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articulada como uma ferramenta central em minhas análises da constituição da identidade da banda, uma vez que os Titãs constituem sua produção artística a ...
Tipologia: Notas de aula
Compartilhado em 07/11/2022
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Ficha de Identificação da Obra elaborada pelo(a) autor(a), com auxílio do programa de geração automática da Biblioteca Central/UDESC
Grain,TITÃS: Matheus CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE, NOÇÃO DE GÊNERO Rocha EFlorianópolis SIGNIFICADO MUSICAL / Matheus Rocha Grain. -, 2018. 175 p. Orientador:Co-orientadora: TATYANA DE ALENCAR JACQUES LUIZ HENRIQUE FIAMINGHI de DissertaçãoSanta Catarina, Centro de Artes,^ (Mestrado) - Universidade do Estado Programa de Pós- Graduação em Música, Florianópolis, 2018.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música, do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Música. Área de concentração: Musicologia/Etnomusicologia.
Banca Examinadora:
Orientador: ________________________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Henrique Fiaminghi UDESC
Coorientadora: _____________________________________________________________ Profa. Dra. Tatyana de Alencar Jacques UDESC
Membro: __________________________________________________________________ Profa. Dra. Vânia Beatriz Muller UDESC
Membro: __________________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Eugenia Dominguez UFSC
Florianópolis, SC, 29/08/
Agradeço a meu orientador, prof. Dr. Luiz Henrique Fiaminghi, por todo o apoio, ensinamentos e conversas agradáveis, e também por ser um exemplo de professor ético, dedicado e capaz, a quem me espelharei sempre. Agradeço à minha coorientadora, Tatyana de Alencar Jacques, por toda a paciência, ensinamentos, por não me deixar “viajar demais” e, sobretudo, por todas os diálogos atenciosos. Agradeço aos meus colegas, Marília, Arthur, Paola, Júlio e Luiz, pelo companheirismo. Agradeço à CAPES pela bolsa concedida, que viabilizou a efetuação desta pesquisa. Agradeço à minha parceira, Maria, por todo o amor, carinho e amparo. Agradeço, sobretudo, a meus pais, Inês e Maurício, pelo amor e apoio incansáveis..
This article deals with the construction of what is understood as Titãs’ musical identity, during the 1980’s, starting on the relations of the band with different musical genres and subgenres and Titãs’ position in phonographic industry. By researching in specialized media, this article seeks to keep up with and describe the impact of the album Cabeça Dinossauro in the formation of the band’s style and identity, since the album is considered as the overcoming of a “disconnected” aesthetic in order to adopt a “linear” and “homogeneous” project. In the process, the musical genres and subgenres are used as elements of a musical lexicon that incorporate flowing meanings in the popular culture. A musicological perspective that understands the meaning as culturally associated to the musical structure will hold the debate about significance. I will point out how the process of identity construction, emerged from the concept of identity in Velho (1994), Hall (2005), Agier (2001) and Maffesoli (1996), is linked with esthetics and collective identification issues as well as musical market demands, involving musicians, producers, phonographic industry agents and the public’s acceptatance. Keywords: Titãs. Cabeça Dinossauro. Identity. Musical genre. Phonographic industry.
Formada em 1982, a banda paulista Titãs completa, em 2018, 36 anos de carreira. Durante o período, a banda atravessou diversas fases, dialogando com diferentes gêneros e estilos musicais, respondendo a novas correntes musicais e ideias artísticas, acompanhando as trajetórias, fases da vida e reagrupamentos de seus integrantes e adequando-se a novas demandas do mundo profissional e mercado fonográfico. Tendo isso em vista, objetivo analisar a construção do que é apontado, na mídia especializada e no discurso dos integrantes da banda, como “identidade musical” dos Titãs durante a década de 1980 enquanto um processo fluído e dialógico, no qual a banda transita em diferentes gêneros e estilos musicais assim como se adapta às interpelações da indústria fonográfica. Portanto, busco refletir de que maneiras os Titãs constituem, nos anos iniciais de sua carreira tri decenária, diferentes marcos identitários, concepções artísticas e demarcações simbólicas através dos gêneros e subgêneros musicais – estes, que são dotados de fronteiras moventes e em constante permutação, serão tratados enquanto elementos de um léxico- semântico musical que conferem significados compartilhados entre audiência, músicos e profissionais das gravadoras -, atentando para o processo de negociação da banda frente às interpelações articuladas pela indústria fonográfica e profissionais das gravadoras. Para isso, fundamento-me na pesquisa da mídia especializada em música rock no Brasil e, sobretudo, no acompanhamento da produção fonográfica da banda. Busco descrever os discos Titãs (1984), Televisão (1985) e, especialmente, Cabeça Dinossauro (1986), apontando o surgimento, abandono e retomada de características musicais, dando especial atenção a articulação de níveis de identificações a partir da apropriação, releitura e incorporação de diferentes gêneros e estilos musicais; A canção emerge, nesse contexto, como locus privilegiado de acompanhamento. É nela que o gênero musical é apropriado e reconstruído. É nela que a identidade da banda é forjada. Nesse sentido, uma das características dos Titãs é o fato de que, durante toda sua carreira, retomam e regravam canções, essas incorporando novas características musicais e elementos de estilos de rock emergentes, tais como o grunge, na década de 1990. Objetivo, portanto, refletir sobre como o trabalho sonoro constituído no disco Cabeça Dinossauro atua como referência central no processo de constituição identitária da banda. Busco ressaltar como essa constituição identitária responde a demandas e exigências de mercado, concepções artísticas e demarcações simbólicas de gêneros e subgêneros musicais.
