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Uma pesquisa sobre a aplicação de ilustrações botânicas em tatuagens, inspiradas nas obras de margaret mee. O texto aborda a importância de compreender os métodos utilizados na ilustração botânica para aplicação em tatuagem, além de discutir as etapas, técnicas e elementos necessários para um método de ilustração efetivo. O documento também inclui informações sobre a história da ilustração botânica e sua relação com a tatuagem.
O que você vai aprender
Tipologia: Exercícios
1 / 101
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Não perca as partes importantes!
Construção de tatuagem inspirada na arte botânica de Margaret Mee
Catalogação na fonte: Bibliotecária – Simone Xavier - CRB/4 - 124
S237i Santos, Larissa Francielle da Rocha. Ilustração botânica e suas aplicações no design gráfico: Construção de tatuagem inspirada na ilustração botânica de Margaret Mee. / Larissa Francielle da Rocha Santos. – 2020. 100 f. ; il. : 30 cm. Orientador: Lucas José Garcia. Pernambuco, CAA,^ Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) Design, 2020.^ –^ Universidade Federal de Inclui Referências.
Construção de tatuagens inspiradas na arte botânica de Margaret Mee
Projeto de Graduação em Design apresentado ao Curso de Design da Universidade Federal de Pernambuco, Campus do Agreste, como requisito para obtenção do título de bacharel em Design.
Aprovado em: 14/12/2020.
Prof. Dr. Lucas José Garcia Universidade Federal de Pernambuco
Prof. Drª. Nara Oliveira de Lima Rocha Universidade Federal de Pernambuco
Prof. Drª. Rosimeri Franck Pichler Universidade Federal de Pernambuco
Neste momento de imensa alegria, me falta fôlego para expressar em palavras o sentimento de chegar até aqui. Espero não esquecer ninguém! Aos amores da minha vida, minha mãe Laudejane, meu pai Reinaldo e meu irmão Reinaldo José, por acreditarem no meu sonho universitário e aguentarem junto comigo a carga de ter que estudar em outra cidade, À Luiz e meu bebê Anakin, meus queridos, meus companheiros de todos os dias, pelo amor e apoio incondicional com que me ajudaram a superar as minhas ansiedades dia após dia, À professora Glenda, a minha primeira orientadora, que acreditou no tema e me auxiliou a estrutura-lo no momento inicial, e a partir dele, seguir em frente foi um pouco mais fácil, Ao orientador Lucas Garcia, por me aceitar quando eu já era considerada um caso perdido, e me guiar pelo longo e difícil caminho da monografia, As minhas tias Joceane e Adalva, que carinhosamente me acolheram em suas casas quando as viagens já não eram mais uma opção viável, e cuidaram de mim como se eu fosse mais uma filha, À minha querida Albylene, por me ajudar na época mais difícil, que foi decidir voltar à universidade, e a quem inúmeras vezes liguei em horários duvidosos em busca de seus conselhos, e mesmo assim nunca me recusou ajuda, além de ser uma amiga incrível e uma professora maravilhosa, Aos companheiros de aventuras Michel e Marcel, que sempre me lembraram gentilmente de não desistir, Aos meus queridos Farias, Vitória e Vivian, que estavam sempre por perto (mesmo quando longe!) e que me ajudaram com seus valiosos conselhos a dar um rumo à minha vida em épocas desafiadoras, E aos amigos queridos (Natália, Wesley, Leiliane, Romário, Jorge, Luna, Yngrid, Lucas, Alex, Susi, Rafael S., Júlia, Débora, Carol, Zeca, Luana, Arém, Marcelo, Fábio e Clarissa) que sempre torceram para que esse momento de emancipação chegasse e me cobraram todos os dias, sem dó nem piedade, pela conclusão desta jornada.
A todos vocês, meu mais sincero: Muito Obrigada!
