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Um estudo sobre a pesca de arrasto em áreas industriais e de arrastos da plataforma continental amazônica. Ele inclui mapas batimétricos, análises de trajetórias de arrasto e dados sobre a fauna acompanhante. O documento enfatiza as áreas de atuação da frota industrial e a disposição dos pesqueiros, além de fornecer informações sobre as profundidades e substratos onde ocorrem os arrastos. Os autores utilizaram dados obtidos de várias fontes, incluindo estudos anteriores, e analisaram a composição da fauna acompanhante dos arrastos de camarão.
Tipologia: Exercícios
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Não perca as partes importantes!
iv
À minha família, que esteve sempre ao meu lado me apoiando de todas as formas possíveis.
vi
“O que há para eles estudarem?” Hanzel continuou. “São apenas estrelas- do-mar. Há milhões delas por aí. Eu poderia conseguir um milhão delas para você.” - John Steinbeck.
vii RESUMO
A fauna acompanhante ( bycatch ) oriunda da pesca de arrasto é uma das principais causas do declínio populacional dos recursos pesqueiros (peixes, crustáceos, moluscos e equinodermos) em todo o globo. Esse impacto causado no meio ambiente, em muitos casos, extingue populações inteiras d eorganismos aquáticos. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo caracterizar a equinodermofauna acompanhante da pesca de arrasto camaroeiro realizada na Plataforma Continental Amazônica, região Norte do Brasil, por meio de amostragens relizadas em dois cruzeiros (fevereiro a março e maio a junho) no ano de 2018. Ao todo realizou-se 60 arrastos em 13 areas de pescas (pesqueiros) neste período, codificando as amostra a cada final de arrasto com os dados da pesca. Os arrastos foram realizados entre profundidades de 20 a 100 metros, dependendo da área de pesca. Ao todo, contabiluzou-se 4.007 equinodermas, pertencentes a cinco classes (Holoturoidea, Crinoidea, Echinoidea, Ophiuroidea e Asteriodae), 17 famílias e 18 espécies. Ressalta-se que a Classe Asteroidea foi a mais abundante em número de famílias (seis), indivíduos (1.975 ind.) e riqueza absoluta de espécies (11 espécies), no entanto, a espécie mais frequente e abundante foi Ophioderma januarii (66.66%, com 1.860 ind.). Adicionalmente, ressalta-se o primeiro registro do holoturio Thyone fusus , da família Phyllophoridae, para o litoral brasileiro. Além disso, destaca-se que, diferente das outras regiões brasileira – que ocorre o predomínio da classe Ophiuroidea – , na Plataforma Continental Amazônica, predominou-se a classe Asteroidea. Dos pesqueiros analisados, o “Nº5” apresentou a maior riqueza e diversidade, sendo o pesqueiro “Nº6” com a maior equitabilidade. A comparação por tido de substrado indica que não há diferença na composição de equinodermos entre os substratos areia média, fina e lama, no entanto, divergem da areia lamosa. Neste estudo, verificou-se que há uma diversidade de equinodermos (18 espeécies) que são impactados pela pesca de arrasto camaroeiro realizado na Plataforma Continental Amazônica, relatando-se também o primeiro registro do holoturio Thyone fusus para o litoral brasileiro. Ressalta-se que há a necessidade de estudos mais aprofundados com a equinodermofauna da região, tais como biologia populacional das espécies, pois assim, teremos um panorama do impacto as populações destes organismos.
Palavras-chave: Echinodermata. B ycatch. Costa Norte.
ix
Figura 1- Plataforma Continental Amazônica com ênfase nas áreas de atuação da frota industrial na Plataforma (A) e a disposição dos pesqueiros na área de arrastos da Plataforma Continental Amazônica (B).
Figura 2- Mapa da distribuição batimétrica dos arrastos na Plataforma Continental Amazônica. Com os setores em menor escala para o maior detalhamento e melhor observação das rotas de arrasto.
