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Este estudo identifica as fases do desenvolvimento motor humano, enfatizando a importância de habilidades motoras básicas na aquisição de habilidades específicas e esportivas. O papel do professor na formação motora de crianças é discutido, especialmente nas séries iniciais.
Tipologia: Resumos
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Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do curso de Licenciatura em Educação Física, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná.
Curitiba
Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do curso de Licenciatura em Educação Física, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná.
ORIENTADOR: PhD WAGNER DE CAMPOS
O presente estudo teve como objetivo identificar as fases de desenvolvimento motor do ser humano enfatizando a importância das habilidades motoras de base no processo de aprendizagem dos movimentos mais complexos ou esportivos. Sabendo-se que o principal responsável pela aquisição de tais habilidades é o professor de educação física, verificou-se a necessidade de abranger o papel do profissional da área no sentido de conscientizá-lo para que atue de forma competente. A literatura mostra que o desenvolvimento motor é um processo ordenado e sequencial, onde a sequência é sempre a mesma, o que altera é a velocidade de desenvolvimento, que difere de indivíduo para indivíduo. O processo de desenvolvimento motor é dividido em fases e estágios, e é através destes que o professor poderá situar o aluno e organizar-se para saber o que deverá trabalhar em determinadas faixas etárias. Observa-se também a necessidade de se ter uma ampla variedade de experiências motoras a nível de habilidades básicas para que as habilidades específicas ou esportivas sejam aprendidas mais rápida e eficazmente. Uma variedade de experiências motoras também determinará o tipo de adulto a criança se tomará. Quanto à atuação do professor, verifica-se que não há possibilidade de ensinar sem que se tenha ao menos a base dos conhecimentos de desenvolvimento motor da criança. Muitos professores atualmente dão suas aulas sem ter qualquer referência, sem considerar as diferenças individuais e as diferenças gerais de cada faixa etária.
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O atual trabalho justifica-se devido à necessidade de haver profissionais competentes na atuação da educação física nas séries iniciais. Para que possam conscientizar-se da importância de se conhecer a criança no aspecto motor, atuando assim de maneira eficiente e evitando futuros danos motores às crianças, dando todo suporte básico para a aquisição de novas habilidades mais complexas. A importância deste trabalho vai além do exposto acima, pois envolve a sociedade como um todo, que atualmente está mais preocupada com a qualidade de vida e está conscientizando-se da necessidade de realizar atividade física regularmente. Porém, ao defrontar-se com o exercício físico percebe que não tem habilidade suficiente para tal e acaba perdendo a motivação retomando ao sedentarismo. A quantidade de atividade ou exercício físico realizado pela criança, vai determinar as experiências adquiridas na área motora, vai melhorar o nível motor da criança e futuramente a levará ao êxito quanto às habilidades motoras. Enfim, determinará o tipo de adulto a pessoa será.
Considerando-se que o movimento é de grande importância biológica, psicológica, social, cultural e evolutiva, e que é através dele que o ser humano e o meio ambiente interagem, vê-se a necessidade de uma abordagem teórica sobre o mesmo. É através de movimentos que o ser humano age sobre o meio ambiente para alcançar objetivos desejados ou satisfazer suas necessidades. Eles constituem atos que solucionam problemas motores (CONNOLY, 1977, citado por MANOEL, 1985). Objetivos estes que ocorrem desde o começo da vida através de estimulações ambientais. Desde satisfazer ou evitar a dor, fome, sede, etc., para os bebês, até satisfazer curiosidades, desenvolver habilidades motoras, expressar e comunicar idéias, emoções, informações, etc. de crianças, adolescentes e adultos. Alguns movimentos são usados com propósitos de sobrevivência, enquanto outros servem para brincar, recrear, ou aliviar tensões (BARBANTI, 1988). Além do aspecto biológico, onde a capacidade do ser humano de se mover é mais do que uma simples conveniência que o possibilita a andar, jogar e manipular objetos, do aspecto social e cultural, onde a comunicação, a criatividade e os sentimentos são expressados, onde o ser humano aprende sobre o meio social em que vive, há também a importância da relação entre movimento e cognição. As primeiras experiências sensoriais da criança sobre o meio ambiente vêm através da exploração. As experiências motoras que se iniciam na infância são de fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo (TANI, 1987). Sabe-se que o movimento é o objeto de estudo e atuação da educação física, portanto, é inegável a sua contribuição ao desenvolvimento global do ser humano. Segundo BARBANTI (1988), o comportamento do movimento humano depende de características genéticas e de fatores sócio-culturais. Herdamos de nossos pais o tipo corporal que pode ou não facilitar na movimentação de forma eficiente. Além disso, o movimento é influenciado
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Este modelo é composto de 5 mecanismos envolvidos no movimento, são eles: os órgãos dos sentidos, o mecanismo perceptivo, o mecanismo de decisão, o mecanismo efetor, o sistema muscular e mais os circuitos de feedback. Estes mecanismos são interligados através do fluxo de informações de forma que o funcionamento de qualquer um depende das informações fornecidas pelo mecanismo precedente. Sendo assim, o sistema muscular não pode funcionar adequadamente se os mecanismos anteriores a ele não funcionarem adequadamente. Portanto, enquanto comportamento observável, é impossível acontecer o movimento sem a participação dos fatores cognitivos ou mentais responsáveis pela organização e controle do mesmo.
