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Histologia das Cordas Vocais: Estrutura, Função e Patologias, Notas de estudo de Medicina

Uma detalhada descrição da histologia das cordas vocais, incluindo suas camadas, composição, funções e importância na produção da voz. Além disso, discute as intervenções recentes que exploram este conhecimento, como a regeneração de tecidos e procedimentos endoscópicos, para tratar patologias relacionadas às cordas vocais.

O que você vai aprender

  • Como as fibras elásticas das cordas vocais afetam a elasticidade e a estabilidade dessas estruturas?
  • Quais são as camadas da laringe e suas funções?
  • Como a maturação das cordas vocais afeta a voz em diferentes idades e géneros?
  • Quais são as principais patologias relacionadas às cordas vocais e como elas podem ser tratadas?
  • Quais são as principais descobertas recentes sobre a histologia das cordas vocais e suas implicações clínicas?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Trabalho Final de Mestrado Integrado em Medicina
6ºano
Sistema elástico da Laringe
Revisão de alguns aspectos anatómicos
Mariana Valente Nabais
Orientador: Doutor Augusto Cassul
Coordenador: Prof. Doutor. Óscar Dias
Clínica Universitária de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina
de Lisboa
2015/2016
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Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Trabalho Final de Mestrado Integrado em Medicina

6ºano

Sistema elástico da Laringe

Revisão de alguns aspectos anatómicos

Mariana Valente Nabais

Orientador: Doutor Augusto Cassul

Coordenador: Prof. Doutor. Óscar Dias

Clínica Universitária de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina

de Lisboa

ÍNDICE

  • ABSTRACT
  • RESUMO
  • INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................
  • LARINGE
  • O TECIDO ELÁSTICO
    • • Cartilagens Aritenóides
    • • Cordas Vocais
    • • Histologia das cordas vocais na doença e o seu tratamento
  • AGRADECIMENTOS.....................................................................................................................
  • REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO

A fibras elásticas do ligamento vocal e da mucosa da laringe foram muitas vezes investigadas desde a sua descoberta no ano 1835 por Lauth. A importância funcional desde tecido na produção e modificação da voz tem despertado interesse acerca da sua distribuição e arranjo. Em 1897, Friedrich Reinke, realizou um trabalho acerca da “Estrutura funcional das cordas vocais: especial relevo para o tecido elástico”, onde concluiu que o esqueleto elástico das cordas vocais está completamente adaptado à função especifica das mesmas. As fibras elásticas dos tecidos permitem-lhes responder à sua distensão e distorção voltando à forma original sem dano. Estas fibras são uma grande parte da substância extracelular dos ligamentos vertebrais, laringe e artérias elásticas. Nos ligamentos elásticos podemos encontrar fibras elásticas misturadas com fibras de colagénio, como por exemplo nos ligamento intervertebrais da coluna vertebral e no ligamento da nuca. Nas cordas vocais encontramos fibras mais finas, sendo estas um bom exemplo de um órgão que, devido as suas funções, a matriz extracelular está particularmente desenvolvida, com especial relevo para as fibras elásticas. O estudo do Sistema Elástico na Laringe é de extrema importância em Medicina, permitindo inovar as terapêuticas até aqui conhecidas. No caso de neoplasias, a disseminação tumoral é parcialmente restrita por barreiras anatómicas: o ligamento vocal e tendão da comissura anterior, e subsequentemente, pelo cone elástico. Uma mais fácil extensão do tumor pode ser devida a ausência do pericondrio interno e ossificação da cartilagem tiroideia. 7

LARINGE

A laringe adulta está situada na parte média do pescoço, ao nível da terceira até à sexta vértebras cervicais. Estende-se desde a entrada da laringe, próxima da base da língua, até à traqueia. Comunica superiormente com a orofaringe e laringofarige (hipofaringe). A laringe está por si só ligada ao osso hióide pela cartilagem cricoideia. A distancia media entre o bordo superior do osso hioide e a cartilagem que o liga à laringe é cerca de 63mm no homem e 51mm na mulher. Podemos dizer que a laringe actua como um esfíncter, impedindo que a entrada de alimentos ou corpos estranhos na via aérea, sendo que esta última está sempre protegida por três mecanismos:

