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Guias e Dicas
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Eros e Psique: O Poema Mítico de Fernando Pessoa, Notas de aula de Cultura

Uma análise do poema 'eros e psique' de fernando pessoa, que trata-se de uma versão lírica e original do antigo mito grego de psique e eros. O poema, composto por trinta e cinco versos, tem sido considerado um dos mais belos da línguas por alguns autores, mas ainda não recebeu a exegese adequada a seu sublime e profundo simbolismo. O texto localiza a origem e inspiração do poema no mito grego de psique e eros, relatado pela primeira vez no romance latino de apuleio, e discute suas interpretações simbólicas e históricas.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

EmiliaCuca
EmiliaCuca 🇧🇷

4.5

(111)

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Não perca as partes importantes!

bg1
SOBRE EROS E PSIQUE
DE
FERNANDO
PESSOA
NOEMI ELISA ADERALDO
Eros e Psique, poema do Cancioneiro de Fernando Pessoa,
tem
sido
incluído, com razão, no
ciclo
iniciático
ou
esotérico
do poeta,
por
autores que abordaram esse aspecto ainda insu-
ficientemente
estudado da obra pessoana. Entretanto, apesar da
extraordinária
importância
temático-estrutural
do poema, que
leva um Kujawski1 a declará-lo
"um
dos mais belos de todas as
línguas",
não mereceu ainda uma exegese à
altura
do seu subli-
me e profundo simbolismo.2
O nosso
intuito
é, aqui, tão-somente, apesar das alusões
que, inevitavelmente,
mais
adiante se farão a tal
simbolismo,
o
de situar-lhe, com brevidade, a origem e inspiração no âmbito
da
tradição
temática
a que
efetivamente
pertence, trazendo um
subsídio porventura
valioso
para
ulteriores
aprofundamentos.
o
título
sugere e o poema
(transcrito
mais
adiante) con-
firma,
nos seus
trinta
e
cinco
versos de
sete
sílabas agrupado!'
em
sete
estrofes, tratar-se de uma versão
intensamente
lírica
e
sobremodo original e concisa, do antigo
mito
grego de Psique.
Eros (ou Amor,
na
sua
forma
latina) é
filho
de
Afrodite
(ou
Vênus romana), e Psique uma donzela, personagens comumente
conhecidos através de várias representações
esculturais
de
duas
figuras
aladas que se abraçam, alguns de
cujos
originais
remontam
ao
século IV
a.C.
Entretanto, encontramos o
mito
cabalmente relatado, pela
primeira
e única vez, em
forma
lite-
rária, no célebre romance do
escritor
latino
Apuleio,
do século
1 KUJAWSKI,
Gilberto
de
Mello.
Fernando
Pessoa, o
Outro.
São
Paulo, Cons. Est. Cult., Comissão de
Literatura,
1967,
p.
80.
2
Georg
Rudolf Lind, p. ex., que
aborda
o
assunto
sob o
título
A
Iniciação
do Poeta e o
Caminho
Alquímico,
cap. VI, p.
253-300,
do seu livro
Teoria
Poética
de
Fernando
Pessoa (Porto, Ed.
Inova,
1970),
sequer
menciona
"Eros e
Psique"
nas
50
páginas
do
referido
capítulo.
102
Rev. de Letras, Fortaleza,
3/4
(2/1):
Pág. 102-107,
jul./dez.
1980
,
jan./jun.
1981
11
d.
C.,
mais conhecido sob o
título
O
Asno
de Ouro.3 A narra-
tiva
mítica ocupa parte dos
livros
IV e VI, e o
livro
V
inteiro,
re-
petindo-se, sob a
forma
de ação dramática, no
livro
final
da
obra, o qual
relata
a iniciação do
protagonista
(não dos prota-
gonistas, note-se bem, pois são, no fundo, um só, como bem o
mostra o poema de Pessoa) nos
mistérios
de fsis, divindade
egípcia maior, gêmea da
Deméter
grega, ambas encarnações
culturais da
mesma
Magna
Mater
mediterrânica.
Acuradíssimo
estudo
hermenêuti,~o
sobre e a
partir
do
Mito
de Psique,
intitulado
O
Mito
de Psique e a Simbólica
da
Luz, é
feito
pelo
insigne
helenista
português radicado no Brasil, Eudoro
de Sousa, fazendo-o preceder de
um
inexcedível resumo da
narrativa
mítica
de Apuleio.4 A
este
resumo, ou, na falta, a
um
bom
dicionário
de
mitologia
ou congênere, poderá
recorrer
o
interessado na
trama
magnificamente urdida.
De sob esta, entretanto, e por
trás
das situações, peripé-
cias e
sofrimentos
de Psique, tendo em Eros o seu pólo de refe-
rência, depreende a
melhor
exegese
simbólica,
o que podería·
mos, esquematicamente,
resumir
como o
confronto
entre
dois
planos
distintos
de existência, um
divino
e
outro
titânico,
um
superior e
outro
inferior,
e o duplo
trânsito
antitético
de um a
outro, representado pela queda original e pela ascensão subse-
qüente, através de ingentes trabalhos.
desde
Apuleio
apresenta o
mito
um
cariz neoplatônico,
atravessando
com
ele a Idade
Média
latina, para
florescer,
na
Renascença, como
tema
alegorizante de reflexão
filosófico-re-
ligiosa, e
inspirar,
na cultura européia
posterior,
escritores
e
poetas,
artistas
plásticos
e músicos.
Por
outro
lado, provenientes do
mesmo
arquétipo
mítico
e
pertencentes,
por
conseguinte, a um
mesmo
círculo de represen-
tações, encontramos as lendas e
estórias,
outrora largamente
difundidas e que povoam ainda o
imaginário
coletivo, do
tipo
A Bela Adormecida, A Bela e a Fera, O Dragão e a Donzela,
emergências populares do mesmo
substrato
mítico
migrando
culturalmente
no espaço e no
tempo:
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada .. .
3 Conhecido,
igualmente,
sob os
títulos
Lúcio
e Metamorfoses, foi,
alguns
anos,
publicado
pela
Editora
Cultrix, de S.
Paulo,
na
coleção "Clássicos Cultrix",
em
tradução
nacional.
4 SOUSA,
Eudoro
de.
Dionisio
em
ereta
e
outros
ensaios.
São
Paulo,
Livr.
Duas
Cidades,
1973,
p.
213-244.
Rev.
de
Letras, Fortaleza,
3/4
(2/1):
Pág. 102-107,
jul./dez.
1980
,
jan./jun.
1981
103
pf3
pf4
pf5

