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Este texto explora os símbolos e lugares significativos na cultura do rio de janeiro, incluindo espaços sagrados, anti-símbolos, e o papel do passado na construção de símbolos culturais. O documento discute a importância de lugares como a igreja de nossa senhora da candelária, a catedral de são sebastião, e o bairro de copacabana, além de discussões sobre espaços como shopping centers e favelas.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
JOÃO BAPTISTA FERREIRA DE MELLO*
O s lugares são repletos de símbolos. Assim de- fendem os geógrafos do horizonte humanístico. A simbologia não se restringe aos centros de bem querência, afetividade, despojamento experiência. Os espaços – vastos, estranhos, desconhecidos e “distantes” – bem como os “deslugares” – monó- tonos e repetitivos – reúnem igualmente símbo- los de grandezas variadas. No âmbito de tal com- plexidade, o texto almeja estabelecer distinção e unidade aos conceitos de símbolos, lugares, es- paços e “deslugares”(RELPH, 1976; POCOCK, 1988; BUTTIMER, 1990; TUAN, 1983; 1996; 1998; 1999). Lugares e símbolos adquirem profundo signifi- cado, através dos laços emocionais tecidos ao lon- go dos anos. Conciliar, entender e decodificar o conteúdo simbólico de magnitudes diferenciadas como pátria, prédios, ginásios e as simples pedras
do caminho são as tarefas a serem empreendidas nessas reflexões inaugurais. Os lugares/símbolos são entes queridos ou me- recedores de considerações especiais. Tais envol- vimentos, que despontam com a experiência, a confiança e a afeição, denotam intimidade, na acepção da palavra a qualidade do “que está muito dentro” ou o “que atua no interior”, como apon- tam os dicionários. Os lugares/símbolos, nessa abrangência, são igualmente públicos, compartilhados e forjados por intermédio de edificantes significados. A idéia pode ser reforçada ancorando-se na frase do filó- sofo francês Gabriel Mareei, reaproveitada por RELPH (1976, p.34): “um indivíduo não é distin- to de seu lugar, ele é esse lugar”. O lar/lugar/pátria é, ao mesmo tempo, um símbolo de união e con- graçamento. Trata-se de um mundo vivido e filo-
sófico, existencial e coletivo, de enraizamento, lutas e glórias, uma “morada familiar”. O fervor patriótico resulta do incentivo cultiva- do pelo estoque de conhecimento e dos esforços emocional intelectual. Decorre ou acontecimentos corriqueiros e notáveis, do orgulho, das tradições e do bem comum, ocorridos no chão dos ances- trais, fonte de vida, dos conflitos, das bênçãos dos céus, do sol e das tempestades, das façanhas, dos frutos, do suor, do regozijo, das permutas, das agruras e dos sonhos proporcionados neste lar/lugar, ape- nas simbolicamente apropriado, cuja dimensão se perde no horizonte. De toda maneira, a lealdade para com a pátria promove, ao mesmo tempo, uma significação especial de lar/lugar/símbolo (TUAN, 1983, 1991; MELLO, 1991). Um outro traço extraordinário de afeição/iden- tificação diz respeito ao “habitué” de um lugar apro- priando-se simbolicamente dos artefatos de dife- rentes portes e esferas, pois mesmo a destruição de um velho e querido prédio, localizado em um logradouro acolá, pode causar aqui ou desconten- tamento e nostalgia, por ser parte ‘integrante do acervo de um indivíduo, porquanto impregnado pela força do sentimento, da experiência, do re- conhecimento e da sensação de pertencimento. Adentremos, a seguir, nos ginásios esportivos, centros de júbilo, algazarra e regras, mas portado- res de identidade e significados. A referência ge- ográfica está presente no posicionamento das equi- pes a cada 24 segundos e inversamente a cada tem- po de 20 minutos da partida de bola ao cesto e, nestas circunstâncias, do lugar a ser defendido ao espaço a ser capturado, em meio às táticas “bola- das” pelos técnicos, bem corpo na delimitação dos lugares e espaços das torcidas. Demarcar, nessas
