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É um estudo a partir de um caso clínico sobre sepse e como aprender a identificar sem precisar decorar protocolos. Entender o assunto a partir da compreensão fisiopatológica. Resumo de protocolos e diretrizes e aulas online.
Tipologia: Esquemas
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OBJETIVO: → Os protocolos mais atuais para conduzir Sepse de forma eficaz CASO CLÍNICO Paciente Marcolino Silva, 69 anos, com queixa de mal estar, fadiga e palpitações há 2 horas. Antecedentes: DM, HAS FC : 170 bpm FR : 28 irpm PA : 90x70 mmHg SatO2 : 92% HGT : 296 mg/dL ECG : TSV monomórfica Condutas: Etomidato 5 mg EV, Morfina 2 mg EV, cardioversão com 150 J Após isso... ECG : Sinusal FC : 132 bpm PA : 90x65 mmHg 2ª ANAMNESE: FILHA A filha referiu que o paciente possuía hiperplasia prostática benigna (HPP) com dificuldade de urinar e histórico de infecções previas há 2 meses com dor e dificuldade ao urinar há 3 dias, além de febre, calafrio, mal estar e só resolveu buscar ajuda médica agora. → Um paciente com INFECÇÃO , um paciente com sepse SERVE COMO UM ESTIMULO DE ESTRESSE AO ORGANISMO. → Toda vez que nosso organismo é ativado na questão de estresse, automaticamente entra o “sistema de alarme” do nosso corpo: O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SIMPÁTICO (SNS) com liberação de CATECOLAMINAS. É o sistema que precisa ou “lutar” ou “fugir”. → Diante dessa DESCARGA ADRENÉRGICA que o paciente está sendo submetido por conta da infecção e levando em conta que já tem fator de risco (DM,HAS) há a possibilidade de também possuir alguma alteração estrutural cardíaca e isso acabou desencadeando (por conta do estresse) uma taquiarritmia. → Após a taquiarritmia ter sido resolvida é necessário voltar-se à infecção. Taxa de letalidade no Brasil para pacientes com sepse é > 50%. A cada hora que passa o paciente perde cerca de 7% a 8% de sobrevida. SEPSE Entendendo problema: → As bactérias que convivem em nosso organismo de maneira geral (em diversos sistemas) bem. Apesar disso nosso organismo, claro, tem um mecanismo de defesa contra essas bactérias (o sistema imunológico faz o
importante controle da quantidade dessas bactérias). → Mas, a partir do momento em que alguma dessas bactérias começam a possuir uma maior VIRULÊNCIA ou o indivíduo entra em contato com outra pessoa que tem bactéria diferente (patogenicidade maior) o sistema imunológico pode não dar conta e se eu detecto isso no meu paciente devo pensar que o organismo não está dando conta. → Pensando nos principais focos: ➢ PULMONAR ➢ INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO ➢ INFECÇÕES CUTÂNEAS ➢ INFECÇÕES GASTROINTESTINAIS INTRA-ABDOMINAIS Também entram (com menos frequência): Meningite, doença inflamatória pélvica (DIP) → A partir do momento que o organismo detecta uma bactéria nova ele vai começar a combater, então, as células de defesa chegam no sítio de infecção para combater essas novas bactérias. → Então, neutrófilos, macrófagos, linfócitos, começam a tentar fagocitar, liberar proteases, liberar grânulos, para destruir as bactérias. Mas, se essa defesa não é muito efetiva pensamos nas comorbidades. → Pensando nos fatores de risco: Pacientes que possuem fatores de risco/comorbidades vivem diariamente na corda bamba pois há problemas em vários sistemas do corpo que precisam gastar energia compensando-os. (ex.: tabagistas – pulmão que já não consegue oxigenar adequadamente o sangue devido a “hipoxia” gerada pelo fumo, vasoconstrição de vasos da microcirculação devido a substância toxica do tabaco. → Todo órgão e sistema que fica sobre estresse acaba liberando pro-inflamatórios , ocitocinas e isso serve de estimulo para liberação de catecolaminas que aumenta o metabolismo de todo o organismo (ex.: “libera adrenalina para o coração trabalhar mais para bombear mais sangue e como esse está com menor oxigênio, vamos mandar mais sangue para oxigenar”) podendo sobrecarregar os órgãos (devido ficar recebendo estímulo adrenérgico constantemente). → Esse estimulo faz VASOCONSTRIÇÃO , piorando a perfusão (que já estava ruim) e a situação vai piorar. → Cada vez mais o paciente vai ficando debilitado e o sistema imunológico dele também. Quando ele detecta que não vai dar conta, chama reforço (liberando sustâncias para isso: IL-1, TNF → Os fatores de risco são: ➢ IDADE ➢ DIABETES ➢ HAS ➢ GRAVIDEZ : Está na lista pois é um estado em que a mulher fica com sistema imunológico mais reduzido (até para não produzir anticorpos para o bebê) → Quando ele detecta que não vai dar conta, chamam reforço (liberando sustâncias para isso: IL-1, TNF alfa e pró-inflamatórios. Então, que começou com 10 células de defesa acabou por ser 100 e essas 100 não conseguem vencer (chamam mais reforços) e de repente chegam 10000 células, 100 mil, 1 milhão. Dessa forma, apesar de fraca elas conseguem chamar reforços de maneira eficaz, só que acaba sendo uma AVALACHE EXPONENCIAL (pois o normal é a o sistema imunológico ser capaz de detectar, comunicar ao organismo sobre o ataque e liberar pro-inflamatórios no local, chegam no endotélio – que compra a briga – e a
