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Trabalho de conclusão de curso Arquitetura e Urbanismo | Espaço Físico na Educação Infantil • Educação Infantil e sua Importância • A Importância do Espaço Físico no desenvolvimento e aprendizagem da criança • Espaço lúdico para o desenvolvimento das crianças • Inclusão de crianças com necessidades especiais: escolas inclusivas
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso Superior de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu, como requisito parcial à obtenção do título de Arquiteto e Urbanista em Arquitetura e Urbanismo.
Área de Concentração: Arquitetura
Orientador(a): Mariana Pereira Pontes Papa
Progressivamente as escolas tem buscado ambientes saudáveis que contribuem para a saúde e o conforto das crianças, proporcionando a elas lugares agradáveis, os quais se dispõe de fatores que refletem o aprendizado e desempenho das crianças. Embora haja muitos estudos sobre a importância da dimensão espacial das atividades relacionadas à educação infantil, este assunto ainda não foi esgotado; colocou-se em questão: Como o espaço influencia no estímulo do aprendizado? Uma boa creche ajuda a estimular o desenvolvimento infantil, quando as crianças se encontram em um local diferente do ambiente familiar. Em um espaço bem estruturado e preparado, junto a interferência de outras pessoas tende a ser fundamental para o desenvolvimento e interesse da criança em aprender, além de desenvolver um papel importante com as crianças, de acolhimento e educação, conseguindo passar novas experiências e ampliação das perspectivas de vida. Tem-se em hipótese de que a maioria das crianças entre zero a seis anos que dependem dos cuidados integral dessas instituições, se deparam com ambientes inadequados e espaços que não apresentam qualidade, sendo que estas passam maior parte do dia nessas instituições voltadas para o apoio a pais trabalhadores. A preocupação no que concerne aos espaços destinados às crianças decorre na escola de educação infantil municipal da cidade de Lajinha – MG, que dispõe de uma arquitetura monótona, padronizada, desinteressante, tanto na organização dos ambientes quanto à forma, não oferecendo as crianças atividades interativas, e adequadas a educação infantil. O interesse por esse tema começou durante a realização de algumas práticas curriculares, realizadas durante o curso de Arquitetura e Urbanismo, em que foi possível analisar algumas escolas de Educação Infantil. Questões como a relação dos materiais, a decoração, as possibilidades de interações entre as crianças, o mau uso dos espaços, a falta de organização do ambiente e a pobreza encontradas nas salas de aula, foram determinantes para o despertar de um olhar mais crítico para tal tema. Segundo Horn (2004) a representação do espaço para a criança é uma construção internalizada a partir das ações e das manipulações sobre o ambiente espacial próximo do qual faz parte. Também afirma que apesar da relação brincadeira- desenvolvimento pode ser comparada a relação instrução-desenvolvimento, o ato de brincar proporciona um suporte básico para as mudanças das necessidades e da consciência. Sendo assim, este trabalho apresenta as reflexões teóricas de conclusão de curso na área de arquitetura e urbanismo, tem como objetivo analisar a importância de espaços ideais e necessários para desenvolver as atividades escolares. Possibilitar as crianças uma experiência marcante com o ambiente escolar, colocando a escola de fato como sua segunda casa, um lugar no qual passam grande parte do seu dia, além de tornar os ambientes interessantes, sendo realmente um lugar agradável e confortável de forma que eles não encarem a escola como uma obrigação. O objetivo geral é analisar a aplicação e funcionalidades de creches, em quais medidas contribuem para a construção e organização de espaços adequados para a Educação Infantil, inclusão de crianças com necessidades especiais e a situação referente a instituição na cidade de Lajinha sob o método de observação.