Figura 3: Distribuição dos arrastos nas diferentes faixas de profundidades da Plataforma Conttinental Amazônica. Em destaque as faixas de profundidades onde ocorreram os arrastos: de 20 a 50 metros; de 50 a 75 metros e; de 75 a 100 metros.
Figura 4: Mapa da distribuição dos arrastos nas fácies diferentes sedimentares e profundidadesda Plataforma Continental Amazônica.
Figura 5. Diversidade (A) e Abundância (B) por classe do filo Echinodermata na Plataforma Continental Amazônica.
Figura 6. Crinoide encontrado. Tropiometra carinata , vista lateral (a), vista abactinal (b). escala 5 mm.
Figura 7. Holoturoides encontrados na Plataforma Continental Amazônica: Thyonidium seguroensis , (a) vista lateral, escala: 5 mm; (b) vista ventral. Thyone fusus , (c) vista distal, (d) vista lateral, escala: 1 cm. Isostichopus badionotus , (e) vista dorsal, escala: 1 cm.
Figura 8. Echinoides ocorrentes na plataforma continental amazônica. Phormosoma placenta , (a) vista actinal; (b) vista abactinal escala: 3 cm. Clypeaster subdepressus , (c) vista actinal, (d) vista abactinal, escala: 3 cm. Eucidaris tribuloides , (e) vista actinal; (f) vista abactinal, escala: 1 cm.
Figura 9. Ophiuroides ocorrentes na Plataforma Continental Amazônica. Ophioderma januarii , (a) vista abactinal, escala: 1 cm. Ophiothela mirabilis , (b) vista abactinal; (c) vista actinal, escala: 2mm. Ophiactis savignyi , (d) vista abactinal, escala: 5 mm. Astrophyton muricatum , (e) vista abactinal, 3 cm.
Figura 10. Asteroides ocorrentes na Plataforma Continental Amazônica. Vista abactinal para todas os Asteroides. Luidia senegalensis , (a). Luidia alternata, (b). Luidia clathrata, (c). escla: 3 cm (a,b,c). Narcissia trigonaria, (d). Echinaster (Othilia) brasiliensis, (e). Echinaster (Othilia) spinulosus, (f). escla: 2 cm (d,e,f) Mediaster sp., (g). Goniaster tessellatus, (h). Amphiaster insignis, (i). escla: 1,5 cm (g,h,i). 22
Figura 11- Análise ANOVA para a diversidade por substrato, com as médias de diversidade e os desvios padrão. Destaque para “a” semelhantes e “b” diferentes. 24
Erro! Indicador não definido. .................................................................................................... iv AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. v EPÍGRAFE .............................................................................................................................. vi RESUMO ................................................................................................................................. vii ABSTRACT ........................................................................................................................... viii LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................................... ix 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 3 2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 3 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 3 3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 4 3.1 ÁREA DE ESTUDO ...................................................................................................... 4 3.2 AMOSTRAGEM ............................................................................................................ 6 3.3 ANÁLISES LABORATORIAIS .................................................................................... 7 3.4 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................... 8 4 RESULTADOS ............................................................................................................. 9 4.1 CARACTERÍSTICAS DOS PESQUEIROS .................................................................. 9 4.2 EQUIDERMOFAUNA................................................................................................. 12 5 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 29 6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 38 7 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................ 39 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 40 APÊNDICE A – DADOS DOS ARRASTOS, CRUZEIRO 1 – C1 ........................ 46 APÊNDICE B – DADOS DOS ARRASTOS, CRUZEIRO 2 – C2 ........................ 47 APÊNDICE C – TABELAS DA ANALISE DE SIMILARIDADE PERCENTUAL (SIMPER) ENTRE OS TIPOS DE SUBSTRATO. ..................... 50
