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tese de farmacognosia, plantas medicinais
O que você vai aprender
Tipologia: Teses (TCC)
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Não perca as partes importantes!
Curso: Nutrição Paula Knüpfer de Oliveira RA: 01550008917 Plantas Alimentícias não convencionais – PANCS: Bidens pilosa Juiz de Fora 2021
1. Introdução Desde os tempos pré-históricos o homem vem utilizando as plantas como recursos alimentícios, medicinais, de construção e combustão (BARREIRA et al., 2015). Estima-se que sejam conhecidas cerca de 390 mil espécies de plantas no mundo e, apesar de toda variedade, o homem utilizou ao longo de toda sua história, cerca de mil espécies para alimentação (TULER et al., 2019). Atualmente, este número se reduz para cerca de 300 espécies entre alimentação, medicamento, construção e outros usos (TULER et al., 2019). A industrialização e a globalização do mercado alimentício estimulam a adoção de uma dieta monótona, restrita e sem vínculo com a cultura e o território, provocando assim, um processo denominado erosão cultural alimentar, que consiste na simplificação da dieta e do abandono da produção para subsistência apoiada na adoção de práticas e hábitos alimentares mais urbanos (FONSECA et al., 2017). Uma estratégia para manter a diversificação alimentar e estimular a manutenção da floresta, é o consumo das Plantas Alimentícias Não Convencionais - PANCs. As PANCs, como são chamadas, estão entre as fontes de alimentos que se desenvolvem em ambientes naturais, sem a necessidade de insumos e da derrubada de novas áreas (BARREIRA, 2015). Por denominação, Plantas Alimentícias não Convencionais são plantas que possuem uma ou mais partes comestíveis e que não fazem parte do nosso dia-a-dia. Elas podem ser nativas, exóticas, espontâneas ou cultivadas desde que não estejam incluídas em nosso cardápio cotidiano. Muitas tiveram ou ainda tem algum consumo tradicional em determinadas culturas ou regiões e estão caindo em desuso (MATOS FILHO, 201 8 ; TULER et al., 2019). O termo “não convencionais” significa que não são produzidas e comercializadas em grande escala e, por isso, seu cultivo e uso podem cair no esquecimento. Algumas, ainda acabam sendo tratadas como “plantas daninhas”, ignorando-se os inúmeros benefícios que as mesmas podem proporcionar (FONSECA, 2017). São espécies não globalizadas, regionais, sem cadeia produtiva estruturada, rústicas e resilientes. Muitas vezes nascem de forma espontânea e apresentam destacado potencial nutricional, algumas têm propriedades medicinais e seus compostos bioativos contribuem com a promoção da saúde (MATOS FILHO, 201 8 ). No Brasil, muitas PANCs são utilizadas para consumo alimentar de muitas famílias, podendo ser consumidas in natura, refogadas, em forma de doces, cocadas e outros. Além de serem plantas com potencial para geração de renda, são um ótimo caminho para uma alimentação saudável, responsável e adequada (BARREIRA, 2015; MATOS FILHO, 201 8 ).
(SANTOS, 2011). Essa espécie é ainda usada pelos povos indígenas para tratar dores de dente, inflamações na garganta, retenção hídrica, infecções urinárias e vaginais. Além de utilizada também como emoliente, adstringente, estimulante, desobstruente, diurético e antipirético (SANTOS, 2011). Os ramos e folhas de Bidens pilosa são consideradas saborosas e nutritivas, podendo serem utilizadas como verdura. Nas folhas, encontramos alto teor de minerais importantes como ferro, zinco e cobre (MATOS FILHO, 201 8 ). A planta é fonte de proteínas, fibra, ferro e magnésio. Também é conhecida pelo seu potencial antioxidante e analgésico (MATOS FILHO, 201 8 ). A espécie apresenta em sua composição, mais de 80% de água, matéria nitrogenada, material fibroso e mineral. Estes materiais minerais encontrados compreendem óxido de potássio, óxido de cálcio, ácido sílico e ácido fosfórico. Além disso, foi detectada a presença de fibras, cálcio, ferro, fósforo, sódio, zinco, cobre, manganês e magnésio (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). Os minerais encontrados na espécie são essenciais para a replicação celular, crescimento e desenvolvimento dos sistemas fisiológicos. Além disso, atuam de maneira decisiva na modulação da resposta imune agindo em inúmeras atividades enzimáticas (MACEDO et al., 2010). O cobre, o zinco e o magnésio em especial tem ação regulatória sobre o sistema imunológico, quando esses micronutrientes encontram-se reduzidos no organismo humano, acarreta em disfunções imunológicas e aumento na suscetibilidade a infecções (MACEDO et al., 2010). 