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Alterações Cardiovasculares Congênitas em Animais: Um Estudo de Patologia Veterinária, Notas de estudo de Patologia

Uma análise detalhada das alterações cardiovasculares congênitas em animais, focando em defeitos do septo atrial, persistência do ducto arterioso, estenose subaórtica e estenose da artéria pulmonar. descreve a fisiopatologia, consequências clínicas e hipertrofia cardíaca associada a cada condição, fornecendo informações valiosas para estudantes de medicina veterinária. O texto também aborda as alterações morfológicas encontradas post-mortem, como rigor mortis e embebição pela hemoglobina.

Tipologia: Notas de estudo

2021

À venda por 21/04/2025

rebecawoset
rebecawoset 🇧🇷

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Medicina Veterinária Patologia Especial @VetRebecaWoset
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RESPOSTAS FISIOPATOLÓGICAS DO MIOCÁRDIO
As respostas do miocárdio às agressões podem se
manifestar como alterações funcionais na
formação, no ritmo ou na condução do impulso
elétrico (disritmias) ou na redução da capacidade
contrátil da fibra muscular e dependem da
extensão e localização do estímulo.
As respostas adaptativas do miocárdio são, na sua
grande maioria, de caráter megálico
(cardiomegalia) e reversíveis. Representam um
aumento volumétrico de cada mioblasto
(hipertrofia), e não do seu número (hiperplasia).
Hipertrofia é uma resposta compensatória do
músculo cardíaco em decorrência de sobrecarga
crônica, seja sistólica (pressão), seja diastólica
(volume). A hipertrofia pode ser classificada em
dois padrões distintos: a hipertrofia concêntrica e
a hipertrofia excêntrica. Na hipertrofia
concêntrica há aumento da espessura da parede
ventricular sem aumento do volume diastólico
final; ocorre quando aumento da carga
sistólica. A hipertrofia excêntrica ocorre quando
aumento da carga diastólica, ou seja, quando
aumento do volume sanguíneo recebido em
uma ou ambas as câmaras cardíacas
ALTERAÇÕES POST MORTEM E LESÕES
SEM SIGNIFICADO CLÍNICO
RIGOR MORTIS
O rigor mortis se caracteriza por um estado de
contratura post mortem dos músculos do corpo.
Nesse estado, os músculos se contraem e ficam
rígidos, mesmo sem haver potenciais de ação. Isso
ocorre devido à ausência total de ATP. O
ventrículo esquerdo deve ser encontrado vazio,
ventrículo direito e átrios é esperado encontrar
coágulos preenchendo as câmaras.
EMBEBIÇÃO PELA HEMOGLOBINA
A hemólise post mortem, que ocorre de 12 a 24 h
após a morte, libera hemoglobina, que impregna
por difusão passiva os endoteliócitos do
endocárdio e da íntima vascular, dando origem a
manchas denominadas embebição
hemoglobínica. Essas manchas devem ser
diferenciadas das hemorragias, que são mais
vermelho-escuras, profundas e definidas.
CORAÇÃO
ANOMALIAS CONGÊNITAS
Agora serão discutidas, em detalhes, as alterações
cardiovasculares congênitas que proporcionam a
passagem de sangue do lado esquerdo para o
direito.
PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO
Após o nascimento do animal, os pulmões são
insuflados, diminuindo assim a resistência ao fluxo
sanguíneo pulmonar; devido à súbita interrupção
do fluxo sanguíneo pela placenta, a pressão da
aorta se eleva. Isso faz com que o sangue reflua da
aorta para a artéria pulmonar; em poucas horas, a
parede muscular do ducto arterioso sofre
contração acentuada, e, dentro de 1 a 8 dias, a
constrição é suficiente para interromper todo o
fluxo sanguíneo (fechamento funcional). Nos
próximos 1 a 4 meses, o ducto arterioso torna-se
anatomicamente ocluído devido à proliferação de
tecido conjuntivo fibroso.
A persistência do ducto arterioso é a alteração
congênita mais comum em todas as espécies,
principalmente no cão. Nesse defeito, a
comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar
permanece aberta, ocasionando um desvio de
sangue do lado esquerdo para o direito. Se for de
diâmetro considerável haverá hipertrofia
excêntrica do ventrículo esquerdo, uma vez que
grande parte do sangue que sairia da aorta para a
grande circulação é lançada para a artéria
pulmonar e segue então para os pulmões,
resultando em congestão pulmonar e retornando
ao ventrículo esquerdo. Hipertrofia concêntrica do
ventrículo direito porque ele sofre aumento de
pressão e dilatação atrial esquerda, por conta do
aumento de fluxo oriundo dos pulmões.
DEFEITO DO SEPTO INTERVENTRICULAR
As consequências desse defeito serão
relacionadas com o tamanho do orifício existente.
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RESPOSTAS FISIOPATOLÓGICAS DO MIOCÁRDIO