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Baixe Eros e Psique: O Poema Mítico de Fernando Pessoa e outras Notas de aula em PDF para Cultura, somente na Docsity!

SOBRE

(^) EROS

(^) E (^) PSIQUE

DE

FERNANDO

PESSOA

NOEMI

ELISA

ADERALDO

Eros e (^) Psique,

(^) poema do

(^) Cancioneiro

(^) de Fernando

(^) Pessoa,

tem (^) sido (^) incluído,

(^) com (^) razão,

(^) no (^) ciclo (^) iniciático

(^) ou (^) esotérico

do poeta,

(^) por (^) autores que abordaram

(^) esse aspecto

(^) ainda (^) insu-

ficientemente

(^) estudado da obra pessoana. Entretanto, apesar da

extraordinária

(^) importância

(^) temático-estrutural

(^) do (^) poema,

(^) que

leva um Kujawski1 a declará-lo

(^) "um (^) dos mais belos de todas as

línguas",

(^) não mereceu ainda uma exegese

(^) à altura (^) do seu

(^) subli-

me e profundo simbolismo. O nosso (^) intuito

(^) é, (^) aqui, (^) tão-somente,

(^) apesar

(^) das (^) alusões

que, inevitavelmente,

(^) mais (^) adiante se farão a tal

(^) simbolismo,

(^) o

de situar-lhe, com

(^) brevidade,

(^) a origem

(^) e inspiração

(^) no âmbito

da tradição

(^) temática

(^) a que (^) efetivamente

(^) pertence, trazendo um

subsídio porventura

(^) valioso

(^) para (^) ulteriores

(^) aprofundamentos.

Já o (^) título (^) sugere

(^) e o poema

(^) (transcrito

(^) mais (^) adiante)

(^) con-

firma, (^) nos seus

(^) trinta (^) e cinco (^) versos de

(^) sete (^) sílabas

(^) agrupado!'

em (^) sete (^) estrofes, tratar-se de uma versão

(^) intensamente

(^) lírica (^) e

sobremodo original e concisa, do antigo

(^) mito (^) grego de

(^) Psique.

