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Tao Te Ching: O Tratado do Caminho e da Virtude - Tradução e Análise, Resumos de Tradução

Assim, a primeira produção foi o PDF Chong Xu. Zhen Ching (“Tratado do Vazio ... O Tao Te Ching (道德經), obra fundamental na Tradição Taoísta, foi.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Fatima26
Fatima26 🇧🇷

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Tao Te Ching
O Tratado do Caminho e da Virtude
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Baixe Tao Te Ching: O Tratado do Caminho e da Virtude - Tradução e Análise e outras Resumos em PDF para Tradução, somente na Docsity!

Tao Te Ching

O Tratado do Caminho e da Virtude

LAO TZU (老子)

TAO TE CHING (道德經)

O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE

Tradução do Chinês Antigo para o Português: Fāng Chén (芳晨) Revisão e sugestões: Jozias Martini 2019

Atenção:

▪ Essa tradução está devidamente registrada na Biblioteca Nacional. ▪ Essa tradução não pode ser comercializada sem a autorização prévia do tradutor. ▪ Essa tradução é de livre distribuição, podendo ser inclusive e impressa, desde que não haja monetização. ▪ Qualquer trecho do texto pode ser reproduzido desde que devidamente referenciado. Registro nº 801.465. Biblioteca Nacional

Nota sobre o Projeto Luz do Oriente

21 de dezembro de 2017: O Projeto Luz do Oriente visa difundir a sabedoria oriental no Brasil por meio da produção de PDFs em alta qualidade, com tradução e revisão de textos, clássicos e modernos, fundamentados, de alguma forma, na sabedoria oriental. Contudo, não significa que, vez ou outra, não se venha a produzir algo baseado na sabedoria ocidental. O projeto surgiu após, ao buscar pela obra Tratado do Vazio Perfeito, de Lie-Tzu (uma das principais obras da tradição Taoista), perceber-se a escassez de livros e traduções bem-feitas e fidedignas sobre tais temas. Assim, a primeira produção foi o PDF Chong Xu Zhen Ching (“Tratado do Vazio Perfeito”), de Lie-Tzu. Embora essa seja uma das últimas publicações do projeto, senão a última; as obras já publicadas receberam versões revistas, corrigindo alguns erros presentes. Sendo assim, peço a todos aqueles que desejam receber as revisões da obras e eventuais novas publicações, de maneira a não perder nenhuma, que entrem no grupo do Projeto Luz do Oriente no Facebook. De qualquer maneira, esforçar-me-ei por difundi-las em outros grupos nessa rede social, tornando-as acessíveis a todos. Todas as obras são disponibilizadas gratuitamente pelo projeto e não devem ser comercializadas. Peço que difundam tais obras, preciosas demais para permanecerem desconhecidas. Assim, juntos, poderemos contribuir na evolução de todos aqueles que buscam a verdade e têm fome de sabedoria.

  • Shén Lóng Fēng

página e o português em outra. O que faz, além de omiterem versos, ficar difícil de saber qual verso da tradução corresponde a qual verso do chinês. Outro ponto que devo ressaltar ter ajudado bastante foram as ferramentas de busca do Microsoft® Office Word. Com elas pude buscar os ideogramas de um poema em outros poemas do texto, fazendo uma conexão melhor entre os poemas

presentes nesse tratado. Um exemplo disso é o ideograma 柔(róu) que foi, sempre

que possível, traduzido como tenro, embora pudesse ter sido traduzido como suavidade em outros poemas optei por manter a uniformidade entre os poemas. No entanto, nos poemas 10, 52, 55 e 78 foi traduzido como delicada, suavidade, flexíveis e suavidade; respectivamente, visando uma maior poeticidade. Fazer isso era bem mais difícil do que tempos atrás (como quando o Cherng traduziu o livro) uma vez que não havia tantos recursos tecnológicos disponíveis para analisar tantos ideogramas de maneira efetiva. Por esse motivo, a presente edição se trata de uma versão bilíngue: cada verso em chinês antigo com ideogramas tradicionais está seguido de sua respectiva transliteração no sistema pinyin e tradução para o português de maneira a facilitar a consulta do original. No final, existe um apêndice onde cada verso está escrito em chinês antigo com ideogramas tradicionais, seguido do verso escrito em chinês antigo com ideogramas simplificados, seguido da tradução para o português e seguido de alguns dos possíveis significados de cada um dos ideogramas do verso em questão. Eis a configuração da tradução de cada um dos versos no texto principal: Chinês antigo com ideogramas tradicionais

