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TEORIA ESTRUTURALISTA, Notas de estudo de Comunicação

Dentre os pensadores estruturalistas pode-se citar : Max Weber,. Robert K. Merton, Philip Selznick, Alvin Gouldner, Amitai Etzioni e Peter M. Blau. 2. Idéias ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Pamela87
Pamela87 🇧🇷

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TEORIA ESTRUTURALISTA
1. Origens
2. Idéias Centrais
3. Contribuições à Teoria Estruturalista
4. Críticas à Teoria Estruturalista
1. Origens
Alguns autores identificaram a corrente, que foi denominada
corrente estruturalista, cujo enfoque foi estabelecer uma crítica sobre o
que tinha sido escrito até então dentro desse campo. Com isso foram
passados em revista os conceitos da Escola Clássica, de Relações Humanas
e da Burocracia , tomando-se novamente a retórica sobre organizações e
sua complexidade.
As escolas anteriormente estudadas tinham visão parcial dos
elementos que compunham uma organização. E é impróprio considerarmos
que o Estruturalismo constitui por si só um corpo teórico com inovações
conceituais sobre a administração, mas não o é considerá-lo a forma
organizada de analisar os mesmos problemas já abordados de maneira
fragmentada.
Ao estudarmos a organização sob a óptica estruturalista estamos
necessariamente fazendo uma análise globalizante de todos os fatores
que compõem o todo organizacional. Mais que isso, estamos reconhecendo
a integração e interdependência desses fatores. Outro aspecto importante
do conceito de estruturalismo é a influência que esses fatores exercem uns
sobre outros, donde surge a necessidade de reconhecer a existência de um
ambiente onde eles se inserem.
A finalidade da organização, em um sentido amplo, depende de
alguma combinação dos seguintes fatores: das hipóteses concernentes à
natureza do homem, da unidade de análise, ou seja, dos níveis
institucionais, individuais e organizacionais e, por último, do ponto de
partida da organização.
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TEORIA ESTRUTURALISTA

**_1. Origens

  1. Idéias Centrais
  2. Contribuições à Teoria Estruturalista
  3. Críticas à Teoria Estruturalista_**

1. Origens

Alguns autores identificaram a corrente, que foi denominada

corrente estruturalista, cujo enfoque foi estabelecer uma crítica sobre o

que tinha sido escrito até então dentro desse campo. Com isso foram

passados em revista os conceitos da Escola Clássica, de Relações Humanas

e da Burocracia , tomando-se novamente a retórica sobre organizações e

sua complexidade.

As escolas anteriormente estudadas tinham visão parcial dos

elementos que compunham uma organização. E é impróprio considerarmos

que o Estruturalismo constitui por si só um corpo teórico com inovações

conceituais sobre a administração, mas não o é considerá-lo a forma

organizada de analisar os mesmos problemas já abordados de maneira

fragmentada.

Ao estudarmos a organização sob a óptica estruturalista estamos

necessariamente fazendo uma análise globalizante de todos os fatores

que compõem o todo organizacional. Mais que isso, estamos reconhecendo

a integração e interdependência desses fatores. Outro aspecto importante

do conceito de estruturalismo é a influência que esses fatores exercem uns

sobre outros, donde surge a necessidade de reconhecer a existência de um

ambiente onde eles se inserem.

A finalidade da organização, em um sentido amplo, depende de

alguma combinação dos seguintes fatores: das hipóteses concernentes à

natureza do homem, da unidade de análise, ou seja, dos níveis

institucionais, individuais e organizacionais e, por último, do ponto de

partida da organização.

Os estruturalistas buscam maior compreensão da organização

com uma tentativa de classificação a partir de critérios próprios de cada

pensamento.

O Estruturalismo vê a organização em constante interação com o

ambiente.

Dentre os pensadores estruturalistas pode-se citar : Max Weber,

Robert K. Merton, Philip Selznick, Alvin Gouldner, Amitai Etzioni e Peter M.

Blau.

2. Idéias Centrais

As idéias centrais do Estruturalismo, são:

· Homem Organizacional – é aquele que desempenha papéis

em diferentes organizações. Este homem tem por características a

flexibilidade, a tolerância à frustrações, capacidade de adiar a necessidade

de recompensas e o permanente desejo de realização. O Homem

organizacional desempenha vários papéis, dependendo do grupo e da

organização em que está inserido.

