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Revista das Faculdades Santa Cruz, Trabalhos de Literatura

Revista das Faculdades Sana Cruz Edição 18

Tipologia: Trabalhos

2019

Compartilhado em 03/09/2019

jornal-relevo
jornal-relevo 🇧🇷

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Os artigos publicados na Revista das Faculdades Santa Cruz são de inteira responsabilidade de seus autores. Os pontos de vista deles não espelham, a rigor, a percepção de mundo da Instituição. FACULDADES INTEGRADAS SANTA CRUZ DE CURITIBA Instituição de Ensino Superior, de caráter educacional e científico, fundada em 1º. de agosto de 1993, mantida pela União Paranaense de Ensino e Cultura – UNIPEC - pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com a missão de promover o ensino, a iniciação científica e a extensão, almejando o estabelecimento de um processo norteador para a educação continuada. Diretor Geral Tradução Hugo Eduardo Meza Pinto André Leon da Silveira Editor-Chefe Revisão Metodológica Gissele Chapanski Gissele Chapanski Editor de Arte Diagramação Pedro Moreira da Silva Neto Daniel Zanella Conselho Editorial Capa José Guilherme Silva Vieira Thaís Alessandra Tavares Hugo Eduardo Meza Pinto Marta Marília Tonin Projeto Gráfico Daniel Zanella Revista das Faculdades Santa Cruz – . ISSN 1676 – 0328

  1. Administração – Periódicos. 2. Economia – Periódicos.
  2. Contabilidade – Periódicos 4. Tecnologia em Processamento de Dados. – Periódicos.
  3. Direito – Periódicos. 6. Linguagem e Línguas – Periódicos. CDD 330 657
    340 400 Endereço para correspondência: Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba Rua Pedro Bonat, 103 Novo Mundo - Curitiba/PR - CEP 81110 - 040 C-eletrônico: revistacientificasantacruz@gmail.com.

A Revista das Faculdades Santa Cruz , periódico das Faculdades Santa Cruz (ISSN: 1676-0328), é uma publicação semestral com arbitragem científica ( double-blind peer review ) e de cunho multidisciplinar, editada por conselho editorial desde 2001. O periódico visa promover a divulgação de investigação avançada produzida no âmbito dos campos de Administração, Sistema de Informação, Letras, Turismo, Direito, Enfermagem, Tecnologia em Sistemas Para Internet, Tecnologia em Redes de Computadores, Tecnologia da Informação e Tecnologia em Marketing. Almeja-se perspectivas aprofundadas e transdisciplinares, além de contribuições de caráter descritivo e interpretativas, ba- seadas na literatura recente, e que promovam aperfeiçoamento constante do corpo docente e discente da instituição e o desenvolvimento de espírito crítico. Publicada em versão eletrônica e impressa, a Revista das Faculdades Santa Cruz privilegia artigos originais, resultantes de conferências, seminários e workshops, assim como textos de pesquisas efetuadas na esfera de programas de formação avançada e de projetos de investigação científica. Todos os números da revista são temáticos e organizados com recurso a convite à apresentação de artigos. O periódico encontra-se indexado nas bases CAPES e Open Journal Systems.

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E SUAS

APLICAÇÕES EM SALA DE AULA

Eleuzair Cunha Neves^1 Ademir Luiz do Prado^2 RESUMO Este artigo é resultado de um estudo teórico que tem como objetivo indagar a posição da escola frente às Tecnologias de Informação e Comunicação com relação ao fazer pedagógico a serviço do conhecimento. A ideia de socializar a realidade dos docentes empenhados em projetos de formações inovadores na relação dialógica do saber-fazer docente frente às diversidades e necessidades relativas às questões da informação, conhecimento e a produção-construção do saber. Palavras-chave : Tecnologia da Informação; aprender-ensinar com tecnologias; construção do conhecimento. RESUMEN Este artículo resulta en un estudio teórico que tuvo como objetivo investigar la posición de la escuela delante de las Tecnologías de Información e Comunicación en relación al hacer pedagógico a servicio del conocimiento pedagógico. La idea de socializar la realidad de los profesores que participan en proyectos de formaciones innovadores en la relación dialógica de saber-hacer docente delante de las de diversidades y necesidades relativas a las cuestiones de la información, conocimiento y la producción-construcción de saber. Palabras-clave : Tecnología de la información; aprender-enseñar con tecnologías; construcción del conocimiento. (^1) Eleuzair Cunha Neves (eleuzair10@gmail.com) é tradutora em língua espanhola e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Especialista em Formação Pedagógica do Professor Universitário (PUC-PR) e foi aluna do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER). (^2) Ademir Luiz do Prado (ademirprado@gmail.com) é Mestre em Bioinformática, Professor do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Coordenador do Projeto Integrador do Centro Universitário Internacional (UNINTER).