condições, indica poder e sacralização de lugares, ou seja, um desafio triunfal sobre a torcida adver- sária situada em seu rejeitado espaço. Os limites dos espaços e dos lugares são fixados através da comunhão de adeptos com suas bandeiras, cores, camisas, gritos, palmas, xingamentos e vaias, ele- mentos utilizados com respeito à proteção dos lugares ou desprezo, ou mesmo temor aos espaços do inimigo. A cantoria tem sido também uma outra con- vincente arma de conquista de lugares simbólicos nas arenas esportivas. Vejamos uma ilustração com um conhecido refrão funk empregado em diver- sos outros contextos: “ah!/ah!/uh!/uh!/o Tijuca é nos- so”, bradou a torcida do Clube de Regatas Vasco da Gama na vitória sobre o Fluminense em uma das semifinais do Campeonato Nacional de Basquete, em junho de 2002, expondo diante da vitória o domínio na quadra, na euforia expressa nas arqui- bancadas e.ousada e simbolicamente na possessão esporádica do ginásio, palco de diversas manifes- tações culturais na cidade do Rio de Janeiro. No mesmo plano das projeções simbólicas, consideremos evidência ainda mais uma descon- certante. Na experiência repetida, as pedras por- tuguesas de mera aparência, reproduzindo em seus desenhos as ondas do mar em parte da orla da Ci- dade Maravilhosa, transformaram-se em “veículo de significado” (WAGNER, 1979, p. 20). Como no pensamento filosófico desse autor, “não exis- tem marcas e signos em si”, mas “somente em vir- tude do significado que um ser humano ou gru- pos” (Ibid, p. 21) lhes atribuem. Esta questão de posse, defesa e significado remonta à noção feno- menológica do mundo vivido contemplando in- dissociavelmente os pertences privados ou públi-
de bairro, significando a elevação do espírito aos céus e dominando, ou imponente, os seus arredo- res até a sua denominação sendo proveitosamente convertida nos letreiros dos estabelecimentos co- merciais ou de serviços do lugar. Sua relevância é reconhecida por aqueles que não freqüentam seus cultos, festas e reuniões, mas que a utilizam como indicador geográfico, transformado em símbolo do bairro vivido. Mudemos a escala dos símbolos transcenden- tais. Focalizemos a igreja de Nossa Senhora da Candelária, situada na Praça Pio X, esta proposita- damente criada para salientar sua monumentalida- de, no início de uma das maiores artérias da Área Central do Rio de Janeiro, a Avenida Presidente Vargas. Trata-se de um símbolo transcendental interiorizado na alma carioca, em razão de sua pompa arquitetônica, rodeada “por uma aura de profunda seriedade moral” (ROSENDAHL, 1996, p. 64). Lugar sagrado, de devoção e compromisso emocional, a “Candelária”, nome utilizado com intimidade, tem sido ponto focal ou mesmo parti- cipado indiretamente de aterros, desfiles carnava- lescos, protestos políticos, em meio ao centro de negócios da Área Central do Rio de Janeiro, en- tre outras finalidades profanas concretizadas em suas cercanias (lbid.; MELLO, 2002a). Um outro templo integrante da galeria dos sím- bolos transcendentais – a Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro – pode ser igualmente conceituado como símbolo imposto. A mesma, ao longo dos ‘séculos, recebeu endere- ços diversos. Em 1976, foi, finalmente, sagrada em uma explanada surgi da com o desmonte do mor- ro de Santo Antônio, ocorrido em 1954, na Área Central do Rio de Janeiro, permitindo o avanço
do núcleo central sobre a sua periferia. Neste mes- mo descampado foram assentados outros símbolos traduzidos não apenas no tocante ao poder, como também na forma majestosa dos edifícios da Pe- trobrás, do BNDES e do antigo BNH, atual Caixa Econômica Federal. Na realidade, a arquitetura da Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro co- munga com os tempos modernos do concreto de grande visibilidade, formato cônico, assemelhan- do-se desconcertantemente a um ginásio esporti- vo. A imensidão de seu interior, no entanto, in- duz o fiel à idéia de sua pequenez diante da obra do Criador (CAPDEVILLE et al, 1967; CORRÊA, 1995; ABREU,1997; MELLO, 2002b). Símbolos impostos e, posteriormente, assimi- lados dizem respeito aos prédios magnificentes, como o referido templo, bem como monumentos suntuosos e bulevares, projetados e concluídos pelas opressivas reformas urbanas, na busca da ex- tinção das formas espaciais pretéritas, conduzin- do a grandes corredores de trânsito e ao discipli- namento do uso do solo urbano, ou, ainda, à im- posição de muralhas segregacionistas. Ao lado dis- so, símbolos permanentemente escorados e resso- nantes valem-se do passado lendário para susten- tar ou recuperar o brilho exibido outrora e pros- seguir como importante via comercial e financei- ra, como a elegante Rua do Ouvidor, do Rio de Janeiro do século retrasado, ou o centro de entre- tenimento do bairro da Lapa, da mitológica ma- landragem do início do século XX. Nas últimas décadas, contudo, no encalço do glorioso passa- do de. compositores, malandros, prostitutas, cafe- tões, pederastas, cabarés e hotéis, outros segmen- tos de renda passaram a freqüentar o espaço cole- tivo e os diversos estabelecimentos culturais sedi-