As respostas do miocárdio às agressões podem se manifestar como alterações funcionais na formação, no ritmo ou na condução do impulso elétrico ( disritmias ) ou na redução da capacidade contrátil da fibra muscular e dependem da extensão e localização do estímulo. As respostas adaptativas do miocárdio são, na sua grande maioria, de caráter megálico (cardiomegalia) e reversíveis. Representam um aumento volumétrico de cada mioblasto (hipertrofia), e não do seu número (hiperplasia). H ipertrofia é uma resposta compensatória do músculo cardíaco em decorrência de sobrecarga crônica, seja sistólica (pressão), seja diastólica (volume). A hipertrofia pode ser classificada em dois padrões distintos: a hipertrofia concêntrica e a hipertrofia excêntrica. Na hipertrofia concêntrica há aumento da espessura da parede ventricular sem aumento do volume diastólico final; ocorre quando há aumento da carga sistólica. A hipertrofia excêntrica ocorre quando há aumento da carga diastólica, ou seja, quando há aumento do volume sanguíneo recebido em uma ou ambas as câmaras cardíacas

ALTERAÇÕES POST MORTEM E LESÕES

SEM SIGNIFICADO CLÍNICO

RIGOR MORTIS

O rigor mortis se caracteriza por um estado de contratura post mortem dos músculos do corpo. Nesse estado, os músculos se contraem e ficam rígidos, mesmo sem haver potenciais de ação. Isso ocorre devido à ausência total de ATP. O ventrículo esquerdo deve ser encontrado vazio, ventrículo direito e átrios é esperado encontrar coágulos preenchendo as câmaras.

EMBEBIÇÃO PELA HEMOGLOBINA

A hemólise post mortem , que ocorre de 12 a 24 h após a morte, libera hemoglobina, que impregna por difusão passiva os endoteliócitos do endocárdio e da íntima vascular, dando origem a manchas denominadas embebição hemoglobínica. Essas manchas devem ser diferenciadas das hemorragias, que são mais vermelho-escuras, profundas e definidas.

CORAÇÃO

ANOMALIAS CONGÊNITAS

Agora serão discutidas, em detalhes, as alterações cardiovasculares congênitas que proporcionam a passagem de sangue do lado esquerdo para o direito.

PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO

Após o nascimento do animal, os pulmões são insuflados, diminuindo assim a resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar; devido à súbita interrupção do fluxo sanguíneo pela placenta, a pressão da aorta se eleva. Isso faz com que o sangue reflua da aorta para a artéria pulmonar; em poucas horas, a parede muscular do ducto arterioso sofre contração acentuada, e, dentro de 1 a 8 dias, a constrição é suficiente para interromper todo o fluxo sanguíneo (fechamento funcional). Nos próximos 1 a 4 meses, o ducto arterioso torna-se anatomicamente ocluído devido à proliferação de tecido conjuntivo fibroso. A persistência do ducto arterioso é a alteração congênita mais comum em todas as espécies, principalmente no cão. Nesse defeito, a comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar permanece aberta, ocasionando um desvio de sangue do lado esquerdo para o direito. Se for de diâmetro considerável haverá hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo, uma vez que grande parte do sangue que sairia da aorta para a grande circulação é lançada para a artéria pulmonar e segue então para os pulmões, resultando em congestão pulmonar e retornando ao ventrículo esquerdo. Hipertrofia concêntrica do ventrículo direito porque ele sofre aumento de pressão e dilatação atrial esquerda, por conta do aumento de fluxo oriundo dos pulmões.

