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Este documento discute o papel da educação infantil na constituição federal brasileira de 1988 e na lei de diretrizes e bases da educação nacional de 1996. Ele ressalta a importância da educação infantil como primeira etapa da educação básica e a importância de reconhecer a criança como cidadã ativa na construção de seu conhecimento. O texto também discute as diretrizes gerais da educação infantil e a importância de organizar as práticas educativas dessa etapa a partir de campos de experiências.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Belo Horizonte 2021
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em Educação. Área de Concentração: Educação Linha de pesquisa: Infância e Educação Infantil Orientadora: Vanessa Ferraz Almeida Neves
Belo Horizonte 2021
Dedico esta tese a todos(as) os(as) bebês e professoras que participaram desta pesquisa. A eles(as) meu profundo carinho e reconhecimento.
À Rita Coelho, minha querida Ritinha, grande amiga e co-orientadora deste trabalho e da
vida, pelo carinho, cumplicidade, incentivo, apoio e generosidade. Tem você em cada
decisão política neste trabalho.
À amiga e companheira de vida Larissa (Lari), por ter sido um porto seguro em BH nas
aventuras do intenso primeiro ano de doutorado. Por reforçar laços e sorrisos ao longo
das vivências compartilhadas. Por ser presença constante mesmo a km de distância. Por
ter concebido Melissa, nossa bebê esperança!
À Elenice (Elen), pesquisadora, militante e amiga querida, que acolhe, apoia e defende,
por ter sido colo, inspiração e apoio incondicional em todos os momentos deste trabalho.
Por reforçar as especificidades da Educação Infantil com delicadeza e bravura! Por nos
permitir conviver com Artur e seu sorriso mobilizador!
Aos amigos que fiz ao longo da caminhada, pelos encontros, desabafos e carinhos!
À Lu e Virgínia, pelas trocas e afetos em muitos momentos deste doutorado.
À querida Vanessa, orientadora que me ensinou sobre afeto, organização e sutileza, que
construiu junto cada tessitura deste trabalho.
À professora Ana Rosa, por ter acompanhado meu processo formativo com tanto carinho
e cumplicidade!
À professora Isabel, por seu acolhimento, por seu olhar alteritário e pelas contribuições
desde o mestrado.
À professora Iza, por generosamente aceitar o convite para estar na banca de defesa e por
ter contribuído com meu percurso formativo nas disciplinas ministradas na FaE.
À professora Kátia, pelos valiosos apontamentos na qualificação e pela generosidade em
compartilhar seus conhecimentos.
À querida Mariângela, pela leitura atenciosa e por ajudar na escolha das melhores
palavras.
À UFMG, pela acolhida!
Aos professores da FAE/UFMG e do NEPEI, em especial à Mafá, Marinês e Mônica,
pelo carinho e aprendizagens!
As colegas do GEPSA/ENLACEI, pelas trocas e diálogos potentes!
À UFJF e ao LICEDH, por terem sido o berço das minhas inquietações, em especial à
Núbia, querida orientadora do mestrado!
Aos amigos do Fórum de Educação Infantil Zona da Mata e do Fórum Mineiro de
Educação Infantil, pela amizade e por compartilharem a militância com tanta
generosidade!
Ao CAEd, por ter dado suporte para que este trabalho acontecesse e aos amigos que fiz
nesse espaço que ouviram sobre bebês durante esses quatro anos.
Aos bebês e a seus familiares, pela confiança!
À creche e suas profissionais, pela acolhida! Em especial, às professoras do berçário, pelo
carinho constante, por terem me ensinado sobre sensibilidade e por serem referência na
docência com bebês!
This thesis sought to understand the experiencing (perezhivanie) of a group of babies in their relation to cultural artifacts, based on ethnographic research carried out over a year
in a daycare center located in the city of Juiz de Fora - Minas Gerais. The theoretical-
methodological contribution was based on a historical-cultural perspective, educational
ethnography, and Childhood Studies. The latter generates knowledge in the theoretical
field of Early Childhood Education and supports the understanding of the context of
daycare in Brazil, its achievements, and challenges. By understanding the daycare center's
daily life as a locus for the production of languages and discourses, it was possible to
perceive the different roles occupied by the subjects in the institution, and to understand the experiencing (perezhivanie) of babies in this context. Thus, we rely on the concept of
experiencing (perezhivanie) understood as a person-environment unit (VIGOTSKI, 2006;
2010). Our objective was to understand the particularities of how this group of babies
constituted their experiencing (perezhivanie) (VIGOTSKI, 2010) in the context of the
daycare center, reflecting on the possibilities offered in this environment, focusing on the
appropriations of cultural artifacts present there. The subjects of the investigation were
eight babies from 4 to 18 months of age whose experiences. We followed their
experiencing (perezhivanie) in the context of the daycare center, including their relationship with teachers, other children, and cultural artifacts present in the institution.