3.2. Modo de consumo Os estudos científicos e o uso popular da espécie, relatam o uso das folhas e da planta inteira de Bidens pilosa. Algumas literaturas defendem o consumo das folhas e ramos jovens do picão de forma in natura ou cozidos, podendo ser acrescentados em farofas, saladas, risotos e outras receitas (TERRA, 2020) e outros autores indicam que as folhas de picão devem ser consumidas somente após cozimento (MATOS FILHO, 201 8 ). Segundo MATOS FILHO (201 8 ), A planta inteira pode ser consumida em diversos pratos como saladas cozidas temperadas, farofas, sopas, arroz com picão, entre outros. Pode também, ser preparado um chá a partir da água do cozimento do picão adicionando suco de limão e açúcar. Além disso, uma forma especial de consumo é o refrigerante fermentado com folhas e ramos de B. pilosa. A planta também é muito utilizada para preparações medicinais, que podem ser aplicadas por via tópica e/ ou oral. Nesse caso, as flores são empregadas para melhora de desconfortos gástricos e em intoxicações alimentares e contra diarreia. Na fitoterapia, ainda usa-se a decocção das raízes de Bidens pilosa como aliada contra vermes e hepatite alcoólica (SANTOS, 2011).
3.3. Sugestão de receita Ingredientes : 6 cenouras grandes 3 colheres (sopa) de leite de coco ½ colher (sopa) de suco de laranja 4 dentes de alho 1 pitada de pimenta 1 pitada de noz moscada Folhas de picão Gengibre, coentro, salsinha a gosto Modo de preparo: Refogue as cenouras mexendo sempre. Após 10 minutos, adicione os alhos, o leite de coco e o suco de laranja. Complete com água até dois dedos acima da cenoura e deixe cozinhar por 25 minutos (panela de pressão). Assim que a pressão tiver saído, adicione o coentro e o gengibre. Bata no liquidificador até virar um creme consistente. Adicione o picão escaldado, a salsinha picada, pimenta, noz moscada e sal. Pode ser servida gelada em dias quentes
5. Referências Bibliográficas BARREIRA, T. F.; PAULA FIALHO, G.; RODRIGUES, V. C. C.; ANDRADE, F. M. C.; SANTOS, R. H. S.; PRIORE, S. E.; PINHEIRO-SANT’ANNA, H. M. Diversidade e equitabilidade de plantas alimentícias não convencionais na zona rural de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Rev. Bras. PI. Med., Campinas, 1 7, 4, 964-74, 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 210 p. FONSECA, C.; LOVATTO, P.; SCHIEDCK, G.; HELLWING, L.; GUEDES, A. F. A importância das Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCS) para a sustentabilidade dos sistemas de produção de base ecológica. Cadernos de Agroecologia, Brasília, 13, 1, 1-7, 2018. GILBERT, B.; ALVES, L. F.; FAVORETO, R. Bidens pilosa L. Asteraceae (Compositae; subfamília Heliantheae). Revista Fitos, [S.l.], v. 8, n. 1, p. 53-67, 2013. MACÊDO, E. M. C.; AMORIM, M. A. F.; SILVA, A. C. S.; CASTRO, C. M. M. B. Efeitos da deficiência de cobre, zinco e magnésio sobre o sistema imune de crianças com desnutrição grave. Rev. Paul. Pediatr. Recife, 28, 3, 329-36, 2010. MATOS FILHO, A. M., CALLEGARI, C. R. Plantas Alimentícias Não Convencionais - PANCs. Boletim Didático n142, Florianópolis, 1 , 53, 2018. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Monografia da espécie Bidens pilosa (Picão–preto) , 2015. Ministério da Saúde – Agência de Vigilância Sanitária, Brasília. SIMONE, B. T.; FERREIRA, B. P. Conhecimento de plantas alimentícias não convencionais em assentamentos rurais. Revista verde, Paraíba, 15, 2, 221- 2 8, 2020.
TULER, A. C.; PEIXOTO, A. L.; SILVA, C. B. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) na comunidade rural de São José da Figueira, Durandé, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, 70, 2-12, 2019.