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Guias e Dicas
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Thomas Vitrúvio cidade romana, Resumos de Urbanismo

Vitrúvio, benévolo, francês...

Tipologia: Resumos

2025

Compartilhado em 22/05/2025

brenda-macedo-santos
brenda-macedo-santos 🇧🇷

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“Essai sur I’ Architecture” Marc- Antoine Laugier

PREFÁCIO:

Nós temos vários tratados de arquitetura que desenvolvem com bastante

exatidão as medidas e as proporciones [arquitetônicas], que entram nos

pormenores das diferentes ordens e que fornecem modelos para todas as

distintas maneiras de construir. Nós não temos ainda nenhuma obra que

estabeleça solidamente os princípios [da arquitetura], que manifeste o [seu]

verdadeiro espírito e que proponha regras próprias para dirigir o talento e definir

o gosto. Entendo que, nas artes que não são puramente mecânicas, não basta

com saber trabalhar, importa sobretudo aprender a pensar. É preciso que um

artista possa dar a si mesmo razão de tudo o que faz. Para isto, necessita

princípios fixos que determinem seu juízo e justifiquem suas escolhas, de modo

que possa dizer que uma coisa está bem ou mal, não tão simplesmente por

instinto, mas por raciocínio e [como] homem instruído nos caminhos do belo.

Os conhecimentos avançaram muito em quase todas as Artes Liberais.

Um grande núme ro de pessoas com talento dedicou-se a nos fazer sentir suas

sutilezas. Escreveu-se muito sabiamente sobre Poesia, sobre Pintura, sobre

Música. Os mistérios destas artes engenhosas foram tão aprofundados que

restam poucas descobertas a fazer neste campo. Temos preceitos refletidos e

críticas ponderadas que determinam suas reais belezas. A imaginação tem

guias que a colocam no caminho e freios que a retém nos limites. Apreciamos

com exatidão tanto o mérito de suas excelências como a desordem de seus

extravios. Se carecemos de bons Poetas, bons Pintores, ou bons Músicos, não

será em absoluto por falta de teoria, senão por falta de talento.

A própria arquitetura foi abandonada, até agora, ao capricho dos artistas,

que estabeleceram seus preceitos sem discernimento. Eles fixaram as regras

mediante preceitos invariáveis?

Até que alguém, muito mais capacitado do que eu, se encarregue de

ordenar o caos das regras da Arquitetura, para que não subsista nenhuma à

qual não seja possível dar uma razão sólida, eu vou tentar jogar um pouco de

luz sobre ela. Ao observar atentamente nossos maiores e mais belos edifícios,

minha alma experimentou sempre diversas impressões. Algumas vezes, o

encanto era tão intenso que produzia em mim um prazer mesclado de arrebato

e de entusiasmo. Outras, sem me sentir tão vigorosamente levado, sentia-me

pleno de uma maneira fascinante, era um prazer menor, mas, no entanto, um

verdadeiro prazer. Frequentemente permanecia completamente insensível;

frequentemente, também, sentia-me desgostoso, chocado, revoltado. Refleti

durante muito tempo sobre todos estes diferentes efeitos. Repeti minhas

observações até me assegurar que os mesmos objetos sempre causavam em

mim as mesmas impressões. Consultei o gosto de outros e, submetendo-os ao

mesmo julgamento, reconheci neles todas minhas sensibilidades, mais ou

menos vivazes, dependendo do que sua alma tinha recebido da natureza com

maior ou menor intensidade. Disso, concluí:

1o. Que havia na Arquitetura belezas essenciais, independente dos

hábitos das pessoas ou das convenções dos homens.

2o. Que a composição de um elemento arquitetônico era, como

[acontece] em todas as obras do espírito, suscetível de frialdade e de

vivacidade, de precisão e de desordem.

