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Este documento discute o conceito do tempo de espera na urgência e emergência, sua importância na qualidade de assistência oferecida e os problemas associados a longos tempos de espera. Além disso, apresenta soluções adotadas por hospitais para reduzir o tempo de espera, como sistemas de triagem, alertas de pico e princípios enxutos. Referências incluídas.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
1 / 7
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Não perca as partes importantes!
Tempo de espera na Urgência e Emergência
Tempo médio transcorrido entre a chegada do pa-
ciente no Pronto Atendimento/Pronto-Socorro e a
avaliação médica inicial, segundo a classificação
de risco:
vida [vermelho], muito urgente – risco iminente à
vida [laranja], urgente – potencial ameaça à vi-
da/potencial evolução para sérias complicações
[amarelo], pouco ou menos urgente [verde] e
não urgente [azul] (Ministério da Saúde, 2002 ;
Mackway-Jones, Marsden e Windle, 2006).
necessidade de atenção imediata; urgente –
necessidade de cuidados médicos, mas não há
risco de morte; não urgente – necessidade de al-
gum tipo de atenção médica, contudo o tempo
de atendimento não é um fator crítico (Andrade,
Domínio Acesso
Relevância Essencial
O tempo de espera conforme a categoria de risco
é um indicador de desempenho fundamental na
urgência e emergência. A redução dos tempos de
espera, especialmente dos pacientes graves, pode
melhorar a qualidade da assistência, proporcionan-
do mais prontamente o acesso ao diagnóstico e ao
tratamento específico para a condição do pacien-
te. Longos tempos de espera contribuem para a su-
perlotação dos serviços de urgência e emergência,
que podem levar a uma série de problemas, inclu-
indo resultados desfavoráveis no tratamento e na
evolução dos pacientes, maior sofrimento para a-
queles que esperam, recusa de recebimento de
ambulâncias, alta tensão para a equipe assistencial
e ambientes estressantes e desagradáveis
(Bittencourt e Hortale, 2009; Agency for Healthcare
Research and Quality (AHRQ), 2012a).
Estágio do
Ciclo de Vida
Sumário:
Sigla
Nome
Conceituação
Domínio
Relevância
Importância
Estágio do Ciclo
de Vida
Método de Cálcu-
lo
Definição de Ter-
mos utilizados no
Indicador:
Interpretação
Periodicidade de
Envio dos Dados
Público-alvo
Usos
Parâmetros, Dados
Estatísticos e Re-
comendações
Meta
Fontes dos Dados
Ações Esperadas
para Causar Im-
pacto no Indica-
dor
Limitações e Vie-
ses
Referências
V1.01 - Novembro de 2012
PÁGINA 2 E-ACE- 02
Cálculo
O tempo médio de espera deve ser determinado, como abaixo especificado,
separadamente para cada um dos níveis do modelo de estratificação adotado:
em cinco categorias de risco (emergente, muito urgente, urgente, pouco urgen-
te e não urgente), ou em três categorias de risco (emergente, urgente e não ur-
gente).
Nº de pacientes admitidos na emergência
Termos utili-
zados no In-
dicador:
dor
nador
a) Numerador – somatório do tempo em minutos transcorrido entre a chegada de
cada paciente ao Pronto Atendimento/Pronto-Socorro até a avaliação médica
inicial, incluindo o tempo despendido na recepção e triagem/acolhimento com
classificação de risco, em um mês. Deve existir um sistema de registro de atendi-
mentos que permita a medição destes diversos tempos (recepção – triagem e tri-
agem – avaliação médica inicial).
b) Denominador – Número de pacientes admitidos no Pronto Atendimento/Pronto-
Socorro, em um mês.
Recomenda-se a estratificação em cinco níveis, pois as escalas que assim proce-
dem apresentam maior fidedignidade, validade e confiabilidade na avaliação do
quadro clínico real do paciente. Dentre estas escalas/protocolos se destacam:
Emergency Severity Index (ESI), Australasian Triage Scale (ATS), Canadian Triage
and Acuity Scale (CTAS), e Manchester Triage System – Protocolo de Manchester
(Souza, 2009). No entanto, também são aceitáveis sistemas de estratificação em
três níveis de risco (Andrade, 2010).
