Roteiro de Atividades: Explorando Figuras de Linguagem e Usos da Língua em Textos, Notas de estudo de Comunicação

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Roteiro de

Atividades

Propaganda, Tira e Charge

1º Ano | 3º Bimestre | 2º Ciclo

Versão do Professor

4 Propaganda, Tira e Charge As respostas comentadas estão presentes apenas no documento voltado aos professo- res. Apresentam um “gabarito” das atividades propostas e uma análise das respostas mais pro- váveis às questões propostas. Texto Gerador 1 A tirinha que segue traz um tema em voga: o Acordo Ortográfico entre os países de língua portuguesa. A partir dela, serão apresentadas questões de leitura, uso da língua e pro- dução textual articuladas com as habilidades contidas no Currículo Mínimo do 3º bimestre do 1º Ano ao Ensino Médio. O texto e suas questões permitem o desdobramento do trabalho iniciado com o Roteiro de Atividades 1, uma vez que abordam estereótipos e clichês sociais relacionados à geração Y. Fonte: www.blogdoorlandeli.zip.net Atividade de Leitura

1. A carga de humor desse texto é evidenciada pelo uso da seguinte figura de linguagem:

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a) Hipérbole, pois as palavras em negrito representam uma ideia exagerada que o tio faz sobre a inteligência do sobrinho. b) Metonímia, porque o uso do computador revela uma parte da linguagem da in- formática que representa o todo. c) Ironia, porque as habilidades do sobrinho para aprender a língua portuguesa não correspondem à ideia inicial que o tio faz dele. d) Sinestesia, porque mistura diferentes sensações dos interlocutores, mediadas pelo computador. Habilidade Trabalhada: Identificar as figuras de linguagem, como hipérbole, metáfora e ironia, que produzem efeito humorístico. Resposta Comentada Antes de debater as alternativas apresentadas na questão, seria interessante que você analisasse com seus alunos cada um dos quadrinhos que compõem a tira. Nessa análise, é im- portante que você destaque a quebra de expectativa, no que tange à facilidade em lidar com o novo acordo ortográfico, gerada pela distinção entre a figura do sobrinho idealizada pelo tio e a realidade com a qual ele se depara. Essa quebra pode ser observada tanto pela linguagem verbal como pela não verbal, pois, juntamente à expressão facial de perplexidade, o tio afirma, no terceiro quadrinho: “Melhor pensar em outra coisa”. Ao abordar as figuras de linguagem, você pode destacar que toda língua possui uma série de recursos expressivos que auxiliam na comunicação e ampliam os sentidos cotidianos das palavras e expressões. As figuras de linguagem – construídas a partir do sentido figurado das palavras – estão entre os recursos mais eficientes para estender os sentidos de um texto. Segundo Hernandes e Martin (2010), ao se valer de uma figura de linguagem, o autor potencia- liza os sentidos do texto, pois possibilita mais de uma leitura para ele. Por isso, pode ser que a retomada dos conceitos denotação e conotação auxilie os alunos a compreenderem as figuras de linguagem apresentadas nas alternativas.

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perspectiva que permitiria a substituição de um pelo outro ou de um deles por outro termo de sentido mais amplo, como se caracteriza a metonímia. Por fim, a partir da alternativa D, você pode explicar para os alunos que a sinestesia é a figura que expressa a mistura entre as sensações provocadas pelos cinco sentidos: olfato, visão, audição, paladar e tato. E não há, na tira, em momento algum, mistura entre essas sensações. Caso haja tempo, um desdobramento possível para esta atividade é a pesquisa de tiras ou charges que explorem as figuras de linguagem mencionadas na questão – na internet, em jornais e revistas – com posterior exposição e debate a respeito dos textos encontrados. Essa seria uma excelente atividade de pesquisa e leitura reflexiva em que os alunos têm a oportuni- dade de se expressar oralmente e dirimir as dúvidas que apareçam sobre o conteúdo. Referências HERNANDES, Roberta; MARTIN, Vima Lia. Língua Portuguesa. Projeto Eco. Língua Por- tuguesa. Vol 1. Curitiba: Positivo, 2010. KIERKEGAARD, Soren. O conceito de ironia. Petrópolis (RJ), Brasil: Vozes, 2005. TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Práticas de linguagem. Leitura e produção de textos. Ensino médio. SP: Scipione, 2001. FACIOLI, Adriano. A ironia: considerações filosóficas e psicológicas. Curitiba (PR), Bra- sil: Juruá, 2010.