Transliteração no sistema pinyin

Tradução para o português

E, no apêndice, a configuração de cada um dos versos ficou: Chin ê s antigo com ideogramas tradicionais Chinês antigo com ideogramas simplificados Tradução para o português [Alguns dos possíveis significados de cada um dos ideogramas do verso em questão] O chinês é, em essência, uma língua bastante simples, desse modo, encorajo a todos que tenham dúvida sobre algum verso a consultar o apêndice ou a buscar pelo significado de cada um dos ideogramas no dicionário Pin Pin Chinese (link: http://dictionary.pinpinchinese.com/) ou no Google Translate (link: https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR), sempre do chinês para o inglês. Desse modo, poderão verificar por si mesmos o verdadeiro significado de cada verso ou então sanar possíveis dúvidas que possam surgir devido a tradução de algum trecho. Outra possibilidade de consulta é o site Wēngù (link: http://wengu.tartarie.com/wg/wengu.php?l=Daodejing&no=0) que disponibiliza o Tao Te Ching, entre outros clássicos chineses, de modo que, ao colocar o cursor do mouse sobre um cada dos ideogramas, o significado é mostrado. Ao utilizar esse último site, devo lembrar que o chinês é lido da direita para esquerda e de cima para baixo e não como no ocidente: horizontalmente e da esquerda para direita. Ao verificar os versos em chinês, lembre-se também que o chinês não possui artigos, conjugação ou concordância verbal, e que os adjetivos são comumente antepostos aos substantivos, como no inglês. É importante ressaltar que a obra em chinês foi obtida no site Dao De Jing Chinese Project. Em seguida, foi verificado e corrigido através da versão bilíngue obtida do livro do mestre Cherng. Para fazer a tradução propriamente dita, foi necessário buscar o significado de ideograma por ideograma através dos sites Google Translate e o Pin Pin Chinese-English Dictionary, além do aplicativo Pleco, para Android.

INTRODUÇÃO

Sobre a obra

O presente livro encanta por sua simplicidade e profundidade. Escrito pelo patriarca Lao Tzu, é conhecido como o livro clássico central do taoismo, cuja fama é milenar e seu conteúdo sempre atual. A obra expõe ensinamentos espirituais expressos através de versos poéticos, concisos e claros. Nestes versos, o patriarca fornece um caminho para aquilo que jaz anterior ao mundo, que nas palavras do mesmo, é um caminho de retorno. Trata do indizível, do imortal, do absoluto. Enfatiza práticas de silêncio e quietude interior, assim como ações e ensinamentos sem intenções enquanto age sob o céu e a terra. É repassada uma disciplina dos ancestrais, agindo pelo vazio, realizando pelo interior, ensinando pelo sutil. Ao mesmo tempo, é como um avô que aconselha a família. São conselhos dos grandes antigos.

O que é o Taoísmo?

Taoísmo é uma tradição espiritual bastante antiga e de origem chinesa. Por ser uma tradição ancestral, não foi fundado por nenhum grande patriarca, apesar de haver grande patriarcas na linhagem Taoísta. O Taoísmo surge a partir da própria experiência, da própria busca e da própria reflexão de inúmeros mestres ao longo do caminho. Toda essa sabedoria acabou sendo compilada até chegar no que o Taoísmo é hoje: uma doutrina, a doutrina do Tao. (Wagner Canalonga)

O que é o Tao?

Já no primeiro verso da presente obra, Lao Tzu diz: “O Tao que pode ser dito não é o Tao eterno.” Ou seja, nada do que for dito sobre o Tao pode expressar o seu sentindo integral, apenas fragmentos de observações. Cada fragmento fornece uma concepção parcial do que é o Tao. Assim, segundo os mestres taoístas, a compreensão verdadeira do Tao advém da compreensão parcial de inúmeros pontos de vista racionais combinados com a própria experiência. (Wagner Canalonga) A palavra Tao, em chinês, pode ser traduzida literalmente como caminho. Tao é um caminho que veio de um passado que não teve início e se estende para um futuro infinito. Tao, como caminho, representa o elo que liga todos os tempos. É um caminho da infinidade, que rompe a barreira do tempo e do espaço. (Wu Jyh Cherng) Caminho é aquilo que conduz de um ponto a outro, desse modo, o Tao pode ser entendido também como um processo de transformação. Assim, o Tao está relacionado com a transformação das coisas e dos seres, impulsionando e inibindo-as. (Wagner Canalonga) Portanto, o Tao também pode ser entendido como fluxo natural pelo qual o universo segue e se transforma. (Laércio Fonseca)

O Tao é grande o suficiente para abraçar o universo inteiro e pequeno o suficiente para habitar menor partícula existente. É origem de todas as coisas e todos os seres. Inclusive, é a raiz da manifestação do teu próprio ser, dessa maneira, é possível acessá-lo a partir da própria existência. Mergulhar a consciência e a percepção da energia sutil do corpo em direção a essa raiz profunda permite a experiência do Tao pela própria manifestação. (Wagner Canalonga) Quando inquiridos pelos curiosos ou pelos discípulos sobre o que buscavam, os mestres taoístas respondiam: “Eu busco o Tao.” Disso subentende que eles procuravam o caminho da infinidade, o caminho do Absoluto. Buscavam a absoluta libertação de seu espírito. Ansiando por uma forma de viver sem limites, procurando respirar com uma simples respiração, olhar com um simples olhar, escutar com o silêncio interior. Caminhando sem rancor, sem complexos, sem anseios e sem remorsos. Vivendo com paz no coração e com liberdade no mundo. (Wu Jyh Cherng)