3o. Que [se] devia ter para esta arte, como para todas as outras, um

talento que não se adquire, uma capacidade de gênio que a natureza outorga, e

que esse talento, esse gênio tinham, no entanto, a necessidade de ser

submetidos e cativados pelas leis.

Meditando cada vez mais sobre as diversas impressões que me

causavam as diferentes composições arquitetônicas, quis penetrar na causa de

seu efeito. Eu me perguntei sobre meus próprios sentimentos. Quis saber por

que uma coisa causava um prazer extremo e outra só me agradava, esta não

tinha para mim nenhum encanto e aquela me resultava insuportável. Esta

busca não me ofereceu, no início, mais que escuridão e incertezas. Não

desanimei; fundei o abismo até que eu acreditei descobrir o fundo, não deixei

de perguntar à minha alma até que ela me deu uma resposta satisfatória. De

repente minha visão se iluminou. Vi objetos diferentes onde antes só percebia

nuvens e neblina: apoderei-me destes objetos com ardor e, fazendo uso de sua

luz, vi pouco a pouco desaparecer minhas incertezas e se desvanecer minhas

dificuldades; vim até poder demonstrar a mim mesmo, através de princípios e

consequências, a inevitabilidade de todo os efeitos cujas causas ignorava.

Eis aqui o caminho que percorri para me satisfazer. Pareceu-me que não

seria inútil compartilhar com o público o êxito de meus esforços. A Arquitetura

ganharia infinitamente só com o fato de eu incitar meus leitores a examinar se

não me deixei enganar, a criticar severamente minhas decisões, a tentar por si

mesmos penetrar ainda mais no mesmo abismo. Posso dizer, com sinceridade,

que minha principal intenção foi a de colocar o público, e principalmente os

artistas, em via de duvidar, de conjecturar, de dificilmente se contentar:

afortunado eu, se conseguisse levá-los a fazer buscas que os colocassem em

situação de encontrar minhas falhas e de corrigir minhas imprecisões, [assim

como] ir além de meus raciocínios.

Isto não é mais do que um ensaio, no qual não faço mais do que

propriamente indicar as coisas e facilitar o caminho, deixando a outros o

cuidado de dar a meus princípios toda sua extensão e toda sua aplicação, com

uma inteligência e uma sagacidade das quais eu mesmo não seria capaz. Nele

confusão. As extremidades da cidade, sendo habitadas apenas muito tempo

depois, são um pouco menos mal construídas; mas, podemos dizer

verdadeiramente que, com exceção de algumas partes aqui e lá, Paris, no seu

conjunto, não é nada menos que uma cidade linda. Superior a todas as outras

cidades, por sua imensa extensão, pela quantidade e riqueza de seus

habitantes, é inferior a muitas, por todas as vantagens que tornam uma cidade

cômoda, agradável, magnífica.

As avenidas são miseráveis, as ruas são mal traçadas e muito estreitas,

as casas construídas com simplicidade e triavialidade, as praças em pequeno

número e pouco significativas, os palácios quase todos mal localizados.

Resumidamente, é uma enorme cidade, sem organização, onde se encontram

poucos objetos que impressionem, e onde se fica perplexo por não encontrar

nada que corresponda à ideia que se fez dela, ou que se aproxime de uma

cidade menos famosa. Paris possui, portanto, uma grande necessidade de

embelezamento e lhe é infinitamente suscetível.

Para a minha melhor contribição ao desenho que se poderia lhe trazer

com o tempo toda beleza que a cidade não possui. Vou detalhar aqui os

princípios a empreender, as regras essenciais que se deve seguir. A beleza e a

magnificência de uma cidade depende principalmente de suas entradas, de

suas ruas, de suas construções.