Choque distributivo é também chamado de choque hiperdinâmico pois as catecolaminas influenciam nisso e ele até tenta fechar um pouco o vaso, mas a permeabilidade capilar muda. Vamos precisar repor líquido na primeira parte do tratamento do choque distributivo. → No meio disso tudo os órgãos e sistemas entram em DISFUNÇÃO ORGÂNICA. SEPSE É UM FOCO DE INFECÇÃO QUE LEVA UMA INFLAMAÇÃO DESCONTROLADA CUMINANDO EM DISFUNÇÃO ORGÂNICA. → Esse entendimento da fisiopatologia é de suma importância no atendimento do paciente e no seu prognóstico. → Outro conceito de sepse consiste: FOCO DE INFECÇÃO + DISFUNÇÃO ORGÂNICA → Quando olhamos para dentro dos tecidos dos órgãos que estão sofrendo disfunção orgânica eu entendo que: Se está chegando MENOS APORTE DE OXIGÊNIO , vai chegar MENOS GLICOSE TAMBÉM (analogia: o choque distributivo é como uma mangueira que vou fechando a torneira e está chegando menos água no jardim) pois está chegando menos água, menos sangue nas células dos tecidos e essa glicose é fundamental pois é o grande COMBUSTÍVEL DO NOSSO ORGANISMO. → Normalmente, assim que a glicose entra dentro da célula, dentro do citoplasma já é quebrada em duas moléculas de PIRUVATO que entram dentro das mitocôndrias para seguir o CICLO DE KREBS , citocromos e terminar de ir quebrando esse piruvato para produzir todos os ATP’s possíveis
→ Para quebrar o piruvato precisa de oxigênio e ele entra na etapa mitocondrial com objetivo de ir quebrando o piruvato até sobrar CO2 e água. O CO2 o organismo manda embora pelos pulmões e a água o organismo usa. → No caso dos órgãos que estão em disfunção, chegando pouco sangue, chega pouca oxigenação e as células (que estão recebendo estímulos catecolinérgicos, adrenalina, e estão aceleradas ao máximo) quebram o piruvato pela metade e joga pra fora (produz menos ATP- cerca de 15x menos, então, menos energia. No caso, a mitocôndria não está colaborando). → A célula acaba produzindo muito piruvato devido à quebra de glicose para tentar suprir a alta demanda por energia, então, a célula busca mais glicose para isso. O PIRUVATO NA CORRENTE SANGUÍNEA SE TRANSFORMA EM ÁCIDO LÁTICO É essa partícula que foi quebrada pela metade dentro da célula que sai para corrente sanguínea e simplificando vira o ácido lático. → Na corrente sanguínea, no PH normal do sangue (até mesmo na acidose) o ácido lático não fica na forma de ácido lático e sim se dissocia, o hidrogênio sai da molécula deixando no formato: LACTATO + H+ → E é esse LACTATO que é o GRANDE MARCADOR DA SEPSE. → Ele vai lá para o fígado e sofre um processo em que é transformado em bicarbonato para tentar neutralizar um pouco da acidose do íon. No caso: LACTATO → Fígado → Termina de quebrar tudo → BICARBONATO → Então, o VALOR DE LACTATO AUMENTADO traduz o processo que está acontecendo dentro da célula com disfunção. Dessa forma você compreende quando o paciente está com um lactato de 1 5 (exemplo). A célula está acelerando, quebrando várias glicoses, não está recebendo oxigênio adequado e É O ÍON H+^ QUE LEVA O PACIENTE A ACIDOSE. → Então esquematicamente, fica: LACTATO + H+ Acidose Marcador da sepse → Na sepse o paciente tem uma hiperlactatemia, mas você deve ter ouvido falar que na hora de fazer soro para esse paciente é melhor fazer o soro RINGER COM LACTATO. Mas isso faz sentido? O soro ringer com lactato é melhor que o soro fisiológico nessa situação. → Faz sim pois não é o lactato o problema e sim o ÍON H+ , então, quando administramos o soro ringer é só o lactato que estamos utilizando e ele VAI AJUDAR A REDUZIR A ACIDOSE (vai ao fígado é transformado em bicarbonato – em última análise – para neutralizar o íon). → Agora entendemos e podemos dizer o conceito de sepse compreendendo-o: FOCO DE INFECÇÃO + DISFUNÇÃO ORGÂNICA Pois o paciente está com uma INFLAMAÇÃO DISSEMINADA. Agora entendemos que não é para se pensar em uma infecção que espalhou
→ O NEWS ( National Early Warning Score ) é uma ferramenta usada para avaliar e monitorar pacientes em risco de deterioração clínica, especialmente em ambientes hospitalares. → Ele considera seis parâmetros fisiológicos e atribui uma pontuação de acordo com a gravidade das anormalidades encontradas. → A pontuação total ajuda a identificar pacientes que podem necessitar de uma avaliação médica mais urgente. → Interpretação dos escores: → ESCALA DE CONSCIÊNCIA : Inclui a avaliação do estado mental, como resposta a comandos simples e observação de qualquer confusão ou alteração aguda no estado mental.