2. As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante a adaptá-la às va- riadas situações de comunicação. No texto acima, uma das marcas linguísticas que configuram a linguagem coloquial mediada pela internet é:

8 Propaganda, Tira e Charge a) A presença de gírias, como “beleza”, no discurso do tio para se comunicar com o sobrinho. b) O uso do verbo em segunda pessoa, como em “passa”, característico de conversas virtuais. c) O uso de caracteres repetidos, como em “falaaaaaa”, para representar fielmente o discurso oral. d) A presença de expressões informais, como “por acaso”, no discurso do tio. Habilidade Trabalhada: Reconhecer a presença de estereótipos e clichês sociais. Resposta Comentada Ao iniciar o tratamento desta questão, seria interessante levar seus alunos a refletirem sobre as principais características da troca de mensagens instantâneas pela internet – a que, provavelmente, muitos deles estão habituados. Essa é uma situação comunicativa de ritmo ágil, que tenta se aproximar da oralidade. Por isso, observamos a presença de palavras escritas de modo a representar a pronúncia, servindo a uma tentativa de transcrição fonética, como em “naumm” e “ksaaa”, no terceiro quadrinho. É importante destacar que essas representações buscam trazer maior agilidade ao processo de digitação. Mas vocês terão a chance de debater esses e outros aspectos do “internetês” ao longo das questões 3 e 4. Para que os alunos marquem a alternativa correta, eles terão que atentar para o enuncia- do da questão, que solicita o reconhecimento das marcas da linguagem coloquial mediada pela internet. As demais alternativas também apresentam exemplos do registro coloquial, mas não peculiares à internet. Sendo assim, a alternativa b apresenta o uso verbal do modo imperativo em segunda pessoa típico de conversas informais e as alternativas a e d ilustram gírias e expressões coloquiais utilizadas em diferentes suportes. Você pode destacar que, certamente, elas foram escolhidas pelo emissor da mensagem – o tio – na tentativa de se aproximar do seu interlocutor

• o sobrinho, mais jovem. Provavelmente, por isso, no segundo quadrinho, quando o tio se utiliza dos termos “beleza” e “por acaso”, o autor da tira optou por retratar a segurança de quem teve uma grande ideia na expressão facial do tio.

10 Propaganda, Tira e Charge tempos digitais, foi criada. Em pouco tempo, a internet passou a ocupar um lugar importante para a comunicação, principalmente entre os jovens, que mais utilizam as chamadas redes sociais, chats e outros ambientes virtuais. No debate com os alunos, você pode relembrar que essa nova linguagem se distingue pela necessidade de agilidade e facilidade. Por isso, as frases são curtas e expressivas, as palavras são abreviadas ou modificadas para que sejam escritas no menor tempo possível (OTHERO, 2002). Algumas marcas linguísticas que representam essa situação comunicativa inovadora podem ser observadas na fala do sobrinho, no 3º quadrinho: a representação da risada “huaihauhiuha”; a redução do termo casa para “ksa” e do pronome que para “q”; o uso acentuado de exclamações, como em “juntuuuuu!!!!!!”; a “transcrição fonética” de algumas palavras, como “nois” e “juntuuuu”; a repetição também acentuada de vogais, como em “falaaaaa”. É importante ressaltar que essas estratégias, presentes em situações informais de comunicação mediadas pela internet, têm por objetivo aproximar, ao máximo, a escrita do discurso oral cotidiano. A fim de levar seus alunos a uma reflexão sobre a representação da oralidade na escrita, você pode levá-los a observar as marcas linguísticas presentes nos dois gêneros presentes no texto gerador 1: as mensagens instantâneas e a própria tira. Além dos elementos já desta- cados, vocês podem analisar o uso das onomatopeias, da pontuação e de outras notações