Eros (ou Amor,

(^) na (^) sua (^) forma

(^) latina) é

(^) filho (^) de (^) Afrodite

(^) (ou

Vênus (^) romana), e

(^) Psique

(^) uma donzela, personagens comumente

conhecidos

(^) através

(^) de (^) várias

(^) representações

(^) esculturais

(^) de

duas (^) figuras

(^) aladas que se

(^) abraçam, alguns de

(^) cujos (^) originais

remontam

(^) ao (^) século

(^) IV (^) a.C. (^) Entretanto, só encontramos o

(^) mito

cabalmente

(^) relatado, pela

(^) primeira

(^) e única vez,

(^) em (^) forma

(^) lite-

rária, no célebre romance do

(^) escritor

(^) latino (^) Apuleio,

(^) do século

(^1) KUJAWSKI,

(^) Gilberto

(^) de (^) Mello.

Fernando

(^) Pessoa,

(^) o (^) Outro.

(^) São

Paulo, (^) Cons. (^) Est. (^) Cult., (^) Comissão

(^) de (^) Literatura,

(^) p. (^) 80.

(^2) Georg (^) Rudolf Lind,

(^) p. (^) ex., (^) que (^) aborda

(^) o assunto

(^) sob o (^) título (^) A

Iniciação

(^) do (^) Poeta (^) e o (^) Caminho

(^) Alquímico,

(^) cap. VI, p.

do seu (^) livro (^) Teoria

(^) Poética

(^) de (^) Fernando

(^) Pessoa

(^) (Porto,

(^) Ed.

Inova, (^) 1970), (^) sequer (^) menciona

(^) "Eros (^) e Psique"

(^) nas (^50) (^) páginas

do referido

(^) capítulo.

Rev. de Letras, Fortaleza,

(^) 3/ (^) (2/1): (^) Pág. (^) 102-107,

(^) jul./dez.

(^1980)

, (^) jan./jun.

(^1981)

(^11) d. (^) C., (^) mais (^) conhecido sob o

(^) título (^) O (^) Asno (^) de (^) Ouro.

(^) A (^) narra-

tiva (^) mítica

(^) ocupa parte dos

(^) livros (^) IV e VI, e o

(^) livro (^) V inteiro,

(^) re-

petindo-se,

(^) sob (^) a (^) forma

(^) de (^) ação (^) dramática,

(^) no (^) livro (^) final (^) da

obra, o qual

(^) relata

(^) a iniciação do

(^) protagonista

(^) (não (^) dos (^) prota-

mostra gonistas, note-se bem, pois são, no fundo, um só, como bem o

(^) o (^) poema

(^) de (^) Pessoa)

(^) nos (^) mistérios

(^) de (^) fsis, (^) divindade

egípcia

(^) maior,

(^) gêmea

(^) da (^) Deméter

(^) grega,

(^) ambas

(^) encarnações

culturais da

(^) mesma

(^) Magna

(^) Mater

(^) mediterrânica.

Acuradíssimo

(^) estudo

(^) hermenêuti;o

(^) sobre e a

(^) partir (^) do (^) Mito

de (^) Psique,

(^) intitulado

O

(^) Mito (^) de (^) Psique

(^) e a Simbólica da Luz,

(^) é

feito (^) pelo (^) insigne

(^) helenista

(^) português radicado no Brasil, Eudoro

de (^) Sousa,

(^) fazendo-o

(^) preceder

(^) de (^) um (^) inexcedível

(^) resumo

(^) da

narrativa

(^) mítica

(^) de Apuleio.4 A

(^) este (^) resumo, ou, na falta, a

(^) um

bom (^) dicionário

(^) de (^) mitologia

(^) ou (^) congênere,

(^) poderá

(^) recorrer

(^) o

interessado

(^) na (^) trama

(^) magnificamente

(^) urdida.

De (^) sob (^) esta, entretanto, e por

(^) trás (^) das (^) situações,

(^) peripé-

cias e (^) sofrimentos

(^) de (^) Psique,

(^) tendo em Eros o seu pólo de

(^) refe-

rência, (^) depreende a

(^) melhor

(^) exegese

(^) simbólica,

(^) o que

(^) podería·

mos, esquematicamente,

(^) resumir

(^) como (^) o (^) confronto

(^) entre (^) dois

planos (^) distintos

(^) de (^) existência,

(^) um (^) divino

(^) e (^) outro (^) titânico,

(^) um

superior e

(^) outro (^) inferior,

(^) e o duplo

(^) trânsito

(^) antitético

(^) de (^) um (^) a

outro, representado pela queda

(^) original

(^) e pela ascensão

(^) subse-

qüente, através

(^) de (^) ingentes

(^) trabalhos.

