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Aborda o campo das séries de forma cronológica/histórica
Tipologia: Resumos
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Geraldo Ávila Goiânia, GO
Introdução
O objetivo deste artigo é o de fazer uma apresentação simples de certas séries infinitas, um tópico pouco conhecido de professores e estudantes do 2.ª grau. Particularmente interessantes são certas propriedades da chamada série harmônica, que aparece na parte final do artigo.
Um Primeiro Exemplo
A idéia de "série infinita" aparece na M atemática quando imaginamos a operação de somar parcelas sucessivamente sem que essa operação termine após um número finito de parcelas somadas. Deixando de lado qualquer preocupação com a rigonzação desse conceito, vamos examinar algumas séries infinitas simples. Por exemplo,
É fácil ver que essa soma é igual a 2, pela seguinte construção geométrica: tomamos um quadrado de área igual a 2 e traçamos uma de suas diagonais, que o divide ao meio, resultando em dois triângulos, cada um com área igual a 1 (fig. 1).
Em seguida dividimos um desses triângulos ao meio, como se vê na fig. 2, depois um desses triângulos menores ao meio como ilustra a fig. 3, e assim por diante, indefinidamente. O resultado é uma divisão do quadrado numa infinidade de tnângulos, cada um com área igual à metade da área do triângulo anterior (fig. 4). Assim, a área 2 do quadrado original se exprime como soma infinita das áreas dos triângulos:
ou seja,
A Série Geométrica
As Séries Infinitas
A série (1) nada mais é do que uma progressão geometrica infinita, do tipo
1 + q + q^2 + q^3 + q^4 +...^ , (2)
com q = 1/2. Vamos supor que a razão q nessa série geométrica seja um número entre 0 e
Veja: como 0 < q < 1, o último termo que aí aparece vai ficando arbitrariamente próximo de zero à medida que n cresce acima de qualquer valor (dizemos que n está tendendo a
infinito), pois é isso o que acontece com o numerador qn+^1_._ Por exemplo, em (1), q = 1 / 2
e qn +1^ = l/2 n +1^ está tendendo a zero com n tendendo a infinito Portanto, fazendo n tender a infinito em (3), e denotando com S a soma infinita (2), obtemos:
Fazendo q = 1/2 nessa expressão, obtemos o resultado (1), pois
Um Pouco de História
As séries infinitas são conhecidas desde a antiguidade, e a primeira a ocorrer na História da M atemática é uma série geométrica de razão 1/4, que intervém no cálculo da área da parábola feito por Arquimedes (da qual falaremos numa oportunidade futura).
Depois dessa ocorrência de uma série geométrica num trabalho de Arquimedes, as séries infinitas só voltaram a aparecer na M atemática cerca de 1500 anos mais tarde, no século XIV. Nessa época havia um grupo de matemáticos na Universidade de Oxford que estudava a cinemática, ou fenómeno do movimento; e, ao que parece, foi esse estudo que levou à reconsideração das séries infinitas.
Ao lado dos pesquisadores de Oxford, havia também pesquisadores em outros centros. Na Universidade de Paris, em particular, havia um professor chamado Nicole Oresme (1325-1382), um destacado intelectual em vários ramos do conhecimento, como Filosofia, M atemática, Astronomia, Ciências Físicas e Naturais. Além de professor universitário, Oresme era conselheiro do rei, principalmente na área de finanças públicas; e nessa função revelou-se um homem de larga visão, recomendando medidas monetárias que tiveram grande sucesso na prática. Ao lado de tudo isso, Oresme foi também bispo de Lisieux.
Oresme mantinha contato com o grupo de pesquisadores de Oxford e contribuiu no estudo
segundo no intervalo de tempo [1/2, 1]; o terceiro no intervalo [3/4, 1], e assim por diante. Vê-se assim que o espaço percorrido (soma das áreas dos retângulos da fíg. 6) é agora dado pela soma da série geometrica.
Isso permite obter a soma da série onginal, pois sabemos somar os termos de uma série geométrica pela fórmula (4), que dá para essa última série o valor 2. Assim obtemos a soma da série original:
Hoje em dia, com a notação do somatório, a maneira natural de somar a série de Swineshead é esta:
O primeiro e o último membro dessas igualdades nos dão a equação S = 1 + S / 2 , cuja solução é S = 2_._
Um dos trabalhos mais notáveis de Oresme sobre as séries infinitas está ligado à série harmônica, da qual falaremos a seguir. Antes, porém, temos de explicar o que significa dizer que uma série é convergente ou divergente.
Série Divergentes
As séries de que falamos até agora têm todas elas soma finita; elas são chamadas de séries convergentes. M as é fácil imaginar séries que não sejam convergentes. Por exemplo, é claro que as sénes
não são convergentes; elas são ditas divergentes. Um exemplo menos trivial de série divergente é dado por
Para ver que essa série diverge, basta notar que todos os seus termos, a partir do segundo,
são maiores do que 1/2.
A Série Harmônica
A série harmônica é uma série muito simples, dada por
Como se vê, os termos da série harmônica estão decrescendo para zero, como acontece no caso da série geométrica (4) com 0 < q < 1. Aliás, isso acontece também em todas as séries convergentes (o que se demonstra). M as será que, quando o termo geral de uma série tende a zero, ela converge? Se for assim — e à primeira vista parece que é —, então a série harmônica deve ser convergente.
Vamos investigar. Após a soma de um grande número de termos da série harmônica,
quando chegarmos a n = 1020 , n= 1030 , n = 10100 , etc, estaremos somando tão pouco que teremos a impressão de que a soma de todos os termos da série infinita realmente é um número finito. Aliás, hoje em dia, com a ajuda do computador, podemos até fazer cálculos experimentais interessantes.
Vamos supor que fôssemos capazes de somar cada termo da série em um segundo de tempo. Como um ano tem aproximadamente
365,25 x 24 x 60 x 60 = 3 1557 600 segundos,
nesse período de tempo seríamos capazes de somar a série até n = 31557 600, obtendo para a soma um valor pouco superior a 17; em 10 anos a soma chegaria a pouco mais de 20; em 100 anos, a pouco mais de 22. Como se vê, somas parciais de termos da série harmônica jamais nos levariam a suspeitar que ela diverge. Pelo contrário, essas somas só nos levam a pensar que a série seja convergente.
Isso, todavia, é falso! Embora surpreendente, esse resultado pode ser facilmente demonstrado. Para isso agrupamos os termos da série assim:
Observe agora que a soma dentro de cada parêntese é sempre maior do que 1/2. Veja:
e assim por diante. Então,