• como o uso de letras maiúsculas, negrito, itálico – e os efeitos de sentido decorrentes desse uso. Outro recurso frequentemente utilizado nas mensagens instantâneas são os emoticons, resultantes da combinação de elementos da pontuação, como dois pontos, ponto e vírgula e sinais matemáticos como o igual. Os emoticons, do inglês – ícones de emoção – reproduzem rostos estilizados para expressar alegria, tristeza, sono etc. Dessa forma, os usuários buscam suprir a ausência de recursos expressivos do discurso oral, como a entonação, as expressões faciais e os gestos. Outra questão curiosa que pode ser levantada é a relação entre norma culta e internet. Por ser uma situação comunicativa inovadora, ainda vigora o mito de que a linguagem da internet poderia influenciar negativamente a aquisição, desenvolvimento e utilização da linguagem es- crita normativa. Desse modo, a geração net poderia ter dificuldades relacionadas à compreensão e produção textual. Você pode, então, destacar para seus alunos que, diferentemente do que muitos críticos afirmaram, as situações comunicacionais típicas da internet não “contaminam” ou “incapacitam” os usuários para outras situações comunicacionais. Ao contrário, essas ferramentas propiciam o desenvolvimento de outras habilidades linguísticas. Seria importante, no entanto, abordar o conceito de adequação linguística, para que o aluno perceba a inconformidade do uso

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dessas marcas da linguagem coloquial típica de trocas de mensagens instantâneas à escrita de um texto formal. Caso você disponha de tempo, uma sugestão de atividade é comparar a variação lin- guística presente em diferentes textos típicos da internet. Podem ser comparados, por exem- plo, e-mails trocados entre amigos acerca de uma festa com e-mails entre empresa e cliente. Ambos representam situações cotidianas, mas que solicitam posturas e registros bastante es- pecíficos por parte de seus emissores tendo em vista seu interlocutor. Referências OTHERO, Gabriel de Ávila. A língua portuguesa nas salas de bate-papo : uma visão lingüística de nosso idioma na era digital. Novo Hamburgo: Edição do Autor, 2002.p.23.

4. O texto remete o leitor a: a) Uma situação de uso formal da linguagem, que só ocorre pela internet. b) Uma situação linguística comum à sociedade contemporânea, propiciada pela Internet. c) Um episódio linguístico incomum que mostra a facilidade dos jovens em adquirir determinados conhecimentos. d) Um evento cotidiano de uso linguístico que acaba por revelar a dificuldade do adulto em acessar a Internet.

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afirmar que o sobrinho – representante dos jovens – não forneceu qualquer evidência de ter facilidade em adquirir novos conhecimentos, conforme o tio esperava. Além disso, você pode destacar que o tio – única personagem adulta da tira – não demonstra qualquer dificuldade em lidar com as ferramentas da internet, o que invalida a alternativa D. Atividade de Uso da Língua

5. A expressão “Pra essa molecada é moleza” foi usada para indicar que: a) O jovem de hoje está ciente das novas informações de comunicação pelas redes sociais da Internet. b) O jovem de antigamente sabia falar e escrever melhor do que o jovem de hoje. c) Para o jovem de hoje, é bem fácil aprender as novas possibilidades de uso da lín- gua portuguesa. d) Os mais velhos ainda são melhores do que os jovens, quando se trata de uso coti- diano da língua portuguesa. Habilidade Trabalhada: Perceber a relação entre significado e significante na denotação e na conotação.