INTRODUÇÃO As tecnologias estão transformando a maneira de viver e aprender e parecem que mais mudanças são iminentes e, na tentativa de desmaranhar os fios que tecem as intricadas teias das relações entre novas Tecnologias de Informações e Comunicações – doravante TICs^3 e o conhecimento, a educação brasileira alimenta-se das contribuições de várias teorias de aprendizagens, fundamentalmente, das teorias do construtivismo de Jean Piaget, que traz como características o conhecimento construído através de práticas (experiência); o aprender como interpretação pessoal do mundo e o aprender como um processo ativo no qual o significado é desenvolvido com base nas vivências. Essas características são extremamente relevantes, no sentido de desenvolver uma atitude de reflexão, curiosidade e crítica frente ao conhecimento e a interpretação da realidade dos alunos. Apesar das escolas brasileiras considerarem o construtivismo com uns dos pilares da educação, muitas vezes, não é o que se aplicar em sala de aula. O que se vê, está mais voltado para uma concepção tradicionalista de repasses de conteúdos, o chamado de diálogo de surdos — onde o professor tenta passar o conteúdo de uma determinada disciplina de forma basicamente textual e linear, e que por sua vez, os alunos recebem esses ensinamentos sem qualquer interesse, sem saber o que fazer com eles. Difícil compreensão, incomunicação, confusão, desespero, queixas de ambos os lados. Considerando a sociedade atual como imagética (que se exprime por imagens) algumas indagações com relação às TICs e suas aplicações em sala de aula são pertinentes: Do ponto de vista pedagógico, como aproveitar de forma efetiva a tecnologia de informação a favor da educação? E como esses recursos podem ajudar na formação completa do ser humano? Com o intuito de responder estas perguntas, o presente artigo buscou indagar a posição da escola frente às TICs com relação o fazer pedagógico e suas aplicações em sala de aula a serviço do conhecimento, empregando uma metodologia de cunho teórico (^3) Tecnologia de Informação e Comunicação neste artigo fez-se um recorte considerando somente uns dos recursos tecnológicos que permitem os meios de informação e comunicação que de acordo com o Ministério de Educação e Cultura – MEC TICs diz respeito “aos recursos tecnológicos que permitem o trânsito de informações, que podem ser os diferentes meios de comunicação (jornalismo impresso, rádio e televisão), os livros, os computadores etc. [...] Os meios eletrônicos incluem as tecnologias mais tradicionais, como rádio, televisão, gravação de áudio e vídeo, além de sistemas multimídias, redes telemáticas, robótica e outros.” (BRASIL, 1998, p.135).

atuação transversal, que pode contribuir com todas as demais disciplinas (interdisciplinaridade) onde é possível verificar o elenco dos saberes prévios dos alunos, definir as novas competências a serem desenvolvidas e as atividades que lhes servirão de suporte a respeito do que se pretende realizar. Aqui é importante seguir o esquema dos quatro pilares da educação definidos no Relatório de Jacques Delors^4 :

  • aprender a ser (competência pessoal);
  • aprender a conviver (competência social);
  • aprender a fazer (competência produtiva);
  • aprender a conhecer (competência cognitiva). Essas verificações são básicas para que as atividades planejadas resultem em aprendizagens verdadeiramente significativas. Moraes (1998) em seu artigo “Novas tendências para o uso das Tecnologias da Informação na Educação” afirma que Para educar para a Era da Informação ou para a Sociedade do Conhecimento é necessário extrapolar as questões da didática, dos métodos de ensino, dos conteúdos curriculares, para poder encontrar caminhos mais adequados e congruentes com o momento histórico em que estamos vivendo. Todos esses aspectos implicam o repensar da escola, dos processos de ensino- aprendizagem e o redimensionamento do papel que o professor deverá desempenhar na formação do futuro cidadão ou da cidadã. As metodologias educacionais são baseadas em teorias de aprendizagem e práticas pedagógicas. O processo de introdução de novas tecnologias digitais possui características próprias que, muitas vezes, apresentam-se como desafios para a atuação educativa. Desafio aqui entendido como algo que se apresenta exigindo ação específica e diferenciada, não necessariamente como dificuldade ou algo negativo, mas situações que deve ser um estímulo para o aprender a aprender. Esse processo de planejamento para integrar a tecnologia no fazer pedagógico requer um grande investimento de tempo e recursos, onde o principal objetivo é conseguir (^4) Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors. O Relatório está publicado em forma de livro no Brasil, com o título Educação: Um Tesouro a Descobrir (UNESCO, MEC, Cortez Editora, São Paulo, 1999). Neste livro, a discussão dos “quatro pilares” ocupa todo o quarto capítulo, pp. 89-102.

