SEMIOLOGIA DO TORÁX
INSPEÇÃO
1. Observação Geral:
• Forma do Tórax: normalmente simétrico.
Alterações podem incluir tórax em barril
(associado a DPOC), tórax em pectus excavatum
(peito escavado) ou pectus carinatum (peito em
quilha).
• Movimento Respiratório: Verificar simetria e
amplitude dos movimentos respiratórios.
Respiração paradoxal ou uso de músculos
acessórios podem indicar problemas
respiratórios.
• Cicatrizes e Lesões: Indicar cirurgias prévias,
traumas ou infecções.
2. Padrão Respiratório:
• Frequência Respiratória: Normal é 12-20
respirações por minuto.
• Tipo de Respiração: Pode ser normal,
bradipneia (respiração lenta), taquipneia
(respiração rápida), ou dispneia (dificuldade para
respirar).
PALPAÇÃO
1. Expansibilidade Torácica: verifica a simetria da
expansão do tórax durante a inspiração. As mãos são
colocadas sobre o tórax, e a simetria dos movimentos é
observada.
2. Frêmito Tóraco-Vocal: sensação vibratória percebida
com a mão sobre o tórax quando o paciente fala. Aumento
do frêmito pode indicar consolidação pulmonar (como em
pneumonia), enquanto diminuição pode indicar derrame
pleural ou pneumotórax.
PERCUSSÃO
1. Sons Normais:
• Som Claro Pulmonar: Normal sobre áreas com
pulmão aerado.
• Som Maciço: Pode indicar áreas de
consolidação, tumores ou derrame pleural.
• Som Timpânico: Normal sobre espaços com ar,
como o estômago, mas anormal se presente no
tórax, podendo indicar pneumotórax.
2. Técnica:
• O dedo médio de uma mão é colocado sobre a
parede torácica, e o dedo médio da outra mão
percutida sobre ele. A percussão é feita em áreas
específicas para avaliar a presença de som claro,
maciço ou timpânico.
AUSCULTA
1. Sons Respiratórios Normais:
• Múrmuros Vesiculares: Som suave e contínuo
ouvido sobre a maioria dos pulmões.
• Bronco vesiculares: Ouvido sobre a traqueia e as
principais vias aéreas.
2. Sons Respiratórios Anormais:
• Estertores: Sons crepitantes ou de estalo,
indicando presença de fluido nos alvéolos (como
em edema pulmonar ou pneumonia).
• Sibilos: Sons agudos, indicando estreitamento
das vias aéreas (como em asma ou bronquite).
• Roncos: Sons graves, geralmente devido a
secreções nas grandes vias aéreas.
• Estridor: Som agudo, geralmente ouvido sem
estetoscópio, indicando obstrução da via aérea
superior.
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA
1. Doenças Pulmonares:
• Pneumonia: Aumento do frêmito, som maciço
na percussão, estertores na ausculta.
• DPOC: Tórax em barril, diminuição do frêmito,
som timpânico na percussão, roncos e sibilos na
ausculta.
• Derrame Pleural: Diminuição do frêmito, som
maciço na percussão, diminuição ou ausência de
murmúrio vesicular na ausculta.
2. Doenças Cardíacas:
• Insuficiência Cardíaca: Estertores devido a
edema pulmonar, aumento da frequência
respiratória.
• Pericardite: Possível dor torácica e atrito
pericárdico auscultado.