público, distando Cabeça Dinossauro dos dois primeiros álbuns – que recebem acusações de “ausência identitária” por articularem projetos denominados pelos membros da banda como “tropicalistas”, se distanciando, portanto, da segmentação de mercado em gêneros musicais preconizada pela indústria fonográfica. Entretanto, nos mais de trinta e cinco anos de carreira dos Titãs, a banda está em constante mutação e reconstituição identitária, fazendo que a “identidade” forjada em Cabeça Dinossauro seja revista, reformulada e, por vezes, resgatada nas diferentes fases dos Titãs. No segundo capítulo, trato sobre a chegada do rock ao Brasil visto que, durante o processo de revisão bibliográfica, pude identificar duas narrativas que apontam para a supervalorização de duas décadas na historiografia do rock no Brasil – e o consequente apagamento de outras. A primeira narrativa aponta a Jovem Guarda como primeira manifestação do rock no Brasil, em 1965, fazendo da produção dos anos 1950 um compilado de versões de músicas estadunidenses e britânicas que não mereceriam o rótulo de “rock brasileiro”. Tal discurso desconsidera a produção de versões enquanto prática artística legítima, e trata o período de 1960 a 1965 enquanto uma fase prototípica que culminaria na Jovem Guarda. Uma segunda narrativa trata os anos 1980 como a “década do rock” no Brasil, sugerindo que somente neste período o rock brasileiro assumiria uma “identidade própria” – tal discurso é cristalizado na categoria proposta pelo jornalista Arthur Dapieve (2015) intitulada Brock (Brazilian Rock), fazendo da produção rock no Brasil nos anos 1980 “o rock nacional” por excelência. Portanto, busco recontar, brevemente, a chegada do rock no Brasil na década de 1950 até o momento da grande veiculação do rock nas mídias e lojas de discos no Brasil nos anos 1980, década que é marcada pela dissolução da ditadura militar e pelo processo de abertura política, conjuntura que atua como condição de possibilidade favorável em que os Titãs e outras bandas do período articulem seus projetos. Observo, também, que o rock emerge no Brasil, semelhante ao que ocorre nos Estados Unidos e Inglaterra, sobre o prisma de “cultura jovem”, fazendo do rock símbolo da corporalidade, subversão, renúncia aos modos de vida endossados pelos adultos e, posteriormente, articulador de críticas nos âmbitos sociais e políticos. Ainda no segundo capítulo, acompanho as narrativas que são frequentemente visitadas quando se trata das origens dos Titãs, apontando o caráter mitificador de tais relatos biográficos. Trato, também, dos dois primeiros álbuns da banda, Titãs (1984) e Televisão (1985), apontando as críticas articuladas pela mídia especializada de um caráter “irrotulável” dos discos - logo distante da lógica comercial que prevê a divisão de nichos comerciais através dos gêneros
musicais -, e do amadorismo da banda, que justificariam as afirmações dos próprios Titãs que a banda forjou sua “identidade” apenas no terceiro álbum, Cabeça Dinossauro (1986). No terceiro capítulo, busco acompanhar a produção do Cabeça Dinossauro , disco que garante o reconhecimento da banda pelo público e crítica especializada, cujas canções são constantemente retomadas no repertório da banda, fazendo que o álbum seja relançado em