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Guias e Dicas
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Educação Infantil na Constituição Brasileira: História, Conceitos e Desafios, Notas de estudo de Currículo

Este documento discute o papel da educação infantil na constituição federal brasileira de 1988 e na lei de diretrizes e bases da educação nacional de 1996. Ele ressalta a importância da educação infantil como primeira etapa da educação básica e a importância de reconhecer a criança como cidadã ativa na construção de seu conhecimento. O texto também discute as diretrizes gerais da educação infantil e a importância de organizar as práticas educativas dessa etapa a partir de campos de experiências.

O que você vai aprender

  • Quais são as diretrizes gerais da Educação Infantil?
  • Por que a Educação Infantil é considerada a primeira etapa da Educação Básica?
  • Como as práticas educativas da Educação Infantil devem ser organizadas?
  • Como as crianças construem sentidos a partir de suas interações com artefatos culturais?
  • Qual é a importância da Educação Infantil na Constituição Brasileira?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

PorDoSol
PorDoSol 🇧🇷

4.5

(272)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO: CONHECIMENTO E
INCLUSÃO SOCIAL
ALICE DE PAIVA MACÁRIO
DESCORTINANDO AS VIVÊNCIAS DOS BEBÊS NA CRECHE: A RELAÇÃO
COM OS ARTEFATOS CULTURAIS
Belo Horizonte
2021
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Baixe Educação Infantil na Constituição Brasileira: História, Conceitos e Desafios e outras Notas de estudo em PDF para Currículo, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO: CONHECIMENTO E

INCLUSÃO SOCIAL

ALICE DE PAIVA MACÁRIO

DESCORTINANDO AS VIVÊNCIAS DOS BEBÊS NA CRECHE: A RELAÇÃO

COM OS ARTEFATOS CULTURAIS

Belo Horizonte 2021

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO: CONHECIMENTO E

INCLUSÃO SOCIAL

ALICE DE PAIVA MACÁRIO

DESCORTINANDO AS VIVÊNCIAS DOS BEBÊS NA CRECHE: A RELAÇÃO

COM OS ARTEFATOS CULTURAIS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em Educação. Área de Concentração: Educação Linha de pesquisa: Infância e Educação Infantil Orientadora: Vanessa Ferraz Almeida Neves

Belo Horizonte 2021

Dedico esta tese a todos(as) os(as) bebês e professoras que participaram desta pesquisa. A eles(as) meu profundo carinho e reconhecimento.

À Rita Coelho, minha querida Ritinha, grande amiga e co-orientadora deste trabalho e da

vida, pelo carinho, cumplicidade, incentivo, apoio e generosidade. Tem você em cada

decisão política neste trabalho.

À amiga e companheira de vida Larissa (Lari), por ter sido um porto seguro em BH nas

aventuras do intenso primeiro ano de doutorado. Por reforçar laços e sorrisos ao longo

das vivências compartilhadas. Por ser presença constante mesmo a km de distância. Por

ter concebido Melissa, nossa bebê esperança!

À Elenice (Elen), pesquisadora, militante e amiga querida, que acolhe, apoia e defende,

por ter sido colo, inspiração e apoio incondicional em todos os momentos deste trabalho.

Por reforçar as especificidades da Educação Infantil com delicadeza e bravura! Por nos

permitir conviver com Artur e seu sorriso mobilizador!

Aos amigos que fiz ao longo da caminhada, pelos encontros, desabafos e carinhos!

À Lu e Virgínia, pelas trocas e afetos em muitos momentos deste doutorado.

À querida Vanessa, orientadora que me ensinou sobre afeto, organização e sutileza, que

construiu junto cada tessitura deste trabalho.

À professora Ana Rosa, por ter acompanhado meu processo formativo com tanto carinho

e cumplicidade!

À professora Isabel, por seu acolhimento, por seu olhar alteritário e pelas contribuições

desde o mestrado.

