria animal e instalação de usinas de açúcar e álcool são exemplos típicos.
2.3 - Políticas Agrícolas no Cerrado
Igreja (2001) relata que a redistribuição espacial das áreas do território brasileiro a partir da década de 70, quantifica padrões de redistribuição espacial das atividades agropecuárias, para o País, estados e estratos de estabelecimentos. Com os indicadores obtidos, comprova-se que o processo ocorreu sobre uma base de elevada e crescente concentração de terra, associando acentuado grau de recombinação de atividades com aumentos na escala de operação, a conhecida modernização conservadora. Com a desativação dos principais instrumentos de política agrícola, a redistribuição espacial da agricultura brasileira vem deixando de ser comandada por políticas governamentais (padrão dos anos 70) e se circunscrevendo às estratégias microeconômicas de grandes empresas que operam o agribusiness e que vêm assumindo de forma acentuada funções de financiamento e coordenação da produção (Igreja, 2001). Para Sawyer (2002), a construção de uma visão integrada que estabelece sinergismos positivos entre população, meio ambiente e desenvolvimento, evitando a degradação do ambiente e dos seres humanos, implica, necessariamente, mudar as políticas públicas. Segue algumas das mais importantes políticas de incentivo voltadas ao agro negócio, citado por Pedroso (2005):
Cerrado e Pantanal, atualmente em desenvolvimento por meio de um Grupo de Trabalho que inclui representantes da sociedade indicados pela Rede Cerrado de ONGs.
Agropecuária (EMGOPA), que abriram o Cerrado para a introdução de cultivares comerciais como a soja, o feijão e o milho, especificamente desenvolvidos para a região. O Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Verde (CEFET de Rio Verde) teve sua contribuição, por coordenar inúmeros experimentos que compreendiam ensaios regionais para lançamento de variedades. Essas pesquisas tornaram o Cerrado praticamente a maior região brasileira produtora de grãos, e altamente competitiva com os demais países produtores. A falta de conhecimento científico acerca do Cerrado levou a uma não-regulamentação da prática agrícola, que acabou tendo como padrão a substituição implacável da então desvalorizada cobertura vegetal natural por grandes monocultivos comerciais, uma das maiores causas de perda da biodiversidade (Agência Ambiental de Goiás, 2005).
2.4 - Riscos Decorrentes da Utilização Inadequada dos Recursos Naturais Disponíveis
Marouelli (2003) cita que em meados da década de 80, os impactos da agricultura moderna, a destruição das florestas tropicais, as chuvas ácidas, a destruição da camada de ozônio, o aquecimento global e o efeito estufa, tornaram-se temas familiares para grande parte da opinião pública, principalmente, nos países ricos. Questionava-se até que ponto os recursos naturais suportariam o ritmo de crescimento econômico imprimido pelo industrialismo ou mesmo se a própria humanidade resistiria às seqüelas do chamado “desenvolvimento”. Barbosa (2004) aponta o acelerado crescimento populacional das últimas décadas como o fator principal ao desequilíbrio ambiental. Em função do número maior de pessoas para alimentar, a solução mais viável é elevar a produtividade, uma vez que o aumento da área cultivada causaria maior impacto ambiental ao derrubar florestas para dar espaços a campos de cultivo. O autor salienta ainda que esse incremento de produtividade tem sido conseguido de outras maneiras, como o desenvolvimento de novas tecnologias de cultivo, espécies geneticamente modificadas e com o uso de fertilizantes e agroquímicos.
Novaes (2005) declara que a soma dessas experiências precisa dar um sentido de urgência às questões de conservação do que resta do Cerrado, sendo necessário intensificar as políticas públicas voltadas a esse bioma, dotar essas políticas de recursos que permitam um forte investimento em ciência, capaz de dar um novo sentido à relação humana com o bioma e de selecionar os graves problemas enfrentados pela população.
2.4.1 - Clima do Cerrado: Antes e Depois da Expansão Agrícola
Certamente, tem-se enfrentado no Cerrado mudanças localizadas de clima, influenciadas pelo desmatamento excessivo. Esse fator tem afetado inúmeras regiões produtivas, podendo ser observado prejuízos na maior parte das áreas produtoras do país. Novaes (2005), na palestra “CERRADO: Ameaças e oportunidades” relata as condições climáticas de uma região do Cerrado paulista: “São Paulo possui atualmente menos de 2% dessa vegetação. Chove em qualquer época do ano, faz calor em junho, frio em dezembro. Até a famosa garoa paulistana celebrada por Inezita Barroso desapareceu (...) as chuvas, a seca, o frio, o calor tinham a freqüência e a estabilidade da infância. Vivencia-se no Cerrado mudanças localizadas de clima, mudanças influenciadas pelo desmatamento na Amazônia, talvez mudanças globais. Racionamento no consumo de energia elétrica e estiagens absolutamente fora da rotina fazem parte da vida das pessoas. Alterações preocupantes na freqüência e no volume das chuvas. Quase não se tem mais chuvas prolongadas no verão, e sim a queda de altos volumes de água em curto espaço de tempo. Essas mudanças têm ocasionado enchentes, deslizamentos, levando a morte de inúmeras pessoas”. Segundo Barbieri (2001), na última era glacial (iniciada há cerca de 120 mil anos), ocorreram vários avanços e recuos das geleiras em áreas do hemisfério norte e nas altas montanhas. O reflexo destas mudanças no hemisfério sul provocou alterações climáticas, com