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Teoria de reforço de skinner, Trabalhos de Psicologia da Educação

Índice de temas 1. Biografia de skinner 2. Teoria de reforço de skinner 3. Tipos de reforços 4. Punição 5. Extinção 6. Aplicação da teoria na educação e na psicologia 7. Críticas a teoria

Tipologia: Trabalhos

2025

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UNIVERSIDADE LICUNGO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA EDUCACIONAL
2º ANO LABORAL
TEORIA DO REFORÇO DE SKINNER
BEIRA
2025
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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PSICOLOGIA EDUCACIONAL

2º ANO LABORAL

TEORIA DO REFORÇO DE SKINNER

BEIRA

Albertina Chico Artur Leira Joaquim Samuel Maria João Malissane Maria Tela António Chico Maria Vicente Vinte Raima Ramalho Oscar Viana Anastásio Zita Bernardo Pinto TEORIA DO REFORÇO DE SKINNER Docente: PhD. Celso Miambo BEIRA Trabalho científico apresentado a Universidade Licungo, Extensão da Beira, como requisito parcial para aprovação na cadeira de Psicologia da Motivação

1. INTRODUÇÃO

Compreender o comportamento humano sempre foi um desafio para a psicologia. Entre os nomes que mais contribuíram para esse entendimento está Burrhus Frederic Skinner, um psicólogo americano que ficou conhecido por estudar como o comportamento é influenciado pelas suas consequências. Através da sua Teoria do Reforço, Skinner mostrou que aprendemos a repetir certas acções porque elas nos trazem resultados positivos ou evitam situações desagradáveis. A sua abordagem, chamada de behaviorismo radical, defende que o comportamento deve ser analisado com base no que pode ser observado e medido, e não em sentimentos ou pensamentos internos. A ideia principal é simples: fazemos algo, obtemos uma consequência, e isso determina se vamos ou não repetir essa acção. Por isso, os conceitos de reforço positivo e reforço negativo tornaram-se muito importantes, especialmente na educação, onde são usados para motivar os alunos e melhorar a aprendizagem. 1.1. Objectivo Geral Realizar um estudo sobre a Teoria do Reforço de B. F. Skinner. 1.2 Objectivos Específicos

  1. Explicar quem foi Skinner e os aspectos fundamentais da sua teoria;
  2. Abordar sobre os principais conceitos da Teoria do Reforço;
  3. Apresentar o contributo da Teoria de Reforço de Skinner na Educação e na Psicologia;
  4. Indentificar as críticas à Teoria do Reforço. 1.3.Metodologia O presente trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, que consiste numa revisão da literatura relacionada com o tema. Para tal, foram utilizados livros, sites da Internet, entre outras fontes. Segundo Boccato (2006, p. 266), a pesquisa bibliográfica procura resolver um problema (hipótese) através de referências teóricas publicadas, analisando e discutindo as diversas contribuições científicas. Este tipo de pesquisa proporciona subsídios para o conhecimento sobre o que foi investigado.

2. DESENVOLVIMENTO

2 .1. Quem foi B.F. Skinner Burrhus Frederic Skinner nasceu em 1904 nos Estados Unidos e é considerado um dos mais influentes psicólogos do século XX. Inspirado nas ideias de Pavlov e Watson, Skinner desenvolveu o que ficou conhecido como Behaviorismo Radical , defendendo que o comportamento deve ser estudado de forma científica, observando apenas aquilo que pode ser medido directamente: as acções e as suas consequências (Psicanálise Blog, n.d.). A sua maior contribuição foi o conceito de condicionamento operante , estudado através da famosa Caixa de Skinner , um dispositivo experimental onde ratos ou pombos aprendiam a realizar certas acções, como pressionar uma alavanca, em troca de reforços como comida. 2 .2. Teoria do Reforço de Skinner A Teoria do Reforço, desenvolvida por Burrhus Frederic Skinner, explica como as pessoas aprendem a partir das consequências dos seus comportamentos. Segundo esta teoria, um comportamento tende a repetir-se quando é seguido por uma consequência positiva (Skinner, 197 3). Este processo é chamado de condicionamento operante , porque o comportamento opera sobre o ambiente e recebe uma resposta de volta. Neste contexto, Skinner definiu o reforço como qualquer consequência que aumenta a probabilidade de um comportamento ocorrer novamente. A motivação é um elemento central nesta teoria. Para Skinner, o reforço positivo funciona como um factor motivador, pois quando alguém é recompensado, sente-se estimulado a repetir o comportamento que levou àquela recompensa. Além disso, ele também reconhecia a importância da motivação intrínseca, ou seja, aquela que vem da satisfação pessoal como sentir-se bem por ter aprendido algo novo e que muitas vezes é mais eficaz e duradoura do que a motivação extrínseca, baseada apenas em recompensas externas, como dinheiro ou prémios (Psicanálise Blog, n.d.).