2.1. Referencial Teórico 2.1.1. Educação Infantil e sua Importância De acordo com a autora Barbosa (2016) com o crescimento da urbanização, junto a necessidade da reprodução da força de trabalho, iniciaram movimentos de mulheres para o mercado que causaram necessidade de criar lugares onde pudessem deixar seus filhos, surgindo então as creches. A LDB art. 211, § 2º, da CF/88 relata que, sendo elas responsabilidade do município, que recebem apoio do governo para que ofereçam formação inicial as crianças. Garantem às instituições para todas as crianças o direito de brincar, alimentação sadia, contato com a natureza, acesso a higiene e a saúde. A educação infantil é a principal etapa da formação de uma criança, visto que é onde ela inicia a experiência do mundo fora do meio familiar, aprendendo a relacionar-se com as diferenças. Pelo direito das crianças de zero a seis anos a educação, o Ministério da Educação e Cultura, Política Nacional de Educação Infantil reforça sobre o assunto:
A Educação Infantil, embora tenha mais de um século de história como cuidado e educação extradomiciliar, somente nos últimos anos foi reconhecida como direito da criança, das famílias, como dever do Estado e como primeira etapa da Educação Básica. (2006, pág. 7) O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assegura que todas as crianças têm direito à educação gratuita que as prepare para o exercício da cidadania, a permanecerem na escola e a serem respeitadas pelos educadores. Essas instituições que atenderiam apenas crianças pobres e carentes, carregadas de preconceitos estabelecidos pela sociedade, que passou por várias mudanças no decurso das últimas décadas tomando diferentes funções, passa a ser vista como uma fase preparatória para a escolarização posterior, ganhando um caráter pedagógico. Oliveira descreve esse pensamento:
Segundo essa perspectiva compensatória, o atendimento às crianças dessas camadas em instituições como creches, parques infantis e pré-escolas possibilitaria a superação das condições sociais a que estavam sujeitas, mesmo sem a alteração das estruturas sociais geradoras daqueles problemas. (OLIVEIRA, 2007, p. 109) Barreto (2008) afirma que atenção à Educação Infantil no Brasil é decorrente das últimas duas décadas de reflexões, pois a partir da LDB a Educação Infantil passou a ser o início da Educação Básica, buscando abolir a visão assistencialista e com o olhar na formação dos profissionais que atuam nessa área. Até então existem muitas barreiras na implantação da proposta, no entanto com as Leis que garantem o direito às crianças, consegue-se construir uma escola mais ativa e rica em recursos humanos e materiais. Este processo da independência leva a criança a ser capaz de fazer-se crítica, proativa e argumentadora, podendo interferir no meio em que se vive. É preciso extinguir a ideia de que a Educação infantil é apenas um espaço onde as crianças são deixadas para serem cuidadas enquanto seus pais trabalham, e sim um lugar onde desenvolvem habilidades, aprimoram o seu desempenho escolar para o futuro,
A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais (Brasil, 1998). De acordo Horn (2004, pág. 16),
“Os espaços destinados a crianças pequenas deverão ser desafiadores e acolhedores, pois consequentemente, proporcionarão interações entre elas e delas com os adultos. Isso resultará da disposição dos móveis e materiais, das cores, dos odores, dos desafios que, sendo assim, esse meio proporcionará às crianças. ” Também compartilhamos da ideia de que o espaço físico e social é fundamental para o desenvolvimento das crianças, na medida em que ajuda a estruturar as funções motoras, sensoriais, simbólicas, lúdicas e relacionais. Inicialmente as crianças tem as suas percepções centradas no corpo; concomitante com o seu desenvolvimento corporal, sua percepção começa a descentrar-se e estabelecer as fronteiras do eu e do não eu. Consequentemente, os espaços educativos não podem ser todos iguais, o mundo é cheio de contrastes e de tensões, sendo importante as crianças aprenderem a lidar com isso (CRAIDY, Carmem; 2 001 ). Lima (2001) acredita que: o espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela.
