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A anatomia e fisiologia da coluna vertebral, com foco na região cervical. Aborda a cervicalgia, suas causas, sintomas, fatores de risco e diagnóstico, além de discutir os tratamentos e a importância da postura adequada. O texto é informativo e detalhado, com linguagem clara e organizada, tornando-o um recurso valioso para estudantes de saúde e profissionais da área.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
estaelly.gomes A coluna vertebral se estende do crânio até o ápice do cóccix, forma o esqueleto do pescoço e do dorso, e constitui a principal parte do esqueleto axial.
crânio, pela coluna vertebral, pelas costelas e pelo esterno. A função da coluna é proteger a medula espinal e os nervos, sustentar o peso do corpo, fornecer um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça, o que contribui para a locomoção e postura. A coluna vertebral geralmente é composta por 33 vértebras distribuídas, como na descrição a seguir:
estaelly.gomes pedículos e lâminas direitos e esquerdos.
estaelly.gomes A cervicalgia é a dor na região do pescoço. Pode está associada a acometimento de raízes nervosas causando dor na extremidade dos MMSS, denominado uma cervicobraquialgia. Na maioria das vezes, advém de um processo degenerativo ou um distúrbio funcional das estruturas ligamentares, musculares, discais e osteocartilaginosas da região cervical. A cervicalgia é uma das queixas mais comuns no dia a dia da prática clínica. Ela tem sido observada em cerca de 25% dos indivíduos na faixa etária de 25 a 29 anos e em até 50% da população com mais de 45 anos de idade. É classificada em: aguda (< 4 semanas), subaguda ( 4 a 12 semanas) e crônica (> 12 semanas). ANATOMIA ASSOCIADA A CLÍNICA A coluna cervical é a parte mais móvel da coluna vertebral, e isso acontece por algumas características estruturais especiais. Atlas (C1) e Áxis (C2): atlas (C1) sustenta o crânio e permite a inclinação da cabeça, enquanto o áxis (C2) tem uma estrutura chamada processo odontoide, que funciona como um pivô para a rotação da cabeça. A articulação entre essas duas vértebras (atlantoaxial) é a principal responsável pelo movimento de rotação do pescoço. Outras vértebras cervicais: Da terceira até a sétima vértebra cervical, a coluna tem uma curvatura voltada para frente (lordose cervical). Essas vértebras se conectam por discos intervertebrais e duas articulações importantes: o Zigoapofisárias (facetárias): Permitem pequenos movimentos de rotação e inclinação lateral. o Uncovertebrais (de Luschka): Estão localizadas nas laterais das vértebras e ajudam na estabilidade da coluna cervical. Alterações nessas estruturas podem causar dor no pescoço (cervicalgia), mas isso é menos comum, exceto em pessoas com artrite reumatoide. Protusões discais, acometimento das articulações citadas acima, processos degenerativos com formação de osteófitos, podem levam à compressão das raízes nervosas cervicais. Entretanto, a sintomatologia relacionada ao acometimento é relativamente rara, pois existe o processo unciforme, que atua como uma barreira protetora. Nesse sentido, as raízes nervosas anteriores, pela maior proximidade com os processos unciformes são menos suscetíveis à compressão. FATORES DE RISCO (^) Ocupação: trabalhadores manuais, carga de trabalho pesada; (^) Estresse físico; Nível educacional; Depressão; É mais frequente em mulheres e aumenta com a idade; Síndrome metabólica e IMC alto estão mais relacionados à cervicalgia crônica. CAUSAS Posturais; Compressivas (hérnia discal e estenose vertebral); Degenerativas (osteoartrite, doença degenerativa discal); Infecciosas (discite vertebral por tuberculose ou estafilococos);