  • Uma musculatura semelhante a um esfíncter à entrada da laringe;
  • Epiglote sobre a entrada da laringe;
  • Deslocação anterior e elevação da laringe. Durante a deglutição, as cordas vocais aproximam-se e a respiração é momentaneamente inibida. O facto de a cartilagem da laringe ser rígida auxilia na manutenção da patencia da via aérea. Secundariamente, a laringe adaptou-se para permitir a fonação, sendo que durante este processo, bem como momentaneamente antes de esternuto ou tosse, as cordas vocais também se aproximam. Externamente é difícil perceber as características da laringe, uma vez que esta se encontra coberta anteriormente quase completamente pelos músculos infra- hioideus e pela glândula tiroide, o istmo da qual se encontra na linha média directamente abaixo da cartilagem cricoideia. A única característica visível é a proeminência que é criada pela cartilagem tiróideia, sendo esta mais proeminente na laringe masculina que na feminina. Para conseguirmos uma melhor observação pode- se realizar uma hiperextensão do pescoço fazendo com que a laringe se aproxime da pele anteriormente. Externamente à laringe podemos encontrar a bainha carotídea e abaixo continua-se com a traqueia.
  • Entrada da laringe A entrada da laringe, ou ádito, é delimitada anteriormente e superiormente pela epiglote, posteriormente e inferiormente pela mucosa das cartilagens aritenóides e região interaritenoideia, e externamente pelas pregas aritenoepliglóticas. Posteriormente, estas pregas contém as cartilagens cuneiformes e as cartilagens corniculadas, produzindo umas saliências na mucosa chamadas de tubérculos cuneiformes e corniculados. O sulco mediano localizado entre as duas cartilagens aritenóides é chamado de chanfradura interaritenóide. A faringe estende-se lateralmente à entrada da laringe formando o seio piriforme. Superiormente, a epiglote e a língua estão separadas por depressões denominadas valéculas, estas são delimitadas pelas pregas glossoepiglóticas mediana e lateral.
  • Anatomia interna da laringe Podemos considerar que o lumén da laringe é dividido em compartimentos diferentes por duas pregas emparelhadas, as bandas ventriculares (também denominadas pregas ventriculares ou falsas cordas) e as cordas vocais. Cada banda ventricular é formada por uma camada fina de tecido conjuntivo coberto por mucosa. Estão ligadas anteriormente à superfície interna da cartilagem tiroideia e posteriormente ao corpo da cartilagem aritenoide. Uma quantidade variável de músculo, que deriva do músculo tiroaritenoideu, está presente em cada uma das pregas. Uma vez que estas pregas se movem com a cartilagem aritenoideia, tem a capacidade de auxiliar no fecho da fissura que as separa. Devido à presença de submucosa bastante vascularizada, in vivo , as pregas vestibulares são de tonalidade rosa vivo. Por sua vez, as cordas vocais, anteriormente ligam-se à superfície interior da cartilagem tiroideia (abaixo da ligação da banda vestibular anteriormente descrita). Posteriormente, vão ligar-se à apófise vocal nas cartilagens aritenoides. Os três quintos anteriores das cordas vocais vão ser formados pelo ligamento vocal.