Sabendo da importância do movimento para o desenvolvimento do ser humano como um todo, pode-se passar a analisar o processo de desenvolvimento motor mais detalhadamente. Porém, antes desta análise, faz-se necessário conceituar desenvolvimento motor, que, segundo TANI (1987), é um processo natural e progressivo que acontece sem a necessidade de uma preocupação específica no sentido de preparar um ambiente que o favoreça. O desenvolvimento motor procura estudar as mudanças que ocorrem no comportamento motor, bem como os mecanismos responsáveis por estas mudanças, de um indivíduo desde a concepção até a morte, relacionando-as com o fator tempo, ou seja, o desenvolvimento na capacidade de controlar os movimentos como resultado da maturação e experiência (KEOGH, 1977, citado por FERRAZ, 1992 e TANI, 1987). É de suma importância considerar o fato de que a sequência de desenvolvimento é variável na sua progressão, porém, invariável em sua ordem (MANOEL, 1985). TANI (1987), concorda quando diz que: “... o desenvolvimento motor é um processo ordenado e sequencial, onde a sequência dificilmente altera mas a velocidade de desenvolvimento difere de indivíduo para indivíduo.”
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Como no exemplo dado por KAY (1969), citado por TANI (1987), uma criança nunca vai correr antes de andar, ou seja, existe uma progressão normal no desenvolvimento motor da criança, porém, a velocidade deste desenvolvimento varia de acordo com o indivíduo. MANOEL (1985) diz que a ordem das atividades que o indivíduo domina é mais influenciável pela maturação, mas o grau em que estas atividades são dominadas e combinadas dependem das experiências. Daí vê-se a importância da interação da criança com o ambiente. DENNIS (1960) citado por MANOEL (1985), teve uma experiência num orfanato do Teerã, onde o ambiente era restrito e com pouca estimulação, e verificou que 60% das crianças de 2 anos de idade não se sentavam sem ajuda, e 85% das crianças de 4 anos de idade não andavam sozinhas. CONNOLY (1977, citado por MANOEL, 1985) identificou dois tipos de mudanças que ocorrem no desenvolvimento do ser humano:
MANOEL (1985) explica todo o processo deste modelo. Inicialmente, na base, surge a capacidade neural inata, resultado da organização do sistema, demonstrado pela velocidade de crescimento do tecido nervoso desde a concepção até cerca de 12 anos de idade. (TANNER, 1965) A importância da capacidade neural inata como base para movimentos reflexos, mecanismos de sobrevivência, e os sistemas de maturação anterior, é devido à necessidade da interação do homem com o ambiente, pois estes se constituem no meio para obtenção de importantes informações sensoriais para o desenvolvimento. Estes elementos levam ao primeiro instrumental para a ação, que é aparentemente rudimentar na criança e no bebê, mas de fundamental importância para a interação deles com o meio ambiente. Ao mesmo tempo que a base traz estruturas capazes de levar à produção de movimentos, traz também a base para obtenção de novas informações. Os níveis superiores deste modelo demonstram a possibilidade de aquisição de movimentos cada vez mais complexos e com propósitos mais específicos, correspondentes às habilidades motoras e formas de movimento determinadas culturalmente.
