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No documento, encontramos o resumo do auto da barca do inferno, de gil vicente. Neste texto, são apresentados os personagens que chegam em duas barcas, uma para o inferno e outra para o paraíso. Cada personagem justifica ou se recusa a embarcar, e o diabo e o anjo os recebem ou rejeitam. O texto aborda temas como a justiça, a hipocrisia, a corrupção e a moralidade.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Num braço de mar, onde estão ancoradas duas barcas, chegam as almas de representantes de várias classes sociais e profissionais. Uma das barcas dirige-se ao Inferno; a outra, ao Paraíso. A primeira será tripulada pelo Diabo e seu Companheiro; a outra, por um Anjo.
O Diabo tem pressa de partir e procura apressar seu Companheiro. Nos preparativos para a viagem, convoca os passageiros e dá ordens ao ajudante, demonstra conhecimento sobre o equipamento do navio e apresenta desenvoltura na linguagem insinuante e irónica. É um magnífico dissimulado, nem parece que vai levar as almas para o Inferno! Mostra-se entusiasmado, feliz e é com muita cortesia que recebe os seus passageiros, com exceção do Judeu.
Eis que chega a primeira alma para a viagem. É Dom Henrique, o Fidalgo, acompanhado por um criado que transporta uma cadeira e carrega um manto para o seu Senhor. Como acontecerá com outros personagens, argumenta contra sua ida para o Inferno, considera que a barca não é digna de sua nobre pessoa. O Diabo procura ironizar os diversos argumentos apresentados pelo Fidalgo, dizendo que uma vida cheia de prazeres e pecados só podia resultar em punição.
O Fidalgo dirige-se, então, à barca do Anjo. Afinal, quem quer ir para o Inferno? Alega direito de embarcar por pertencer a uma boa linhagem. Boa linhagem, mas muito tirano e vaidoso, o tal Fidalgo. O seu esforço foi em vão e, retornando à barca do Inferno, quer demonstrar força moral ao reconhecer que vivera erradamente.
Numa última tentativa, o Fidalgo tenta ser sagaz e implora ao Diabo que o deixe voltar à vida, para despedir-se da amante que se queria matar por sua causa. O Diabo, divertindo-se em ser maldoso, ironiza as crenças do Fidalgo nas juras da moça, que já estaria com outro quando o nobre dava seus últimos suspiros.
Chega o Onzeneiro, carregado, é claro, com o seu bolsão de dinheiro. Recusa-se a embarcar quando toma conhecimento do destino da barca do Diabo. O Diabo, sarcástico, faz-se de espantado com o facto do dinheiro do Onzeneiro não ter servido para salvá-lo da morte. O agiota ainda reclama que não pudera trazer nenhum centavo, nem mesmo para pagar a viagem. Procura então a barca do Anjo, pedindo-lhe que o deixe entrar, pois queria mesmo era o Paraíso. O seu pedido é recusado quando o Anjo vê o seu bolsão e afirma que estaria tão cheio de dinheiro que tomaria todo o espaço do navio. O Onzeneiro contra-argumenta, declarando que
Ficha Informativa - Língua Portuguesa – 9º Ano
não tem dinheiro, mas o Anjo afirma que ele pode não ter nada nos bolsos, mas no seu coração ainda subsiste a ideia de lucro. O Onzeneiro, desconsolado, entra na barca infernal, cumprimentando com respeito o Fidalgo, que lá já estava, aguardando a triste partida.
Joane, novo personagem, caracterizado como o Parvo, é quem chega a seguir. Conversa com o Diabo e começa a praguejá-lo quando descobre o destino de sua barca. Entra em território do Anjo porque - assim lhe haviam dito - o reino do Céu seria dos pobres. Para o Anjo, os actos do bobo eram fruto da sua condição, sendo provas de sua inocência e não de sua maldade. Irá ao Paraíso, portanto, o Parvo, passageiro único do barco que vai à Glória! Mas antes de entrar, mantém-se ao lado do Anjo, para ajudar na avaliação dos próximos passageiros.
Chega ao barco do Inferno um Sapateiro com suas ferramentas de ofício. Aparentemente, um bom trabalhador. Quando é convidado pelo Diabo a entrar, recusa, com o argumento de que morrera comungado e confessado. Que bom cristão parece ser! Mas o Diabo responde-lhe que foi excomungado por omissão de seus pecados, pois roubava seus fregueses ao cobrar seus serviços prestados. O Sapateiro, não contente, dirige-se à barca do Anjo, mas é barrado com a explicação de que o lugar de quem rouba na praça é no barco que vai ao Demo. De nada adiantava ter ido à missa se, ao mesmo tempo, havia roubado, cobrando preços exagerados. Assim, o Sapateiro dirige-se à outra barca, aceitando seu destino. Chega então um Frade, trazendo uma moça pela mão. Esta moça era sua amante - Florença. Com ela, traz um broquel, uma espada e um capacete, representando sua paixão pela esgrima. Ao chegar, canta e dança. É muito folião esse Frade! Ao ser repreendido pelo Diabo, responde: "Deo gratias! Sou cortesão". Dessa forma, aproveita-se da sua posição, desmascarando a falsidade da figura religiosa da época. Conciliar prazeres e penitências resultou em hipocrisia, defeito grave. O Anjo não poderia perdoá-lo. O Frade tenta convencer o Diabo de sua inocência, ensinando-lhe a arte da esgrima, mas o seu esforço foi em vão. Não contente, busca a barca do Anjo, para tentar defender seus direitos enquanto representante da Santa Madre Igreja, mas nada consegue, nem sequer uma resposta do Anjo. Volta à barca do Diabo, ridicularizado pelo Parvo, que lhe pergunta se furtara o «trichão».
Chega uma alcoviteira, Brísida Vaz, que se recusa a entrar na barca. Representa a mais terrível das almas penadas, pois passara a vida seduzindo meninas para os padres. O Diabo sente-se lisonjeado com o receio da nova passageira e pergunta o que ela traz para o embarque. Brísida responde que carregava