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Jogos Indígenas em Palmas-TO: Celebração Cultural e Luta Territorial., Exercícios de Cultura

Neste documento, aprenda sobre a realização dos 1ª edição dos jogos mundiais indígenas em palmas-to, que reuniu mais de 100 mil pessoas e 25 etnias brasileiras e internacionais. Além de jogos tradicionais, aconteceram exposições, apresentações de música e danças, e debates sobre sustentabilidade e mudanças climáticas. No entanto, a realização dos jogos foi interrompida por uma manifestação contra a pec 215, que ameaça a demarcação de terras indígenas.

O que você vai aprender

  • Quais etnias participaram dos Jogos Mundiais Indígenas em Palmas-TO?
  • O que foram os objetivos dos Jogos Mundiais Indígenas em Palmas-TO além de uma competição esportiva?
  • Qual foi a população indígena presente nos Jogos Mundiais Indígenas em Palmas-TO?

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Boto92
Boto92 🇧🇷

4.6

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De acordo com dados da Fundação
Nacional do Índio (Funai), o estado do
Tocantins tem uma população apro-
ximada de 10 mil indígenas. Krahô,
Krahô Canela, Karajá, Karajá Xam-
bioá, Apinajé, Xerente e Javaé são algu-
mas das etnias distribuídas em mais de
82 aldeias. Entre 19 de novembro e 1º
de dezembro de 2015, no entanto, essa
população se multiplicou. A capital de
Tocantins, Palmas, recebeu a 1ª edição
dos Jogos Mundiais Indígenas, que teve
como lema “Agora somos todos indíge-
nas”. Segundo o Ministério do Esporte,
104 mil estiveram nos jogos, injetando
R$ 2,5 milhões na economia do esta-
do. A programação foi intensa com a
participação de 24 etnias brasileiras, 23
delegações de outros países. 1129 atle-
tas indígenas nacionais e 566 interna-
cionais. 250 pessoas participaram dos
jogos como voluntários e 300 jornalis-
tas nacionais e de outros países fizeram
a cobertura do evento. Os Jogos Mun-
diais Indígenas foram patrocinados pe-
las Nações Unidas e pelo Ministério do
Esporte e coordenados pelo Comitê In-
tertribal, Memória e Ciência Indígena
e pela prefeitura da cidade de Palmas.
A programação foi dividida em jogos de
integração, com atividades tradicionais
praticadas pelos povos indígenas brasi-
leiros como arco e flecha e arremesso de
lança; jogos de demonstração, aqueles
específicos de determinada etnia como
a corrida com toras, jogo de bola com
a cabeça, peteca entre outros; e, final-
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al, que viabiliza a participação efetiva
da sociedade civil na formulação de
políticas públicas para o setor.
O estado também mantém interes-
santes iniciativas visando à formação
de público para o cinema de arte e o
cinema nacional, como as ações da
Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj),
vinculada ao Ministério da Educação,
que já abrigou diversos cineclubes e
mostras. Em 1998, a Fundaj inaugu-
rou o Cinema da Fundação, cuja pro-
gramação é feita pelo cineasta Kleber
Mendonça Filho e pelo jornalista Luiz
Joaquim. Entre outras ações, o espaço
exibe filmes que dificilmente entra-
riam no circuito comercial. O Cinema
São Luiz, cujo prédio foi tombado pe-
la Fundação do Patrimônio Artístico
e Cultural de Pernambuco em 2008,
também adotou uma programação de
filmes de fora do circuito comercial,
com ingressos a preços mais acessíveis.
Além disso, Pernambuco ainda abriga
importantes festivais de cinema, que
contribuem para a divulgação e exibi-
ção de filmes, tais como o Cine-PE, já
em sua 19ª edição, e o Janela Interna-
cional de Cinema de Recife, que com-
pletou sete edições em 2015.
BRodagem
Outro diferencial do ci-
nema pernambucano é a chamada
“brodagem” (“brother” e “cama-
radagem”), uma maneira de fazer
filmes de forma colaborativa, acio-
nando redes de amigos e conhecidos
para viabilizar as produções. Longe
dos grandes centros, com falta de
infraestrutura técnica, pouca mão
de obra qualificada e trabalhando
com baixos orçamentos, a “broda-
gem” é uma importante estratégia
para driblar as dificuldades. Para a
diretora Adelina Pontual essa é uma
das principais características do ci-
nema pernambucano. “Existe esta
mobilização grande em torno das
produções. Os amigos se ajudam
para concretizar os projetos, inter-
cambiando funções, mobilizando
esforços, às vezes até trabalhando
com cachês simbólicos”, conta.
Paula Gomes
EsportEs
Somos todos
indígenas
Protagonismo
feminino
A despeito dos benefícios, a
“brodagem” já foi criticada por
restringir a participação feminina
nas produções, especialmente
na direção. “A questão do
protagonismo masculino perpassa
toda a história do cinema mundial.
No cinema pernambucano não
é diferente”, afirma a cineasta
Adelina Pontual. Ela lembra
que no Ciclo do Super-8 o único
nome feminino de destaque
era o da realizadora Kátia
Mesel que, por sinal, continua
produzindo. “A minha geração,
que começou a participar de
projetos cinematográficos no
final dos anos de 1980 e início dos
anos de 1990, está desenhando
um cenário diferente”, acredita
a diretora. Além dela, o cinema
de Pernambuco tem roteiristas,
produtoras, técnicas de som e na
fotografia. “Se analisarmos por
este prisma, fomos até inovadores:
fotografia e som, até hoje, são
searas bastante restritas para as
mulheres”, finaliza.
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Baixe Jogos Indígenas em Palmas-TO: Celebração Cultural e Luta Territorial. e outras Exercícios em PDF para Cultura, somente na Docsity!