À professora Iza, por generosamente aceitar o convite para estar na banca de defesa e por

ter contribuído com meu percurso formativo nas disciplinas ministradas na FaE.

À professora Kátia, pelos valiosos apontamentos na qualificação e pela generosidade em

compartilhar seus conhecimentos.

À querida Mariângela, pela leitura atenciosa e por ajudar na escolha das melhores

palavras.

À UFMG, pela acolhida!

Aos professores da FAE/UFMG e do NEPEI, em especial à Mafá, Marinês e Mônica,

pelo carinho e aprendizagens!

As colegas do GEPSA/ENLACEI, pelas trocas e diálogos potentes!

À UFJF e ao LICEDH, por terem sido o berço das minhas inquietações, em especial à

Núbia, querida orientadora do mestrado!

Aos amigos do Fórum de Educação Infantil Zona da Mata e do Fórum Mineiro de

Educação Infantil, pela amizade e por compartilharem a militância com tanta

generosidade!

Ao CAEd, por ter dado suporte para que este trabalho acontecesse e aos amigos que fiz

nesse espaço que ouviram sobre bebês durante esses quatro anos.

Aos bebês e a seus familiares, pela confiança!

À creche e suas profissionais, pela acolhida! Em especial, às professoras do berçário, pelo

carinho constante, por terem me ensinado sobre sensibilidade e por serem referência na

docência com bebês!

UNVEILING THE EXPERIENCING(PEREZHIVANIE) OF BABIES IN

DAYCARE: THE RELATIONSHIP WITH CULTURAL ARTIFACTS

ABSTRACT

This thesis sought to understand the experiencing (perezhivanie) of a group of babies in their relation to cultural artifacts, based on ethnographic research carried out over a year

in a daycare center located in the city of Juiz de Fora - Minas Gerais. The theoretical-

methodological contribution was based on a historical-cultural perspective, educational

ethnography, and Childhood Studies. The latter generates knowledge in the theoretical

field of Early Childhood Education and supports the understanding of the context of

daycare in Brazil, its achievements, and challenges. By understanding the daycare center's

daily life as a locus for the production of languages and discourses, it was possible to

perceive the different roles occupied by the subjects in the institution, and to understand the experiencing (perezhivanie) of babies in this context. Thus, we rely on the concept of

experiencing (perezhivanie) understood as a person-environment unit (VIGOTSKI, 2006;

2010). Our objective was to understand the particularities of how this group of babies

constituted their experiencing (perezhivanie) (VIGOTSKI, 2010) in the context of the

daycare center, reflecting on the possibilities offered in this environment, focusing on the

appropriations of cultural artifacts present there. The subjects of the investigation were

eight babies from 4 to 18 months of age whose experiences. We followed their

experiencing (perezhivanie) in the context of the daycare center, including their relationship with teachers, other children, and cultural artifacts present in the institution.

From the historical-cultural theory, we understand babies as active subjects, constituted

in historical, social, economic, and geographic relationships, transforming and being

transformed in the dialogue, participation, and presence of the multiple voices that make

up the human. As a form of data production, to monitor, understand and record the

experiences of babies in the daycare center, we used ethnographic instruments: daily

observation, video recording, photography, and field diary. The survey data showed that babies are cultural beings in shared experiences in the daycare center, transforming and

being transformed by the environment. In a particular way, in this investigation, the

babies' experiencing (perezhivanie) were marked by the appropriation of cultural artifacts

made available in the nursery space: the meanings attributed to the curtain, the blanket,

the balls, the cans, among others, were expanded and transformed by the babies' actions,

becoming objects of exploration, contemplation, experimentation, dispute, and sharing

among babies and between them and their teachers.

Keywords : babies; nursery; experiences; cultural artifacts.