FORMAS DE MOVIMENTO CULTURALMENTE DETERMINADAS HABILIDADES MOTORAS PADRÕES MOTORES RESPOSTAS MOTOR-SENSORIAIS FUNCIONAMENTO DE SISTEMAS DE AMADURECIMENTO POSTERIOR
FUNCIONAMENTO DE SISTEMAS DE AMADURECIMENTO ANTERIOR TÁTEL VESTIBULAR PROPRIOCEPnVO ATIVIDADE REFLEXA, MECANISMOS DE SOBREVIVÊNCIA CAPACIDADE NEURAL INATA
Figura 2. Modelo de sequência de desenvolvimento de Seaman e DePauw, 1982.
Assim sendo, as respostas sensório-motoras passam a adquirir um padrão mais consistente de movimento com uma melhor relação sequencial entre os movimentos. Portanto, os padrões
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motores serão refinados e combinados em habilidades motoras, permitindo a aquisição de formas de movimentos determinados culturalmente. (MANOEL, 1985) TANI (1987) e MANOEL (1985), explicam que o nível superior do modelo é bem amplo para que todas as formas de movimentos culturalmente determinadas possam ser desenvolvidas a partir das habilidades básicas.
Há ainda o modelo de sequência de desenvolvimento motor apresentado por GALLAHUE (1982). Ele é citado por TANI (1987), MANOEL (1985) e CASTRO (s/d.), porém MANOEL (1985) nos dá uma abordagem maior a respeito deste. Segundo ele, este modelo parte do ponto de vista de que as mudanças observáveis nas características do movimento refletem o processo de desenvolvimento. As mudanças são vistas na forma do movimento e no rendimento. Pode-se verificar na figura 3, que a fase dos movimentos reflexos representa o resultado do controle motor a nível subcortical. A fase dos movimentos rudimentares, onde os movimentos tomam-se mais organizados, permitindo a exploração de objetos e do espaço, tem a denominação de estágio de pré-controle, um termo inadequado, pois parece não haver controle. Ao analisar os processos atuantes no sistema nervoso, verifica-se que o que falta é uma padronização dos movimentos (MANOEL, 1985). A fase de movimentos fundamentais, oferece uma maior possibilidade de exploração do espaço e dos objetos, surgindo várias formas de movimento e combinações (MANOEL, 1985). A fase anterior é a base para a fase de movimentos relacionados ao esporte. Nesta fase os movimentos são combinados para a execução de habilidades desportivas. Há uma maior efetividade no controle dos movimentos. Então haverá participação do jovem em atividades recreativas, desportivas e até no desporto de alto nível. O que dependerá do objetivo, talento, oportunidades oferecidas e motivação. Portanto, o pico do modelo de GALLAHUE (1982) deve ser visto como uma consequência, e não como fim do processo (MANOEL, 1985). Comparando os dois últimos modelos de sequência de desenvolvimento motor, o de Seaman e DePauw e o de Gallahue, segundo MANOEL (1985), apresentam basicamente diferenças quanto à terminologia utilizada, quanto à direção da sequência de desenvolvimento e quanto à ênfase ao movimento como produto. Quanto à terminologia, Gallahue dá maior ênfase ao movimento observável, enquanto Seaman e DePauw enfatizam a forma de organização que resultará no movimento. Quanto à direção da sequência, Gallahue apresenta no pico do modelo o domínio de
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Considerando o objetivo do atual trabalho, vê-se a necessidade de abordar de maneira mais específica apenas as habilidades básicas e as específicas. Este capítulo, porém, abordará apenas as habilidades básicas devido à importância de trabalhar estas habilidades na faixa etária que a envolve. A experiência adquirida nesta fase é que determinará o futuro da criança, qual o tipo de adulto ela se tomará. WICKSTROM (1977), citado por TANI (1987 e 1988), define habilidade básica como: “uma atividade motora comum com uma meta geral, sendo ela a base para atividades motoras mais avançadas e altamente específicas.” MANOEL (1985) define habilidade básica como o ganho de competência, no decorrer do desenvolvimento motor do ser humano, em várias atividades que o levem a locomover-se e manipular objetos, tendo como característica uma meta geral. Como o ser humano não nasce com o domínio destas habilidades, é necessário um processo que o leve à aquisição delas. Este processo caminha em direção a um padrão motor maduro, que seria o nível mais proficiente da habilidade básica. Para FERRAZ (1992), habilidades básicas podem ser consideradas como uma série organizada de movimentos básicos que permitem a locomoção, manipulação e equilíbrio. MANOEL (1985) e FERRAZ (1992), esclarecem que habilidade básica e padrão fundamental de movimento são usados como sinônimos. O padrão fundamental do movimento se dá em função de características biomecânicas sequenciais que darão sustentação para as habilidades motoras mais especializadas. Por exemplo, o arremesso sobre o ombro sustentará movimentos especializados como o arremesso no handebol, o saque no voleibol, etc. (CAMPOS, FURTADO JR. e FONTANA, 1996) De acordo com FLINCHUM (1981), as atividades motoras comuns, com uma meta geral são chamadas de habilidades motoras básicas ou fundamentais. FLINCHUM (1981) inclui nos movimentos básicos três categorias: locomotores, não- locomotores e manipulativos, sendo eles: “ LOCOMOTORES - rastejar, rolar, deslizar, andar, saltar, saltitar, trepar e pendurar-se. NÃO-LOCOMOTORES - puxar, empurrar, estender, curvar, balançar, torcer e virar. MANIPULATIVOS - movimentos de preensão, destreza e coordenação.”
