



Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Este artigo trás uma revisão bibliográfica sobre a Síndrome de Pandora em Felinos e como esta vem afetando o bem-estar e comportamento destes animais.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
1 / 5
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
DALLE CORT, Alexandra Lana^1 SAPLAK, Ingridi Fernanda^2 BARBOSA, Rogério Luis Cardoso^3 FRANCA, Moana Rodrigues ⁴ RESUMO: A Síndrome de Pandora vem se mostrando como a doença do trato urinário inferior que mais acomete os felinos, tem origem psiconeuroimunendócrina e é desencadeada devido eventos que possam causar estresse agudo ou crônico nos animais, por se tratar de uma doença autoimune o principal objetivo do tratamento é evitar recidivas, estas podendo ocorrer várias vezes se o gatilho estressor não for retirado. Esta revisão bibliográfica tem como objetivo esclarecer a apresentar a Síndrome de Pandora, já que esta levanta muitas especulações e discussões no meio científico sobre sua etiologia, diagnóstico e tratamento. Palavras-chave: DTUIF. Gatos. Cistite. Idiopática. 1 INTRODUÇÃO Os felinos são animais que apresentam maior sensibilidade diante a fatores estressantes, e se este estresse for frequente ou contínuo estes animais tendem a desenvolver alterações psicogênicas que podem afetar vários sistemas do organismo (DEFAUW, 2011). A doença do trato urinário inferior em felinos (DTUIF) é um termo utilizado para definir várias alterações que ocorrem no sistema urinário inferior dos felinos, dentre as patologias que podem ser denominadas desta maneira estão, a cistite idiopática felina, infecção do trato urinário, urolitíase, anomalias neurológicas e anatômicas (DEFAUW, 2011). A causa mais comum de ocorrência de DTUIF é a cistite idiopática felina (CIF), que representa cerca de 54-64% dos casos (DEFAUW, 2011). Essa alteração consiste em uma inflamação estéril e crônica sem patogenia devidamente esclarecida. Frequentemente os animais diagnosticados com CIF apresentam recidivas e o tratamento pode ser frustrante tanto para os tutores quanto para os médicos veterinários (LITTLE, 2015). A analogia com a Caixa de Pandora foi descrita pela primeira vez por Buffington em 2011, a Caixa de Pandora é um mito grego em que Zeus cria uma (^1) Acadêmica do 8º Período de Medicina Veterinária do Centro Universitário Campo Real. (^2) Acadêmica do 8º Período de Medicina Veterinária do Centro Universitário Campo Real. (^3) Acadêmico do 8º Período de Medicina Veterinária do Centro Universitário Campo Real. ⁴ Doutora em Ciências, Centro Universitário Campo Real, prof_moanafranca@camporeal.edu.br
caixa e dá à Pandora, sua primeira esposa, ele a instrui para que nunca a abra, mas, Pandora não seguiu o que foi lhe dito e abriu desta forma liberando todos os males no mundo permanecendo na caixa apenas a esperança, os males no caso são associados aos múltiplos órgãos que são afetados, a dificuldade no tratamento e a falta de informações, já a esperança corresponde a esperança de fato para que se consiga mais conhecimento sobre esta síndrome. O presente trabalho visa revisar, apresentar e elucidar os dados coletados sobre a Síndrome de Pandora, como, sua etiologia, diagnóstico e tratamento. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Materiais e métodos Esta revisão bibliográfica foi desenvolvida através de pesquisas em livros e em bases de dados online como, Elsevier, Google Acadêmico, Scielo e Journal of Feline Medicine and Surgery, as palavras chaves utilizadas nos bancos de dados foram “felinos”, “cistite idiopática”, “síndrome”, “pandora”, “felidae”, “feline”, “cystitis” e “idiopathic”. Pesquisa foi realizada no mês de Junho do ano de 2020. 2.2 Revisão bibliográfica A fisiopatologia desta síndrome não esta completamente elucidada, a certeza é de que se desenvolve a partir de episódios relacionados ao estresse, que podem levar a uma maior estimulação do sistema nervoso simpático resultando na liberação de catecolaminas (norepinefrina e dopamina). Os gatos com CIF desenvolvem um aumento na produção de tirosina hidroxilase, que é uma enzima limitante da variação da produção das catecolaminas em decorrência do estresse. Com os estímulos crônicos e níveis elevados de catecolaminas esses animais podem apresentar ainda uma dessensibilização dos adrenoreceptores alfa- (LITTLE, 2015). Esses fatores podem levar a uma perda da proteção do urotélio pela provável reabsorção dos glicosaminoglicanos decorrente do aumento da permeabilidade deste. Com isso os componentes que deveriam ser eliminados pela