From the historical-cultural theory, we understand babies as active subjects, constituted
in historical, social, economic, and geographic relationships, transforming and being
transformed in the dialogue, participation, and presence of the multiple voices that make
up the human. As a form of data production, to monitor, understand and record the
experiences of babies in the daycare center, we used ethnographic instruments: daily
observation, video recording, photography, and field diary. The survey data showed that babies are cultural beings in shared experiences in the daycare center, transforming and
being transformed by the environment. In a particular way, in this investigation, the
babies' experiencing (perezhivanie) were marked by the appropriation of cultural artifacts
made available in the nursery space: the meanings attributed to the curtain, the blanket,
the balls, the cans, among others, were expanded and transformed by the babies' actions,
becoming objects of exploration, contemplation, experimentation, dispute, and sharing
among babies and between them and their teachers.
Keywords : babies; nursery; experiences; cultural artifacts.
ANPEd Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação
BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
BNCC Base Nacional Comum Curricular
CAEd Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
DCNEI Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
EI Educação Infantil
EnlaCEI Grupo de Estudos em Cultura, Infância e Educação
ERIC Education Resources Information Center
GEPSA Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicologia Histórico-cultural na Sala de
Aula
GTI Grupo de Trabalho Interinstitucional
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LEFoPI Linguagem, Educação, Formação de Professores e Infância
LICEDH Linguagens, Infâncias, Cultura e Desenvolvimento Humano
MIEIB Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil
NEPEI Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Infância e Educação Infantil
OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
PNEI Política Nacional de Educação Infantil
PPP Projeto Político Pedagógico
PROINFÂNCIA Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar
Pública de Educação Infantil
RCNEI Referenciais Curriculares para a Educação Infantil
SCIELO Scientific Electronic Library Online
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
ZDI Zona de Desenvolvimento Iminente
5.2 Os bebês e as latas: algumas possibilidades ..................................................... 5.3 Os processos de [percepção/ação]: apontamentos relevantes .........................
DESCORTINANDO AS VIVÊNCIAS DOS BEBÊS COM OS ARTEFATOS CULTURAIS: APONTAMENTOS PARA PENSARMOS A EDUCAÇÃO COLETIVA DE BEBÊS ............................................................................................. 223
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 229
20
Entendo que cada um de nós é, acima de tudo, filho de suas obras, daquilo que vai fazendo durante o tempo que cá anda. Saber donde vimos e quem nos gerou, apenas nos dá um pouco mais de firmeza civil (SARAMAGO, 1986, p. 11).
Atravessada pelas palavras de Saramago, retomo^1 minha viagem profissional e
acadêmica iniciada com minha entrada no Curso Normal, nível médio- Magistério (2006-
2009), em uma instituição estadual de ensino, no município de Juiz de Fora- MG, ou bem
antes disso, já que nossas vivências se constituem desde o nascimento.
No decorrer dos meus estudos, muitas foram as inquietações e descobertas. Estar
com as crianças pequenas nos estágios foi sendo cada vez mais prazeroso, fazendo com
que a Educação Infantil (EI) fosse minha área de atuação após o término do Curso
Normal. Em uma pequena escola particular de Educação Infantil, dei início ao que seria
um campo de questionamentos e aprendizagens. Como as crianças aprendem, como
considerar a criança como um sujeito ativo, participante e potente? Como possibilitar a
criação com atividades prontas e xerocadas? Como possibilitar experiências significativas
e atender às demandas da instituição e das famílias?
Essas questões me acompanharam por muito tempo e foram sendo ressignificadas
ao longo do Curso de Pedagogia, na Universidade Federal de Juiz de Fora (2010-2014),
onde comecei a me constituir como uma pesquisadora aprendiz. Na Faculdade de
Educação, participei ativamente das disciplinas, estágios, eventos e reflexões sobre os
processos educativos e sobre a importância de reforçar a Educação pública, laica e de
qualidade, como direito de todos e dever do Estado.
Nesse percurso formativo, fui me aproximando cada vez mais da Educação
Infantil, como um lócus de interesse e pesquisa. No começo da graduação, ingressei,
como voluntária e depois como aluna de iniciação científica, no antigo Grupo de Pesquisa
Linguagem, Educação, Formação de Professores e Infância- LEFoPI, que atualmente se
desmembrou em três outros grupos^2 com a inserção de outras professoras. Nesse tempo,
(^1) No decorrer do texto, faz-se a alteração da primeira pessoa do singular e da primeira pessoa do plural. (^2) Psicanálise, Linguagem e Educação - PSILE, coordenado pela professora doutora Ilka Schapper Santos; grupo de pesquisa sobre Ambientes para as Infâncias – GRUPAI, coordenado pela professora doutora Ana Rosa Picanço Moreira, e grupo de pesquisa Linguagens, Infâncias, Cultura e Desenvolvimento Humano – LICEDH, coordenado pela professora doutora Núbia Schaper Santos.