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SÍFILIS CONGÊNITA E SUA ABORDAGEM TERAPÊUTICA, Resumos de Clínica médica

Resumo sobre sífilis congênita, avaliação do RN e tratamento.

Tipologia: Resumos

2019

À venda por 02/03/2023

Marcela_Oliveira
Marcela_Oliveira 🇧🇷

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Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022
Sífilis congênita
Infecções congênitas são aquelas transmitidas pela via
hematogênica transplacentária.
A maioria dos RN é ASSINTOMÁTICO d urante o
nascimento. A suspeita se dá com a doença ou com
sorologia materna!
O risco da transmissão é maior no 3º trimestre (placenta
mais desenvolvida), mas a gravidade é maior quando
essa transmissão é mais precoce (organogênese mais
incompleta).
IgM positiva no RN = infecção
IgG positivo no RN = pode ser IgG materna
SÍFILIS CONGÊNITA
Agente: TREPONEMA PALLIDUM. Pode ser transmitida em
qualquer fase da doença, mas ocorre principalmente
na sífilis PRIMÁRIA.
Clínica: maioria é assintomática, podendo hav er
sintomas inespecíficos como hepatomegal ia, icterícia,
exantema, coriorretinite, microoftalmia.
SÍFILIS PRECOCE (< 2 ANOS):
Rinite sifilítica: obstrução + secreção serossanguinolenta
(diagnostico diferencial com sinusite bacteriana).
Lesões mucosas: placas mucosas, condiloma plano
tipicamente ao redor do anus (cuidado para não
confundir com violência sexual);
Lesões cutâneas: pÊnfigo palmoplantar (exantema
vesicobolhoso). Todas as l esões cutâneas são ricas em
treponema.
Lesões ósseas:
- Osteocondrite (inflamação na região
metafisária adjacente à cartilagem de crescimento e
extremamente dolorosas).
- Pseudoparalisia de Parrot: membro paralisado
por causa da dor com exame neurológico normal
(diagnostico diferencial c om paralisia do pl exo
braquial);
- Periostite de diáfise de ossos longos e ossos do
crânio (sinal do duplo contorno no RX = novas camadas
de periósteo se formando).
SÍFILIS TARDIA (> 2 ANOS):
Fronte olímpica, nariz em sela, r ágades sifilítica,
alterações dentarias (Hutchinson e molar em amora),
tíbia em sabre, articulação de Clutton, ceratite
intersticial.
AVALIAÇÃO DO RN
Avaliação clínica + VDRL de sangue periférico +
hemograma + LCR + RX de ossos longos + avaliação
hepática e eletrólitos.
Obs: sempre solicitar esses exames, mesmo que o RN
esteja assintomático.
VDRL (teste não treponêmico): avalia a
atividade da doença e grau de lesão tecidual.
Deve ser obtido do sangue periférico (não fazer
no cordão umbilical);
Hemograma: anemia, plaquetopenia,
leucocitose ou leucopenia.
LCR: neurossífilis se VDRL + (qualquer titulação)
ou celularidade > 25 ou proteinorraquia > 150.
RX de ossos longos: steocondrite ou periostite.
TRATAMENTO
TRATAMENTO ADEQUADO PARA A MÃE
Penicilina benzatina (se alergia: dessensibilização >
eritromicina);
Adequada para a fase da doença:
- Sífilis primaria, secundaria ou latente recente:
2,4 milhões U, IM, dose única.
- Sífilis latente tardia, indeterminada ou terciaria:
2,4 milhões U, IM, 1x na semana, durante 3 semanas.
Iniciado em até 30 dias antes do parto;
Avaliado risco de reinfecção (parceiro tratado, outros
parceiros, manteve relação sexual). Obs: a
informação de que o parceiro foi tratado não significa
tratamento inadequado.
Avaliar queda do VDRL: os títulos de VRDL permitem
avaliar o grau de atividade da doença;
SITUAÇÃO 1: MÃE NÃO TRATADA OU
INADEQUADAMENTE TRATADA
Por definição, a criança é um caso de sífilis congênita
notificar, realizar todos os exames e tratar todos os
casos.
- LCR alterado (VDRL reagente ou células > 25 ou PTN >
150): Penicilina cristalina IV 10 dias.
- LCR normal + qualquer outra alteração: penicilina
cristalina IV 10 dias ou penicilina procaína IM 10 dias
(50.000/kg/dose);
- RN assintomático + TODOS exames normais (VDRL
negativo): penicilina benzatina em dose única (se
garantia de acompanhamento). Se não houver garantia
de acompanhamento: penicilina cristalina ou procaína
10 dias.
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Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 1

Sífilis congênita

Infecções congênitas são aquelas transmitidas pela via hematogênica transplacentária.

A maioria dos RN é ASSINTOMÁTICO durante o nascimento. A suspeita se dá com a doença ou com sorologia materna!

O risco da transmissão é maior no 3º trimestre (placenta mais desenvolvida), mas a gravidade é maior quando essa transmissão é mais precoce (organogênese mais incompleta).