This research approaches the Botanical Illustration and the Tattoo Illustration in a transforming way, unifying the functions of Design that exist among them segmented (practical, aesthetic and symbolic function). To do so, it proposes a scientific method that makes it possible to bring the practical characteristics of botanical illustration to use in the highly symbolic world and strong aesthetic expression of tattoos. The method constructed uses as base, Diana Carneiro's method for scientific illustrations, and consists of nine stages, being them: " Collection, Composition of the botanical board, Elaboration of the sketch, Transference to the definitive paper, Watercolor Painting, Art finalization, Analysis, Finalization or Redesign, Tattoo ". The adaptations of the original method were developed with the help of tattoo artists, through a semi- structured interview. The illustration created in the process, from a specimen of the bromeliad Alpinia purpurata hibr, collected at the Parque da Jaqueira, in Recife, was inspired by one of the Margaret Mee’s illustrations, from Vriesea carinata , or Bromélia da Mata Atlântica.
Keywords: Graphic Design. Botanical Illustration. Tattoo. History of Illustration. Diana Carneiro.
Figura 1 Hieróglifos egípcios...................................................................................... 17 Figura 2 O Livro dos Mortos (séc XIII a. C.)............................................................... 18 Figura 3 Exemplo de Iluminura................................................................................... 19 Figura 4 O Livro de Durrow e O Evangelho Lindisfarne............................................. 20 Figura 5 O Livro de Kells (800)................................................................................... 21 Figura 6 Exemplos de Arte Bizantina - Ícone portátil da Virgem Eleousa, início do século XIV. / Giotto di Bondone - Adoração dos Magos. 1320 d.C................................................................................................................ 22 Figura 7 O livro das revelações (ou o Apocalipse de João), "A besta do mar" - 1330 / O Douce Apocalipse – 1330.............................................................. 23 Figura 8 Hypnerotomachia Poliphili – 1499................................................................ 24 Figura 9 Três Riches Heures ou O Livro das Horas................................................... 24 Figura 10 Réplica da Prensa de Gutemberg - Apresentação na Câmara Municipal do Seixal / Exemplo de tipos móveis............................................................ 25 Figura 11 O Retrato de Arnolfini................................................................................... 27 Figura 1 2 Ilustração científica - O Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci.. 27 Figura 1 3 Gunther Zainer - capitulares......................................................................... 28 Figura 1 4 Ars Moriendi , 1478........................................................................................ 28 Figura 1 5 Estudos anatômicos de Leonardo Da Vinci.................................................. 30 Figura 1 6 Exemplo de ilustração botânica. CARNEIRO, Theobrama cacao ou Cacauzeiro. Detalhe. 2003........................................................................... 36 Figura 1 7 Exemplo de fotografia do século XIX. Albert Frisch, 1867. Fotos de expedição ao Rio Amazonas e Baixo Solimões entre 1867 e 1868............. 37 Figura 1 8 Exemplo de xilogravura pintada à mão em literatura científica. Parte do livro Historia Naturalis Brasiliae, 1648. Xilogravuras de Theodor Matham, desenhos de Georg Marcgraf....................................................................... 39 Figura 19 Orchidea ; Joaquim José Codina, 1785......................................................... 41 Figura 2 0 Retrato mais recente de Margaret Mee........................................................ 43 Figura 2 1 Flor da Lua, por Margaret Mee, 1961. Seguindo as normas de representação científica / artística ............................................................... 45 Figura 2 2 Diana Carneiro, 2016…………………………………………………….......... 46 Figura 2 3 Lista de Equipamentos………………………………………………............... 47 Figura 2 4 Misturas de tons verdes e violetas……………………………………........... 47 Figura 2 5 Como obter cinzas cromáticos………………………………………….......... 48
novamente sempre visualizando o lado prático dessas ilustrações, e deixando os fundamentos do Design Gráfico de lado. Afinal, quais etapas, técnicas e elementos, um método de ilustração inspirado nas ilustrações científicas deve ter (prática, estética e simbólica) para ser aplicada em tatuagem? Compreendendo essa falta de conhecimento quanto a um método que permita manipular as características das ilustrações científicas taxonômicas botânicas para aplicação em tatuagem (Design), e também por se verificar que muitas pessoas tatuam no corpo alguma representação da fauna e/ou flora brasileira, é em que se baseia esta pesquisa. Uma tatuagem, diferente de uma ilustração científica, demonstra as funções estética e simbólica, que são elementos fundamentais para quem quer deixar registrado no corpo essas imagens. Para tanto, essa pesquisa uniu esses dois universos que são de grande relevância para ciência e cultura, como forma de auxiliar, por meio do design gráfico, uma comunicação que integre as três funções, sendo o mais fiel possível à realidade do que está sendo representado. Dessa forma, tal pesquisa visa abordar o tema com os olhos voltados para as diretrizes específicas do Design, buscando criar uma metodologia híbrida que sirva para as duas áreas de conhecimento: Design Gráfico e Biologia/Botânica.