ados na Lapa, valendo-se justamente de sua magia pretérita, cristalizada na fisionomia de seus anti- gos sobrados, emoldurados pelos afamados Arcos da Lapa, ainda que o panorama cultural e o con- teúdo social tenham se modificado. A simbologia, parafraseando Cosgrove (1998), está em toda parte e mesmo nas diferentes cono- tações emprestadas aos vocábulos como centro, periferia, subúrbios e shopping centers, e em rit- mos como o samba ou o tango. São símbolos re- missivos que aludem aos lugares, interiorizados, parte do ser como postulam os princípios feno- menológicos, ou dependendo dos valores indivi- duais ou dos grupos sociais, esnobados ou achin- calhados e, portanto, pertencentes aos espaços. O centro, rico em significados e para onde as coisas convergem, é de toda gente, e, nestas con- dições, as áreas centrais tornaram-se as grandes referências das cidades. A periferia, no entanto, exibe tons diversos. Preterida, distante e “escon- dida”, a periferia empobrecida constitui espaço para aqueles que a evitam ou a desconhecem. Mas, em confronto às adversidades e às imposições do sis- tema, a vida pulsa exuberante, nas formas alterna- tivas e de sobrevivência nesses lugares das trocas, do sobretrabalho e do despojamento. A periferia enobrecida, por outro lado, ostenta a riqueza de suas formas e o aparato de amenidades verde, mar, montanha, por vezes isolados ou em conjunto, o lugar da auto-segregação destinado àqueles que podem escolher onde e como morar (TUAN, 1975; CORRÊA, 1995). Quanto aos subúrbios, estes emergiram da con- dição de sub urbe para sentidos diversos. Nos Es- tados Unidos, os subúrbios são símbolos que re- metem à conexão do esplendor do verde à gran-
deza da cidade. Os aprazíveis subúrbios estaduni- denses são edens preenchidos por mansões, sem muros, cercadas de canteiros e jardins. Nos países centrais, como os Estados Unidos, as pessoas de alto poder aquisitivo residem em bairros afastados da confusão e do ar poluído do centro de negóci- os e, ao mesmo tempo, próximos (de automóvel) da abundância de bens e serviços oferecidos nos espaços urbanos. Nos, países periféricos, onde os custos para a implantação dos melhoramentos ur- banísticos e a irradiação de amenidades se tornam extremamente dispendiosos, as elites e alguns seg- mentos da classe média procuram; da mesma ma- neira, habitar em redomas de verde, como os bair- ros-jardins ou em condomínios fechados, nas en- costas das montanhas ou ainda à beira-mar. Mas, no Brasil, o estigma para os subúrbios e as periferi- as é tão repulsivo que estes vocábulos e conceitos estão fora de cogitação para os “outsiders”. Assim, no Rio de Janeiro, o subúrbio assumiu uma expres- são pejorativa, de espaço afastado, sendo o trem o veículo/símbolo de pobreza, cuja pecha somente nas últimas décadas começa a perder fôlego em razão do avanço da classe média sobre os bairros da chamada zona suburbana (TUAN, 1980, 1986; MELLO, 1993; CORRÊA, 1997; ABREU, 1997). Segundo David Harvey (1993, p. 261), “os sím- bolos de riqueza, de posição, de fama e de poder, assim como de classe, sempre tiveram importância na sociedade burguesa”. A idéia contagiou elemen- tos de outros estratos de renda. Nesta trilha, os shopping centers aludem a esta preocupação com status, beleza e prestígio. Enclaves plenos de gla- mour e maravilhas, nesses subcentros fechados e de luxo, os passantes são belos ou assim se fazem. Como nos lindos sonhos de fadas, os shopping