diminuição do espessamento da parece da bexiga as proteínas do plasma podem permear dentro da bexiga levando a formação deste, (LITTLE, 2015). A anamnese detalhada também é muito importante para o diagnóstico, conseguir informações sobre exposição a estressores como mudanças, adoção de outro gato ou cachorro, conflitos com animais da vizinhança ou até mesmo dentro de casa. Deverá ser avaliado se o animal está tomando água adequadamente, como é a oferta de desta, no exame clínico o gato irá apresentar muita dor durante a palpação abdominal e normalmente alopecia na região inguinal e abdominal por conta do excesso de lambedura na tentativa de minimizar a dor (DEFAUW, 2011). Para um tratamento adequado no qual o animal tenha menos probabilidade de recidivas o primeiro passo é alterar o meio ambiental que este está inserido. Algumas recomendações prezam a tentativa de aumentar o consumo de água destes animais podendo, por exemplo, aumentar a quantidade de vasilhas de água pela casa e até mesmo fazer a instalação de fontes elétricas de água (WESTROPP; BUFFINGTON, 2004). A comida pode ser alterada também, pode-se oferecer mais comida úmida para estes gatos, desta forma aumentando a ingestão hídrica (WESTROPP; BUFFINGTON, 2004). Os gatos precisam de espaço e estímulos para brincar desta maneira aliviando o estresse, o enriquecimento ambiental vertical é indicado para que os gatos possam escalar e até mesmo terem um lugar de descanso, pois, esta espécie tem preferencia a lugares mais elevados (WESTROPP; BUFFINGTON, 2004). É de suma importância a observação da existência de conflitos que normalmente irão estar presentes em casas multigatos, pois os animais tendem a disputar recursos, com a correção ambiental e manejo adequado estes conflitos podem diminuir ou cessar completamente (WESTROPP; BUFFINGTON, 2004). Para o tratamento medicamentoso é recomendado o uso de analgésicos como buprenorfina na dose de 0,02 à 0,03 mg/Kg a cada 6 ou 12 horas via transmucosa durante 3 a 5 dias. Para machos com CIF pode ser recomendado ainda o uso de antiespasmódicos como a fenoxibenzamina via oral na dose de 0, mg/kg a cada 12 ou 24 horas, este medicamento irá promover o relaxamento da uretra facilitando a micção. Para gatos que apresentam muitas recidivas e em casos em que o manejo ambiental correto foi insuficiente, é recomendado o uso de amitriptilina, um antidepressivo com atividade simpaticolítica, anti – inflamatória,
anticolinérgica e anti-histamínica, a dose recomendada é de 2,5 a 5 mg∕kg a cada 24 horas com a administração por via oral. Esse fármaco pode ser utilizado por tempo suficiente até que haja uma melhora significativa dos animais afetados (LITTLE, 2015). Os feromônios (Feliway®) podem ser utilizados como forma de terapia ambiental, pois irão promover a sensação de bem-estar nos animais. (WESTROPP, 2008). O uso de glicosamina vem demonstrando bons resultados, pois, este composto auxilia no reparo do urotélio, desta maneira reduzindo a permeabilidade que a CIF causa (LITTLE, 2015). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi possível observar o papel fundamental da terapia de MEMO (modificação multimodal do ambiente), para pacientes com CIF, tendo em vista a remoção de gatilhos de fatores que possam gerar estresse nos felinos, desta forma prevenindo o possível acometimento da Síndrome de Pandora. Contudo, foi também possível perceber a necessidade de mais pesquisas para melhor compreensão dessa doença. 4 REFERÊNCIAS BUFFINGTON, C.A.T. Idiopathic Cystitis in Domestic Cats - Beyond the Lower Urinary Tract. J. Vet Intern Med , The Ohio State University, p. 784-796, 2011. BUFFINGTON, C. A. T. et al. Clinical Evaluation of Multimodal Environmental Modification (MEMO) in the Management of Cats With Idiopathic Cystitis. Journal of Feline Medicine and Surgery , Estados Unidos, n. 8, p. 261-268, 2006. DEFAUW, P. A. et al. Risk Factors and Clinical Presentation of Cats With Feline Idiopathic Cystitis. Journal of Feline Medicine and Surgery , Londres, v. 13, n. 3, p. 967-975, 2011. LITTLE, S. E. O gato: Medicina Interna. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. WESTROPP, J. L; BUFFINGTON, C. A. T. Feline idiopathic cystitis: current understanding of pathophysiology and management. Vet Clin North Am Small Anim Pract. Estados Unidos, n.34, p. 1043-1055, 2004. WESTROPP, J. L. Feline Idiopathic Cystitis: Pathophysiology and Management. Proceedings of the 33rd World Small Animal Congress ,Dublin, p. 294-295, 2008.