Ao espaço entre as duas cordas vocais dá-se o nome de glote, sendo que podemos dividi-la em três quintos anteriores aos quais chamamos de glote intermembranosa, e dois quintos posteriores chamados de glote intercartilaginosa. O comprimento médio destas é 9mm em homens e 7mm em mulheres (glote intermembranosa) e 14,5mm em homens e 11mm em mulheres (glote intercartilaginosa), respectivamente. In vivo , as cordas vocais têm uma cor pérola, devido ao facto de camada de mucosa que cobre o ligamento vocal ser bastante fina. Entre a entrada da laringe e as pregas vestibulares encontramos o vestíbulo laríngeo. Entre as pregas vestibulares e as cordas vocais encontramos, de cada lado, um espaço que se assemelha a uma fenda chamado de ventrículo laríngeo ou seio laríngeo, ou, mais habitualmente, Ventrículo de Morgagni. Este ventrículo contém glândulas mucosas que ajudam na lubrificação das cordas vocais, uma vez que estas não as têm. A região delimitada pelas cordas vocais chama-se glote como referido anteriormente e, entre esta e o nível do bordo inferior da cartilagem cricoide encontramos uma região que se denomina subglote. Por outro lado, o termo supraglote refere-se à região da laringe que se entra acima da glote e inclui os ventrículos laríngeos, pregas vestibulares, face laríngea da epiglote, cartilagens aritenoides e a parte laríngea das pregas aritenoepigloticas. A definição precisa dos limites da glote é ainda um tema que suscita muita discussão.

  • O esqueleto laríngeo Este esqueleto consiste numa série de cartilagens únicas e emparelhadas, ligadas através de ligamentos e membranas. As maiores e únicas cartilagens são a cartilagem tiroideia e a cartilagem cricoideia. As menores e emparelhadas são as cartilagens aritenoides e as cartilagens rudimentares cuneiformes e corniculadas. A tiroideia, cricoideia e uma grande parte da cartilagem aritenoide são formadas por cartilagem hialina, que é firme e tem um papel de suportar e enquadrar a laringe, enquanto as restantes consistem em cartilagem elástica que é macia e flexível, facilitando o movimento mas ainda assim protegendo a via aérea 1 . Este facto é de maior importância quando falamos de calcificação da laringe, uma vez que a cartilagem elástica não ossifica^1.

o Cartilagens corniculadas e cuneiformes As cartilagens corniculadas coroam as cartilagens aritenoides, completando assim a sua forma piramidal. As cartilagens cuneiformes encontram-se no interior das pregas aritenoepigloticas, na entrada da laringe e oferecem apoio a esta fina prega. o Osso Hióide Este osso está situado na parte superior e anterior do pescoço, entre a terceira e a quarta vértebras cervicais. Dá inserção à base da língua, mesmo acima da laringe. Tem a forma de uma ferradura, e consiste num corpo central, com dois cornos, um maior e um menos, de ambos os lados. Este osso é mantido em posição por diversos ligamentos, músculos e membranas que estão ligados a ele. Está suspenso da apófise estilóide do osso temporal pelo ligamento estilóide, que está por sua vez ligado ao pequeno corno. o Epiglote A epiglote é uma fina lâmina de cartilagem elástica coberta na sua totalidade por uma membrana mucosa. Tem a forma de uma folha e insere-se através do petiolo na laringe pelo ligamento tiroepiglótico. Está ainda ligada ao osso hioide pelo ligamento hioepiglótico e às cartilagens aritenoideias pelas pregas ariepiglóticas. A epiglote projeta-se superior e posteriormente sobre o vestíbulo da laringe, tendo a aparência de uma cobertura. Ainda assim, não parece funcionar como tal, uma vez que a sua remoção cirúrgica em pouco ou nada interfere com a deglutição. Na sua porção posterior encontram-se numerosos reentrâncias que contém glândulas mucosas.

Figura 3 - Corte histológico horizontal (coloração elastina) de uma laringe de adulto ao nível da transiçãoo glote/subglote em que se identifica a disposição da estrutura da corda vocal e do cone elásticp. Identifica-se a apófise vocal da cartilagem aritenoide e a amarragem anterior da corda vocal no ligamento conóide. Imagem da Colecção de Cortes Histológicos do Professor Mário Andrea, Clinica Universitária de ORL da FML

insignificantemente lenta em comparação com o tempo de vida da maior parte das outras proteínas da matriz. Apesar de a sua síntese ser negligenciável após a maturidade, a elastina é a molécula mais estável da matriz extracelular. O facto de os pulmões e os vasos manterem a sua função após 10 9 ciclos de alongamento e relaxamento é uma prova da significante performance mecânica. Ainda assim, a perda de elasticidade em estruturas como vasos sanguíneos, pulmão e pele é parte do processo normal de envelhecimento, e existem visões contraditórias acerca se isto se deve mais à fragmentação das redes de elastina ou à modificação das propriedades elásticas da fibra em si.^12

