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Neste documento, encontramos percy jackson contando uma história de verões passados, cheios de perigos, monstros e descobertas. Após a libertação de luke, o amigo de infância de percy, ele desapareceu e percy começa a ter suspeitas. Annabeth, grover e outros amigos retornam para ajudar percy a descobrir o que aconteceu com luke e impedir que ele cause mais danos. O documento despertou minha curiosidade sobre as aventuras de percy jackson e o que poderia acontecer com luke.
Tipologia: Provas
Compartilhado em 07/11/2022
4.4
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Não perca as partes importantes!
Sentiremos falta de Percy, Annabeth, Grover, Thalia, Tyson, Luke, Nico, Rachel, Quíron, Zeus, Poseidon, Hades, Atena, Senhor D., Ares, Hera, Perséfone, Afrodite, Sally, Apolo, Hermes, Ártemis, Deméter, Clarisse, Silena e outros milhares de personagens brilhantes que a mente poderosa de Rick Riordan nos proporcionou. Mas nós sabemos que isso é apenas o começo, haverá mais. Agora, aproveitem sua última jornada com Percy Jackson e Os Olimpianos. Fiquem por perto, e podem ter certeza que eu ficarei,
Sinceros agradecimentos a todos os revisores, tradutores e colaboradores do projeto
Organização Responsável: mafia dos livros.
Chefe de Tradução: Raul Nogueira Fernandes. Organização: Felipe Vizentim e Anderson Almeida. Comando: Felipe Vizentim. Apoio à Tradução: Raphael Pompeu, Anderson Almeida, Guilherme Macedo, Mariana Albuquerque, Rosane Rodrigues, Cibele Hamburg, Gabriel, Gabriela Gonçalves. E-Book provisório: Felipe Vizentim e Gustavo Guerra
Tradução: Revisão: Raphael Pompeu Anderson Almeida Felipe Vizentim Rosane Rodrigues Fernando Jéssica Sara Jane Lucas Silva Ricardo Pina Cibele Hamburg Felipe Bergh Lais Curado Luisa Oliveira Mariana Albuquerque Ricardo Pina Anna Catherine Mark Gabriel Iago Isabella
Eu assenti. Eu não gostava de falar sobre isso, mas Rachel sabia. Diferentemente da maioria dos mortais, ela podia ver através da Névoa – o véu mágico que distorce a visão humana. Ela tinha visto monstros. Ela tinha conhecido alguns dos outros meio-sangues que estavam lutando contra os Titãs e seus aliados. Ela até tinha estado lá no último verão quando o cortado em pedaços, Lorde Kronos, saiu de seu caixão em uma terrível nova forma, e ganhou meu respeito permanente por ter cravado o olho dele com uma escova de cabelos de plástico azul. Ela colocou a mão no meu braço. ―Só pense nisso, ok? Nós não vamos partir por mais alguns dias. Meu pai...‖ A voz dela vacilou. ―Ele está complicando a sua vida?‖ Rachel sacudiu a cabeça com repugnância. ―Ele está tentando ser legal comigo, o que é quase pior. Ele quer que eu vá para a Clairon Ladies Academy no outono.‖ ―A escola onde sua mãe estudou?‖ ―É uma escola idiota de boas maneiras para garotas de sociedade, lá em New Hampshire. Você consegue me ver em uma escola de boas maneiras?‖ Eu admiti que a idéia soava bem estúpida. Rachel gostava de projetos de arte urbana e alimentar os sem-teto e ir a comícios de protesto ―Salvem os Pica Paus de barriga-amarela!‖ e coisas assim. Eu nunca a tinha visto usar um vestido. Era difícil imaginá-la aprendendo a ser uma socialite. Ela suspirou. ―Ele acha que se fizer algumas coisas legais para mim, eu vou me sentir culpada e desistir.