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Este documento discute a importância da ausculta pulmonar na avaliação e decisões terapêuticas, além da necessidade de padronizar as terminologias utilizadas para descrever os sons pulmonares. O artigo apresenta uma revisão da european respiratory society (ers) sobre a nomenclatura de sons respiratórios computadorizados e as recomendações de terminologias atuais. Além disso, o texto aborda a importância de evitar termos controversos e a necessidade de realizar a ausculta diretamente na pele do paciente.
Tipologia: Notas de estudo
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ASSOBRAFIR Ciência. 2017 Abr;8(1):7-9 | 7
ERMINOLOGIAS PARA DESCREVER A AUSCULTA PULMONAR: MUDANÇAS NECESSÁRIAS QUE NOS ATINGEM? Não há dúvida de que a ausculta pulmonar é essencial para auxiliar em avaliações e decisões terapêuticas. A identificação da simetria ou ausência dos sons pulmonares, bem como a diferenciação dos ruídos adventícios, guiam o fisioterapeuta respiratório, no desenvolvimento do plano de tratamento do paciente, com condutas voltadas para objetivos como expansão pulmonar ou higiene das vias aéreas, dentre outros. Por meio da ausculta pulmonar, identificamos, por exemplo, os “estertores”, que são preditores mais fortes do que qualquer outro sintoma para um diagnóstico radiográfico de pneumonia^1 , ou os “sibilos” que se tornam mais presentes, conforme maior a gravidade da obstrução brônquica das vias aéreas, como no caso da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e da asma^2. No entanto, resultados de diversos estudos podem ser questionados, quando considera-se a variação da descrição dos sons por diferentes observadores, pois, além de ser uma avaliação muitas vezes subjetiva, ainda existe muita discordância entre terminologias, para descrever os sons pulmonares. Esse problema se agrava, quando consideramos os diferentes idiomas ao redor do mundo e suas respectivas traduções das padronizações em inglês para o idioma local. Com o avanço da tecnologia computadorizada, a análise objetiva e detalhada da acústica dos sons pulmonares tornou-se viável, e, no ano 2000, a European Respiratory Society (ERS) publicou uma força- tarefa sobre Análise dos Sons Respiratórios Computadorizados com definições de termos^3. Recentemente, uma revisão sobre essas nomenclaturas e recomendações de terminologias foi realizada^4. No entanto, apenas na força-tarefa da ERS sobre Sons Respiratórios - “Towards the standardisation of lung sound nomenclature” - publicada em 2016^5 , houve uma preocupação em padronizar as terminologias de
8 | ASSOBRAFIR Ciência. 2017 Abr;8(1):7- ausculta pulmonar, não apenas na língua inglesa, mas, também, foi investigada a descrição utilizada em 29 idiomas de 33 países europeus, dentre eles, o português (de Portugal). Nessa força-tarefa, seis especialistas em ausculta pulmonar analisaram a gravação audiovisual de diferentes sons pulmonares coletados de adultos e crianças^5. A concordância das classificações dos sons entre os especialistas foi analisada e essas gravações podem ser acessadas online no website da ERS, no formato de e-Learning Resources (http://www.ers-education.org/home.aspx). Algumas recomendações da força-tarefa merecem destaque, e uma delas sobre a não utilização do termo “vesicular”, também, é discutida na revisão de Bohadana e colaboradores^4. A substituição da terminologia “murmúrio vesicular” por “sons pulmonares (ou respiratórios) normais” é recomendada, pois, diferentemente do que se acreditava no passado, atualmente, é incorreto afirmar que sons “vesiculares” são produzidos pelo ar entrando nos alvéolos (vesículas)^4. Outro ponto importante é a tentativa de simplificar a classificação dos estertores (ou crepitações). Para evitar potenciais confusões de terminologia, os estertores (ou crepitações) podem ser classificados apenas em finos (som similar ao “velcro”, como um sinal precoce da fibrose pulmonar) ou grossos (sons mais grosseiros e relacionados à secreção e ruptura de pequenas superfícies líquidas formadas, devido à tensão superficial)^5. Apesar de algumas recomendações serem claras, pontos controversos foram levantados e aprofundamentos ainda são necessários, especialmente nos casos de sons pulmonares normais em diferentes idades e sons de origem extratorácica (e.g. estridor e gemência), assim como a diferenciação entre roncos e sibilos de baixo timbre, que pode apresentar baixa concordância entre observadores. Vale ressaltar que, para não prejudicar a interpretação dos sons pulmonares, é recomendável realizar a ausculta pulmonar, posicionando o estetoscópio diretamente na pele do paciente, visto que a atenuação dos sons pulmonares e a ocorrência de artefatos acústicos já foram reportados, até mesmo quando a ausculta foi realizada sobre roupas leves^6. Karina Couto Furlanetto, PhD Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação. Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina, Paraná, Brasil. Coordenadora do Departamento de Fisioterapia Respiratória da ASSOBRAFIR. Fabio Pitta, PhD Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação. Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina, Paraná, Brasil. Coordenador da Força-tarefa Internacional para Harmonização da Educação em Fisioterapia Respiratória da European Respiratory Society (HERMES - ERS).