De acordo com dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), o estado do Tocantins tem uma população apro- ximada de 10 mil indígenas. Krahô, Krahô Canela, Karajá, Karajá Xam- bioá, Apinajé, Xerente e Javaé são algu- mas das etnias distribuídas em mais de 82 aldeias. Entre 19 de novembro e 1º de dezembro de 2015, no entanto, essa população se multiplicou. A capital de Tocantins, Palmas, recebeu a 1ª edição dos Jogos Mundiais Indígenas, que teve como lema “Agora somos todos indíge- nas”. Segundo o Ministério do Esporte, 104 mil estiveram nos jogos, injetando R$ 2,5 milhões na economia do esta- do. A programação foi intensa com a participação de 24 etnias brasileiras, 23 delegações de outros países. 1129 atle- tas indígenas nacionais e 566 interna- cionais. 250 pessoas participaram dos jogos como voluntários e 300 jornalis- tas nacionais e de outros países fizeram a cobertura do evento. Os Jogos Mun- diais Indígenas foram patrocinados pe- las Nações Unidas e pelo Ministério do Esporte e coordenados pelo Comitê In- tertribal, Memória e Ciência Indígena e pela prefeitura da cidade de Palmas. A programação foi dividida em jogos de integração, com atividades tradicionais praticadas pelos povos indígenas brasi- leiros como arco e flecha e arremesso de lança; jogos de demonstração, aqueles específicos de determinada etnia como a corrida com toras, jogo de bola com a cabeça, peteca entre outros; e, final-

al, que viabiliza a participação efetiva da sociedade civil na formulação de políticas públicas para o setor. O estado também mantém interes- santes iniciativas visando à formação de público para o cinema de arte e o cinema nacional, como as ações da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), vinculada ao Ministério da Educação, que já abrigou diversos cineclubes e

mostras. Em 1998, a Fundaj inaugu- rou o Cinema da Fundação, cuja pro- gramação é feita pelo cineasta Kleber Mendonça Filho e pelo jornalista Luiz Joaquim. Entre outras ações, o espaço exibe filmes que dificilmente entra- riam no circuito comercial. O Cinema São Luiz, cujo prédio foi tombado pe- la Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco em 2008, também adotou uma programação de filmes de fora do circuito comercial, com ingressos a preços mais acessíveis. Além disso, Pernambuco ainda abriga importantes festivais de cinema, que contribuem para a divulgação e exibi- ção de filmes, tais como o Cine-PE, já em sua 19ª edição, e o Janela Interna- cional de Cinema de Recife, que com- pletou sete edições em 2015.

BRodagem Outro diferencial do ci- nema pernambucano é a chamada “brodagem” (“brother” e “cama- radagem”), uma maneira de fazer filmes de forma colaborativa, acio- nando redes de amigos e conhecidos para viabilizar as produções. Longe dos grandes centros, com falta de infraestrutura técnica, pouca mão de obra qualificada e trabalhando com baixos orçamentos, a “broda- gem” é uma importante estratégia para driblar as dificuldades. Para a diretora Adelina Pontual essa é uma das principais características do ci- nema pernambucano. “Existe esta mobilização grande em torno das produções. Os amigos se ajudam para concretizar os projetos, inter- cambiando funções, mobilizando esforços, às vezes até trabalhando com cachês simbólicos”, conta.

Paula Gomes

EsportEs

Somos todos

indígenas

Protagonismo

feminino

A despeito dos benefícios, a “brodagem” já foi criticada por restringir a participação feminina nas produções, especialmente na direção. “A questão do protagonismo masculino perpassa toda a história do cinema mundial. No cinema pernambucano não é diferente”, afirma a cineasta Adelina Pontual. Ela lembra que no Ciclo do Super-8 o único nome feminino de destaque era o da realizadora Kátia Mesel que, por sinal, continua produzindo. “A minha geração, que começou a participar de projetos cinematográficos no final dos anos de 1980 e início dos anos de 1990, está desenhando um cenário diferente”, acredita a diretora. Além dela, o cinema de Pernambuco tem roteiristas, produtoras, técnicas de som e na fotografia. “Se analisarmos por este prisma, fomos até inovadores: fotografia e som, até hoje, são searas bastante restritas para as mulheres”, finaliza.

mente os jogos ocidentais, com espor- tes incorporados pela cultura indígena como o futebol, corrida e o cabo de for- ça. Os jogos indígenas não foram con- cebidos como uma competição tradi- cional, mas como celebração, uma festa ritual em que as identidades culturais de todas as etnias presentes devem estar representadas. Mais do que um evento esportivo, o objetivo dos Jogos Mun- diais dos Povos Indígenas é valorizar a cultura indígena, proporcionar a troca de valores e de experiências entre os povos de várias nações. Nesse sentido, segundo Marcos Terena, organizador e idealizador dos jogos, esses objetivos foram atingidos.

Fotos: Assessoria de Imprensa JMPI 2015 e Mayke Toscano/GEMI/Acervo Fotos Públicas

Mais do que uma competição, os Jogos Indígenas são uma celebração