‖ ―É por isso que ele concordou em me deixar ir com vocês nas suas férias?‖ ―Sim... Mas Percy, você estaria me fazendo um grande favor. Seria muito melhor se você estivesse lá conosco. Além disso, tem uma coisa que eu quero falar-- ‖ ―Alguma coisa que você quer falar sobre?‖ - Eu perguntei -―Você quer dizer... tão sério que teríamos que ir a St. Thomas para falar sobre isso?‖ Ela cerrou os lábios. ―Olhe, só esqueça isso agora. Vamos fingir que somos duas pessoas normais. Nós saímos para dar uma volta de carro, e estamos vendo o oceano, e é bom estarmos juntos.‖ Eu sabia que tinha alguma coisa a incomodando, mas ela sorriu bravamente. A luz do sol fazia o cabelo dela parecer fogo. Nós tínhamos passado bastante tempo juntos esse verão. Eu não tinha exatamente planejado isso, mas quanto mais sérias as coisas ficavam no campo, mais eu me via precisando ligar para Rachel e fugir, para ter espaço para respirar. Eu tinha que lembrar a mim mesmo que mundo mortal ainda estava lá, longe de todos os monstros que me usavam como saco de pancadas pessoal. ―Okay,‖ Eu disse. ―Só uma tarde normal e duas pessoas normais.‖ Ela assentiu. ―E então... hipoteticamente, se essas duas pessoas gostassem uma da outra, o quanto custaria para o garoto estúpido beijar a garota, huh?‖ ―Oh...‖ Eu me senti como uma das vacas sagradas de Apolo – lentas, burras e muito vermelhas. ―Um...‖
Eu não posso fingir que não havia pensado sobre Rachel. Ela era muito mais fácil de lidar do que... bem, do que algumas garotas que eu conhecia. Eu não precisava me esforçar muito, ou prestar atenção no que estava dizendo, ou torturar o meu cérebro para tentar entender o que ela estava tentando dizer. Rachel não escondia muita coisa. Ela deixava você saber como ela se sentia. Eu não tenho certeza do que teria feito em seguida – mas eu estava tão distraído, não notei a forma negra gigante descendo do céu até que quatro cascos pousaram no capô do Prius com um WUMP-WUMP-CRUNCH! Hey, chefe, disse uma voz em minha cabeça. Carro legal! O pégaso Blackjack era um velho amigo meu, então eu tentei não ficar irritado pelas crateras que ele tinha acabado de colocar no capô; mas eu não achava que o meu padrasto ficaria realmente chocado. ―Blackjack‖ eu suspirei. ―O que você--‖ Então eu vi quem estava cavalgando em suas costas, e soube que o meu dia estava para ficar muito mais complicado. ―E aí, Percy.‖ Charles Beckendorf, conselheiro sênior da cabine de Hefesto, faria a maior parte dos monstros chorarem pelas suas mães. Ela era enorme, com músculos definidos por trabalhar nas forjas todo verão, dois anos mais velho que eu, e um dos melhores campistas fazedores de armamentos. Ele fazia coisas mecânicas realmente engenhosas. Um mês antes, ele tinha colocado uma bomba de fogo grego no banheiro de um ônibus turístico que estava carregando monstros pelo país. A explosão tinha acabado com uma legião do mal de Kronos assim que a primeira Harpia deu descarga. Beckendorf estava vestido para o combate. Ele usava uma couraça de bronze e elmo de guerra com calças de camuflagem pretas e uma espada atada a sua cintura. Seu saco de explosivos estava lançado sobre seu ombro. ―Está na hora?