2.1.3. Espaço lúdico para o desenvolvimento das crianças O lúdico é caracterizado pela experiência de plenitude que ele possibilita a quem o vivencia em seus atos (LUCKESI, 2000). Possui extensão peculiar para todas as etapas da vida humana, pois o desenvolvimento da criança acontece através deste lúdico, já que ela precisa brincar para crescer, para encontrar o equilíbrio com o mundo (MAURICIO, 2015). Possibilita a relação da criança com o mundo externo, bem como confronta-la a vivenciar novas culturas. Segundo Zabalza citado por Forneiro (1998, pág. 2031):
“Para a criança, o espaço é o que sente, o que vê, o que faz nele. Portanto o espaço é sombra e escuridão; é grande, enorme ou, pelo contrário, pequeno; é poder correr ou ter que ficar quieto, é esse lugar onde ela pode ir para olha, ler, pensar. O espaço é em cima, embaixo, é tocar ou não chegar a tocar; é barulho forte, forte demais ou, pelo contrário, silencio, é tantas cores, todas juntas ao mesmo tempo ou uma única cor grande ou nenhuma cor.” O lúdico é efetivamente associado a educação da criança, considerado fundamental para o desenvolvimento infantil, com base na educadora Barbosa, (2016) que confirma esse argumento:
[...] considerado que é fundamental o desenvolvimento infantil integral, porem de forma que este desenvolvimento pode ser potencializado considerando as
interações lúdicas dirigidas, o faz-de-conta, o jogo, a música, a dança, as cores, a postura de quem conduz o processo de aprendizagem infantil. A criança expressa-se pelo ato lúdico, e é através desse ato que a infância carrega consigo as brincadeiras. Elas perpetuam e renovam a cultura infantil, desenvolvendo formas de convivência social, modificando-se e recebendo novos conteúdos, a fim de se renovar a cada nova geração. É pelo brincar e repetir a brincadeira que a criança saboreia a vitória da aquisição de um novo saber fazer, incorporando-o a cada novo brincar. (CRAIDY, Carmem; 2001). Piaget (1986) também afirma que, o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo. Para Piaget, a adaptação, assimilação, acomodação e equilíbrio são ações racionais, e não devem ser retiradas de todo organismo, essas estão profundamente ligadas a organização visto que são processos que se completam.
A adaptação é inerente a qualquer ser vivo. A organização reúne as questões físicas e psicológicas possibilitando a adaptação efetivada sob a assimilação e sob a acomodação. Adaptação é a relação do pensamento e das coisas ligando-se, evidentemente à equilibração. (PIAGET apud PULASKI, 1986). O RCNEI diz que por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. (Brasil, 1998).
Na área externa, há que se criar espaços lúdicos que sejam alternativos e permitam que as crianças corram, balancem, subam, desçam e escalem ambientes diferenciados, pendurem-se, escorreguem, rolem, joguem bola, brinquem com água e areia, escondam-se etc. (Brasil, 1998a, p.28) Através do lúdico com disciplinas menos complexas e mais adaptáveis, é possível realizar uma educação acolhedora que contribui para a aplicação imediata. A autora BARBOSA (2016) relata que ao estudar a ação da criança no envolvimento com o brincar, não existe a intenção por ela do resultado, não existe intencionalidade, simplesmente brincar sem buscar resultados. De acordo com Horn (2004): o brinquedo satisfaz as necessidades básicas de aprendizagens das crianças, como, por exemplo as de escolher, imitar, dominar, adquirir competências, enfim de ser ativo em um ambiente seguro, o qual encoraje e consolide o desenvolvimento de normas e valores sociais, contribui no desenvolvimento da autoconfiança, relações sociais e em suas capacidades. Com ambientes ricos de informações, as crianças conseguem demonstrar interesse, e obter conhecimentos por meio da interação com outro mundo.
2.1.4. Inclusão de crianças com necessidades especiais: escolas inclusivas Vem se constituindo como tendência internacional a Escola inclusiva. Aquela que concede espaços para todas as crianças, incluindo pessoas com necessidades especiais. Tem como objetivo criar uma pedagogia especifica para a criança, com intuito de educar, sem preconceitos, ou indiferenças. A Unesco (1996) destaca que:
A pesquisa teve natureza qualitativa, na concepção das informações, lindando com analises de estudos de casos e a utilização do método de observação. Gil (1999) e Rúdio (2002) concordam que a observação é a aplicação dos sentidos humanos para obter determinada informação sobre aspectos da realidade. Rúdio (2002) reforça que o termo observação possui um sentido mais amplo, pois não trata apenas de ver, mas também de examinar e é um dos meios mais frequentes para conhecer pessoas, coisas, acontecimentos e fenômenos. Nesse estudo, utilizou-se este método de observação para o levantamento dos problemas apresentados na instituição Anna Maria de Jesus, que foi fundamental para determinar que a relação entre os textos teóricos estudados, documentos analisados e a situação presente na creche.