1.1 Objetivos
Geral
Esta pesquisa busca criar uma ilustração científica, com temática botânica, inspirada no trabalho da ilustradora botânica Margaret Mee (1909 – 1988) para o uso no universo das tatuagens.
Específicos
Pesquisar o universo da tatuagem e da ilustração científica, com ênfase para ilustração botânica; Mapear métodos de ilustração que possam ser utilizados na elaboração da ilustração botânica para aplicação em tatuagem; Criar critérios para selecionar as ilustrações de Margaret Mee que irão participar desta pesquisa;
Selecionar as ilustrações de Margaret Mee que irão servir de base para aplicação e teste do método; Testar o método criado, construindo ilustrações de tatuagem baseadas nas espécies pesquisadas e ilustradas por Margaret.
1.2 Justificativa
A primeira vez que ouvi falar em Ilustração Científica foi em 2014, em um comercial da TV parabólica que falava sobre Margaret Mee, a artista botânica que desbravou a Amazônia e alertou o mundo sobre o impacto do desmatamento no maior bioma brasileiro. Seu trabalho como ilustradora botânica difundiu a arte no meio da ciência e revolucionou o mercado brasileiro nessa área. Na época, ainda morava na cidade onde cresci: Garanhuns, no interior de Pernambuco, que de certa forma é reconhecida como um polo de arte e cultura, rodeada por natureza e conhecida por ser a Cidade das Flores. A partir daí, pensei em como poderia utilizar a natureza local para realizar uma pesquisa acadêmica com ênfase na ilustração cientifica botânica. Pesquisando um pouco, descobri como era o ramo da ilustração botânica no Brasil, e o quanto na prática, ele era teórico e complicado. Já estava desistindo desse tema, quando encontrei o livro da Diana Carneiro, e fiquei surpresa com o quanto era uma obra beginner friendly^1. Tinha uma linguagem muito acessível e a qualidade de suas ilustrações me lembraram daquela artista tão inspiradora e corajosa. Sendo parte da Ciência, a Ilustração Botânica prioriza o caráter informacional das pranchas, e por suas características interdisciplinares, tem muito a ver com Design da Informação, e também com a Infografia, que são áreas derivadas do Design Gráfico. Porém, apesar de ter tanto em comum com o Design, ainda assim é uma área bem distante, sendo realizada em sua grande maioria por biólogos e cientistas que também se interessam por arte. Esta pesquisa busca aproximar o designer da ilustração científica, e para tal, se utiliza da linguagem extremamente artística da tatuagem para suavizar o rigor técnico tão forte que esse segmento traz consigo. Mas somente suavizar, pois a tatuagem também apresenta o seu próprio nível de rigor técnico, e através desta
(^1) Termo em inglês para algo que é mais fácil para um iniciante, mais amigável.
2.1 De onde vieram as ilustrações?
O nome ilustração provavelmente deriva do termo iluminura, da época dos livros manuscritos. No latim, illuminare quer dizer “esclarecer, adornar, realçar, enriquecer, fazer sobressair, revelar, mostrar”; illuminatio significa “claridade, luz, ação de esclarecer”. Segundo o Dicionário Michaelis de Português (2015):
Ilustração. i·lus·tra·ção. Sf 1. Ato ou efeito de ilustrar (-se). 2. Ação de esclarecer e aclarar através de exemplos ou breves comentários e explicações; esclarecimento, explicação. 3. Conjunto pessoal de conhecimentos históricos, científicos, artísticos etc.; saber. 4. POR EXT Pessoa notável pelo conjunto de seus conhecimentos. 5. Ornato de texto com estampas. 6. ART GRÁF, EDIT Desenho, gravura ou imagem que acompanha texto de livro, jornal, revista etc. ilustrando-o. (GREGORIM, 2015). O início da prática de ilustrar deu-se na Pré-História, como representações do cotidiano, das caçadas e dos ritos mágicos desenhados nas paredes dos abrigos nas cavernas.