Os equinodermos têm importantes papéis ecológicos em seu ambiente. Estão presentes nos mais variados níveis da cadeia trófica marinha. E, portanto, exercem influência sobre algumas espécies de valor ecológico e econômico, a exemplo, como controladores do crescimento de macroalgas no substrato permitindo o assentamento de larvas de corais (Lawrence 1987, Ventura 2007). Outro exemplo seria como controladores de populações de gastrópodes especializados na predação de bivalves e causadores de grandes prejuízos para fazendas de cultivo (Nalesso et al. 2007). Por deterem hábitos bentônicos e baixa capacidade de locomoção são excelentes indicadores ambientais. O que possibilita sua utilização em estudos de detecção e quantificação da contaminação ambiental por metais pesados e hidrocarbonetos (Bottger & Mcclintock 2002). Notadamente tem-se pouquíssimo conhecimento da fauna de equinodermos da Costa Norte do Brasil. Os estudos da fauna bentônica das regiões costeira, estuarina e offshore (plataforma, talude e sopé continental) da região Norte são, como mencionado anteriormente, voltados à caracterização ecológica de peixes, moluscos e crustáceos. Se comparado às regiões Nordeste, Sul e Sudeste do país o grau de conhecimento e os estudos voltados para a identificação e descrição das espécies do filo Echinodermata na região Norte é ínfima (Magalhães et al. 2005). Atualmente não existem estudos voltados exclusivamente para o filo Echinodermata na região Norte do Brasil e, possivelmente, nenhum estudo relacionado ao filo direcionado para a Plataforma Continental Amazônica além deste. Assim, o presente estudo surge com um peculiar pioneirismo e, dessa forma, infere dados científicos que complementem ainda mais o conhecimento da fauna bentônica local e servir como base para futuras tomadas de decisão.
Caracterizar a equinodermofauna oriundo do bycatch da pesca industrial de arrasto camaroeiro realizado na Plataforma Continental Amazônica e estimar a biogeografia das espécies encontradas.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar a composição faunística dos equinodermos; Determinar a abundância e frequência das espécies; Identificar possíveis espécies com importância econômica ou exóticas; e, Obter uma lista de espécies da fauna oriunda do arrasto
Figura 1 - Plataforma Continental Amazônica com ênfase nas áreas de atuação da frota industrial na Plataforma (A) e a disposição dos pesqueiros na área de arrastos da Plataforma Continental Amazônica (B).
O levantamento faunístico ocorreu durante embarques em navios pesqueiros da empresa CRISMAR sediada no distrito de Icoarací, Região Metropolitana de Belém. Os arrastos na Costa Norte são feitos com redes de arrasto com portas ( otter trawl ) do tipo gib, o tipo mais comum nas pescarias comerciais de camarões nessa região do Brasil. Esse tipo de rede é usado no sistema double rig (duas redes por embarcação), em arrastos com tangones ( outrigger ). Abertura horizontal média da boca da rede (considerando as duas redes) nos arrastos, em métros, é 11,43±0,70. A velocidade média, em (nó), é 1,88±0,12. Já a duração média dos arrastos, em horas decimais, equivale a 4,84±0,91 conforme Furtado- Junior et al. (2003). Realizou-se, ao todo dois cruzeiros, um entre os meses de fevereiro e março de 2018 e o outro entre maio e junho do mesmo ano, que se dividiram entre as plataformas dos estados do Pará e do Amapá (Figura 1A). Os embarques tiveram aproximadamente 30 dias cada, em mar. No primeiro cruzeiro (C1) realizou-se 34 arrastos monitorados em 19 dias, todos na região de arrastos da plataforma continental do Pará, em quatro pesqueiros: Papagaio , Banco das Aranhas , Praia Grande e Buraco do Bibíco (Figura 1B). Já no cruzeiro 2 (C2) realizou-se 26 arrastos durante 20 dias, sendo 22 na Plataforma do Amapá e 4 na Plataforma do Pará, em nove pesqueiros: Pula-pula , Praia Grande , N° 4 , N° 6 , N° 5 , Chato , Boca do Mero , Fofoca e 40 Braças (Figura 2). Os arrastos foram realizados