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Este documento discute as propriedades físico-químicas de aldrin e dieldrin, suas principais vias de absorção, biotransformação e excreção, e seus efeitos toxicológicos em animais de laboratório. Além disso, são apresentados estudos crônicos realizados com ratos e camundongos expostos a esses compostos, bem como níveis específicos de risco considerando as concentrações de aldrin e dieldrin na água de consumo e no ar atmosférico.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Figura 1 – Distribuição proporcional do dieldrin entre o sangue e outros tecidos no ser humano....................................................................... 6
Figura 2 – Vias de biotransformação do aldrin e dieldrin ................................. 9
Figura 3 – Exemplo da introdução quantitativa de dados toxicocinéticos e toxicodinâmicos na avaliação dose-resposta ............................... 19
Figura 4 – Possível mecanismo de promoção da carcinogênese induzida pelo dieldrin em fígado de camundongo ....................... 29
Figura 5 – Modo de indução da hepatocarcinogênese em camundongos pelo dieldrin .............................................................
Figura 6 – Vias de biotransformação do endrin ............................................... 62
Quadro 1 – Principais propriedades físico-químicas e identificações do aldrin e dieldrin ............................................................................ 3
Quadro 2 – Principais propriedades físico-químicas e identificações do endrin .......................................................................................... 60
Tabela 12 – Fatores de inclinação estimados para o dieldrin a partir de estudos crônicos com camundongos e via de introdução oral ..........................................................................
Tabela 13 – Níveis específicos de risco considerando as concentrações de aldrin e dieldrin no ar atmosférico ...........................................
Tabela 14 – Eventos-chave do modo de ação do aldrin e dieldrin ..................
Tabela 15 – Estudos realizados para avaliar a genotoxicidade do aldrin e dieldrin e respectivos resultados.......................................
Tabela 16 – Estudos para a avaliação da mutagenicidade/ genotoxicidade do aldrin e dieldrin ...............................................
Tabela 17 – Avaliação da toxicidade do aldrin e dieldrin na reprodução e desenvolvimento .................................................
Tabela 18 – Valores de referência de toxicidade oral do endrin considerando efeitos não-carcinogênicos, segundo diferentes agências reguladoras ......................................................
ATSDR Agency for Toxic Substance and Disease Registry (Agência para Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças)
BBDR Biologically Based Dose Response (Dose-resposta baseada em efeitos biológicos)
DB Dose de Benchmark
CAS Chemical Abstract Service
CL50 96 h Concentração Letal 50 em teste com duração de 96 horas
CRf Concentração de Referência
CSDR Case Specifi c Dose Response (Dose-resposta baseada em caso específico)
DL50 Dose Letal 50%
DNA Deoxyribonucleic Acid (Ácido desoxirribonucleico)
DRINS Grupo dos inseticidas clorados aldrin, dieldrin e endrin
DRf Dose de Referência
ED Effective Dose (Dose Efetiva)
EEC European Economic Community (Comunidade Econômica Européia)
FDA United States. Food and Drug Administration (Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos)
FAO Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação)
FI Fator de incerteza
GABA Gamma Aminobutyric Acid (Ácido gama-amonibutírico)
IARC International Agency for Research on Cancer (Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer)
IDA Ingestão Diária Aceitável
IGHRC Interdepartmental Group on Health Risk from Chemical (Grupo Interdepartamental sobre Risco à Saúde por Substâncias Químicas)
IPCS International Programm on Chemical Safety (Programa Internacional de Segurança Química)
LED Lowest Limit on Effective Dose (Limite inferior da dose efetiva)
LOAEL Lowest Observed Adverse Effect Level (Menor dose de efeito adverso observado)
MFO Mixed-function Oxidase (Sistema de oxidases mistas)
atm = atmosfera
μg = micrograma
mg = miligrama
kg = quilograma
mL = mililitro
L = litro
m^3 = micrograma por metro cúbico
g = grama
d = dia
mg/m^3 .d = miligrama por metro cúbico dia
mg/kg.d = miligrama por quilograma dia
ppm = partes por milhão
Kow = coeficiente de partição entre octanol e água
Pa = pascal
mm Hg = milímetro de mercúrio
°C = grau Celsius
2.1 Efeitos não-carcinogênicos ........................................................... 64 2.2 Efeitos carcinogênicos ................................................................... 67 3 VALORES DE REFERÊNCIA DE TOXICIDADE PARA A SAÚDE HUMANA A SEREM ADOTADOS PELA CETESB .................. 68
A área de Toxicologia Humana e Saúde Ambiental tem papel cada vez mais importante na gestão da qualidade ambiental, subsidiando as ações que visam a proteção da saúde humana. Avaliação da exposição humana a contaminantes ambientais e o cálculo das concentrações seguras para os diversos contaminantes presentes no meio fazem parte das atividades desenvolvidas pelos toxicologistas e são a base para interpretação dos dados de qualidade obtidos para a água, ar e solo. As concentrações seguras são calculadas a partir de experimentos com animais, dados epidemiológicos e outros testes, os quais devem ser interpretados com cautela, levando-se em conta os avanços científicos bem como as incertezas inerentes aos estudos experimentais. Em decorrência da falta de valores de toxicidade recomendados para o país, a Cetesb, como órgão ambiental de vanguarda da América Latina, iniciou o projeto “Levantamento e definição de dados toxicológicos para contaminantes químicos ambientais relacionados à saúde humana a serem adotados pela CETESB em suas ações ambientais”, coordenado pelo Setor de Toxicologia Humana e Saúde Ambiental - EAMT e pela Divisão de Toxicologia, Genotoxicidade e Microbiologia Ambiental – EAM. Este documento técnico é o primeiro produto do projeto, onde são apresentados os valores de referência de toxicidade para a saúde humana do aldrin, dieldrin e endrin a serem adotados pela CETESB. Esses valores foram derivados baseados nas informações técnico-científicas disponíveis na literatura e embasados nas mais recentes diretrizes da USEPA. Ao estabelecer esses valores, a CETESB cumpre mais uma vez o seu papel institucional de orientar as ações envolvidas na melhoria da qualidade ambiental e na proteção da saúde pública.