‖ Eu perguntei. Ele assentiu austeramente. Um amontoado se formou na minha garganta. Eu sabia que isso estava vindo. Estávamos planejando isso há semanas, mas eu meio que esperava que nunca acontecesse. Rachel olhou para Beckendorf. ―Oi‖ ―Oh, hey. Eu sou Beckendorf. Você deve ser Rachel. Percy me contou... uh, quero dizer ele mencionou você.‖ Rachel ergueu uma sobrancelha. ―Sério? Isso é bom.‖ Ela olhou rapidamente para Blackjack, que estava batendo as patas contra o capô do Prius. ―Então eu acho que vocês têm que ir salvar o mundo agora.‖ ―Algo assim,‖ Beckendorf concordou. Eu olhei para Rachel desamparado. ―Você falaria para a minha mãe--‖ ―Eu vou falar com ela. Tenho certeza que ela já está acostumada com isso. E explicarei a Paul sobre o capô.‖
Boa sorte, chefe, Disse Blackjack. Não deixe eles o transformarem em comida de cavalo! Com isso, meu velho amigo voou para noite. Eu tirei minha caneta do meu bolso e tirei a tampa, e contracorrente se expandiu ao seu tamanho máximo – 90 centímetros de bronze celestial brilhando nas sombras. Beckendorf puxou um pedaço de papel de seu bolso. Eu pensei que fosse um mapa ou algo assim. Então eu percebi que era uma fotografia. Ele olhava para ela na luz fraca – o rosto sorridente de Silena Beauregard, filha de Afrodite. Eles começaram a sair no último verão, depois de anos do resto de nós dizendo ―Duh, vocês gostam um do outro!‖ Mesmo com todas as missões perigosas, Beckendorf esteve mais feliz esse verão do que eu já o havia visto até então. ―Nós vamos conseguir voltar para o campo,‖ Eu prometi. Por um segundo eu vi preocupação em seus olhos. Depois ele colocou seu velho sorriso confiante. ―Pode apostar,‖ ele disse. ―Vamos explodir Kronos em um milhão de pedaços de novo.‖ Beckendorf escolheu o caminho. Nós seguimos por um corredor estreito até a escada de serviço, como tínhamos praticado, mas congelamos quando ouvimos barulhos acima de nós. ―Eu não me importo com que o seu nariz diz!‖ Disparou uma voz meio- humana, meio canina – um telkhine. ―A última vez que você cheirou um meio- sangue, acabou sendo um sanduíche de carne com pão‖ ―Sanduíches de carne com pão são bons!‖ disse uma segunda voz. ―Mas isso é cheiro de meio-sangue, juro. Eles estão a bordo!‖ ―Bah, o seu cérebro não está a bordo!‖ Eles continuaram a discutir, mas Beckendorf apontou para as escadas. Nós descemos o mais silenciosamente possível. Dois andares abaixo, as vozes dos telkhines começaram a sumir. Finalmente nós chegamos a uma escotilha de metal. Beckendorf falou, sem som algum, ―casa das máquinas.‖ Estava trancada, mas Beckendorf tirou da bolsa alguns cortadores da mochila e quebrou o ferrolho como se fosse feito de manteiga. Dentro, umas filas de turbinas amarelas do tamanho de silos se agitavam e zuniam. Manômetros de pressão e terminais de computadores revestiam a parede oposta. Um telkhine estava debruçado sobre o console, mas estava tão envolvido em seu trabalho, que não nos notou. Ele tinha aproximadamente 2 metros de altura, com o pelo preto marcado e ensebado e pés pequenos e atarracados. Ele rosnava e murmurava enquanto digitava no teclado. Talvez estivesse passando mensagens para seus amigos no carafeia.com Eu dei um passo à frente, e ele ficou tenso, provavelmente cheirando alguma coisa errada. Ele saltou para o lado em direção a um grande e vermelho botão de alarme, mas eu bloqueei seu caminho. Ele me bateu e lutou, mas com um corte de Contracorrente e ele explodiu em pó.