ARTIGO PRIMEIRO

SOBRE AS ENTRADAS DA CIDADE

Faz-se necessário que as entradas de uma cidade sejam: 1.livres e desempedidas; 2.multiplicadas à proporção do tamanho da cidade;

3.suficientemente decoradas. A entrada de uma cidade é destinada a facilitar a saída dos habitantes, principalmente estrangeiros. Para isso, se faz necessário que tudo esteja perfeitamente livre e desempedido. As avenidas contribuem bastante nesta circulação e conduzem a cidade. Elas devem ser tão largas quanto o tamanho da população desta cidade e quanto mais intenso o fluxo de pessoas. Não é suficiente que a avenida possua esta largura somente nas proximidades da cidade, se faz necessário que esta largura comece a uma distância considerável, para que se evite maior confusão na circulação. Depois de algum tempo todas as avenidas de Paris foram alargadas; mas, se negligenciou sobre o rio duas passagens, que há algum tempo são objetos de fluxo extraordinário e onde a liberdade do tráfego é extremamente pertubada; estas duas passagens são a ponte de Seve e a ponte de Neuilli. A existência de duas pontes, sem ornamento e sem solidez se tornaram incômodo, pois não permitiam que dois veículos a cruzassem lado a lado sem bater. Esta negligência pode ocasionar grandes infortúnios; e, os inconvenientes são tal maneira significativos que é surpreendente que não pense absolutamente em remediá-los. Não é suficiente que a avenida seja larga, e que, na medidado possível, sem esquinas e sem desvios; é preciso que a porta e a rua internas tenham a mesma correspondência. Seria mesmo desejável que, na entrada de uma grande cidade se encontre uma grande praça atravessada de várias ruas em pé-de – ganso. Na entrada de Roma pela porta do povo, é neste estilo, e não encontramos nada semelhante em Paris. Seria fácil organizer assim a entrada do falso Saint Antoine, mas estaria fazendo as coisas de trás para frente. Seria bem melhor traçar um plano geral, organizar segundo esta idéia, as principais entradas em Paris, da porta S. Martin à porta S. Jacques, introduzindo ao meio uma rua que cortasse de um extremo ao outro, e de cada lado ruas em “rayons de cercles”, que se distribuiriam aos principais bairros, e que terminassem em algum edifício significativo. Quanto maior for a àrea murada de um cidade, tornar-se-á mais necessário multiplicar

localizadas na entrada da ciadade, logo se apresentem aos olhos dos estrangeiros? É assim que os romanos, este povo que sempre possuiu vias nobres, e que sempre pensou grande, honrava seus imperadores. Eles não vacilavam em fazer grandes e vastas praças exatamente para poder localizar em seu centro, a estátua solitária de um dos seus soberanos do Mundo. Eles caracterizam melhor a grandeza, construindo nas diversas avenidas de sua cidade estes maravilhosos arcos, que fazem menção ao triunfo militar de suas belas ações que haviam sido coroadas. Segundo as idéias desta admirável nação, dando a todas as entradas de nossa capital este ar romano, este tom soberbo de decoração, nós teremos um dupla vantagem. Nós faremos portas magníficas capaz de chamar a atenção, de deixar admirado o estrangeiro; e, sem grandes despesas, nós construiremos monumentos que servirão ao mesmo tempo e à glória dos nossos reis e ao estabelecimento de sua posteridade. Sob o reinado de Luís XIV quando a grandeza deste Monarca parecia haver enriquecido as ideias de todos os artistas, percebia-se esta dupla utilidade dos arcos do triunfo. Desta época vieram as portas de S. Martin, S. Denins, S. Bernad e S. Antonie. Se o bom gosto universal deste tempo não tivesse sido corrompido ou desvanecido, logo em seguida, nós teríamos todas as avenidas desta capital nobremente ornamentadas. Os arcos do triunfo possuem um gosto que lhe é próprio. Eles requerem uma grandeza nas sua proporções, uma simplicidade e uma força nos seus ornamentos, algo de vasto e seguro em sua massa. A porta da S. Denis é, segundo minha opinião, uma obra prima neste gênero. Nada mais majestoso do que a admirável largura e a bela elevação deste arco de “volta inteira”. Nada mais sensato do que os ornamentos que acompanham, nada mais masculino e mais vigoroso do que a escultura das figuras e dos baixos-relevos; nada melhor desenhado e notavelmente definido do que entablamento que o acaba. Eu não conheço nenhum arco do triunfo dos antigos Romanos que tenha uma composição tão espiritual, tão nobre, tão singular como a desta maravilhosa porta. Eu não diria o mesmo da porta de S. Martin; os arcos são muito pequenos, a massa é pesada e grosseira e o trabalho das imensas saliências verniculadas servem somente para lhe dar um