14 Propaganda, Tira e Charge Resposta Comentada Mais uma vez, seria interessante retomar, com seu aluno, os conceitos de denotação e conotação, chamando a atenção, agora, para a dicotomia significante x significado. Assim, você pode mostrar que a significação das palavras não é estática: por meio da imaginação criadora do homem, elas podem ter seu significado ampliado. A ideia original – básica e objetiva – passa a representar uma ideia acessória, subjetiva. Logo, você pode ressaltar para seus alunos que “denotação é o elemento estável da significação de uma palavra, [...] não subjetivo [...] e analisável fora do discurso, ao passo que a conotação é constituída pelos ele- mentos subjetivos, que variam segundo o contexto.” (GARCIA, 2001, p. 178). A fim de demonstrar o uso denotativo/conotativo das palavras, você pode relembrar os alunos de que, originalmente, “molecada” significa “bando de meninos que vivem na rua” (KOOGAN/HOUAISS, 1999, p.1094). No entanto, ao ter seu significado ampliado para o campo da conotação, o termo passou a representar a geração de jovens, da qual o sobrinho faz parte. Do mesmo modo, a palavra “moleza” – que significa, no plano denotativo, “qualidade do que é mole ou brando ao tato” (KOOGAN/HOUAISS, 1999, p.1094) – tem seu significado ampliado para o terreno da conotação. Passa a significar, então, facilidade de fazer e/ou aprender algo. Na tira, a expressão em destaque nos remete a um conceito predefinido pelo tio, sobre a suposta facilidade que os jovens de hoje teriam, para o aprendizado e uso da nova ortografia da língua portuguesa em situações cotidianas. O uso dos termos “molecada” e “moleza” contri- buiu para que se formasse essa ideia no texto, o que assegura a letra c como a resposta certa. Todavia, os alunos necessitam relacionar o uso conotativo da palavra “moleza” ao tema em questão na tira – o novo acordo – para constatar que essa resposta é a correta. Referências GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 20ed. RJ: FGV Ed., 2001. KOOGAN/HOUAISS. Enciclopédia e dicionário ilustrado. 4 ed. RJ: Seifer, 1999.

16 Propaganda, Tira e Charge Atividade de Produção Textual

7. Em dupla ou em trio, pesquisem notícias sobre o novo acordo ortográfico ou acesse o blog do Orlandeli (www.blogdoorlandeli.zip.net) para, depois, criar uma tira sobre o tema. Habilidade Trabalhada: Produzir uma tira ou charge sobre notícia lida ou ouvida em jor- nal e/ou Internet. Resposta Comentada Para a realização desta atividade, seria importante retomar com os alunos as característi- cas do gênero discursivo tira. Isso pode ser feito a partir do texto gerador 1 ou de outra tira. No texto gerador 1, por exemplo, você pode orientá-los no reconhecimento de quais conhecimen- tos prévios são necessários para a construção do humor – a proposta do novo acordo ortográfico, a resistência às mudanças para gerações diferentes – tio e sobrinho, a linguagem peculiar dos jovens na internet. Além de propor essa discussão, seria interessante enfatizar a importância dos elemen- tos verbais e não-verbais no gênero tira. Dentre muitas possibilidades, você pode: (a) levá- -los a notar os diferentes formatos de balão e a buscar explicações para a diferença entre as cores e entre os tipos de fonte utilizados; (b) chamar a atenção deles para o modo como a expressão facial das personagens contribui para a construção do sentido; (c) alertá-los para os efeitos de sentido decorrentes do uso da onomatopeia, da pontuação e de outras nota- ções – já abordadas na questão 3. Uma dica para promover essa reflexão acerca dos elementos constituintes da tira é pe- dir, por exemplo, que eles identifiquem quais sentidos poderiam ser alterados se os balões tivessem a mesma cor e o mesmo tipo de letra, se a expressão das personagens se mantivesse