―Um a menos,‖ Disse Beckendorf. ―Agora faltam mais uns 500.‖ Ele me jogou uma jarra de um espesso líquido verde – fogo grego, uma das mais perigosas substâncias mágicas no mundo.Depois ele me jogou outra ferramenta essencial de heróis meio-sangues – fita adesiva. ―Jogue aquele no console,‖ ele disse. ―Eu cuidarei das turbinas.‖ Nós fomos fazer o trabalho. A sala estava quente e úmida, e em pouco tempo estávamos encharcados de suor. O barco continuava andando. Sendo o filho de Poseidon e tudo, eu tenho noção perfeita no oceano. Não me pergunte como, mas eu sabia que estávamos 40.19º Norte, 71.90ºOeste, andando a 18 nós, o que significava que o barco chegaria ao porto de Nova York ao amanhecer. Essa seria nossa única chance de pará-lo. Eu tinha acabado de amarrar uma segunda jarra de fogo grego no painel do console quando ouvi o som de passos no metal – tantas criaturas descendo as escadas que eu podia ouvi-las acima das máquinas. Não é um bom sinal. Eu troquei um olhar com Beckendorf. ―Quanto tempo?‖ ―Tempo demais.‖ Ele bateu no próprio relógio, que era o nosso detonador manual. ―Eu ainda tenho que conectar o fio do receptor e carregar as cargas. Mais dez minutos no mínimo.‖ Julgando pelo som dos passos, nós tínhamos uns dez segundos. ―Eu vou distraí-los,‖ eu disse. ―Te vejo no ponto de encontro‖ ―Percy-‖ ―Me deseje sorte.‖ Ele parecia que queria discutir. A idéia toda era entrar e sair sem sermos vistos. Mas nós teríamos que improvisar. ―Boa sorte,‖ ele disse. Eu passei pela porta.
Meia dúzia de telkhines estava descendo rapidamente as escadas. Eu os atravessei com contracorrente mais rápido do que eles poderiam gritar. Eu continuei subindo – passei por outro telkhine, que estava tão assustado que derrubou sua lancheira Lil‘Demons. Eu o deixei vivo - em parte porque eu achei sua lancheira legal, em parte para que ele pudesse tocar o alarme e esperava que seus amigos me seguissem ao invés de ir para a sala de máquinas.
Eu passei irrompendo por uma porta no deque seis e continuei correndo. Tenho certeza de que o Hall atapetado um dia deve ter sido muito bonito, mas com os últimos três anos de ocupação de monstros o papel de parede, carpete, e as portas duplas haviam sido estragadas e arrebentadas, parecia agora mais como a garganta de um dragão (e sim, infelizmente, falo por experiência própria). De volta a minha primeira visita ao Princesa Andrômeda, meu velho inimigo Luke tinha mantido alguns turistas iludidos a bordo, envoltos pela Névoa, desse modo eles não percebiam que estavam em um navio infestado de monstros. Agora eu não via sinal algum de turistas. Eu odiava pensar no que tinha acontecido com
Eu olhei para a fonte, depois para o chão de mármore, já escorregadio por causa do rastro do caranguejo. Eu estendi minha mão, me concentrando na água, e a fonte explodiu. Água foi borrifada para todos os lugares, até três andares acima, encharcando os balcões, os elevadores e as janelas das lojas. O caranguejo não se importou. Ele amava a água. Ele veio de lado até mim, espumando e sibilando, e eu corri direto para ele, gritando, ―AHHHHHHHH!‖ Logo antes de colidirmos, eu me joguei no chão no estilo Baseball e escorreguei no chão molhado direto para debaixo da criatura. Foi tipo escorregar sob um veículo armado de sete toneladas. Tudo que o caranguejo tinha que fazer era sentar e me esmagar, mas antes que ele entendesse o que estava acontecendo, eu atingi a fissura com contracorrente, soltei o punho, e empurrei a mim mesmo para o lado de trás. O monstro estremeceu e sibilou. Seus olhos se dissolveram. Sua concha se tornou vermelho vivo enquanto seu interior se evaporava. A concha vazia caiu no chão com um estrondo e se amontoou pesadamente. Eu não tive tempo para admirar meu trabalho manual. Eu corri para as escadas mais próximas enquanto a minha volta monstros e meio-sangues gritavam ordens e desembainhavam suas armas. Eu estava de mãos vazias. Contracorrente, sendo mágica, reapareceria no meu bolso mais cedo ou mais tarde, mas por enquanto estava presa em algum lugar nos destroços do caranguejo, e eu não tinha tempo de reavê-la. Na área de elevadores do deque oito, duas dracaene se arrastavam no meio do meu caminho. Da cintura para cima, elas eram mulheres com pele verde e escamosa, olhos amarelos e línguas bifurcadas. Da cintura para baixo tinham dois troncos de cobras ao invés de pernas. Elas seguravam arpões de pesca e redes, e eu sabia por experiência, que elas poderiam usá-las. ―Oooo queeee é isssso?