A magia possui um papel fundamental na origem das imagens – representações visuais e, consequentemente, primeiras formas de escrita. Por exemplo, desenhar bisões sangrando garantia uma boa caça para os homens das cavernas. Posteriormente, a escrita realizaria atos mágicos (CAVALCANTE, 2010, p.92). O argumento que prova o papel fundamental da magia na difusão da ilustração, é que “[...] grande parte dos escritos antigos, hieróglifos, documentos ancestrais chineses, entalhes em madeira e osso, etc.; tinham um conteúdo místico, voltado para as relações entre as pessoas com os seus ancestrais, e com os deuses” (CAVALCANTE, 2010, p.93). Essa função das imagens de fortalecer e tornar acessível o místico, o mágico e o religioso, seria amplamente utilizada durante os séculos até o fim da Idade Média. “Às imagens da sagrada escritura era atribuído um caráter vivo, e através de sucessão dessas imagens os sermões medievais eram transmitidos” (ALMEIDA, 2014, p.5). A imagem faz parte da construção do processo da comunicação humana, surgindo como um complemento à linguagem oral, palavra falada encontrando a imagem, sua amálgama visual. “A escrita é um dos meios de expressão. Cordão de nós, signos pictográficos, signos silábicos e a letra são grupos existentes dentro dos meios de expressão duráveis” (FÉVRIER, 1948, p.9-19 apud CAVALCANTE, 2010, p.92).
Segundo Cavalcante (2010), a língua falada foi sendo simplificada e estilizada na comunicação visual, através de representações por símbolos imagéticos. Os desenhos apresentam evidências de cuidado na observação e no registro da memória por parte de seus autores.
As imagens da pré-história fazem parte das origens do que atualmente chamamos de “ilustração”, pois ao serem realizadas para atender a propósitos utilitários e ritualísticos, revelam sua característica funcional. [...] As imagens revelavam-se como formas de poder, pela magia, seja pela busca de comunicação, seja pela preservação da memória (CAVALCANTE, 2010, p.94). Almeida (2014) citando Dourado (1989) reforça essa teoria dizendo que a consciência da finitude humana fez com que o homem buscasse formas de registrar a sua existência, seus hábitos e sua cultura. O registro é uma forma do ser humano afirmar-se, buscando a conservação de sua memória, auto conservação e permanência no tempo. Muitas vezes, para falar da história da comunicação visual, pesquisadores recorrem aos registros imagéticos mais antigos realizados pelo homem, como as pinturas primitivas em Lascaux e Altamira. O que não pode se considerar errado, quando se parte do pressuposto de que a história da comunicação visual acompanha a história da humanidade.
Pelo desenho, os homens inauguram um complexo sistema de pensamento que gerou o desenvolvimento de linguagens e processos comunicacionais. [...] A comunicação visual é analisada como uma manifestação própria ao ser humano, mesmo antes do seu entendimento enquanto área de atuação e de reflexão. (CAVALCANTE, 2010, p.94). E, para Almeida (2014), o desenho ou ilustração surge junto com outros artifícios comunicativos, mas, ainda assim, continua sendo utilizado através dos tempos.