Já o reforço negativo dá-se quando um estímulo desagradável é retirado após a realização de um comportamento, fazendo com que esse comportamento aumente a sua frequência (Skinner 197 3). De acordo com Ausubel ( 2003) , ‘’apesar do nome, o reforço negativo não significa punição. A diferença está no efeito que provoca: enquanto a punição visa reduzir ou eliminar um comportamento, o reforço negativo, tal como o positivo, visa aumentá-lo’’(p. 47 ) Um exemplo simples seria o caso de um aluno que, ao estudar para um teste, evita ser repreendido pelos pais. A ausência da repreensão (estímulo desagradável) reforça o comportamento de estudar. Aqui, a retirada da ameaça de castigo funciona como reforço negativo. 2 .3.2.Reforços Primários e Secundários Skinner também classificou os reforços em duas categorias principais: primários e secundários, com base na origem e natureza da sua eficácia reforçadora (Skinner, 1973). a) Reforços Primários Os reforços primários são estímulos que possuem valor reforçador intrínseco, ou seja, satisfazem necessidades biológicas fundamentais sem a necessidade de aprendizagem prévia. Exemplos típicos incluem comida, água, abrigo e alívio da dor. Estes reforços são eficazes porque estão directamente ligados à sobrevivência e ao bem-estar do organismo (Ausubel, 2003). Por exemplo, num dos experimentos clássicos de Skinner, um rato colocado numa caixa de condicionamento (conhecida como "caixa de Skinner") aprendia a pressionar uma alavanca para receber uma pastilha de comida. Neste caso, a comida actua como um reforço primário, pois satisfaz a necessidade fisiológica de alimentação do rato (Skinner, 19 73 ). b) Reforços Secundários Os reforços secundários, também chamados de reforçadores condicionados, são estímulos que adquirem valor reforçador através da associação com reforços primários. Eles não satisfazem necessidades biológicas directamente, mas tornam-se eficazes por meio do condicionamento. Exemplos comuns incluem dinheiro, elogios, certificados e notas escolares (Fademan & Frager, 2002).

Por exemplo, o dinheiro não tem valor intrínseco em termos biológicos, mas é considerado um reforço secundário poderoso porque pode ser trocado por bens e serviços que satisfazem necessidades primárias, como comida e abrigo. 2.3.2.1.Relação entre Reforços Primários e Secundários A eficácia dos reforços secundários está directamente relacionada à sua associação consistente com reforços primários. Enquanto os reforços primários satisfazem necessidades biológicas básicas como alimentação, conforto ou segurança, os secundários adquirem valor reforçador por meio do seu vínculo com esses primeiros (Skinner, 1973). Por exemplo, um certificado de mérito escolar constitui um reforço secundário eficaz quando está associado ao reconhecimento social, à aprovação dos pais e professores ou a oportunidades futuras valorizadas pelo indivíduo, todos elementos com valor intrínseco ou fortemente reforçadores. Skinner (1973) salientou que a eficácia dos reforços secundários depende da manutenção periódica da ligação com os reforços primários. Se essa associação não for reforçada com o tempo, o estímulo secundário tende a perder o seu poder reforçador. Ou seja, um reforço secundário só continua eficaz enquanto conservar o seu vínculo funcional com um reforço de valor mais fundamental. 2 .3.3. Punição A punição, segundo a teoria do reforço de B. F. Skinner, é um processo utilizado para reduzir a frequência de comportamentos considerados indesejados. Isso acontece quando, após um comportamento, é apresentado um estímulo desagradável ou é retirado um estímulo agradável, com o objectivo de fazer com que esse comportamento ocorra cada vez menos. Em outras palavras, a punição procura desencorajar certas acções por meio de consequências negativas. Skinner (19 73 ) classificou a punição em dois tipos principais:

  1. Punição positiva: Ocorre quando algo desagradável é adicionado depois que o comportamento indesejado acontece. Por exemplo, se um aluno interrompe constantemente a aula, o professor pode aplicar uma reprimenda verbal imediata. Esta repreensão é um estímulo desagradável que é introduzido com o intuito de diminuir a ocorrência futura do comportamento de interrupção.

Skinner (19 73 ) explicou que quando um comportamento não é mais reforçado, sua frequência diminui até cessar completamente. Isto é especialmente observável em ambientes educativos e familiares, onde certas condutas são mantidas pelo reforço constante (como atenção, elogios ou recompensas). Quando este reforço é suspenso, a tendência é que o comportamento enfraqueça com o tempo. Um exemplo prático seria uma criança que faz birra para conseguir doces. Se os pais sempre cederem, a birra é reforçada positivamente. Porém, se os pais deixarem de oferecer o doce após a birra, essa reacção perderá a função e poderá ser extinta ao longo do tempo. No entanto, antes da extinção ocorrer, pode haver um fenómeno conhecido como explosão de extinção (extinction burst), no qual o comportamento aumenta temporariamente em intensidade ou frequência. Segundo Catania (2017), este aumento súbito é uma resposta natural ao desaparecimento do reforço, como uma tentativa do organismo de restaurar a recompensa anteriormente recebida. É fundamental compreender que extinção e punição não são a mesma coisa. A punição procura reduzir um comportamento através da aplicação de consequências negativas ou desagradáveis. Já a extinção ocorre quando se deixa de oferecer o reforço que mantinha esse comportamento. Ou seja, em vez de castigar, apenas se deixa de reforçar. Embora ambos os métodos levem à diminuição do comportamento, actuam de formas diferentes (Catania, 2017). 2.4.Contributo da Teoria de Reforço de Skinner na Educação e na Psicologia A Teoria do Reforço de B.F. Skinner trouxe grandes contribuições para a educação e para a psicologia, sobretudo no entendimento de como o comportamento humano pode ser moldado por meio de recompensas e consequências. Segundo Ferreira e Teixeira (2018), na educação Skinner mostrou que o reforço pode ser uma ferramenta poderosa para promover a aprendizagem. Quando um estudante é elogiado por uma resposta correcta ou recebe uma recompensa por completar uma tarefa, esse reforço aumenta a probabilidade de que ele repita esse comportamento. Por exemplo, dar palavras de incentivo, notas positivas ou pequenas recompensas motiva os alunos a participarem mais e a esforçarem-se nas actividades escolares. Assim, o reforço pode ser usado para criar hábitos de estudo, melhorar a disciplina e facilitar a aquisição de conhecimentos.