maneira criativa por geógrafos, historiadores, fo- tógrafos, entre outros especialistas, bem como em depoimentos, na literatura ou na música. Na esca- la íntima, a restauração dos símbolos do passado perpetua-se no movimento memorialístico, nas lembranças das casas da infância e da adolescên- cia, dos lugares/símbolos outrora freqüentados e, por outro lado, adesão e posse da memória coleti- va, ou seletiva, como preferem alguns pensadores, na medida em que seria difícil haver um consenso intersubjetivo. Seja como for, as pessoas, as artes e os estudiosos retransmitem e restauram a magia dos símbolos pretéritos, destruídos ou preservados no íntimo de cada um ou aclamado pelos grupos so- ciais, ou ainda nas valorizadas rugosidades, as ve- lhas porções espaciais que perduram lado a lado junto aos lugares, espaços e “deslugares” moder- nos ou pós-modernos (HALBSWACHS, 1990; TUAN, 1998; MELLO, 2000). No que concerne aos sofisticados patamares dos símbolos míticos, os mesmos avultam como decorrência da tradição oral, dos costumes e da propaganda da mídia ou dos pacotes turísticos que atribuem dotes extraordinários aos paraísos eco- lógicos ou aos eldorados urbanos. Outros símbo- los míticos nascem da magia emanada por algum aspecto cultural, na busca do “shangrila”, o lugar das delícias, ou, até mesmo em outra dimensão, na projeção anunciada pelas religiões, qual seja a tra- vessia do portal do paraíso, com vistas à morada eterna envolta em contínua claridade (TUAN, 1983, 1999; MELLO, 1993,2000). Em termos de lugares/símbolos culturais, o bair- ro de Copacabana ou a favela da Mangueira reve- lam-se como evidências extraordinárias. A “Prin- cesinha do Mar”, cantada em verso e prosa por
Braguinha e Alberto Ribeiro, mas, nas últimas dé- cadas, proclamada, por alguns setores da socieda- de, como decadente, continua sendo uma “meca” turística e congregando a maior reunião de pesso- as no Rio de Janeiro, por ocasião do afamado Ré- veillon festejado na Avenida Atlântica. Paralela- mente, a escola de samba das cores verde e rosa da favela da Mangueira projetou-se a partir da cadên- cia de seus desfilantes e, nesse ritmo, ampliou os seus domínios na educação e nos esportes, soman- do multidões de adeptos de diferentes classes so- ciais e, como reconhecimento de sua relevância, recebeu a presença do homem mais poderoso do planeta, o ex-presidente Bill Clinton, dos Estados Unidos. Neste ponto, tanto Copacabana quanto a Mangueira constituem símbolos culturais cuja ressonância extrapola os limites da “Cidade Mara- vilhosa”. Ambos constituem lugares/símbolos de brasilidade internacionalmente reconhecidos. Mas “decadente”, embora de extraordinária afluência, o bairro com nome de santa, e perigosa, a favela da Mangueira, dominada pelo narcotráfico, estes símbolos, consagrados como eldorados urbanos, podem ser motivos de uma longa discussão con- ceitual quanto ao espaço e ao lugar (LESSA, 2000; MELLO, 2002). De toda sorte, o presente texto procura mos- trar a existência de símbolos Íntimos/individuais e/ou coletivos, a variabilidade e a dependência dos valores, da experiência e da cultura. Um símbolo perde ou recebe tal condição dependendo da es- curidão ou da claridade, igualmente no transcurso do tempo, ou mesmo se temidas, proibidas ou fran- queadas as suas dependências. Símbolos afloram na experiência direta, transmitidos por outras pes- soas ou apenas cultuados nos sonhos. Alguns são
transitórios, outros imorredouros. Mas permane- cem sendo construídos ou esquecidos pelos indi- víduos e grupos sociais nos mais diversos lugares, espaços e “deslugares”.
NOTAS __________________________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ___________________ ABREU, M. de A. Evolução urbana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IPLAN/RIO, 1997. BUTTIMER, A. Geography, humanism, and global concern. Annals of the Association of American Geographers, Wa- shington , v. 80, n. 1, p. 1-33, 1990. CAPDEVILLE, A. D. et a!. A área central do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IBGE, 1967. CORRÊA, R. L. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1995. Trajetórias geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. COSGROVE, D. A geografia está em toda parte: cultura e simbolismo nas paisagens humanas. In: CORRÊA, R. L.; Rosendahl, Z. (orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1998. p. 92-122. HALBSWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Vértice,
HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola,
Dos espaços da escuridão aos lugares de extrema luminosidade