2.3. Análise de Dados Para melhor compreensão sobre o tema desse artigo, será apresentado neste capitulo a análise de três estudos de casos de instituições creche, a fim de verificar as potencialidades e características de locais propícios a Educação Infantil. A análise das informações elaboradas, tanto pelas pesquisas, quanto pelos registros dos estudos de casos, foi fragmentada em elementos temáticos que se concluem. Referem-se no objetivo do bem estar das crianças que dependem dessas instituições, a organização dos espaços, a qualidade da Educação Infantil e assim como a importância da interação com os outros e com o mundo.
2.3.1. Centro de Educação Infantil Bambi Localizada em Córdoba, na Espanha e projetado pelo escritório Plan9, formado pelos arquitetos Gloria García de la Banda García e José Luque Bellido. O Centro de Educação Infantil Bambi (Figura 5), foi projetado em 2011 e possui uma superfície de 4.786 m² e área construída de 1008.0 m² (PEDROTTI, 2014).
Figura 5 – Fachada do Centro de Educação Infantil Bambi
Fonte: Fernando Alda, S/D A equipe do escritório descreve que o projeto nasce da necessidade de transferir à um novo terreno o Centro de Educação Infantil Bambi, localizado numa casa unifamiliar que teve que ser adaptada às necessidades que a legislação impunha, edificando um pavilhão novo com espaços intersticiais que permitam o desenvolvimento bem diferenciado das diferentes atividades do centro, aliado à
abundante vegetação, faziam do centro um lugar agradável para as crianças, dando um valor agregado que o diferenciava de outros centros da cidade de Córdoba. Era fundamental transferir este conceito ao novo lugar (PEDROTTI, 2014). Na Figura 6 mostra a implantação o desenho da edificação resultou em um “V” adaptando-se a topografia e a vegetação existente, o terreno é livre, faz frente à três ruas, e uma zona jardinada, tinha como exigência certos condicionamentos para adaptação ao programa: manter a topografia peculiar e as arvores existentes (PEDROTTI, 2014).
Figura 6 – Implantação
Fonte: Archdaily, 2014
Condicionantes que pareciam dificuldades, foram convertidos em aliados. A topografia permitiu que os dois pavimentos do edifício fossem acessíveis a partir da rua pública e que as áreas para brincadeiras estivessem no mesmo nível das salas de aula, como mostra a Figura 7. Respeitar as árvores ajudou numa distribuição menos rígida e mais integrada, fazendo com que elas fossem participantes do projeto (PEDROTTI, 2014).
/Figura 7 – Corte
Fonte: PEDROTTI, 2014 O edifício foi dividido em três salas de aula para o primeiro ano, três salas para o segundo dirigida a ala oriente. Já na ala ocidental, estão a aula matinal, refeitório e cozinha, sala de professores e área administrativa. Na Figura 8 (d e e) mostra a planta baixa térreo dividida da seguinte forma: cozinha, refeitório, vestiário/banheiro, sala de aula matutina, sala de 2 a 3 anos, zona de mudança, sala de 1 a 2 anos, berçário, sala de 0 a 1 ano, e armazenamento. No superior: hall, aconselhamento, secretaria, sala
O projeto foge da imagem de centro tradicional, tanto a nível de linguagem, funcionalmente e também no construtivo, através da utilização de sistemas industrializados. A cobertura e a disposição ortogonal do edifício se resolveram através de pórticos metálicos forjados em chapas metálicas. Na Figura 10 , mostra como contraste, recorreram a um padrão de cores para a fachada de tons brancos e quentes, laranjas e amarelos, cores que fomentam a aprendizagem, a atenção e o relaxamento, a ala administrativa é pintada em tons azulados (PEDROTTI, 2014).