· Conflitos vistos como inevitáveis – Na visão dos

estruturalistas não existe harmonia entre os interesses dos patrões e

empregados e nem essa harmonia deve ser preservada pela administração.

Para eles , os conflitos, por mais que não sejam desejáveis, são elementos

geradores de mudanças e do desenvolvimento das organizações, e por

isso, devem ser considerados.

· Utilização de incentivos e recompensas mistos – os

estruturalistas não deram apenas ênfase aos incentivos monetários, como

os clássicos, ou apenas aos incentivos e recompensas psicológicas, como

os neoclássicos. Para eles ambos os incentivos e recompensas, monetária

e psicológica, deveriam ser considerados, pois o homem organizacional

busca tanto a estabilidade econômica, quanto a sua realização pessoal.

Segundo Etzioni, existem ainda três tipos de organizações:

coercitivas, utilitária e normativa, que podem ser melhor visualizadas no

quadro abaixo:

Tiposd e organização

Formade controle

Tipode poder

Tipode contrato psicológico

Exemplos

Co ercitiva s ForçaFísica

Coercitivo (baseadoem punições)

Alienatório (obediência mecânica)

Penitenciárias, Camposde concentração,- Hospitais penitenciários.

Ut ilitárias Recompensa

Manipulativo (baseando-se em recompensa)

Calculista (obediência interesseira)

Empresas industriaise denegócios

No rmativas Comprometim- ento

Normativo (baseadoem crenças)

Moral (disciplina interior)

Igrejas, sindicatos, partidos políticos, universidades, organizações de voluntários.

Adaptado de MAXIMIANO: 2000 (94 e 96)

3.2 Contribuições de Blau e Scott

Dois autores que participaram dessa fase estruturalista foram

Peter Blau e Richard Scott. Em sua obra editada em 1962, denominada

Organizações formais, esses autores consideraram como ponto de partida

os conceitos da Escola Weberiana e as classificações dos tipos de organi-

zações apresentadas anteriormente, e procuram examinar os conflitos que

existem entre os fatores internos e externos da organização. Internos são

os membros da organização e externos são considerados o público que

essa organização atende. A interação entre esses dois elementos gera

conflitos de dois tipos: o que deve ser considerado organização formal e

informal e qual deve ser a relação cliente/organização.

A finalidade da organização, do ponto de vista tradicional, é baseada

nas hipóteses correspondentes relativas ao homem. Assim, do ponto de

vista tradicional, a finalidade da organização é a execução de suas metas

e objetivos. Como Simon demonstrou, a percepção pela administração do

problema e da finalidade da tarefa formará base para o tipo de estrutura da

organização que é usado, como uma configuração da organização formal.

Enquanto essa abordagem tradicionalista for útil, ela tende a obscurecer

as finalidades intrínsecas da organização, defendida pelos humanistas.

Blau e Scott não foram os primeiros a olharem as organizações do

ponto de vista formal/informal. Max Weber, na sua teoria burocrática, já o

havia feito e, mais tarde, Simon e Parsons também conceituaram organi-

zações formais. A importância desses dois autores nesse aspecto ultra-

passa a revisão e complementação dos conceitos de Weber; eles buscaram

reconhecer que dentro de organizações formais existem organizações

informais e se dedicaram ao estudo dos aspectos disfuncionais ao lado dos

funcionais dentro das organizações. Ainda chamaram a atenção para a

importância da distinção entre a habilidade e a disciplina, como dois crité-

rios diferentes sobre a organização racional.

Na estruturação dos conhecimentos sobre organizações já desenvol-

vidos por outros autores houve nova tentativa de classificação de organi-

zação segundo sua tipologia, obtendo-se classificação diferente daquela

definida por Etzioni. Esses autores utilizaram para essa classificação o

critério de quem é o beneficiado pelo produto final, obtendo-se quatro

tipos diferentes: associação de benefícios mútuos, firmas comerciais,

organização de serviços e organizações para o bem-estar público.

Para o estudo dessas categorias de organizações houve

necessidade de estudar as relações entre os membros das organizações e

seus clientes, resultando daí as descobertas sobre os possíveis conflitos

cliente/organização. Esses autores afirmam que todas as organizações,

seja qual for o grupo de interesses, devem servir, ter contatos regulares

com pessoas que não fazem parte de seu quadro. As características dessas

pessoas têm influências consideráveis na estrutura e no funcionamento

das organizações.