Objetivando a comparabilidade com os modelos de classificação de risco em três
níveis, nas análises de desempenho individual, das categorias e do conjunto de
hospitais participantes, os tempos de espera dos modelos de classificação de risco
em cinco níveis serão agregados da seguinte maneira: emergente/ muito urgente
(Níveis 1 e 2), urgente (Nível 3) e pouco urgente/ não urgente (Níveis 4 e 5).
Os pacientes que dão entrada e são acolhidos e classificados quanto ao risco ou
recebem tratamento, mas vão a óbito ainda no Pronto Atendimento/Pronto-
Socorro, devem ser incluídos.
Os pacientes que chegam mortos ao Pronto Atendimento/Pronto Socorro devem
ser excluídos.
É desejável atingir valores mais baixos de tempo de espera na Urgência e Emer-
gência. Longos tempos de espera podem ser produzidos pelo afluxo de um gran-
de número de pacientes não graves ao Pronto Atendimento/Pronto-Socorro, em
decorrência de dificuldades de acesso a consultas em consultórios médicos, poli-
clínicas e clínicas da família. A falta de leitos hospitalares disponíveis, impedindo
que pacientes graves já estabilizados sejam transferidos dos serviços de Urgência e
Emergência para unidades de internação, provoca um entrave no fluxo de paci-
entes que resulta em um aumento do tempo de espera.
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Nível 1 – Manchester Vermelho (Emergente), ATS Categoria 1 (Risco Imediato à
Vida), CTAS 1 (Ressuscitação), ESI 1: avaliação médica imediata.
Nível 2 – Manchester Laranja (Muito Urgente), ATS Categoria 2 (Risco Iminente à
Vida), CTAS 2 (Emergência), ESI 2: avaliação médica em até 10 minutos.
Nível 3 – Manchester Amarelo (Urgente), ATS Categoria 3 (Potencial Ameaça à!
Vida/Urgência), CTAS 3 (Urgente), ESI 3: avaliação médica em até 30 minutos.
Nível 4 – Manchester Verde (Pouco Urgente), ATS Categoria 4 (Situação de po-
tencial urgência ou de complicação/gravidade importante), CTAS 4 (Pouco Ur-
gente), ESI 4: avaliação médica em até 60 minutos.
Nível 5 – Manchester Azul (Não Urgente), ATS Categoria 5 (Menos urgente ou
problemas clínico-administrativos), CTAS 5 (Não Urgente), ESI 5: avaliação médica
em até 120 minutos.
Modelos de Classificação de Risco em Três Níveis:
Nível 1 – Emergente: avaliação médica imediata.
Nível 2 – Urgente: avaliação médica em até 30 minutos.
Nível 3 – Não Urgente: avaliação médica em até 120 minutos.
Dados
Sistema de registro de atendimento na urgência e emergência, em papel ou
eletrônico, contendo os horários de recepção, triagem e avaliação médica
inicial.
Esperadas
para Causar
Impacto no
Indicador
Entre as intervenções destinadas à redução do tempo de espera na urgência e
emergência adotadas por diferentes hospitais, em âmbito nacional e internacio-
nal, se destacam:
(1) Implantação de sistemas de triagem que priorizem o atendimento aos pa-
cientes graves, em situação de urgência e emergência, utilizando-se para
este fim a aplicação, por profissionais de saúde, de nível superior, com
treinamento específico, de escalas/protocolos que estratifiquem o risco e
determinem o tempo alvo para avaliação médica (Souza, 2009; Camargo,
(2) Criação de unidades ou de portas de entrada para atendimento exclusivo
de pacientes não graves, desviando-os das áreas destinadas aos pacien-
tes graves, em situação urgência/emergência, desafogando assim o fluxo
do Pronto Atendimento/Pronto-Socorro (Camargo, 2012).