Figura 10 – Fachada
Fonte: Fernando Alada, S/D
2.3.2. Instituto Cadê Bebê O Instituto Cadê Bebê (Figura 11 ), está localizado em Itaim Bibi, no São Paulo, projetado pelo escritório Basiches Arquitetos Associados. Foi realizado entre 2012 e 2013, com uma área do terreno de 302 m² e área construída de 500 m², é um espaço de educação e convivência, para crianças de 0 a 6 anos e familiares. Tem como proposta atividades abertas, ampliando brincadeiras e diversões. Bebês menores que 3 anos devem estar acompanhados por um adulto de referência (CADÊ BEBÊ, S/D). O principal desafio foi conseguir criar um ambiente lúdico e com linguagem contemporânea, para uma tipologia voltada para a educação, comenta o arquiteto José Ricardo Basiches (apud MARQUES, Ana; 2016).
Figura 11 – Cadê Bebê
u Fonte: Ricardo Bassetti, S/D
O projeto é uma reforma de uma residência, a estrutura foi mantida, resultando assim, em um projeto mais econômico. Os ambientes foram desenhados de acordo com o programa dinâmico proposto pelo Cadê Bebê, incluindo, por exemplo: brincadeiras, oficinas, dança, pintura, música e jardinagem (MARQUES, Ana; 2016). Com objetivos de conseguir resolver espacialmente os diferentes tipos de atividades sem criar um espaço visualmente carregado e confuso. Queriam criar uma identidade e dar personalidade para o lugar, encantando à primeira vista, declara o arquiteto e sócio Ronaldo Shinohara. No pavimento térreo (Figura 12, f), consistiu em criar dois espaços abertos, sem divisões, são integrados as áreas externas e ligados as salas menores do pavimento superior. O projeto tem uma área ampla de convivência no térreo, na parte frontal do edifício, possui um recuo, e nele foi ocupado por um jardim com playground descoberto, a recepção e a galeria de acesso se agregam a ele. Na lateral também possuem recuos que permitem a entrada de luz natural e como mostra a Figura 12 (g) abriga um jardim com horta e instrumentos musicais alternativos fixados no muro (MARQUES, Ana; 2016).
(^1) Disponível em: < http://www.cadebebe.com.br/nossa-casa >. Acesso em Maio, 2018.
Figura 12 c) Planta baixa térreo
Fonte: Cadê Bebê^1 , 2017 d) Vista do muro com instrumentos musicais e o jardim com horta
Fonte: Ricardo Bassetti, S/D
fossem problema, e como solução, escolheram um forro com maior absorção acústica (MARQUES, Ana; 2016). Ricardo Basiches destacou que todos os ambientes foram pensados e voltados para o convívio e a interação entre as crianças e os pais (apud MARQUES, Ana; 2016).
2.3.3. Contextualização de Lajinha - MG A cidade tem a localização brasileira e está situada no estado de Minas Gerais. Está a 375 quilômetros da capital, e faz divisa com o estado de Minas Gerais. Tem a agricultura o cultivo do café e no comercio como principal atividade na economia. De acordo com a estimativa do IBGE 2017, a cidade conta com 20.301 habitantes.
Figura 1 - Mapa de Localização
Fonte: Google Imagens, 2018
2.3.4. Creche Anna Maria de Jesus A pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal de Educação Infantil, na qual chamada Anna Maria de Jesus (Figura 2), está localizada em um bairro próximo ao centro, cerca de 220m, atendendo a uma população carente em sua maioria, que beneficia cerca de 88 crianças na creche e 5 pré-escola, segundo o site Edu.
Figura 2 – Imagem da instituição Anna Maria de Jesus
Fonte: Própria, 2018
Segundo o site Lajinha, o projeto surgiu através de uma reforma de uma residência antiga, que possuía uma ampla área de lazer, onde com incentivo da prefeitura, deram início as mudanças em 1988, e sua conclusão em 1992. O terreno possui uma área de 58 8,8 m², e área de ocupação de 350 m², a Figura 3 mostra a planta baixa térreo onde pode-se observar como são organizadas as divisões de cada ambiente: hall de entrada, secretaria, banheiro funcionários, sala de tv/vídeo, sala, banheiro crianças, berçário, refeitório, banheiro crianças anexo ao refeitório, cozinha, despensa, playground e áreas externas descobertas (Figura 3).