→ O SIRS ( Systemic Inflammatory Response Syndrome ) é uma resposta inflamatória do corpo a uma variedade de insultos clínicos, incluindo infecção, trauma, queimaduras ou outras condições severas. → Ele é diagnosticado quando pelo menos dois dos seguintes quatro critérios estão presentes. → Interpretação dos escores:
→ MULTIFATORIAL : SIRS pode ser causado por vários fatores além da infecção, incluindo trauma, queimaduras, pancreatite, entre outros.
→ O MEWS ( Modified Early Warning Score ) é uma ferramenta utilizada para identificar pacientes hospitalizados em risco de deterioração clínica, facilitando intervenções precoces. → Ele considera vários parâmetros fisiológicos e atribui uma pontuação com base na gravidade das anormalidades encontradas. → A pontuação total ajuda a determinar a necessidade de uma avaliação mais urgente. → Interpretação dos escores: → NÍVEL DE CONSCIÊNCIA : Inclui a avaliação do estado mental utilizando a ESCALA AVPU
→ Nos guidelines sugerem fazer uma associação de escores: SIRS (sinais inflamatórios) + NEWS + MEWS (que é o news modificado). Já existe o NEWS 2. MEWS é um escore inglês. Dá para implementar no serviço, utilize a tecnologia a seu favor, não precisa decorar. NEWS 2 → O NEWS 2 ( National Early Warning Score 2 ) é uma atualização do sistema NEWS original, desenvolvido pelo Royal College of Physicians. → Ele é usado para identificar pacientes hospitalizados em risco de deterioração clínica. → O NEWS 2 considera seis parâmetros fisiológicos e atribui uma pontuação com base na gravidade das anormalidades encontradas. → Interpretando os escores:
→ Lembrando de considerar se o paciente era previamente hígido. → Dessa maneira, aprendemos de forma prática e objetiva sem os guidelines. TRATAMENTO → É um tripé:
➢ Suspeita forte ➢ Choque séptico INICIAR ATB NA 1ª HORA ➢ Suspeita moderada SOLICITAR EXAMES + ATV EM ATÉ 3 HORAS ➢ Não tem exames ATB NA 1ª HORA COLETAR 2 HEMOCULTURAS ANTES DO ATB → Os ATB fazem diferença na vida desses pacientes pois vai matar parte das bactérias e isso tem repercussão em menos estimulo à inflamação, no caso a “migração das células de defesa” mandará menos delas. Por isso, importante começar o esquema o quanto antes. ESQUEMAS: ➢ Pensando em pulmão: CEFTRIAXONA 2 g + SF 0,9% 100 ml – EV – 10 a 30 min – 1x ao dia Mesmo se o paciente for DRC se faz a “dose cheia, mas as doses subsequentes deve-se adequar ao ClCr ( Clearance de Creatinina )
CLARITROMICINA 500 mg – EV – 12/12 h ou AZITROMICINA 500 mg 1x ao dia ➢ Pensando em rins: CEFTRIAXONA ou CIPROFLOXACINO 400 mg – EV ou 500 mg - VO
Se o paciente estiver só com ITU só a ceftriaxona serve, ou como alterativa Ciprofloxacino. ➢ Pensando em abdômen: CEFTRIAXONA + METRONIDAZOL 5 00 MG 8/8h Para pegar germes anaeróbicos ➢ Pensando em pele: OXACILINA 2 g – EV
→ Quando indicar?
FC : 132 bpm FR : 28 irpm PA : 90x 65 mmHg HGT : 296 mg/dL ECG : Sinusal → Exames para solicitar: Gasometria, hemograma, sódio, potássio, ureia, creatinina, EAS, raio-x de tórax no leito (se tiver como), ecocardiografia (se tiver como) , ECG. Mensuro novos dados... TEC : 8 segundos Tax : 38,9°C SatO2 : 92% GLASGOW : 13 DIURESE : Sondar e verificar depois → Pense em sepse, utilize então o SIRS (o paciente entra no critério sem dúvidas) e identifique o órgão acometido (rins, pulmões e etc.) → Paciente PREVIAMENTE HIPERTENSO com PA de 90 x 65 mmHg JÁ O CONSIDERA CHOCADO pois uma diminuição de 40 mmHg já consideramos, mesmo com a PA normal Paciente do caso é séptico e possivelmente com choque séptico. → O tratamento no caso será: 1) CEFTRIAXONA 2 g (dose de ataque) EV diluído no SF 0,9% de 100 ml em 20 minutos. 2) Volume: RL 500 ml – EV - Meta de 30 ml/kg (e reavalia, caso continue ruim faz SF 0,9% 500 ml – EV e reavalia novamente).