Os registros criados através do desenho estiveram presente ao longo da história, e mesmo com o surgimento da escrita e da fala que tornaram-se também importantes formas de registro e memória, o Desenho continuou funcionando como uma forma objetiva de comunicação. (ALMEIDA, 2014, p.5) Segundo o autor (2014), desenhar é uma ação que promove o desenvolvimento intelectual e motor do ser humano a partir da infância até a velhice, funcionando como memória e linguagem visual, e assim tornando possível o desenvolvimento científico da humanidade. Em adição, um dos primeiros estágios de desenvolvimento da humanidade foi o aparecimento dos petroglifos, ou as
narrativo ou de descrição. “As imagens narrativas começaram, então, o seu longo caminho de transformações até a atualidade, em paralelo à escrita e as imagens descritivas” (CAVALCANTE, 2010, p.97). Os egípcios exploraram bem a característica narrativa da imagem, a prova disso é o papiro chamado “O Livro dos Mortos”: um documento que conta a viagem após a morte de Ani, um escriba da 19ª dinastia faraônica (séc. XIII a. C.), onde são utilizados desenhos e hieróglifos, imagem e escrita passando juntas uma mensagem, criando uma espécie de ancestral direto das famosas HQ’s. (Cavalcante, 2010, p. 98) Além da riqueza de detalhes, o Livro dos Mortos traz todo o contexto da cultura, já que havia nela a crença muito forte de que a passagem pelo mundo como conhecemos é finita. “Os desenhos refletiam o tom mágico por meio de criaturas poderosas e senhas para diferentes estágios” (CAVALCANTE, 2010, p.98). A partir desse documento (Figura 2), já era possível decifrar um pouco com funcionava a sociedade egípcia. Figura 2 - O Livro dos Mortos (séc XIII a. C.)
Fonte: https://citaliarestauro.com/ acessado em: 13/09/ Esses registros suportaram a ação dos milênios. Segundo Cavalcante (2010), através deste documento, é possível afirmar que a origem da característica narrativa da imagem ocorreu em duas vias: a do mágico e a do religioso. Para a autora:
[...] a origem mágica, por vezes lúdica da ilustração está associada à sua característica de crônica visual, revelando uma possível interpretação sobre a fonte originária das imagens em livros infantis e juvenis da contemporaneidade, onde o lúdico orienta para uma experiência imaginativa existente, como os livros ilustrados para crianças (CAVALCANTE, 2010, p. 99). Para a sociedade egípcia, não existia o conceito de originalidade e nem individualidade do artista, ou não era interessante. Para Cavalcante (2010), há evidências de que havia um tipo de projeto que antecedia a construção dos papiros e das imagens. O rigor e a reprodução técnica do estilo estabelecido era o ideal. “O
estilo egípcio estruturou um conjunto de regras rigorosas em relação às suas representações. Essas regras deveriam ser seguidas e aplicadas da melhor maneira” (CAVALCANTE, 2010, p.100). O artista não poderia exprimir suas ideias, ou criar estilos diferenciados de traço ou desenho, pois o único propósito das representações em imagens era o de agradar aos deuses. Partindo desse ponto de vista, o Egito antigo se tornou a civilização mais duradoura da história da humanidade e, com toda a certeza, sua expressão artística exerceu influência em nossa sociedade ocidental. O uso da imagem permaneceria atrelado à religião ainda por muitos séculos e durante a Idade Média, este recurso seria ricamente utilizado, principalmente didaticamente, para a doutrinação pela Igreja e para o ensinamento dos evangelhos. Para fixá-las nas memórias das pessoas que não tinham escolaridade e nem acesso ao conhecimento. “A pintura pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz pelos que sabem ler” (GOMBRICH, 1997, p.95). A ilustração ficou conhecida nessa época pelo termo “Iluminura” (Figura 3), que acompanhava os textos litúrgicos e narrava visualmente alguns conteúdos presentes no texto, realizada à mão livre nos manuscritos religiosos medievais. As iluminuras foram construídas nos scriptoria monásticos por muitas centenas de anos, em que o artista era na maioria das vezes um religioso. “O iluminador ultrapassou o âmbito decorativo da ilustração, para estudar e selecionar imagens pertinentes ao texto” (CAVALCANTE, 2010, p. 103). Figura 3 - Exemplo de Iluminura
Fonte: https:///www.historiadasartes.com/ acessado em 13/09/ A Idade Média foi frequentemente chamada de Idade das Trevas, principalmente por ter sido um período muito turbulento da história. Durante esse período muito longo, (de 476 a.C. até 1453 d.C.), “O livro – ou a informação – era considerado um objeto sagrado, místico, e símbolo de autoridade e poder” (CAVALCANTE, 2010, p.103). E como tal, somente membros do Clero e das famílias