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Surdez Ocupacional, Notas de estudo de Segurança do Trabalho

Os Ruidos e suas consequencias

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 29/07/2012

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felipe-nogueira-27 🇧🇷

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UTRAMIG
FUNDAÇÃO DE EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO DE MINAS GERAIS
CURSO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
SURDEZ OCUPACIONAL
André Fernandes
Felipe Nogueira
Roberto Araújo Duarte
Nova Lima
2012
ROBERTO ARAÚJO DUARTE
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UTRAMIG

FUNDAÇÃO DE EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO DE MINAS GERAIS

CURSO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

SURDEZ OCUPACIONAL

André Fernandes

Felipe Nogueira

Roberto Araújo Duarte

Nova Lima 2012

ROBERTO ARAÚJO DUARTE

SURDEZ OCUPACIONAL

Trabalho apresentado à Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais, como requisito para obtenção do título de técnico em segurança do trabalho. Orientador: Érica

Nova Lima 2012

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO.......................................................................................................

2 – CONCEITO............................................................................................................

3 – SINTOMATOLOGIA...............................................................................................

4 - EFEITOS À SAÚDE................................................................................................

4.1 Perda Auditiva.................................................................................................

1 – INTRODUÇÃO

Os problemas relacionados à perda auditiva, à muito tempo vem preocupando os médicos do trabalho, bem como os componentes do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) de acordo com DE VASCONCELOS e GAZE (2009). Prova disso é a obra do médico italiano, BERNARDINO RAMAZZINI (XVIII) citado por MAIA (2002), escrita no século XVIII, com o título de “ De Morbis Artificum Diatriba”; que significa, “As doenças dos Trabalhadores”. Nesta obra Ramazzini analisa as enfermidades de 54 doenças laborais da época, na qual ele sugere medidas preventivas a serem adotadas, tais como ficar exposto o menor tempo possível aos agentes agressivos ao organismo humano. Dentre essas 54 doenças se enquadra o problema da perda auditiva dos trabalhadores. Segundo BARROS (1998), a audição envolve um rico entrelaçamento de fatores que poderiam ou não, ser a causa das perdas de audição e estas são classificadas segundo à sua localização topográfica (condutivas, sensorioneurais, mistas, centrais e funcionais) ou conforme sua expressão clínica (hipoacusia, disacusia, surdez e anacusia).

BARROS (1998) nos adverte que escutar e falar são os modos mais comuns da comunicação humana. Uma perda auditiva induzida por ruído obviamente causa graves problemas na comunicação auditivo-oral e é justamente pensando na solução destes problemas que iremos buscar soluções para efeitos devastadores sobre a perda da capacidade auditiva por ruídos ocupacionais.

A questão do ruído ocupacional abrange uma série de fatores e deveria ser tema de novas pesquisas e discussão para uma constante e melhor solução, antes de acusarmos um determinado fator, como sendo o único responsável por esta perda auditiva detectada.

Diante dos problemas e questões abordadas acima iremos desenvolver um trabalho aprofundando e explanando um pouco mais sobre o tema “Surdez Ocupacional”.

2 – CONCEITO

Segundo BARROS (1998), a surdez ocupacional ou perda auditiva induzida por ruído ocupacional (PAIRO) é um distúrbio auditivo que afeta muitos trabalhadores expostos a ambientes de trabalho.

De acordo com GANIME, J.F.; ALMEIDA DA SILVA, L.; ROBAZZI, ML DO CC; VALENZUELA Sauzo, S. Faleiro (2010) surdez ocupaiconal é a mudança permanente do limiar decorrente de um trauma acústico crônico e se caracteriza por ser do tipo sensório-neural, geralmente bilateral e simétrica, irreversível, de grau leve nas freqüências baixas e severo nas freqüências altas, com configuração audiométrica típica (entalhe em forma de V) na faixa de freqüências de 6000, 4000 e/ou 3000 Hz, que progride lentamente nas freqüências de 8000, 2000, 1000, 500 e 250 Hz e atinge seu nível máximo, nas freqüências mais altas, nos primeiros 10 a 15 anos de exposição estável a nível de pressão sonora (NPS) elevados e que interrompe sua progressão uma vez cessada a exposição

O indivíduo portador desta lesão irreversível e insidiosa, muitas vezes não percebe de imediato quando sua comunicação é prejudicada. Contudo o seu portador adquire uma série de incapacidades auditivas ou distúrbio auditivo (perda ou anormalidade de estrutura ou função, podendo ser anatômico-fisiológica ou psicológica. Implica em dano, prejuízo, piora ou debilita a função auditiva, tanto no sentido orgânico como funcional e handicap (pessoas cujas possibilidades de conservar suas atividades profissionais estão reduzidas, após insuficiência e diminuição de sua capacidade auditiva) que podem interferir em sua vida profissional, familiar e social.