ar gótico dos mais desagradáveis. A porta de S. Bernard é totalmente chocante. No esplendor do triunfo, o triunfante deve ocupar o centro. Aqui, o pé direito o faria bater a cabeça, estando ele obrigado a desviar para passar quer à direita quer à esquerda. Este defeito é insuportável e compromete absolutamente todo o resto do edifício, embora seja um belo trabalho. Num arco do triunfo, ou se coloca uma única porta, ou se colocam três; quando este edifício não necessitar uma grande largura, deve-se contentar com uma única arcada, como se fez na porta S. Denis, caso contrário, se deve fazer três pequenas aberturas que seriam suficientes para a entrada de uma casa particular, como se vê na porta S.Antoine, qual a arquitetura é das mais triviais e das mais defeituosas. Eu não seguiria exatamente o estilo dos romanos que serviam quase sempre de pedestais, de colunas e de entablametos regulares nos arcos do triunfo. Segundo os princípios que estabeleci, as colunas e as arcadas não ficariam juntas. As colunas, num arco do triunfo sempre aparentam um ornamento supérfluo e postiço, que apenas aumentaria ridiculamente a massa e corromperia o simples, o natural, a elegância, se posso assim dizer, de toda obra. Nada impede de realizar o belo e grandioso sem recorrer a qualquer ordenação da Arquitetura das colunas; a porta de S. Denis é a prova maifesta. As próprias colunas carregam com elas a ideia de casas destinadas à habitação: ora, um arco do triunfo não pode ser apenas um lugar de passsagem. É necessário, portanto, dentro dos princípios da verdade e da natureza, lhe dar uma outra decoração. A genialidade de um homem hábil é uma fonte inesgotável, e ela se realizará perseguindo o gosto particular deste tipo de edifício, variando infinitamente as possibilidades e as expressões da mesma ideia. Supondo uma grande avenida bastante larga, em linha reta, ladeada de dois ou quatro renques de árvores. Ela termina num arco do triunfo, aproximadamente como acabo de descrever; a partir daí se tem acesso a uma grande praça em meio círculo, ou meio oval, ou meio polígono, atravessada por grandes ruas em pé-de-ganso, que todas possuem um belo objeto no fim. Tudo isto, estando reunido, se terá a mais bela entrada que se possa imaginar de uma cidade.