  • Cartilagens aritenoides De entre as cartilagens da laringe, apenas as cartilagens aritenoides são formadas por dois tipos cartilagíneos, i.e., cartilagem hialina e cartilagem elástica. Não existe um acordo geral no que toca à distribuição dos dois tipos. Em estudos realizados foi mostrado que foi encontrada cartilagem elástica não só no topo da apófise vocal, como se pensava anteriormente, bem como na parte superior da cartilagem aritenoide desde a apófise vocal até ao ápex. A transição entre cartilagem elástica e cartilagem hialina é gradual, pelo que a sua fronteira não é claramente delineada. Os dois tipo de cartilagem têm qualidades bastante diferentes, assim, a sua distribuição relativa pela c.aritenoide tem grande interesse pelo seu significado fisiológico. O tipo hialino, como encontramos na tiróideia e cricoideia, é firme e toma um papel de esqueleto da laringe. Identicamente, o papel deste tipo de cartilagem nas c.aritenoideias, é o de emoldurar a parte posterior da glote. Por outro lado, a cartilagem elástica é macia e flexível, sendo necessária no topo da apófise vocal pois este dobra durante os movimentos de adução e abdução. Este tipo de cartilagem neste local especifico parece facilitar o movimento da apófise vocal durante os movimentos que esta realiza e a restante cartilagem elástica localizada na parte superior até ao ápex parece acolchoar a mucosa e protege-la de danos mecânicos. Além disto, a cartilagem elástica não ossifica, sendo assim capaz de desempenhar o seu papel ao longo de toda a vida de qualquer individuo.^1 Figura 5 - EC: Cartilagem elástica HC: Cartilagem hialina; FONTE: Sato, K 1997

disso, uma maior concentração de fibras elásticas nas camadas mais profundas da lamina própria, especialmente na fronteira com o músculo vocalis contribui tanto para a viscolasticidade da corda vocal como para a sua estabilidade.^2. Estudos demonstraram que existe um aumento no componente elastina desde a infância até à idade geriátrica. Em crianças, existe cerca de 23% da elastina encontrada em adultos, enquanto que em idosos podemos encontrar uma quantidade muito mais elevada de mais elastina. Foi ainda comprovado que o diâmetro da fibra elástica é significativamente maior em idades geriátricas, enquanto que em idades pediátricas encontramos fibras menores e mais espiraladas. 5 De um ponto de vista funcional, parece plausivel que estas diferenças ocorram, dado que existe menor exigência no período neonatal (choro) comparado com adultos (discurso, entoação, diversos tons). Ainda assim, a composição das cordas vocais e orientação das fibras elásticas e de colagénio não adquire as características de um adulto até à adolescência.^3 A maturação das cordas vocais resulta em mudanças na voz desde a infância até à idade adulta e varia consoante o género, particularmente durante a puberdade. Estas mudanças são consequências normais do crescimento e desenvolvimento, descida da laringe bem como do alongamento das cordas vocais e amadurecimento da microanatomia. As cordas vocais são sensíveis ao estrogénio e androgénios, e a inconstância hormonal é responsavel pelas muitas mudanças que ocorrem ao longo da puberdade e também durante a menopausa. Estudos imunohistoquimicos demonstraram que as cordas vocais femininas e masculinas expressam receptores hormonais tanto para androgénios como para estrogénios. Para as mulheres, estes receptores são responsáveis por mudanças que ocorrem até durante o ciclo menstrual. A elastina em cordas vocais masculinas é mais abundante no epitélio e lâmina própria superficial, o que produz um módulo mais elástico e um ligamento mais firme que nas cordas vocais femininas. Além disso, a elastina na lâmina própria do sexo masculino é mais ondulada com zonas separadas e fragmentadas, enquanto que essas camadas nas mulheres contém elastina mais compacta. As alterações vocais relacionadas são caracterizadas por uma diminuição do tom e um enrouquecimento da voz, e estão associadas a um arqueamento das cordas