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idêntica nos três quadros ou se não houvesse onomatopeia no segundo quadro. Os alunos devem notar a importância desses elementos para, depois, na tarefa de produção, atingirem o objetivo de comunicação do texto. Outra característica importante da tira que você pode salientar nessa discussão é seu caráter argumentativo, já que esse gênero apresenta uma opinião diante de acontecimentos reais noticiados em determinado momento social. Os alunos devem perceber que a tira dialo- ga com outros textos cujo propósito de comunicação é diferente: uma notícia, por exemplo. Como o objetivo final desta atividade é a produção textual, é necessário que os alunos realizem uma pesquisa prévia e já tragam para a aula o texto selecionado para criarem a tira. Uma sugestão de ordem prática para o desenvolvimento da atividade é que você leve notícias e/ou reportagens que versem sobre o tema, já que é preciso contar com alunos que não te- nham realizado a pesquisa, podendo, assim, atrapalhar a condução da atividade. Você pode orientá-los nessa pesquisa se houver um Laboratório de Informática na esco- la. Também seria interessante conversar com o profissional responsável pelo Laboratório sobre a possibilidade de uso de programas e sites para a construção de tiras. Esse recurso pode esti- mular ainda mais os alunos a criarem. Por fim, é sempre interessante expor as criações de seus alunos para propiciar o debate e estimulá-los a produzir cada vez mais e melhor. Embora esse tipo de atividade demande um trabalho detalhado de acompanhamento e revisão por parte do professor, ele costuma atrair bastante o interesse dos alunos. Além disso, com esse tipo de atividade, você pode auxiliá-los a (1) conhecer as características deste gênero discursivo; (2) considerar, na leitura de um texto, aspectos verbais e não-verbais para a constru- ção do sentido; (3) identificar/utilizar recursos gráficos diversos na transmissão da mensagem; e (4) compreender a posição/opinião defendida na tira. Texto Gerador 2 A propaganda a seguir – um dos possíveis gêneros textuais a serem trabalhados neste bimestre – traz à tona um assunto motivador que se relaciona à dificuldade de muitos alunos em produzir textos. Essa propaganda se mostrará articulada com questões de leitura, uso da língua e produção textual, como prevê o Currículo Mínimo.

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Habilidade Trabalhada: Reconhecer estratégias de convencimento do público presentes no texto verbal ou não (intimidação, sedução, comoção etc.). Resposta Comentada O objetivo principal do texto gerador 2 é a persuasão do leitor: “a propaganda é a arma do convencimento”^1. Para que o aluno reconheça essa estratégia linguística com maior facili- dade, seria interessante levá-los a relacionar habilidades já sugeridas pelo Currículo Mínimo, como a identificação de pressupostos subentendidos no texto e o reconhecimento da função conativa da linguagem. É importante demonstrar para os alunos que a propaganda evidencia a necessidade da interação entre quem argumenta, o locutor, e quem recebe a mensagem, o interlocutor, uma vez que as convicções do primeiro objetivam modificar ou reforçar as ideias do segundo. Sen- do assim, o locutor visaria a não só informar o interlocutor sobre algo, mas também orientá-lo em direção a determinadas conclusões presentes na própria estrutura linguística do enuncia- do, ou seja, convencê-lo de alguma forma. Nesse sentido, o estudo da argumentação permite verificar sua influência na manipulação dos elementos lingüísticos e icônicos direcionados para ao convencimento. Para que o aluno possa perceber essa carga de convencimento presente no texto, seria importante, ainda, obser- var as diferenças existentes entre opinar e argumentar. Para isso, você pode rever com os alunos as características do texto opinativo – estudo previsto para o 2º bimestre, pelo Currículo Mínimo. O texto gerador 2 pretende convencer o leitor de que uma boa opinião se constrói por meio da recepção e processamento adequados da informação. Tal efeito é gerado por meio de um jogo argumentativo entre imagem – elemento icônico – e palavra – elemento linguístico. Essa “argumentação icônico-linguística” procura mostrar ao leitor o valor opinativo de uma in- formação bem trabalhada (CARVALHO, 1996). Você pode destacar para os alunos que, no caso dessa propaganda, veiculada pela As- sociação Brasileira de Imprensa, procura-se persuadir o leitor a tornar-se um assíduo consumi- dor de textos jornalísticos. Mais a frente, vocês terão a chance de se aprofundar nesse tópico. (^1) Título da reportagem de Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos, dada a revista Veja. http://veja.abril.com.br/multimidia/video/propaganda-e-arma-de-convencimento.

20 Propaganda, Tira e Charge Porém, a partir dessa informação, os alunos podem constatar que a alternativa correta seria a alternativa c. Ela remete diretamente a esse caráter da informação como mediadora de opinião e construtora de conhecimento. Referência CARVALHO, Nelly de. Publicidade: a linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 1996.p.13. Atividades de Uso da Língua

9. No trecho “a opinião não sai”, o verbo sair adquire o sentido de a) ser construída. b) ser contrastada. c) ser reforçada. d) ser mudada. Habilidade Trabalhada: Perceber a relação entre significado e significante na denotação e na conotação.