LISTA DE QUADROS

LISTA DE SIGLAS

ANPEd Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação

BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

BNCC Base Nacional Comum Curricular

CAEd Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

DCNEI Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

EI Educação Infantil

EnlaCEI Grupo de Estudos em Cultura, Infância e Educação

ERIC Education Resources Information Center

GEPSA Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicologia Histórico-cultural na Sala de

Aula

GTI Grupo de Trabalho Interinstitucional

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

LEFoPI Linguagem, Educação, Formação de Professores e Infância

LICEDH Linguagens, Infâncias, Cultura e Desenvolvimento Humano

MIEIB Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil

NEPEI Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Infância e Educação Infantil

OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

PNEI Política Nacional de Educação Infantil

PPP Projeto Político Pedagógico

PROINFÂNCIA Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar

Pública de Educação Infantil

RCNEI Referenciais Curriculares para a Educação Infantil

SCIELO Scientific Electronic Library Online

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

ZDI Zona de Desenvolvimento Iminente

5.2 Os bebês e as latas: algumas possibilidades ..................................................... 5.3 Os processos de [percepção/ação]: apontamentos relevantes .........................

DESCORTINANDO AS VIVÊNCIAS DOS BEBÊS COM OS ARTEFATOS CULTURAIS: APONTAMENTOS PARA PENSARMOS A EDUCAÇÃO COLETIVA DE BEBÊS ............................................................................................. 223

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 229

20

INTRODUÇÃO: CAMINHOS E INQUIETAÇÕES QUE ME

LEVARAM A PESQUISAR OS BEBÊS

Entendo que cada um de nós é, acima de tudo, filho de suas obras, daquilo que vai fazendo durante o tempo que cá anda. Saber donde vimos e quem nos gerou, apenas nos dá um pouco mais de firmeza civil (SARAMAGO, 1986, p. 11).

Atravessada pelas palavras de Saramago, retomo^1 minha viagem profissional e

acadêmica iniciada com minha entrada no Curso Normal, nível médio- Magistério (2006-

2009), em uma instituição estadual de ensino, no município de Juiz de Fora- MG, ou bem

antes disso, já que nossas vivências se constituem desde o nascimento.

No decorrer dos meus estudos, muitas foram as inquietações e descobertas. Estar

com as crianças pequenas nos estágios foi sendo cada vez mais prazeroso, fazendo com

que a Educação Infantil (EI) fosse minha área de atuação após o término do Curso

Normal. Em uma pequena escola particular de Educação Infantil, dei início ao que seria

um campo de questionamentos e aprendizagens. Como as crianças aprendem, como

considerar a criança como um sujeito ativo, participante e potente? Como possibilitar a

criação com atividades prontas e xerocadas? Como possibilitar experiências significativas

e atender às demandas da instituição e das famílias?

Essas questões me acompanharam por muito tempo e foram sendo ressignificadas

ao longo do Curso de Pedagogia, na Universidade Federal de Juiz de Fora (2010-2014),

onde comecei a me constituir como uma pesquisadora aprendiz. Na Faculdade de

Educação, participei ativamente das disciplinas, estágios, eventos e reflexões sobre os

processos educativos e sobre a importância de reforçar a Educação pública, laica e de

qualidade, como direito de todos e dever do Estado.

Nesse percurso formativo, fui me aproximando cada vez mais da Educação

Infantil, como um lócus de interesse e pesquisa. No começo da graduação, ingressei,

como voluntária e depois como aluna de iniciação científica, no antigo Grupo de Pesquisa

Linguagem, Educação, Formação de Professores e Infância- LEFoPI, que atualmente se

desmembrou em três outros grupos^2 com a inserção de outras professoras. Nesse tempo,

(^1) No decorrer do texto, faz-se a alteração da primeira pessoa do singular e da primeira pessoa do plural. (^2) Psicanálise, Linguagem e Educação - PSILE, coordenado pela professora doutora Ilka Schapper Santos; grupo de pesquisa sobre Ambientes para as Infâncias – GRUPAI, coordenado pela professora doutora Ana Rosa Picanço Moreira, e grupo de pesquisa Linguagens, Infâncias, Cultura e Desenvolvimento Humano – LICEDH, coordenado pela professora doutora Núbia Schaper Santos.