DEFEITO DO SEPTO INTERVENTRICULAR

As consequências desse defeito serão relacionadas com o tamanho do orifício existente.

Pequenos defeitos no septo não prejudicam significativamente a função do órgão. O que se observa é hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo devida ao aumento do volume sanguíneo que chega dos pulmões e hipertrofia concêntrica do ventrículo direito devida à sobrecarga de pressão.

DEFEITO DO SEPTO ATRIAL (PERSISTÊNCIA DO FORAME

OVAL)

O forame oval é um canal que na vida fetal possibilita que o sangue oxigenado flua através dele do átrio direito para o esquerdo graças a maior pressão existente no átrio direito. Após o nascimento a pressão inverte e isso faz com que ocorra fechamento desse forame. As consequências do defeito do septo atrial irão depender do tamanho do orifício presente. defeitos maiores promovem desvio de sangue do átrio esquerdo para o direito, ocasionando hipertrofia excêntrica do ventrículo direito e hipertensão pulmonar, seguida de cianose. Alterações congênitas no coração e nos grandes vasos também podem ocasionar o desvio de sangue da direita para a esquerda. São elas: transposição de grandes vasos e tetralogia de Fallot.

TETRALOGIA DE FALLOT

Nessa condição ocorrem, simultaneamente, quatro anomalias distintas do coração. São elas: dextroposição da aorta (origem biventricular), defeito do septo ventricular, estenose da artéria pulmonar e hipertrofia ventricular direita secundária. Em função da dextroposição da aorta, ela acaba recendo sangue de ambos os ventrículos. Por meio do defeito do septo ventricular, o sangue do VE flui para o VD e consequentemente para aorta. Como a artéria pulmonar apresenta estenose pouco sangue flui do VD para os pulmões. Como o lado direito está submetido a uma sobrecarga de pressão, secundariamente desenvolve uma hipertrofia concêntrica do miocárdio ventricular direito.

ESTENOSE SUBAÓRTICA

É uma anomalia frequente em suínos e em cães com hereditariedade aparente nas raças Pastor Alemão e Boxer. Ocorre a formação de uma espessa camada de tecido conjuntivo fibroso no ventrículo esquerdo abaixo das válvulas semilunares aórticas, resultando em dificuldade do fluxo sanguíneo para a aorta. Como consequência da obstrução do fluxo sanguíneo, observa-se hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo.

ESTENOSE DA ARTÉRIA PULMONAR

É uma alteração relativamente comum em cães e rara em outras espécies. Observa-se o estreitamento do lúmen da artéria pulmonar devido à presença de tecido conjuntivo fibroso próximo à sua origem no ventrículo direito. Por haver uma sobrecarga de pressão à qual o ventrículo direito é submetido, a principal consequência é o desenvolvimento de hipertrofia concêntrica do ventrículo direito.

PERSISTÊNCIA DO ARCO AÓRTICO DIREITO

No início da vida embrionária, os arcos aórticos são formados como estruturas pareadas, e, enquanto o arco aórtico esquerdo se desenvolve, o direito se atrofia. Em condições normais, a aorta se desenvolve a partir do quarto arco aórtico esquerdo, fazendo com que ela e o ducto arterioso fiquem do mesmo lado da traqueia e do esôfago. Nesse defeito, o arco aórtico direito é quem se desenvolve, e a aorta fica então situada à direita do esôfago e da traqueia. O ducto arterioso, por ligar a aorta à artéria pulmonar, forma um ligamento fibroso sobre o esôfago, comprimindo- o sobre a traqueia e ocasionando disfagia, regurgitação e dilatação da porção cranial do esôfago (megaesôfago).

REFERÊNCIAS

CARLTON, W. C. Patologia veterinária especial de Thomson. 12 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

WERNER, P. R. Patologia geral veterinária aplicada. São Paulo: Roca, 2017.

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