Os autores ainda afirmam que Skinner desenvolveu o conceito de ensino programado, uma técnica baseada na apresentação gradual de conteúdos, com reforços imediatos a cada resposta correcta. Este método serviu de base para muitas tecnologias educacionais modernas, como plataformas de ensino online, jogos educativos e sistemas de feedback automático. Na psicologia, a teoria de Skinner ajudou a explicar como se formam os comportamentos e como podem ser modificados. Ela é amplamente usada na terapia comportamental, especialmente para tratar distúrbios como fobias, vícios e comportamentos compulsivos. O reforço positivo é usado para fortalecer comportamentos saudáveis, enquanto o reforço negativo e a extinção são usados para reduzir comportamentos indesejados (Catania, 2017). De forma geral, o contributo de Skinner está em mostrar que o comportamento não é apenas resultado de pensamentos internos ou da vontade, mas pode ser moldado e orientado por reforços ambientais. A sua teoria continua a ser uma base para muitas práticas pedagógicas e terapêuticas actuais. 2.5. Críticas à Teoria do Reforço Apesar de a teoria do reforço de Skinner ter grande influência na educação e na psicologia comportamental, diversas críticas têm sido apontadas ao seu modelo, especialmente no que diz respeito à sua visão limitada do comportamento humano. Entre essas críticas, destacam-se a desconsideração dos sentimentos internos e dos contextos culturais e pessoais. 2.5.1.Desconsideração de factores internos e motivações pessoais De acordo com Rebelo (2023), a teoria de Skinner parte do princípio de que o comportamento humano é moldado exclusivamente pelas consequências externas, como reforços e punições. Contudo, esta visão ignora motivações internas, crenças, emoções e valores pessoais que também influenciam significativamente a forma como o indivíduo age. Por exemplo, uma pessoa com princípios éticos ou religiosos profundos pode recusar-se a seguir determinada acção, mesmo que essa acção seja reforçada positivamente ou que a recusa acarrete punições. Ou seja, nem todo comportamento é passível de ser condicionado por estímulos externos, como defendia Skinner (19 7 3). Assim, a teoria é criticada por reduzir o ser humano a um organismo que apenas responde a estímulos do ambiente, negligenciando a complexidade da mente humana.

3.CONCLUSÃO

O conceito de reforço seja positivo ou negativo revela-se essencial para explicar a aquisição e a manutenção de condutas, sobretudo em contextos educativos. A teoria mostra-se particularmente relevante por fornecer ferramentas concretas para motivar os alunos, promover comportamentos desejáveis e reduzir comportamentos indesejáveis sem recorrer à punição. A aplicação da punição, ainda que possível, surge como recurso secundário e exige cautela quanto aos seus efeitos colaterais. As críticas dirigidas à teoria, especialmente pela desconsideração dos sentimentos internos e dos contextos culturais e pessoais, não anulam o seu valor prático, mas apontam para a necessidade de uma integração mais abrangente com outras perspectivas. A Teoria do Reforço continua a ser uma ferramenta valiosa na psicologia e na educação, destacando-se pela sua aplicabilidade prática, pela clareza dos seus princípios e pela sua capacidade de gerar mudanças comportamentais duradouras quando correctamente utilizada.

REFERÊNCIAS

AUSUBEL, D. P. (2003). Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano Editora. BOCCATO, R. (2006). Pesquisa bibliográfica: Fundamentos e práticas. Editora Atlas. CATANIA, A. C. (2017). Comportamento: Análise experimental (2ª ed.). Editora Artmed. CHANCE, P. (2008). Aprendizagem e comportamento. Editora Cengage Learning. FADEMAN, S., & FRAGER, R. (2002). Psicologia: Uma introdução. Editora Pearson FERSTER, C. B., & SKINNER, B. F. (1957). Contingências de reforço: Uma análise experimental do comportamento. Editora Cengage Learning. FERREIRA, M. A., & TEIXEIRA, M. A. (2018). A aplicação da teoria do reforço na educação: Estratégias e práticas. Editora Universitária. Psicanálise Blog. (n.d.). A teoria do reforço de Skinner e a motivação. https://psicanaliseblog.com.br/a-teoria-do-reforco-de-skinner-e-a-motivacao REBELO, A. (2023). Teoria do reforço. LinkedIn. https://www.linkedin.com/pulse/teoria-do- refor%C3%A7o-andr%C3%A9-rebelo SKINNER, B. F. (1973). Aprendizagem: teoria do reforço (R. Azzi, L. Zimmerman & L. O. Seixas Queiroz, Trad.). São Paulo, SP: Editora Pedagógica Universitária.