‖ Disse uma delas. ―Um prêmio para Kronosss!‖ Eu não estava com vontade de brincar de quebre-a-cobra, mas na minha frente estava um modelo do navio, do tipo VOCÊ ESTÁ AQUI. Eu arranquei o guia do pedestal arremessou na primeira dracaena. O barco bateu na cara dela e ela caiu com o navio. Eu passei por cima dela agarrei o arpão de sua amiga, e girei com ela. Ela bateu no elevador e eu continuei correndo em direção a frente do navio. ―Pegue-o‖ Ela gritou. Cães infernais latiram. Uma flecha veio de algum lugar, passando assoviando pelo meu rosto e ficou empalada nos painéis de mogno da parede da escada. Eu não me importei – desde que os monstros ficassem longe da sala de máquinas e dessem mais tempo a Beckendorf. Enquanto eu subia a escada correndo, uma criança me atacou descendo. Ele parecia que tinha acabado de acordar de uma soneca. Sua armadura estava vestida pela metade. Ele puxou sua espada e gritou, ―Kronos!‖ mas ele pareceu mais assustado do que com raiva. Ele não poderia ter mais do que doze anos
Esse pensamento me deprimiu. Essa criança estava passando por uma lavagem cerebral – treinada para odiar os deuses e insulta-los por ter nascido meio olímpiano. Kronos o estava usando, e ainda assim o garoto pensava que eu era seu inimigo. Sem chance de eu machuca-lo. Eu não precisava de uma arma para isso. Eu entrei dentro do golpe dele, agarrei seu pulso e o bati contra a parede. Sua espada caiu com ruído de sua mão. Então eu fiz uma coisa que não tinha planejado. Provavelmente era idiota. Definitivamente comprometeria a missão, mas eu não pude evitar. ―Se você quiser viver,‖ eu disse a ele, ―saia desse navio agora. Avise aos outros meio-sangues.‖ Então eu o empurrei pelas escadas e ele desceu dando cambalhotas até o próximo andar. Eu continuei subindo. Más memórias: um corredor passava pela cafeteria. Annabeth, meu meio irmão Tyson, e eu nos esgueiramos por aqui três anos atrás na minha primeira visita. Eu irrompi para fora do convés principal. Acima da proa o céu estava escurecendo de roxo para preto. Uma piscina brilhava entre duas torres de vidro com balcões e deques de restaurante. Toda a parte superior do navio parecia deserta. Tudo que eu tinha que fazer era chegar ao outro lado. Daí eu poderia pegar as escadas e descer até o heliporto – nosso ponto de encontro de emergências. Com alguma sorte, Beckendorf me encontraria lá. Nós pularíamos para o mar. Meus poderes aquáticos nos protegeriam, e nós detonaríamos os explosivos a um quilometro e meio de distância. Eu estava na metade do caminho quando uma voz me fez congelar. ―Você está atrasado, Percy.‖ Luke estava num balcão acima de mim, com um sorriso no rosto e uma cicatriz. Ele usava calças jeans, uma camisa branca e chinelos de dedos, como se ele fosse apenas um cara normal na época da faculdade, mas seus olhos falavam a verdade. Eles eram como ouro sólido. ―Nós o estivemos esperando por dias.‖ No começo ele parecia normal, como o Luke. Mas então sua cara mudou. Um tremor passou por seu corpo como se ele tivesse acabado de beber alguma coisa realmente nojenta. Sua voz se tornou mais pesada, e poderosa – a voz do Lorde Titã Kronos. As palavras passaram raspando pela minha coluna como a lâmina de uma faca. ―Agora, se curve diante de mim.‖ ―Yeah, como se isso fosse acontecer,‖ eu murmurei. Uma multidão de monstros estava em cada lado da piscina como se estivessem esperando por um sinal. Cada um tinha 2 metros e meio de altura com braços tatuados e armaduras de couro. Arqueiros meio-sangues apareceram no telhado acima de Luke. Dois cães infernais saltaram do balcão oposto e rosnaram para mim. Dentro de segundos eu estava cercado. Uma armadilha: sem chance de eles terem se colocado em posição tão rápido a menos que soubessem que eu estava vindo.