A lenda de Lao Tzu

Lao Tzu possui várias grafias tais como Laozi e Lao-Tsé. Em chinês 老子, lǎo ( 老 ) significa venerável, velho, de todos os tempos, muito; e zǐ ( 子 ) significa pequeno, criança, filho, semente. Assim, seu nome pode ser traduzido literalmente para jovem velho e ser entendido como alguém que alcançou a velhice cedo, ou seja, a sabedoria. Diz a lenda que Lao Tzu viveu no século VI a.c. Passou a primeira metade da sua vida – cerca de quarenta anos – na corte imperial da China, trabalhando como historiador e bibliotecário. Ao chegar na metade da vida, Lao Tzu decidiu abandonar a corte imperial, retirando-se como eremita para a floresta, onde passou a segunda metade de sua longa vida a estudar, meditar e viver o Tao.

Por volta dos 80 anos, Lao Tzu, ao cruzar a fronteira do ocidental da China deparou-se com o guarda da divisa (outras versões dizem que seria um astrôlogo que havia previsto a passagem de um sábio pela fronteira) que lhe pediu um resumo da sua filosofia, de maneira que sua sabedoria não se perdesse. Assim Lao Tzu o entregou um pequeno manuscrito que mais tarde viria a ser chamado de Tao Te Ching, ou Livro do Caminho e da Virtude. Conta a lenda que após cruzar a fronteira, Lao Tzu desapareceu, sem deixar rastros de sua vida ulterior. E então o Tao Te Ching passou a ser disseminado por toda a China, e é transmitido até os dias de hoje.

此兩者,同出而異名。

cǐ liǎng zhě, tóng chū ér yì míng.

Ambos possuem a mesma origem, mas são distintos em seus nomes.

同謂之玄。

tóng wèi zhī xuán.

O comum entre os dois se chama Mistério.

玄之又玄,衆玅之門。

xuán zhí yòu xuán, zhòng miào zhī mén.

O mistério dos Mistérios é o portal para todas as maravilhas.

[1] Tradução literal do verso: “O sem-nome é a origem do céu e da terra.” [ 2 ] Nota explicativa: 无欲 (wú yù) pode ser traduzido como “não possuir desejos”, desse modo, não-aspiração significa ausência de intensão ou desejos. [ 3 ] Nota explicativa: 有欲 (yǒu yù) significa literalmente “ter desejos”.

天下皆知美之為美,斯惡已。

tiān xià jiē zhī měi zhī wéi měi,sī è yǐ.

Da consciência do belo, concebe-se o feio.

[ 4 ] 皆知善之為善,斯不善已。

jiē zhī shàn zhī wéi shàn,sī bù shàn yǐ.

Da consciência do bom, concebe-se o mau.

[ 5 ] 故有無相生。

gù yǒu wú xiāng shēng.

A existência e a não-existência criam um ao outro.

難易相成。

nán yì xiāng cheng.

O difícil e o fácil complementam um ao outro.

長短相较。

zhǎng duǎn xiāng jiào.

O longo e o curto definem um ao outro.

高下相傾。

gāo xià xiāng qīng.

O forte e fraco estabelecem-se um pelo outro.

功成而不居。

gōng chéng ér fú jū.

completa o mérito, mas não reside.

[ 7 ] 夫唯不居,是以不去。

fū wéi fú jū,shì yǐ bù qù.

Ele apenas não reside e, assim, sua obra prospera.

[ 4 ] Tradução literal do verso: “Os seres sob o céu reconhecem a própria beleza como bela, esse já é o feio.” [ 5 ] Tradução literal do verso: “Todos reconhecem o próprio bem como bem, esse já não é o bem.” [ 6 ] (^) Nota explicativa: 无为 (wú wéi) é traduzido, literalmente, como “não-ação” ou “não-agir”. No entanto tem o significado de ação sem esforço, ou ação alinhada com o fluxo natural do universo. Ou seja, não-ação é a ação que não se contrapõe à ordem natural das coisas. [ 7 ] Nota explicativa: 居 (jū) é traduzido como residir no sentido de ficar parado ou se estabelecer em um lugar.

不尚賢,使民不爭。

bù shàng xián,shǐ mín bù zhēng.

Não exalta os homens eminentes, assim mantém o povo alheio às

disputas.

不貴難得之貨,使民不為盜。

bù guì nán dé zhī huò,shǐ mín bù wéi dào.

Não exibe valiosas posses de difícil aquisição, assim mantém o povo

alheio à cobiça.

[ 8 ] 不見可欲,使民心不亂。

bù jiàn k ӗ yù,shǐ mín xīn bù luàn.

Não suscita os desejos, assim mantém o coração do povo alheio à

agitação.

是以聖人之治,虛其心,

shì yǐ shèng rén zhī zhì,xū qí xīn,

Desse modo, o sábio governa com o coração

[ 9 ]

vazio,

實其腹,

shí qí fù,

preenche seu âmago,