vocais e redução da espessura mucosa.^6 De entre todas estas mudanças histológicas que ocorrem durante o envelhecimento, as que estão relacionadas com mudanças na matriz extracelular são as mais notórias e por sua vez resultam numa menor viscoelasticidade. A lâmina própria superficial diminui de espessura, o que resulta em cordas vocais menos elásticas e menos flexíveis com o aumento da idade. O ácido hialurónico, um elemento chave na matriz extracelular das cordas vocais, está significativamente diminuído em idades mais avançadas. A quantidade de colagénio, particularmente as fibras do tipo I, aumenta especialmente na lâmina própria profunda. Estas fibras são desorganizadas e irregulares quando comparadas com indivíduos mais jovens. A deposição de colagenio tipo III imaturo diminui e é confinada à lâmina própria superficial, na qual a reparação activa dos tecidos e o turnover do colagénio continuam ao longo do envelhecimento. A presença de elastina diminui na lâmina própria superficial e intermédia após os 40 anos de idade, especialmente em homens. Além disso, as fibras que permanecem crescem o que resulta em fibras elásticas mais espessas em cordas vocais em idades mais avançadas. Estas mudanças na elastina resultam em alterações homeoestáticas na matriz extracelular, diminuido assim as propriedades elásticas e vibratórias características do envelhecimento das cordas vocais. Outras mudanças são especificas por género. Em homens mais velhos, a lâmina própria superficial torna-se mais fina enquanto que na lamina própria profunda se deposita mais colagénio o que faz com que esta última se torne ainda mais espessa. Outra consequência do envelhecimento que pode ser observada nas cordas vocais é a perda de massa muscular o que resulta numa atrofia das mesmas.

fibras no geral.^7 Infelizmente, as terapêuticas que estão actualmente disponíveis não conseguem mimetizar ou reparar as características originais da matriz. Este campo tem, no entando, vindo a ser alvo de grande investigação. Na área da Medicina Regenerativa vários estudos têm vindo a ser realizados e com resultados promissores. Estas terapêuticas procuram incidir sobre os components celulares e da matriz extracelular. Usando modelos animais, já foi demonstrado existir sobrevida satisfatória ao injectar células estaminais mesenquimatosas derivadas da medula óssea nas cordas vocais. 8 Outros estudos demonstraram que ao usar células estaminais mesenquimatosas derivadas de adipócitos juntamente com uma matriz de alginato em cordas vocais danificadas cirurgicamente, existiu um aumento da produção de factor de crescimento de colagénio, bem como uma melhoria subjectiva nas propriedades viscoelásticas do orgão. 9 Além da Medicina Regenerativa, outras intervenções exploram este conhecimento crescente acerca da histologia das cordas vocais. Por exemplo, microendoscopia guiada do espaço de Reinke, tem sido descrita e pode representar um possivel tratamento das cicatrizes nas cordas vocais. Um estudo em cadáveres demonstrou posicionamento adequado de carboximetilcelulose em cortes histológicos, tendo esta técnica potencial em individuos com cicatrizes ou em doentes idosos que procuram tratamento para a perda de lâmina própria superficial como consequência do envelhecimento.^10 O aperfeiçoamento e desenvolvimento futuro de técnicas não invasivas, como OCT (tomografia de coerência óptica), pode catapultar o conhecimento e potencial terapêutico até a nova era do tratamento da voz.

AGRADECIMENTOS

Muito especialmente, agradeço ao Prof. Doutor. Óscar Dias e ao Doutor Augusto Cassul pela disponibilidade, empenho, confiança e todo o apoio, indispensáveis durante a elaboração deste trabalho. À Clinica Universitária de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria pelas imagens cedidas. À secretária D. Aldina, por toda a ajuda. Agradeço, ainda, aos meus pais e restante família o apoio incondicional, força e incentivo. Aos meus amigos, pelo carinho, companhia, paciência e conselhos valiosos.