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CASTRO (s/d.), baseado no modelo de GALLAHUE (1982) diz que a fase das habilidades básicas caracteriza-se por uma maior exploração do espaço e dos objetos pela criança, surgindo muitas formas de movimento que podem ser combinados. Estes movimentos podem ser classificados em locomotores (andar, correr, etc.) e de estabilidade (equilíbrio). Inicialmente são desempenhados isoladamente e posteriormente são combinados, tomando a criança mais versátil em relação ao meio ambiente. MANOEL (1985), coloca que todos os movimentos que uma criança apresenta possuem um padrão, mas as características assumidas é que os identificam como sendo de manipulação e locomoção, fazendo com que o padrão seja denominado de fundamental. Esta fase é subdividida em três estágios, no estágio inicial ( 2 - 3 anos), há uma pobre integração espaço-temporal nos movimentos. No estágio elementar ( 4 - 5 anos) há um maior controle implicando em melhor integração entre aspectos espaço-temporais do movimento. E o último estágio, o estágio maduro ( 6 - 7 anos), caracteriza-se por uma maior eficiência, manifestada em termos mecânicos e com maior economia de energia. (MANOEL, 1985) Segundo TANI (1987 e 1988) e MANOEL (1985), o andar é considerado o primeiro padrão fundamental de movimento ou habilidade básica a se desenvolver. É também importantíssimo na vida da criança, pois aumenta o seu meio ambiente de forma imensa e toma possível a exploração do mesmo. Além disso possibilita a manipulação de objetos, pois a criança deixará de locomover-se com os membros superiores. WICKSTROM (1977), citado por TANI (1987 e 1988), diz que após o andar, seguem-se outros padrões fundamentais como correr, arremessar, receber, saltar, quicar, rebater e chutar. Os estudos mostram que até 6 a 7 anos, o desenvolvimento motor se caracteriza pela aquisição, estabilização e diversificação de habilidades básicas, portanto, após este período, provavelmente, nada que nós aprendemos é totalmente novo. Tudo está relacionado com algo que foi aprendido anteriormente. (TANI, 1987 e 1988) Então, o período do nascimento aos 6 anos, é importantíssimo na vida de um indivíduo, pois é neste período que ela aprenderá as habilidades básicas, e com base nas experiências que a criança tiver nesta fase, será determinado qual o tipo de adulto a pessoa se tomará. (HOTTINGER, 1980, citado por TANI, 1987)
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necessário para proporcionar situações de movimento que possibilitam o desenvolvimento de cada criança dentro das habilidades específicas (TANI, 1988). Ao ser colocada numa situação de aprendizagem de habilidades específicas, como o arremesso em uma cesta de basquetebol, é importante analisar na criança quais foram as mudanças internas qualitativas que lhes possibilitaram executar tal movimento. A aprendizagem de habilidades específicas desportivas possibilita o desenvolvimento de capacidades como antecipação, atenção seletiva, percepção, programação de ação, organização do movimento, detecção de erro, etc. Estas capacidades facilitam a aprendizagem posterior de habilidades cada vez mais complexas (TANI, 1988). Segundo GALLAHUE (1982), citado por CASTRO (s/d.), a progressividade do desenvolvimento nesta fase leva a uma crescente sofisticação cognitiva, às tomadas de decisões conscientes e à possibilidade de participação em um número ilimitado de movimentos. FLINCHUM (1981, pág. 43) diz que: “ Um movimento especializado exige capacidade de executar uma ação complexa ou uma forma motora com alto grau de eficiência. Em geral, combina vários elementos de movimentos e incorpora todos os fatores relativos ao desenvolvimento motor previamente aprendidos.” Para FLINCHUM (1981), neste nível de desenvolvimento motor