estaelly.gomes Inflamatórias (artrite reumatoide e espondilite anquilosante); Metabólicas (osteoporose com fratura patológica); Tumorais (metástases ou lesões primárias); Deformidades vertebrais (dorso curvo juvenil ou doença de Scheuermann); Traumáticas. OBS: A maioria das dores no pescoço (cervicalgias) de origem mecânica não tem uma causa exata definida. Dor aguda: Pode ocorrer quando uma pequena estrutura dentro da articulação zigapofisária (menisco intra-articular) fica "preso" em um espaço maior da cápsula da articulação. Isso pode causar inflamação, dor e rigidez, que melhoram quando o menisco volta ao lugar. Dor crônica: Ainda não se sabe ao certo o que a causa. ETIOPATOGENIA A simples compressão da raíz nervosa não causa dor. É preciso que, além da compressão, haja inflamação para o desenvolvimento da dor. As cervicalgias agudas podem ocorrer como um sintoma de patologias subjacentes inflamatórias, infecciosas ou tumorais. Mais frequentemente, as cervicalgias ocorrem em razão de distúrbios mecânicos e musculoesqueléticos inespecíficos. São situações geralmente benignas e autolimitadas. Entretanto, as cervicalgias crônicas estão mais relacionadas a traumas e fatores ocupacionais. Nesse sentido, fatores posturais, principalmente hiperflexão prolongada da coluna cervical, também podem desencadear a dor em consequência do estiramento das articulações zigoapofisárias posteriores. A prevalência de processos degenerativos aumentam com a idade, chegando a ser um achado quase universal em pessoas com mais de 65 anos de idade. Com o processo de envelhecimento normal, o disco intervertebral cervical desidrata e sofre um processo de fragmentação e fissuração posterior. A principal causa das neuralgias cervicobraquiais são alterações degenerativas progressivas com a idade, que comprometem o disco, as vértebras, os processos uncinados e as facetas. CAUSAS DE DOR CERVICAL Dor e desconforto cervical, habitualmente com restrições dos movimentos da coluna e dolorimento à palpação da musculatura cervical e trapézio. Sem sintomas neurológicos. Pode ocorrer em pacientes mesmo jovens, e o estresse físico do dia a dia, a postura inadequada, principalmente relacionada à ocupação do paciente, e a baixa qualidade do sono predispõem a dor miofascial. Ocorre devido a uma degeneração discal. O paciente apresenta dor e desconforto aos movimentos, com restrição de sua amplitude, e é comum a presença de espasmos da musculatura cervical. As alterações degenerativas visíveis a radiografia simples, por si só, não são suficientes para confirmação diagnóstica, apesar de mostrarem alterações estruturais As articulações zigoapofisárias podem causar dor no pescoço, principalmente após traumas ou posturas prolongadas com o pescoço inclinado para trás. (^) Sintomas: A dor costuma ser mais lateralizada, podendo irradiar para o ombro e a região próxima à escápula. Diagnóstico: Se a dor melhora após uma injeção de anestésico na articulação, isso confirma que ela é a fonte do problema. A compressão de uma raiz nervosa pode causar fraqueza, alteração na sensibilidade e/ou dor, dependendo da raiz afetada e da gravidade. Dor: Mais intensa no braço do que no pescoço. Outros sinais: Reflexos, sensibilidade e força podem estar comprometidos. Diagnóstico: Os sintomas pioram com testes específicos que provocam a compressão do nervo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A principal manifestação é a dor. Em casos agudos, com etiologia mecânico-postural, além da dor, os achados usuais são restrição de movimentos e contratura muscular. Parestesias, diminuição de força e dor do tipo “choque” indicam radiculopatia por provável hérnia de disco cervical. Para definir qual a raiz cervical está acometida, deve-se analisar os reflexos tendinosos que podem estar abolidos ou reduzidos e os dermátomos com alteração de sensibilidade. Dor de caráter noturno, que pode acordar o paciente, leva à suspeita de doenças malignas. Febre, inapetência e perda de peso sugerem, principalmente, infecções vertebrais, mas podem