Já desde

(^) Apuleio

(^) apresenta o

(^) mito (^) um (^) cariz neoplatônico,

atravessando

(^) com (^) ele a Idade

(^) Média

(^) latina, para

(^) florescer,

(^) na

Renascença,

(^) como (^) tema (^) alegorizante

(^) de (^) reflexão

(^) filosófico-re-

ligiosa,

(^) e (^) inspirar,

(^) na (^) cultura

(^) européia

(^) posterior,

(^) escritores

(^) e

poetas,

(^) artistas

(^) plásticos

(^) e músicos.

Por (^) outro (^) lado, provenientes do

(^) mesmo

(^) arquétipo

(^) mítico

(^) e

pertencentes,

(^) por (^) conseguinte, a um

(^) mesmo

(^) círculo de

(^) represen-

tações,

(^) encontramos

(^) as (^) lendas

(^) e (^) estórias,

(^) outrora

(^) largamente

difundidas

(^) e que

(^) povoam

(^) ainda (^) o (^) imaginário

(^) coletivo,

(^) do (^) tipo

A Bela (^) Adormecida,

A

(^) Bela (^) e (^) a Fera,

(^) O (^) Dragão

(^) e a Donzela,

emergências

(^) populares

(^) do (^) mesmo

(^) substrato

(^) mítico

(^) migrando

culturalmente

(^) no espaço e no

(^) tempo:

Conta a lenda

(^) que dormia

Uma (^) Princesa

(^) encantada.

(^3) Conhecido,

(^) igualmente,

(^) sob (^) os (^) títulos

(^) Lúcio (^) e Metamorfoses,

(^) foi,

há alguns (^) anos, (^) publicado

(^) pela (^) Editora

(^) Cultrix,

(^) de (^) S. (^) Paulo,

na (^) coleção

(^) "Clássicos

(^) Cultrix",

(^) em (^) tradução

(^) nacional.

(^4) SOUSA,

(^) Eudoro

(^) de. (^) Dionísio

(^) em (^) Greta (^) e outros (^) ensaios.

(^) São (^) Paulo,

Livr. (^) Duas (^) Cidades,

(^) 1973, (^) p. (^) 213-244.

Rev. de Letras, Fortaleza,

(^) 3/ (^) (2/1): (^) Pág. (^) 102-107,

(^) jul./dez.

(^1980)

  • (^) jan./jun.

(^1981) (^) ,

103

Mas (^) cada um cumpre

o

(^) Destino-

Ela (^) dormindo

(^) encantada,

Ele buscando-a sem

(^) tino

Pelo (^) processo

(^) divino

Que faz

(^) existir

(^) a estrada.

E,

se (^) bem (^) que seja

(^) obscuro

Tudo (^) pela (^) estrada fora,

E falso,

(^) ele (^) vem (^) seguro,

E,

vencendo

(^) estrada

e

(^) muro,

Chega onde em sono

(^) ela (^) mora.

E,

inda (^) tonto (^) do (^) que houvera,

À cabeça,

(^) em (^) maresia,

Ergue (^) a (^) mão,

e

(^) encontra

(^) hera,

E vê (^) que (^) ele (^) mesmo

(^) era

A

Princesa que dormia.

Como bem se vê, Fernando

(^) Pessoa

(^) inverte

(^) as (^) situacões

(^) em

jogo (^) no (^) mito, (^) transformando

(^) Psique

(^) no (^) Infante

(^) e Eros

(^) ·na (^) Prin-

cesa. A reconfortante

(^) plenitude

(^) de (^) sentido

(^) da (^) existência,

(^) trans-

mitida (^) pelo (^) poema

(^) inteiro,

(^) e (^) o (^) teor (^) beatífico

(^) desse

(^) final (^) em

que se consuma o longo

(^) périplo

(^) da alma em busca do seu

(^) divino

Centro, são

(^) momentos

(^) raros (^) na (^) poesia

(^) ortônima

(^) do (^) Cancioneiro,

todo ele

(^) brumosamente

(^) perpassado da

(^) nostálgica

(^) reminiscência

de uma (^) existência

(^) anterior,

(^) e (^) do (^) sentimento

(^) de (^) exílio

(^) num

mundo de sombras. Para (^) o (^) poema

(^) inteiro,

(^) especialmente

(^) para (^) os (^) dois (^) versos

finais

E vê (^) que (^) ele (^) mesmo era

A

Princesa

(^) que (^) dormia

(^). (^)..

podemos

(^) apontar,

(^) como (^) antitética

(^) premissa,

(^) entre (^) outros,

(^) os

dois (^) seguintes

(^) versos

(^) iniciais

(^) de (^) outro (^) poema do

(^) Cancioneiro

escrito

Neste^ pouco antes: (^) mundo

(^) em (^) que (^) esquecemos

Somos

(^) sombras

(^) de (^) quem (^) somos

(^). (^) .. (^) 6

Eros (^) e Psique (^) é ainda a

(^) história

(^) da Alma, que só através

(^) dA

iniciação, e

(^) depois

(^) de provada nos combates, reencontra o

(^) Ca-

minho (^) da Verdade

(^) que (^) conduz

à

Vida:

(^6) PESSOA

, (^) Fernando.