Essas incapacidades (referem-se à restrição ou impedimento, resultante da perda auditiva, na habilidade ou performance considerada normal para aquele indivíduo) auditivas podem também prejudicar o trabalhador em relação a sua segurança e ascensão profissional, além dos riscos com acidentes de trabalho serem bem maiores (BARROS 1998).

3 – SINTOMATOLOGIA

condições estáveis de ruído. Uma vez cessada a exposição ao ruído intenso, não deverá haver progressão da surdez profissional;

● além da perda auditiva podem ocorrer intolerância a sons intensos, zumbidos, dificuldades na comunicação social e outros comprometimentos orgânicos, tais como estresse, distúrbios da atenção, do sono e do humor, alterações transitórias na pressão arterial, distúrbios gástricos, entre outros sintomas.

4 - EFEITOS À SAÚDE

4.1 Perda Auditiva

Os efeitos a saúde, relacionada diretamente a perda auditiva, recebem três classificações: Trauma Acústico, Perda Auditiva Temporária e Perda Auditiva Permanente. Caso esta exposição ocorra durante o trabalho, a perda auditiva recebe o nome de Surdez Profissional ou Surdez Ocupacional. Vamos entender essas três classificações:

O Trauma Acústico: Consiste na perda auditiva de instalação súbita, provocada por ruído repentino e de grande intensidade, como uma detonação ou explosão. Em alguns casos pode ser recuperada parcialmente e com tratamentos;

Perda Auditiva Temporária : É conhecida como mudança temporária do limiar de audição, ocorre após a exposição ao ruído intenso ou por um curto período de tempo. Um ruído capaz de provocar uma perda temporária serácapaz de provocar uma perda permanente, após uma longa exposição;

Perda Auditiva Permanente: A exposição repetida ao ruído excessivo pode levar a cabo de alguns anos a uma perda auditiva irreversível. Como sua instalação é gradativa, a pessoa só se dá conta da deficiência quando as lesões já estão avançadas.

4.2 Stress

Os trabalhadores que durante o seu período laboral estejam expostos de forma prolongada à ruídos, podem desenvolver algumas das síndromes seguintes,

de acordo com NEGRÃO (2009) como por exemplo, cansaço crônico; tendência para terem insônias; doenças cardiovasculares, quando expostos a níveis de ruídos acima de 65 dB aumentam entre os 20 a 30% as chances desse mal ocorrer; Transtornos psicofísicos como a ansiedade, depressão, irritabilidade, náuseas, enxaquecas e variações de conduta, especialmente comportamentos anti sociais tais como a hostilidade, intolerância e a agressividade.

4.3 Perda de atenção, concentração e de rendimento

Fica claro que quando realizamos uma determinada tarefa, nós necessitamos de atenção e concentração, no entanto se existir um ruído além do que nosso organismo é capaz de absorver, produzirá distrações que reduzem o rendimento no ambiente ocupacional, aparecendo erros e diminuindo a qualidade e quantidade de trabalho desenvolvido. Alguns acidentes podem ocorrer devido a esse fato, como por exemplo, um operador de ponte rolante, no qual transporta chapas pesadas de ferro e qualquer distração pode gerar um acidente de circulação ou mesmo um acidente que afete tanto um equipamento como um torno ou uma calandra ou ainda um trabalhador.

4.4 Habituação ao ruído

È certo que a médio ou longo prazo o organismo se habitua ao ruído, pois na verdade não é o ouvido que se habitua com o ruído excessivo, mas sim o nosso cérebro, sem que a gente de conta, isso de acordo com ARAUJO (2002) citado pela Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Quando chega-se a tal ponto, já possuímos alguma graduação de perda auditiva, que parece ser algo normal, quando na verdade não é. Isso se dá devido a sensibilidade do ouvido e o seu preço é a surdez temporária ou permanente. Fica fácil identificar esse tipo de problema quando chegamos a um trabalhador, por exemplo, um trabalhador e perguntamos: “O Sr. não está ouvindo esse ruído alto proveniente do equipamento não?” e ele certamente responde: “Não, não, já estou acostumado”.

● Problemas de comunicação, em grupos, lugares ruidosos, no carro, ônibus, telefone e qualquer situação desfavorável para o ouvinte. HÉTU, LALONDE E GETTY (1987), e HÉTU, GETTY (1991) citado CAMPELO (2007), nos fala quanto ao handicap:

● Esforços e fadiga - atenção e concentração excessivas durante a conversação e dificuldade para compreender leitura oral; ● Stress e ansiedade-irritação e aborrecimento causados pelo zumbido, irritação e intolerância a lugares ruidosos, intolerância em interações sociais, cansaço pelos efeitos do trabalho em local ruidoso e aborrecimento pela consciência da deterioração da audição; ● Dificuldades nas relações: familiares confusões pelas dificuldades de comunicação, confusões pelo alto volume da televisão, impaciência para atividades ruidosas e impaciência com relação à reação das pessoas pela sua dificuldade auditiva; ● Isolamento, recusa a encontros, grupos de conversação, festas, deixando de freqüentar esses lugares; ● Auto-imagem negativa, incômodo por não compreender as pessoas, por estas terem de repetir freqüentemente a mensagem, com o indivíduo sentindo- se “surdo, velho ou incapaz”.