estaelly.gomes RM: É o padrão-ouro para avaliar hérnias discais cervicais (hérnia de disco mole), mielopatia cervical, hérnia de disco torácica, fraturas por osteoporose e tumores vertebrais, além de detectar processos infecciosos. Cintilografia óssea: exame de triagem para lesões tumorais, infecção e fraturas por osteoporose. Eletroneuromiografia: útil para o diagnóstico de lesões compressivas de nervos periféricos. Pode ser normal em casos de hérnias discais com radiculopatia. ESCALA DA AVALIAÇÃO DA DOR Existem a escala analógica visual (EAV) e a escala verbal numérica para avaliação da dor. A escada analgésica da OMS orienta o tratamento da dor. Na dor crônica, começa-se com analgésicos leves e aumenta-se a intensidade conforme necessário. Na dor aguda, inicia-se com opioides fortes e técnicas invasivas por curto período, esperando que a dor diminua à medida que o quadro agudo se resolve. TRATAMENTO O tratamento da cervicalgia depende da causa. Nas cervicalgias sintomáticas, foca-se na patologia subjacente, enquanto nas mecânicas, o objetivo é reduzir a dor e melhorar a função. NÃO MEDICAMENTOSO Colar cervical de espuma (não usar por mais de 10 dias, pois atrofia a musculatura paravertebral). Fisioterapia. Tração cervical. Acupuntura. Alguns casos têm indicação de tratamento cirúrgico (absoluta [mielopatia cervical] e relativa [hérnia discal, fraturas por osteoporose]). MEDICAMENTOSO AINES A classe inclui: derivados do ácido salicílico (ácido acetilsalicílico [AAS], difluni-sal e salsalato). do ácido propiônico (ibuprofeno, fenoprofeno, flurbiprofeno, cetoprofeno, naproxeno e oxaprozina). do ácido acético (diclofenaco, etodolaco, indometacina, cetorolaco, nabumetona, sulindaco e tolmetina). do ácido enólico (meloxicam e piroxicam), de fenamatos (ácido mefenâmico e meclofenamato). do inibidor COX-2 seletivo (celecoxibe). Eles atuam inibindo as enzimas cicloxigenase, que leva a uma redução da síntese de PGs. O único que inibe irreversivelmente é o AAS. Os AINEs (anti-inflamatórios não esteroidais) têm três principais ações: Anti-inflamatória: Inibem a cicloxigenase (COX), reduzindo a formação de prostaglandinas (PGs) e, consequentemente, modulando a inflamação. Analgésica: Diminuem a síntese de PGE2, que sensibiliza as terminações nervosas, reduzindo a dor. Antipirética: Baixam a febre ao inibir a síntese de PGE2, que aumenta o ponto de referência no centro termorregulador do hipotálamo. (^) Efeitos adversos: Os AINEs podem causar efeitos adversos no sistema gastrointestinal, como dispepsia e sangramentos, devido à redução de prostaglandinas protetoras gástricas. Também podem afetar os rins, levando à retenção de sódio e água, o que pode causar edema. A seletividade dos AINEs pela COX-1 está associada a um maior risco de efeitos gástricos. Glicocorticoides
estaelly.gomes Os glicocorticoides reduzem a produção de citocinas pró-inflamatórias, bloqueiam a fosfolipase A (impedindo a liberação de ácido araquidônico) e diminuem a produção de prostaglandinas e leucotrienos, o que é crucial para sua ação anti- inflamatória. Eles também estabilizam membranas de mastócitos e basófilos, reduzindo a liberação de histamina. OBS: podem ser usados também relaxantes musculares (ciclobenzaprina), opioides fracos (codeína e tramadol) e opioides fortes (tapentadol e oxicodona). O uso excessivo de smartphones e tablets pode causar posturas inadequadas, especialmente em idades mais jovens, levando a um aumento na incidência de cervicalgia e afetando a qualidade de vida. Alterações posturais comuns, como assimetria de ombros, escoliose e hiperlordose, ocorrem frequentemente durante o período escolar e o uso de eletrônicos. O uso inadequado e prolongado de mochilas e aparelhos eletrônicos pode causar dores musculares, cefaleia e, a longo prazo, problemas como hérnias discais e osteófitos. O uso excessivo de smartphones, especialmente ao abaixar a cabeça a 60 graus, aumenta o peso da cabeça, causando dores no pescoço e problemas na coluna. Esses efeitos, além de afetarem a estética, já são considerados uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde.
TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
MARTINS, Mílton de A.; CARRILHO, Flair J.; ALVES, Venâncio Avancini F.; CASTILHO, Euclides. Clínica Médica, Volume 5: Doenças Endócrinas e Metabólicas, Doenças Osteometabólicas; Doenças Reumatológicas. 2. ed. Barueri, SP: Editora Manole, 2016. SATO et al. Cervicalgia entre estudantes de medicina: uma realidade multifatorial. Revista da Faculdade de Ciências Médicas Sorocaba, 2019. LEALDINO et al. Revisão de literatura sobre as principais alterações posturais em crianças. Anais da 14a Mostra de Iniciação Científica, Urcamp Bagé – RS, 2017.