(3) Implantação de sistemas de alerta de pico durante períodos de superlo-
tação do Pronto Atendimento/Pronto-Socorro, que permitam a realoca-
ção das equipes de maneira a manter as metas de tempo de espera para
as categorias mais urgentes (Agency for Healthcare Research and Quality
(AHRQ), 2012b; c; d; e; f; Camargo, 2012).
(4) Aplicação de princípios enxutos ( lean ) para melhorar o fluxo de pacientes
através do Pronto Atendimento/Pronto-Socorro, resultando em redução do
tempo de espera e maior satisfação do paciente (Silberstein, 2006; Ng et
al. , 2010; Camargo, 2012).
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Vieses
Como a distribuição dos tempos de espera é altamente assimétrica, isto é, uma
pequena percentagem dos atendimentos têm tempos de espera muito longos, o
tempo de espera médio é muito afetado por esta distribuição distorcida. Uma
alternativa, menos afetada por esses extremos, é utilizar o tempo de espera me-
diano (Hing e Bhuiya, 2012).
Observa-se que, mesmo em hospitais acreditados com protocolos de acolhimen-
to e classificação de risco implantados, um número não desprezível de prontuá-
rios não têm o registro do horário da avaliação médica inicial, impedindo a de-
terminação do tempo de espera. Em um serviço de emergência da Zona Norte
do Rio de Janeiro, referência para a saúde suplementar, 21,0% dos prontuários
não tinham a hora de início do atendimento médico anotada. Após treinamento
específico da equipe de saúde, este índice diminuiu para 8,2% (Neto, 2009b).
Não há um consenso de como computar o tempo de espera dos pacientes que
desistem de atendimento na emergência por espera excessiva. O percentual
desses pacientes pode atingir cifras significativas (Camargo, 2012), e sua exclu-
são pode levar a uma falsa diminuição do tempo médio de espera.
Há evidências de que o afluxo de pacientes de baixa complexidade (pacientes
pouco urgentes e não urgentes, que não chegam de ambulância e recebem
alta para casa) não aumenta o tempo de espera para outros pacientes (Schull,
Kiss e Szalai, 2007). Assim, medidas destinadas a reduzir o número desses pacien-
tes, não necessariamente determinam a redução do tempo médio de espera
para o primeiro contato médico de pacientes graves.
Independentemente da motivação para a procura do serviço de emergência, a
esmagadora maioria dos pacientes não tolera esperar por mais de 1 hora, mes-
mo aqueles que simplesmente vão a procura de uma receita (Fernandes, 2011).
Assim, mesmo cumprindo a meta para as situações não urgentes, o tempo de
espera percebido como excessivo pode ser uma causa importante de reclama-
ções e de insatisfação dos clientes (Camargo, 2012).
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(cont.) Neto, P. R. O. Avaliação do tempo de espera para ver o médico no Sistema de Triagem Quinta D’Or (STQD) - parte 2:
após treinamento específico. II Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência. Fortaleza: Associação Brasileira de
Medicina de Emergência. 23 a 26 de setembro, 2009b. p.577.
Ng, D. , et al. Applying the Lean principles of the Toyota Production System to reduce wait times in the emergency
department. CJEM , v.12, n.1, Jan, p.50-57. 2010.
Schull, M. J.; Kiss, A.; Szalai, J. P. The effect of low-complexity patients on emergency department waiting times. Ann
Emerg Med , v.49, n.3, Mar, p.25 7 - 264, 264 e251. 2007.
Silberstein, A. C. L. Um estudo de casos sobre a aplicação de princípios enxutos em serviços de saúde no Brasil.
(Dissertação - Mestrado). Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2 006. 161 p.
Souza, C. C. d. Grau de concordância da classificação de risco de usuários atendidos em um pronto-socorro
utilizando dois diferentes protocolos. (Dissertação - Mestrado). Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2009. 119 p.