Para solucionar esses conflitos e tomar a organização mais eficaz,

Blau e Scott propõem uma mudança organizacional, a partir da análise dos

necessária para permitir conhecer as necessidades básicas que fazem com

que esse sistema formal seja adaptável às influências do ambiente. Essa

adaptabilidade deve ser feita sem, contudo, afetar a manutenção da inte-

gridade e continuidade do sistema. Para essa manutenção ser possível o

autor caracteriza alguns imperativos a serem considerados em qualquer

processo de mudança:

· A segurança da organização como um todo em relação às

forças no seu ambiente.

· A estabilidade das linhas de autoridade e comunicação.

· A estabilidade das relações informais entre indivíduos e

grupos.

· A estabilidade do programa de trabalho e das fontes de

origem.

· Homogeneidade de perspectiva com relação aos objetivos e

papel da organização.

O conflito de interesses entre as necessidades organizacionais e

as individuais requer atitude cooperativa, sendo isso impossível em uma

abordagem weberiana.

3.4 Contribuições de Thompson

Victor C. Thompson, publicou, em 1961, a obra Organizações

modernas. Nesse livro, faz severas críticas à rigidez da hierarquia

estabelecida pela abordagem weberiana, afirmando ser ela a principal

responsável pela falta de iniciativa e criatividade do indivíduo na

organização. A figura do especialista gera uma ameaça a hierarquia

burocrática.

A abordagem de Thompson é mais sociológica, concentrando-se

sobre determinantes estruturais do comportamento, tentando analisá-lo

funcionalmente. Para ele, entendem-se por “estrutura” as qualidades persis-

tentes ou os elementos dados nas condições ambientais de escolha ou

ação que tornam possível explicar e prever a ação. Por “função” entende-

se o resultado prático de uma ação, relação, acontecimento em relação a

algum valor ou grupo de valores. Já o “cargo”, entende-se por um sistema

de direitos e deveres em uma situação de interação. A preocupação de

Thompson é pelo impacto das várias atividades e relações organizacionais

sobre esses três conjuntos de valores.

O conflito maior nas organizações é representado pelos defensores

de funções dentro da estrutura burocrática versus os especialistas cada

vez mais necessários dentro do sistema organizacional. A livre comunica-

ção dos grupos de especialistas entre si, como forma de tomada de decisão

e solução de problemas de maneira mais criativa e eficaz. O controle

hierárquico da comunicação oficial tende a dividir a organização.

Como elemento de defesa, a hierarquia, segundo Thompson,

apega-se à ideologia, à dramaturgia e à buropatologia. A ideologia de que

a estrutura organizacional é a mais importante e perfeita serve de aparato

à qualquer crítica, sendo os fracassos facilmente atribuídos às pessoas. A

dramaturgia cria o mito da superioridade hierárquica, em que os chefes

representam a personalidade ideal, e o aparato de demonstração desse

grupo superior em status e poder faz parte dessa dramaturgia. A

buropatologia provoca a perda da visão do papel ideal da organização,

passando ela a servir aos objetivos pessoais dos elementos de maior

poder, status. A preocupação do indivíduo de perder o cargo faz com que

ele perca a noção de conjunto da organização.

O conflito entre a hierarquia burocrática e a especialização só

poderá diminuir quando for reconhecida a necessidade de interação e mútua

dependência entre eles.

Pudemos reconhecer nesses autores que a finalidade das

organizações depende do tipo de objetivos que elas perseguem. Elas podem

ser orientadas para a produção econômica, objetivos políticos, organizações

integradoras de serviços ou de manutenção de padrões culturais e

educacionais. Em resumo, a história, o tamanho, o mercado ou o campo de

operação, o tipo de serviço ou produto, a tecnologia e uma série de outros

fatores influenciarão no objetivo e forma de funcionamento da organização.

aspectos integrativos da organização, com o objetivo de unir as partes,

tecendo uma análise global da organização. A segunda focaliza o conflito

e a divisão na organização, objetivando mostrar a dinâmica organizacional,

tendo por objeto de análise os conflitos.

· Ampliação da análise organizacional – o Estruturalismo

incentivou o estudo de organizações não-industriais e sem fins lucrativos.

Sua análise recai principalmente sobre as organizações complexas e formais.

· Limitação das tipologias organizacionais – alguns autores

criticam a tipologia das organizações elaboradas pelos autores

estruturalistas, por serem de difícil aplicação prática. Em geral as tipologias

estruturalistas são simples e unidimensionais, reduzindo as organizações

a uma única dimensão para poder compará-la entre si.