IgM positiva no RN = infecção

IgG positivo no RN = pode ser IgG materna

SÍFILIS CONGÊNITA

Agente: TREPONEMA PALLIDUM. Pode ser transmitida em qualquer fase da doença, mas ocorre principalmente na sífilis PRIMÁRIA.

Clínica: maioria é assintomática, podendo haver sintomas inespecíficos como hepatomegalia, icterícia, exantema, coriorretinite, microoftalmia.

 SÍFILIS PRECOCE (< 2 ANOS):

Rinite sifilítica: obstrução + secreção serossanguinolenta (diagnostico diferencial com sinusite bacteriana).

Lesões mucosas: placas mucosas, condiloma plano tipicamente ao redor do anus (cuidado para não confundir com violência sexual);

Lesões cutâneas: pÊnfigo palmoplantar (exantema vesicobolhoso). Todas as lesões cutâneas são ricas em treponema.

Lesões ósseas:

  • Osteocondrite (inflamação na região metafisária adjacente à cartilagem de crescimento e extremamente dolorosas).
  • Pseudoparalisia de Parrot: membro paralisado por causa da dor com exame neurológico normal (diagnostico diferencial com paralisia do plexo braquial);
  • Periostite de diáfise de ossos longos e ossos do crânio (sinal do duplo contorno no RX = novas camadas de periósteo se formando).

 SÍFILIS TARDIA (> 2 ANOS):

Fronte olímpica, nariz em sela, rágades sifilítica, alterações dentarias (Hutchinson e molar em amora), tíbia em sabre, articulação de Clutton, ceratite intersticial.

AVALIAÇÃO DO RN

Avaliação clínica + VDRL de sangue periférico + hemograma + LCR + RX de ossos longos + avaliação hepática e eletrólitos.

Obs: sempre solicitar esses exames, mesmo que o RN esteja assintomático.

 VDRL (teste não treponêmico): avalia a atividade da doença e grau de lesão tecidual. Deve ser obtido do sangue periférico (não fazer no cordão umbilical);  Hemograma: anemia, plaquetopenia, leucocitose ou leucopenia.  LCR: neurossífilis se VDRL + (qualquer titulação) ou celularidade > 25 ou proteinorraquia > 150.  RX de ossos longos: steocondrite ou periostite.

TRATAMENTO

 TRATAMENTO ADEQUADO PARA A MÃE

Penicilina benzatina (se alergia: dessensibilização > eritromicina);

Adequada para a fase da doença:

  • Sífilis primaria, secundaria ou latente recente: 2,4 milhões U, IM, dose única.
  • Sífilis latente tardia, indeterminada ou terciaria: 2,4 milhões U, IM, 1x na semana, durante 3 semanas.

Iniciado em até 30 dias antes do parto;

Avaliado risco de reinfecção (parceiro tratado, outros parceiros, manteve relação sexual). Obs: só a informação de que o parceiro foi tratado não significa tratamento inadequado.

Avaliar queda do VDRL: os títulos de VRDL permitem avaliar o grau de atividade da doença;

SITUAÇÃO 1: MÃE NÃO TRATADA OU INADEQUADAMENTE TRATADA

Por definição, a criança é um caso de sífilis congênita  notificar, realizar todos os exames e tratar todos os casos.

  • LCR alterado (VDRL reagente ou células > 25 ou PTN > 150): Penicilina cristalina IV 10 dias.
  • LCR normal + qualquer outra alteração: penicilina cristalina IV 10 dias ou penicilina procaína IM 10 dias (50.000/kg/dose);
  • RN assintomático + TODOS exames normais (VDRL negativo): penicilina benzatina em dose única (se garantia de acompanhamento). Se não houver garantia de acompanhamento: penicilina cristalina ou procaína 10 dias.

Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 2

SITUAÇÃO 2: MÃE ADEQUADAMENTE TRATRADA

Pedir o VDRL do RN.

  • RN sintomática ou VDRL > materno: pedir TODOS os exames e tratar com penicilina cristalina (LCR alterado) ou procaína (LCR normal) 10 dias.
  • RN assintomático e VDRL < materno: acompanhamento ou exames + tratamento se não der para acompanhar.
  • RN assintomático e VDRL não reagente: acompanhamento ou penicilina benzatina dose única se não der para acompanhar.

ACOMPANHAMENTO:

VDRL seriado: 1, 3, 6, 12 e 18 meses. Parar se 2 consecutivos negativos.

Diminuição na titulação do teste com 3 meses e negativação aos 6 meses em crianças adequadamente tratadas.

Retratamento ou nova investigação se elevação de títulos

Teste treponêmico não é obrigatório. Se reagente após 18 meses, confirma o diagnóstico de sífilis congênita, enquanto um resultado não reagente não afasta o diagnóstico nos casos em que o tratamento foi realizado de forma precoce.

Repetir testes imunológicos e reavaliação, se observados sinais clínicos compatíveis com sífilis congênita.

Se o LCR do RN esteve alterado, repetir a cada 6 meses, até sua normalização.

Avaliação neurológica, auditiva e visual semestral nos primeiros 2 anos.

Crianças tratadas inadequadamente: convocar a criança para reavaliação. Se alterações, reiniciar tratamento conforme o caso.