Fernando Cardozo Fernandes Rei Presidente CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
O projeto “Levantamento e definição de dados toxicológicos para contaminantes químicos ambientais relacionados à saúde humana a serem adotados pela CETESB em suas ações ambientais” foi concebido pela necessidade de se estabelecerem dados toxicológicos únicos a serem adotados pela CETESB, já que valores distintos são utilizados para uma mesma substância por diferentes instituições ambientais de outros países. A escolha de se iniciar pela padronização dos valores de referência de toxicidade dos praguicidas aldrin, dieldrin e endrin, foi devida às diferentes classificações adotadas pelas agências reguladoras quanto à sua carcinogenicidade. A produção e uso dessas substâncias já foram banidas no mundo, mas elas ainda são encontradas em áreas contaminadas no Estado de São Paulo, dentre outros locais, o que implica na necessidade de se estimar risco de exposição a esses praguicidas. Os países pioneiros na revisão e atualização dos dados toxicológicos, nem sempre têm as mesmas prioridades na escolha das substâncias a serem revisadas. Em decorrência, surgiu a necessidade de a CETESB avaliar criticamente os estudos realizados com essas substâncias com vistas à derivação dos valores de referência de toxicidade. Os valores de referência de toxicidade são resultantes da extrapolação de dados obtidos na avaliação da toxicidade das substâncias químicas por meio de bioensaios e/ou estudos epidemiológicos. Para subsidiar a compreensão dos estudos de avaliação da toxicidade e as possíveis diferenças interespécies relacionadas à toxicocinética e dinâmica do produto avaliado, bem como a seleção de determinado efeito crítico como parâmetro de referência (“end-point”), discutem-se no presente documento os aspectos necessários para a consolidação desse conhecimento para as substâncias em questão, à luz dos dados existentes na literatura. Por fim, o documento revisa a literatura pertinente e recomenda valores de referência para aldrin, dieldrin e endrin a serem adotados.
Aldrin, Dieldrin e Endrin 1
1 INTRODUÇÃO
O aldrin e o dieldrin são inseticidas organoclorados sintéticos que foram
extensamente utilizados em várias culturas, e depois, de modo geral, banidos por todos os países devido à sua persistência ambiental.
No ambiente, o aldrin é rapidamente epoxilado e convertido em dieldrin, que é mais resistente à biotransformação e à degradação abiótica que o aldrin. Devido às suas propriedades físico-químicas, o dieldrin apresenta características
de bioacumulação e biomagnificação no ambiente.
De 1950 a 1970, o aldrin e o dieldrin foram extensamente utilizados como inseticidas, particularmente nas culturas de algodão e milho. A partir da década
de 1970 até fi nal de 1987, o uso ficou restrito ao controle de cupins e depois foi banido (Tabela 1). As principais propriedades físico-químicas e características desses
compostos encontram-se no Quadro 1. O aldrin grau técnico apresenta pureza de 95%; as impurezas incluem octaclorociclopentano, hexaclorobutadieno, tolueno e produtos de polimerização.
O dieldrin grau técnico apresenta pureza mínima de 85%; as impurezas incluem outros policloroepoxioctahidrodimetanonaftalenos e endrin. Ambos os compostos
evaporam lentamente, sendo a evaporação do aldrin mais rápida do que a do dieldrin
(WHO, 1989).
Devido ao uso pretérito, o aldrin e o dieldrin ainda estão presentes no ambiente. O aldrin pode ser convertido em dieldrin através da ação da luz solar
e de bactérias. O dieldrin é, por conseguinte, o composto predominantemente detectado no ambiente mesmo quando somente o aldrin foi utilizado (ATSDR,
2002; USACHPPM, 2005; WHO, 1989).