Kronos não tinha essa hesitação. Ele cortou para baixo com sua foice. Eu saltei para trás, e a lâmina do mal errou por um centímetro, cortando um talho fundo no deque entre meus pés. Eu chutei Kronos no peito. Ele tropeçou para trás, mas era mais pesado do que Luke deveria ser. Era como chutar uma geladeira. Kronos girou sua foice novamente. Eu a interceptei com contracorrente, mas seu golpe era tão poderoso, minha lâmina só pode desviá-lo. A ponta da foice arrancou fora a manga da minha camisa e arranhou meu braço. Não deve ter sido um corte sério, mas todo o lado do meu corpo explodiu em dor. Eu me lembrei do que um demônio marinho uma vez tinha dito sobre a foice de Kronos: Cuidado, tolo. Um toque, e a lâmina vai separar sua alma de seu corpo. Agora eu entendi o que ele quis dizer. Eu não estava apenas perdendo sangue. Eu podia sentir minha força, minha vontade, minha identidade indo embora. Eu tropecei para trás, mudei a espada para minha mão esquerda, e ataquei desesperadamente. Minha lâmina deveria te-lo atravessado, mas foi desviada do seu estômago como se eu estivesse atacando mármore sólido. De jeito nenhum que ele deveria ter sobrevivido aquilo. Kronos riu. ―Uma performance pobre, Percy Jackson. Luke me disse que você nunca chegou a ser adversário no esgrima.‖ Minha visão começou a embaçar. Eu sabia que não tinha muito tempo. ―Luke tinha um cabeção,‖ eu disse. ―Mas pelo menos era a cabeça dele. ‖ ――― ――É uma pena mata-lo agora,‖ lamentou Kronos, ― antes que o plano final desabroche. ―Eu adoraria ver o terror em seus olhos quando você entendesse como eu vou destruir o Olimpo.‖ ―Você nunca vai fazer esse barco chegar a Manhattan.‖ Meu braço estava latejando. Minha visão estava manchada por borrões pretos. ―Por que isso agora?‖ Os olhos dourados de Kronos brilharam. O rosto dele – o rosto de Luke – parecia uma máscara, não natural e acesa por algum poder maligno. ―Talvez você esteja contando com seu amigo com os explosivos?‖ Ele olhou para a piscina e chamou ―Nakamura!‖ Um adolescente em armadura completa atravessou a multidão. Seu olho esquerdo estava coberto por um tapa-olho preto. Eu o conhecia, é claro: Ethan Nakamura, o filho de Nêmesis. Eu tinha salvado sua vida no labirinto no verão passado, e em troca, o pequeno punk tinha ajudado Kronos a voltar à vida. ―Sucesso, meu lorde,‖ disse Ethan. ―Nós o encontramos, assim como nos foi indicado.‖ Ele bateu palmas e dois gigantes foram para frente, arrastando Charles Beckendorf entre eles. Meu coração quase parou. Beckendorf tinha um olho inchado e cortes em todo seu rosto e braços. Sua armadura tinha ido embora e sua camisa estava quase rasgada. ―Não!‖ Eu gritei.