5 - MEDIDAS PREVENTIVAS

As medidas preventivas podem ser iniciadas com a adoção de Programas de Conservação Auditiva, que incluem, desde a monitorização da exposição ao ruído, controles administrativos e de engenharia, que são controles do ruído na fonte, até a realização de exames audiométricos periódicos, indicação de equipamentos de proteção individual (EPI), educação, treinamento e motivação do pessoal envolvido no programa, isso evita redução no custo com despesas médicas e ações trabalhistas. Vamos agora detalhar um pouco mais sobre as medidas preventivas.

5.1 Controles de Engenharia (Ações diretamente na fonte ou no

meio de propagação do ruído)

Podemos começar com os controles de engenharia. Essas medidas preventivas, nada mais são que o controle de ruído na fonte, fundamentalmente, as quais são definidas como qualquer modificação ou substituição de equipamentos ou relativas a fonte sonora ou no caminho de transmissão do ruído, que reduzam os níveis deste para proteção do trabalhador.

Os controles de engenharia mais frequentes envolvem:

Redução ou eliminação do ruído na fonte – substituindo engrenagens por correias ou borrachas e lubrificando adequadamente o maquinário, mudar a máquina para um área mais afastada dos demais trabalhadores, enclausurar.

Enclausuramento da fonte

● Interrupção do caminho de transmissão do ruído - implementação e colocação de barreiras acústicas no percurso fonte geradora/trabalhador, como por exemplo, materiais absorventes nas paredes, paredes anti ruídos, e barreiras durante a trajetória do ruído.

Colocação de barreiras acústicas

5.2 Medidas administrativas (Tomadas pela gerência e profissionais

do SESMT)

conservação devem conhecer a importância da audição e as implicações psico- sociais e de trabalho das perdas auditivas induzidas pelo ruído; devem ser instruídos com relação ao uso do EPI, principalmente quanto à higiene na manipulação de protetores de inserção auricular, a fim de evitarem afecções de ouvido externo; devem conscientizar-se da participação de cada elemento da empresa no cumprimento das normas exigidas para seu perfeito.

5.3 Uso do EPI (Ações tomadas diretamente no trabalhador)

O uso de EPIS auditivos para atenuar o ruído ocupacional é amplamente difundido. Os administradores frequentemente têm a compreensão errônea de que o controle do ruído através de medidas de engenharia poderia ser de difícil execução e dispendioso e com isso elas são proteladas, em alguns casos. Muitas vezes, toda a prevenção da Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional está restrita ao EPI auditivo, dada a crença de que a simples utilização do equipamento é a medida principal e plenamente satisfatória como procedimento de conservação auditiva.

Conhecemos as dificuldades que as empresas enfrentam com os empregados para usar o equipamento. A reação do trabalhador ao ruído tende a ser passiva e freqüentemente voltada para o desconforto imediato, estresse e dificuldade de concentração, mais do que no risco da perda auditiva a médio e longo prazo.

Desta forma, os esforços baseados nos meios tradicionais (palestras, filmes, controles, cartazes etc) para a utilização do EPI são infrutíferos.

Os EPIS não são utilizados com a freqüência necessária e nem com a boa vontade requerida. Além disso, existe outro aspecto que torna esse equipamento menos atraente: eles não proporcionam ao trabalhador no uso do dia a dia a mesma atenuação que o fabricante informa, e sim apenas uma fração dessa.

Como geralmente não é feito um trabalho de escolha individual, há necessidade de inferir alguns parâmetros que possam indicar se há ou não adequação ao indivíduo e ao meio em que ele trabalha.

Adoção de medidas diretamente no trabalhador.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Simone Adad - Perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de metalúrgica. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Vol.68 no.1 São Paulo May 2002. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000100008> Acesso em 21/05/2012.

BARROS, Elizabeth de Azevedo. Ruídos Ocupacionais: Seus Efeitos e Suas Leis. CEFAC - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica Audiologia Clínica. Rio de Janeiro 1998.

BRITO, V. P. S. Incidência de Perda Auditiva Induzida por Ruído em Trabalhadores de uma fábrica. CEFAC, Goiânia, 1999.

CAMPELO, Liziane Maria Pereira. Identificação de sintomas auditivos e extra- auditivos em trabalhadores expostos a níveis elevados de pressão sonora e sua relação com o tempo de exposição. Dissertação apresentada ao curso de