partes carrefours de desenhos e figuras diferentes. Quando maior a escolha, a abundância, o contraste, e mesmo desordem nesta composição mais o parque terá belezas atraentes e agradáveis. Que não se tenha dúvidas que só é possível o espírito nas coisas mais elevadas. Tudo o que é susceptível à beleza, tudo o que exige invenção e desenho, é próprio exercer a imaginação, o brilho e a inspiração do gênio. O pitoresco se pode encontrar no desenho de um jardim, como na composição de um quadro. Façamos a aplicação desta idéia, que o desenho de nossos parques sirva ao plano de nossas cidades. Deve-se simplesmente medir o terreno, aplicar-lhe com mesmo gosto caminhos que se tornarão ruas e carrefours que se tornarão praças. Nós encontramos cidades nas quais as ruas possuem um alinhameto perfeito: mas como o desenho foi feito por pessoas de espírito estreito, ali reina uma exatidão branda e uma fria uniformidade que faz com que tenhamos saudades da desordem de nossas cidades que não possuem qualquer tipo de alinhamento; tudo nos leva a uma figura unica. Se trata de um grande paralelograma atravessado na sua longitude e na sua largura por linhas em ângulos retos. Observa-se em todos os lugares apenas uma repetição enfadonha dos mesmos objetos; todos os bairros são muitos semelhantes, neles as pessoas se perdem ou se confudem. Um parque que fosse apenas a união de quadrados isolados e uniformes, onde as rotas se distinguissem apenas numericamente seria algo bastante tedioso e muito chato. Sobretudo evitemos os excessos de regularidade e de simetria. Quando nos apoiamos por muito tempo sobre o mesmo sentimento, nos enfraquecemos; quem não nos fará variar nossos prazeres, não conseguirá nos agradar. Não é portanto uma tarefa simples desenhar o plano de uma cidade, de maneira que a magnificiência do conjunto se subdivida numa infinidade de belezas de detalhes bastante variados; que não se reencontre praticamente nunca os mesmos objetos; que a percorrendo de um extremo ao outro, encontremos em cada bairro algo novo, de singular, de distinto, que haja ordem e ao mesmo tempo confusão, que tudo esteja alinhado mas sem monotonia e que, se uma infinidade de partes regulares, resulte, no total, uma certa idéia de irregularidade e de caos, que tanto convém às grandes cidades. Para isso se faz absolutamente necessário possuir a arte das combinações e possuir uma alma ardente cheia de sensibilidade, que

saiba fazer a melhor e a mais feliz escolha. Não existe uma cidade que forneça à imaginação de um Artista engenhoso, um território tão belo como o de Paris. É uma imensa floresta, com variações de planícies e de montanhas, cortadas bem ao meio por um rio, que se divindo em vários braços, forma ilhas de diferentes tamanhos. Suponhamos que lhe seja permitido aberturas e traçados segundo seu desejo; que partido não tiraria ele de tanta diversidade de vantagens? Que felizes pensamentos, que observou, oferecem um espetáculo absolutamente insípido. A grande uniformidade é o maior de todos os defeitos. Se faz então necessário que a mesma rua as fachadas exteriores sejam insentas desta viciosa uniformidade. Para construir adequadamente uma rua, deve-se utilizar uniformidade nas fachadas correspondentes e paralelas. O mesmo desenho deve reinar sobre todo espaço que não é atravessado por uma outra rua, e ele não deve jamais ser o mesmo em espaço similar. A arte de variar os desenhos depende da diversidade de formas que se dá aos edifícios, da maior ou menor quantidade de ornamentos que lhes coloca, e das diferentes maneiras de combina-los. Com estes três recursos, não repetir jamais duas vezes a mesma fachada. Seria um grande defeito se , mesmo com variedade de desenho, tudo estivesse igualmente decorado e eriquecido. Faz-se necessário, para a beleza de um quadro, a gradação da luz, que leva imperceptivelmente, do mais escuro ao mais claro, a uma suave harmonia nas cores, que não é incompatível com certas oposições, ou ainda que é apenas mais picante, quando estre as cores simpáticas, encontram-se algumas que pertubam o repouso, que são o efeito da dissonância. Nós queremos decorar nossa rua com um gosto requintado? Não esbanjemos mais os ornametos, utilizemos bastante simplicidade, um pouco de negligência, com elegância e magnificiência. Passemos do ordinário ao negligenciável e daí ao simples; do simples ao elegante; do elegante ao magnífico; algumas vezes passemos bruscamente de um extremo ao outro por oposições, onde a ousadia chame a atenção, podendo produzir grandes efeitos. De tempos em tempos, abandonemos a simetria para mergulharmos no bizarro e no singular; misturemos agradavelmente o macio com o duro, o delicado com o contundente, o nobre com o rústico, sem jamais nos afastar do verdadeiro e do natural. Parece-me que assim pode-se difundir pelos diversos edifícios de uma cidade aquela amável variedade e tocante