Beckendorf encontrou me encarou. Ele olhou para a própria mão como se estivesse tentando me dizer alguma coisa. O relógio dele. Eles ainda não o tinham tirado, e ele era o detonador. Seria possível que os explosivos estivessem armados? Com certeza os monstros os teriam desabilitado imediatamente. ―Nós o encontramos a meia-nau,‖ disse um dos gigantes, ―tentando entrar na sala de máquinas. Podemos comê-lo agora?‖ ―Logo.‖ Kronos encarou Ethan. ―Você tem certeza que ele não colocou os explosivos?‖ ―Ele estava indo para a sala de máquinas, mi lorde.‖ ―Como você sabe disso‖? ―Er...‖ Ethan se mexeu desconfortavelmente. ―Ele estava indo naquela direção. E ele nos disse. A bolsa dele ainda está cheia de explosivos.‖ Devagar, eu comecei a entender. Beckendorf os tinha enganado. Quando ele percebeu que seria capturado, ele virou para fazer parecer que estava indo para o outro lado. Ele os convenceu de que ainda não tinha alcançado a sala de máquinas. O fogo grego ainda poderia estar armado! Mas isso não tinha muita utilidade a menos que nós pudéssemos sair do navio e detona-lo. Kronos hesitou. Compre a história, eu rezei. A dor no meu braço era tão grande agora que eu mal podia ficar de pé. ―Abram sua mochila,‖ Ordenou Kronos Um dos gigantes arrancou o saco de explosivos dos ombros de Beckendorf. Ele espiou lá dentro grunhiu, e o virou de cabeça para baixo. Monstros em pânico se afastaram. Se a bolsa realmente estivesse cheia de fogo grego, todos nós teríamos explodido. Mas o que caiu foi uma dúzia de latas de pêssego. Eu podia ouvir a respiração de Kronos, tentando controlar a própria raiva. ―Você, por acaso,‖ ele disse ―capturou esse maio-sangue perto da cozinha?‖ Ethan empalideceu. ―Um--‖ ―E você, por acaso, enviou alguém para realmente CHECAR A SALA DE MÁQUINAS?‖ Ethan deu um passo para trás em terror, depois se virou nos calcanhares e correu. Eu amaldiçoei silenciosamente. Agora nós tínhamos apenas minutos antes que as bombas fossem desarmadas. Eu olhei para Beckendorf e fiz uma pergunta silenciosa: Quanto tempo? Ele fechou seus dedos e polegar fazendo um círculo. Nenhum. Não havia atraso algum no timer. Se ele conseguisse apertar o botão do detonador, o navio ia explodir na hora. Nós nunca conseguiríamos ir para longe o suficiente antes de usá- lo. Os monstros nos matariam primeiro, ou desarmariam os explosivos, ou os dois. Kronos se virou para mim com um sorriso torto. ―Você terá que desculpar meus ajudantes incompetentes, Percy Jackson. Mas isso não importa. Nós temos você agora. Nós sabíamos que viria a semanas.‖
Os sonhos de um meio sangue são uma meleca. O negócio é que eles nunca são apenas sonhos. Eles têm que ser visões, augúrios, e todas aquelas outras coisas místicas que fazem o meu cérebro doer. Eu sonhei que estava em um palácio negro no topo de uma montanha. Infelizmente, eu o reconheci: o palácio dos titãs no topo do monte Othrys, também conhecido como monte Tamalpais, na Califórnia. O pavilhão principal estava aberto para a noite, cercado de colunas gregas pretas e estátuas dos Titãs. A luz de tochas brilhava contra o chão de mármore preto. No centro da sala, um gigante com armadura lutava contra o peso agitado de uma nuvem negra – Atlas, segurando o céu. Dois outros homens gigantes estavam por perto observando um braseiro de bronze, estudando as imagens nas chamas. ―Foi uma explosão considerável,‖ disse um deles. Ele usava uma armadura negra com botões de prata, como uma noite estrelada. Seu rosto estava coberto com um elmo de batalha com aríetes, como chifres de cada lado. ―Isso não importa,‖ o outro respondeu. Esse titã estava vestido com vestes douradas, com olhos dourados como Kronos. Todo seu corpo brilhava. Ele me lembrava a Apollo, Deus do Sol, exceto que a luz do Titã era mais dura, e sua expressão mais cruel. ―Os deuses responderam ao desafio. Logo serão destruídos.