No pavimento térreo, consistiu em dois espaços externos abertos, que possuem acessos por corredores e ligados ao refeitório, e a escada de acesso ao pavimento superior com acesso somente para funcionários, onde possui área de lavanderia e lavadouro. O projeto tem uma área pequena de convivência no térreo, na parte frontal do edifício possui um recuo, com um hall de entrada, onde se dá acesso a secretaria, nas partes laterais, possuem dois recuos que permitem a entrada de luz natural, sendo um de cada lado. No esquerdo (Figura 4 a) possui um pátio descoberto cimentado, já no lado direito (Figura 4 b) foi ocupado por um playground descoberto.
Figura 3 – Planta baixa térreo
Fonte: Prefeitura Municipal de Lajinha - MG, S/D
integração das salas de aulas com o exterior. Como forma de servir como barreira acústica, foi adotado um conceito de fazer com que o local fosse um ponto de paz em meio a urbanização. A ideia de permanecer vegetação ajudou a diminuir os ruídos e ainda trazer conforto térmico para o ambiente, de maneira a beneficiar não somente as pessoas ao redor, como também com as crianças dentro e fora da edificação. Em relação ao projeto do Cadê Bebê, ao contrário do Centro de Educação Infantil Bambi, o interesse vem devido a ser um edifício voltado para seu interior, essa foi a forma trabalhada pelos arquitetos para diminuir os sons emitidos pelas crianças, tornando-se também seu diferencial. Destacando também como fatores positivos do projeto, está a questão da sustentabilidade, os arquitetos fizeram questão de se preocuparem com o conforto das crianças, o design contemporâneo tanto nas pinturas quanto nos mobiliários, não esquecendo a funcionalidade, o conceito lúdico e as iluminações adaptadas. A creche Anna Maria de Jesus , é uma construção antiga e podemos considerar que em termos de espaço físico para a pratica de atividades é inferior ao apresentado pelas outras instituições. Suas condições de desenvolvimento são precárias, as crianças não possuem um espaço para brincar tanto dentro de sala de aula, quanto no parque descabido pela falta de superfície com gramado ou arborização, e um playground adequado, corredores apertados, banheiros não adaptados, e iluminação quase que insuficiente. Colocando os três projetos na balança, pode-se afirmar que em relação ao que se propuseram a realizar, a Anna Maria de Jesus, que mesmo sendo uma adaptação de uma antiga residência a uma instituição de Educação Infantil, não foi projetada de maneira que fosse funcional, e adequada, que fosse convidativa às crianças. Os outros dois fizeram de modo que conseguiram agregar conforto, beleza e funcionalidade. Um de forma mais convencional e o outro de forma criativa. Os dois projetos contam com programas que atendem às necessidades dos usuários, fornecendo espaços adequados, propostas de lazer e interação. Essa comparação leva a entender que é possível fazer um bom trabalho independentemente do espaço que será usado, e que sempre existirá soluções que se adaptam a cada tipo de problema.
Com o presente artigo foi possível observar a importância dos espaços na Educação infantil, logo de acordo com as ideias dos autores citados ao longo da pesquisa essa qualidade retrata a contribuição para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, tal como despertar a criatividade e criar a interação com o mundo. Com base nessas ideais é possível compreender que alguns elementos são determinantes já na construção da edificação, como por exemplo, as dimensões dos ambientes, a localidade dos banheiros, as demais dependências da escola, a iluminação, e a ventilação. Também é possível citar três fatores importantes que contribuem para o planejamento de espaços, são eles: a possibilidade de interação entre crianças; possibilidade de transformação dos espaços; e possibilidade de movimento. Este trabalho tomou como reflexão, um olhar especial aos espaços da sala de aula e as interações de aprendizagem das crianças. Dessa maneira, infere-se que o
ambiente pode fazer muita diferença nas relações das crianças, tanto individual quanto coletivo. Daquilo que foi estudado, observado e pesquisado durante a elaboração deste artigo, nota-se que há uma preocupação com o conforto ao criar espaços onde despertam a criatividade e interesse das crianças. Os resultados obtidos com esta pesquisa conduzem a compreender que uma instituição de Educação Infantil, que priorizasse o espaço seria um benefício a cidade e sua população. Significando um local gerador de educação e relações sociais, além de ser um espaço destinado ao lazer das crianças que passam a maior parte do seu dia ali.