encontram-se as habilidades relativas aos desportos e dança. Conhecendo a importância das habilidades básicas e das específicas, verifica-se a necessidade de considerar a transição entre as habilidades básicas e as específicas. Segundo CFUVIACOWSKY e MATTOS (1988), a partir do domínio das habilidades fundamentais, a criança pode começar a ser estimulada a combinar várias formas de movimento até que se aproxime, num processo contfpuo, dos movimentos considerados técnicos e complexos. Como no exemplo citado por eles na página 190: “... as habilidades de correr e lançar podem ser combinadas para o arremesso no handebol. Mais adiante podem ser incluídos o salto e outras habilidades como pegar ou bater, proporcionando o desempenho de habilidades específicas do voleibol, basquete e handebol.” Ainda sem a perfeição do gesto técnico. Portanto, as habilidades motoras de base servem como suporte para as habilidades combinadas que são fundamentais para o aprendizado das técnicas específicas, próprias de cada desporto. Através da combinação destes movimentos simples, desenvolve-se a capacidade motora
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da criança, que, segundo GUISELINE (1984) é um termo usado para unir várias capacidades (ou qualidades), como por exemplo: força muscular, resistência muscular, resistência cárdio-respiratória, flexibilidade, velocidade, coordenação, agilidade, potência e equilíbrio, sendo eixo fundamental do rendimento esportivo. (CHIVIACOWSKY e MATTOS, 1988) No entanto, como diz KEPEIART (1960), citado por MANOEL (1985), existe um problema na adequação de habilidades específicas e mais complexas, que seria a falta do pleno desenvolvimento das habilidades básicas. TANI (1985), também citado por MANOEL (1985), ao falar dos problemas que os indivíduos enfrentam para a aquisição de habilidades específicas, apontou para a necessidade de voltar-se ao processo pelo qual as habilidades básicas foram ou não adquiridas, a fim de que se possa compreender, caracterizar e estabelecer linhas de ação para a solução dos problemas na aquisição de habilidades específicas. Através de experiências passadas, o adulto tem acumulado no seu sistema de processamento central vários hábitos motores (movimentos automatizados), e no cotidiano não tem necessidade de dirigir a sua atenção ao processo pelo qual passou para adquiri-los, uma vez que estes hábitos são realizados com facilidade, precisão e suavidade. Entretanto, ao defrontar-se com algum problema motor, que não pode solucionar com repertório de hábitos motores adquiridos até então, observa-se no seu comportamento novamente movimentos inconsistentes e desordenados. Ao verificar esta ocorrência, o adulto é levado a pensar e refletir seriamente na causa destes movimentos desordenados e chega à conclusão de estar no processo pelo qual passou desde as primeiras fases do desenvolvimento. Em termos de aprendizagem motora, isto significa que as experiências passadas não foram ricas suficientes para possibilitar a aquisição e retenção de sub-rotinas que constituem a estrutura do movimento necessário para solucionar o problema motor (CONNOLY, 1977, citado por TANI, 1987). Como afirmaram HALVERSON (1966), GODFREY e KEPHART (1969), citados por MANOEL (1987), há necessidade de se conhecer as características dos movimentos que compõem os padrões fundamentais de movimento para que se contribua mais efetivamente no desenvolvimento motor do escolar. Desse modo, os movimentos inseridos nas habilidades básicas apresentam na sequência de seu desenvolvimento, maior eficiência biomecânica e incorporação de novos elementos aos movimentos, o que resultará em uma padronização das habilidades básicas. Os graus de liberdade de movimento dos vários segmentos do corpo aumentam continuamente, o que