‖ As imagens no fogo eram difíceis de serem compreendidas: tempestades, prédios sendo destruídos, mortais gritando em terror. ―Eu irei para o leste para conduzir nossas forças,‖ disse o Titã dourado. ―Krios, você deve ficar e guardar o Monte Othrys.‖ O cara com os chifres de aríetes grunhiu. ―Eu sempre fico com os trabalhos idiotas. Lord do Sul. Lord das constelações. Agora eu fico de babá para Atlas enquanto você fica com toda a diversão.‖ Debaixo do turbilhão de nuvens, Atlas berrava em agonia. ―Deixem-me sair, malditos! Eu sou seu melhor guerreiro. Fique com meu fardo para que eu possa lutar!‖ ―Quieto!‖ rosnou o Titã dourado. ―Você teve sua chance, Atlas. Você fracassou. Kronos quer você onde você está. Quanto a você, Krios, faça o seu trabalho.‖ ―E se você precisar de mais guerreiros?‖ Krios perguntou. ―Nosso traiçoeiro sobrinho de terno não irá te ajudar muito em uma luta.‖ O Titã dourado riu. ―Não se preocupe com ele. Além disso, os deuses mal podem agüentar nosso primeiro pequeno desafio. Eles não tem idéia de quantos outros nós temos armazenados. Marque minhas palavras, em poucos dias, o Olimpo será ruínas, e nós vamos nos encontrar aqui de novo para celebrar o amanhecer da Sexta Era!‖ O Titã dourado irrompeu em chamas e desapareceu.
―Oh, claro,‖ Krios grunhiu. ―Ele pode irromper em chamas. Eu posso usar esses chifres idiotas.‖ A cena mudou. Agora eu estava do lado de fora do pavilhão, escondido nas sombras de uma coluna grega. Um garoto estava perto de mim, bisbilhotando os titãs. Ele tinha cabelos pretos e sedosos, pele pálida, e roupas negras – meu amigo Nico di Angelo, o filho de Hades. Ele olhou direto para mim, sua expressão severa. ―Você vê Percy?‖ ele sussurrou. ―Você está ficando sem tempo. Você realmente acha que pode vencê-los sem o meu plano?‖ Suas palavras passaram por mim tão frias quanto o chão do oceano, e meus sonhos escureceram.
―Percy?‖ disse uma voz profunda. Parecia que a minha cabeça havia sido colocada no microondas com uma folha de alumínio. Eu abri meus olhos e vi uma figura grande e sombria se inclinando sobre mim. ―Beckendorf?‖ Eu perguntei esperançosamente. ―Não, irmão.‖ Meus olhos voltaram a ganhar foco. Eu estava olhando para um Ciclope – um rosto disforme, cabelo marrom maltrapilho, um grande olho marrom cheio de preocupação. ―Tyson?‖ Meu irmão abriu um sorriso cheio de dentes. ―Yay! Seu cérebro funciona!‖ Eu não tinha tanta certeza. Meu corpo parecia sem peso e gelado. Minha voz soava errada. Eu podia ouvir Tyson, mas era mais como se eu estivesse ouvindo vibrações dentro do meu crânio, não os sons normais. Eu me sentei, e um lençol fino flutuou para longe. Eu estava em uma cama feita de sedosos tecidos de barrilheira, em uma sala com painéis de conchas. Pérolas brilhantes do tamanho de bolas de basquete flutuavam perto do teto, fornecendo luz. Eu estava debaixo d‘água. Agora, sendo o filho de Poseidon e tudo, eu estava OK com isso. Eu posso respirar perfeitamente debaixo d‘água, e minhas roupas nem ao menos se molhavam, a menos que eu quisesse. Mas ainda era meio chocante quando um tubarão cabeça de martelo passava pela janela do quarto, me cumprimentava, e depois saía calmamente pela janela oposta. ―Onde--‖ ―No palácio do papai,‖ disse Tyson. Sob circunstâncias diferentes, eu estaria excitado. Eu nunca tinha visitado o reino de Poseidon, e estivera sonhando com isso por anos. Mas minha cabeça estava doendo. Minha camisa ainda estava machada com queimaduras da explosão. Meu braço e minha perna tinham se curado – só entrar no oceano pode fazer isso por