(^) Obra (^) Poética

. (^) Rio (^) de (^) Janeiro

, Ed. (^) Aguilar,

(^) 2.

ed. , (^) 1965, (^) p. (^) 178.

Rev

(^). de Letras, Fortaleza,

(^) 3/ (^) (2 (^) / 1): (^) Pág. (^) 102-107,

(^) jul./dez.

(^1980)

, (^) jan./jun

(^). (^1981)

Ele (^) tinha que,

(^) tentado

Vencer

o

(^) mal (^) e

o bem,

Antes (^) que, (^) (^) libertado,

Deixasse

o

(^) caminho

(^) errado

Por

o

que (^) à (^) Princesa vem.

O

poema (^) representa

(^) também

(^) o (^) drama

(^) do (^) conhecimento,

desde a

(^) superfície

(^) das coisas

. E,

(^) se bem

(^) que seja obscuro

Tudo pela

(^) estrada

(^) fora,

E falso

(^) ..

. (^) ,

até a sua profundidade.

(^) Igualmente

(^) implicado

(^) na iniciação e no

ritual (^) dos (^) mistérios,

(^) tal (^) drama do

(^) conhecimento

(^) deve (^) culminar

no (^) cumprimento

(^) do (^) imperativo

(^) "Conhece-te

(^) a (^) ti mesmo!"

(^) Mas

este (^) cumprimento

(^) só (^) é (^) realmente

(^) possível

(^) mediante

(^) a (^) trans-

mutação do eu

(^) titânico,

(^) terreno,

(^) ilusório,

(^) no (^) verdadeiro

(^) eu, (^) no

eu (^) divino

(^) que (^) preexiste

(^) em nós, só

(^) aparentemente

(^) adormecido

para a nossa consciência, só aparentemente

(^) à espera de que o

acordemos;

(^) porque,

(^) de (^) fato, (^) ao encontrá-lo após tê-lo buscado,

nós é que

(^) despertamos

(^) nele, (^) do sono da nossa

(^) consciência

(^) an-

terior .. -

. (^) E vê que

(^) ele (^) mesmo

(^) era

A Princesa que

(^) dormia

esfumando-se o sonho que éramos: E, inda (^) tonto (^) do (^) que houvera.

E o sonho que

(^) éramos

(^) - o (^) Infante

(^) e (^) toda (^) a sua busca -

era (^) o (^) sonho

(^) da (^) Princesa,

(^) o (^) que (^) dá (^) a (^) diferença

(^) entre (^) os (^) dois

graus de realidade.

Em (^) outras palavras, o que,

(^) dentro

(^) de nós,

(^) por (^) nós mesmos

espera,

(^) como (^) "a (^) Princesa

(^) adormecida",

(^) é (^) o (^) nosso

(^) verdadeiro

Eu, o (^) qual (^) devemos

(^) realizar

(^) (pelo caminho

(^) certo,

(^) depois

(^) de (^) tê-lo

buscado,

(^) "sem (^) tino

I

pelo (^) processo

(^) divino

I

que (^) faz (^) existir

(^) a

estrada"),

(^) o (^) Si (^) central,

(^) o (^) "Selbst"

(^) junguiano

(^) representado nas

mandalas

(^) orientais,

(^) "centro

(^) da vida psíquica

(^) total, (^) princípio

(^) de

unificação

(^) dos (^) contrários,

(^) do (^) exterior

(^) e do (^) interior,

(^) do (^) positivo

e do negativo, do racional e do

(^) irraciona1".

O

(^) nosso

(^) verdadeiro

(^7) KUJAWSKI

, (^) cf. (^) obra (^) citada,

(^) p. (^) 84.

Rev. de Letras,

(^) Fortaleza,

(^) 3/ (^) (2/1) (^) : (^) Pág. (^) 102-

, (^) jul./dez.

(^1980)

, (^) jan./jun.

(^1981)