em diferentes pesqueiros, pois quando a quantidade de camarão capturados diminuía em determinada região o condutor da embarcação se deslocava para outra região da plataforma. O monitoramento dos arrastos se deu por meio da coleta e contagem dos equinodermos presentes na fauna acompanhante. Optou-se por essa metodologia, diferente de Silva et al. (2002) e Santos (2016), pois o intuito é fazer a amostragem da diversidade de equinodermos da região e não somente da produção. Assim, todo o bycatch é considerado como uma amostra aleatória da plataforma. Durante os arrastos foram registrados, em um formulário de bordo, os dados de cada arrasto como posicionamento geográfico (latitude e longitude), data, hora, duração do arrasto, profundidade e tipo de fundo. Eram feitas fotografias georeferênciadas dos organismos para o registro do posicionamento geográfico de onde foram coletados. A amostragem se deu assim que a produção foi despejada no convés da embarcação. Procedendo com a contagem de todos os equinodermos presentes em cada arrasto seguida da coleta de pelo menos três indivíduos de cada espécie para posterior identificação em
Baseado nas análises das trajetórias dos arrastos, no software SIG, foi possivel verificar que estes se distribuíram em três faixas de profundidade, sendo elas, de 20 a 50 m, de 50 a 75 m e de 75 a 100 m, estando os dados de profundidades médias dos pesqueiros, obtidos durante o embarque, de acordo com as análises da carta batimétrica do CPRM.
3.4 ANÁLISE DOS DADOS
Foram calculadas para cada amostra a abundância, abundância realtiva, riqueza absoluta, riqueza de Magaleff, constância, diversidade de Shannon, diversidade Simpson e equitatividade de Pielou. A normalidade da distribuição dos dados foi avaliada pelo teste Levene. No caso em que a distribuição da variável for diferente da normal, transformações foram aplicadas visansdo balancear o peso das espécies raras e abundantes (Sokal & Rohlf 1997). Para comparar os descritores biológicos entre profundidades e tipos de substrato foi utilizado a Análise de Variância ( Two-way ANOVA). O teste de Tukey será utilizado como método de comparação a posteriori sempre que registrada diferença estatisticamente significativa (Underwood 1997, Zar 1998). Além das análises univariadas, análises multivariadas foram usadas para analisar diferenças na composição e na estrutura da comunidade entre as diferentes profundidades, e entre os diferentes tipos de substratos ocorrentes na área de pesca (areia média, areia fina, areia lamosa e lama) conforme Silva (2012), Martins (1974), Nittrouer et al. (1983, 1986) e Coutinho (1975) e dados do mapa de Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental Brasileira (Dias et al. 2007). Matrizes de similaridade foram calculadas utilizando o coeficiente de Bray-Curtis. A partir dessa matriz, as diferenças na estrutura da fauna de equinodermos foi testada pela Análise de Similariade ( One-way ANOSIM). Em seguida, a rotina SIMPER ( Similarity Percentage) foi usada para evidenciar quais espécies foram as mais importantes para a formação dos grupos, através da contribuição das espécies para a similaridade e dissimilaridade entre os grupos (Clarke & Gorley 2001). Os dados de profundidades obtidos da carta batimétrica resultante do Projeto Batimetria em formato shapefile de autoria de Ladeira Neto & Roza (2013), disponível no site do CPRM, foram comparados aos dados de profundidade obtidos durante as amostragens em campo. Os intervalos de profundidade utilizados foram os disponíveis na carta batimétrica. A digitalização dos dados de fácies sedimentes e todas as representações cartográficas contidas no texto estão na projeção WGS-84.
A predominância dos arrastos foi na faixa entre 50 e 75 metros com 29 arrastos (48%), em seguida a faixa de 20 a 50 m com 20 arrastos (34%) sendo a menor quantidade de arrastos, 11 arrastos (18%) na faixa de profundidade de 75 a 100 metros, (Figura 2, Figura 3).
Figura 2: Mapa da distribuição batimétrica dos arrastos na Plataforma Continental Amazônica. Com os setores em menor escala para o maior detalhamento e melhor observação das rotas de arrasto.