um plano para maximizar os benefícios potenciais que uma determinada tecnologia pode proporcionar. Usar a tecnologia de informação na educação não significa especificamente, aprender sobre os computadores, porque dessa maneira está se falando em técnica, em como manusear a ferramenta. O que se espera dos educadores tem um significado mais consistente, o de aprender com o apoio do computador. Não se podem confundir máquinas com aplicação de tecnologias que tem mais a ver com as organizações de mídias e recursos com os mesmos meios tecnológicos. O recurso não tem que sair do estilo ou ser usado enquanto isto durar, como é habitual. Um recurso tecnológico pode ser usado por um longo período, se o professor planejar com usá-lo corretamente com criatividade para torná-lo útil em diferentes conteúdos, assim como faz uso da lousa ou do livro. Por exemplo, uma enciclopédia em CD-ROM não perde o seu caráter enciclopédico, o que muda é a maneira como aluno faz uso, a facilidade e rapidez de manuseio, a qualidade da mobilidade de apresentar variações de sons e de imagens em suas ilustrações e também, servem para ensinar os alunos a não somente fazer pesquisas on-line, mas saber avaliar a credibilidade de outras fontes. Do ponto de vista Educacional, as tecnologias digitais tem ampla e abrangente abordagem. A aprendizagem, conhecimentos, domínios das ferramentas computacionais e práticas pedagógicas, são funções fundamentais na escola do século XXI. O aluno quando inserido em ambiente que lhe é familiar, se sente ativo e quando exposto à mídia de aprendizagens múltiplas, especialmente meios eletrônicos, se torna mais produtivo, porque estrutura seu mundo interno através da vivência, identificação e incorporação de valores positivos. Do ponto de vista do aluno, essa forma de organização e condução do processo educativo traduz-se numa oportunidade única de uma participação abrangente e profunda em todas as etapas da realização de uma ação: análise de uma situação, decisão de intervenção ou não, planejamento e apropriação dos resultados. Trata-se de uma tarefa organizada e concretizada em função de uma finalidade concreta, real, que se torna a fonte do sentido e o suporte da significação de seu fazer. Moura em seu artigo “Tecnologia da Informação e Educação” ressaltar que Não basta ter a tecnologia é preciso saber fazer uso dela, para tirar melhor proveito, quando a questão é educação. Criar um projeto não basta, é preciso planejá-lo para saber o momento certo de fazer uso dele, desenvolvendo-o em suas etapas e usando das tecnologias disponíveis.

2. APLICAÇÕES DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO EM SALA DE

AULA

Repensar a escola e a educação na acepção da palavra, significa dizer, pensar uma escola menos “lecionadora”^5 e mais organizadora de conhecimento, mais articuladora de diferentes espaços do conhecimento. A prática pedagógica, às vezes, limita-se simplesmente a passar conteúdos teóricos, talvez por insegurança e deficiência das nossas instituições. Uma educação para mudança tem de ter como principal objetivo a superação dos limites e condicionamentos que a realidade impõe. Há de colocar para os alunos a situação de decifrar o presente e criar o futuro, habituando-os a pensamentos alternativos. É preciso, pois, provocar uma educação integral que possibilite o crescimento do sujeito e não simplesmente, assimilação de conteúdos. Uma prática pedagógica que considere todo o processo, inclusive metodologias, procedimentos e atividades interdisciplinares, como sendo um conjunto de situações de aprendizagens e não apenas o que possa advir de avaliações teóricas finais. A introdução de novas tecnologias nas instituições educacionais requer uma requalificação dos professores e dos processos metodológicos. O espaço do conhecimento está se multiplicando e a escola precisa ser mais articuladora desse conjunto de processos e não ficar repetindo ano após ano esse fazer pedagógico tradicionalista com organização em estruturas hierárquicas, verticalizadas. Os alunos do século XXI são totalmente imagéticos que abarcam um volume de incontáveis informações, tudo ao mesmo tempo e, o grande problema é saber selecionar e filtrar essas informações de maneira significativa e para isso, cabe aqui o papel do professor que deverá ser o orientador, o norteador desses alunos. O educador é visto aqui, como um organizador de situações de aprendizagens junto aos seus alunos. Nessa concepção, educar é criar ambientes e condições para que o educando possa empreender, ele mesmo, a construção de seu ser em termos pessoais e socais. Se os alunos estão motivados para aprender eles vão produzir efetivamente, muito mais. O papel do professor recai em trazer sua experiência, sua vivência, saber problematizar, mediar, ajudando o aluno a avançar cada vez. (^5) Lecionadora – por neologismo das autoras – é aquela a passar lições; que repassa conteúdos de forma vertical onde o professor é o detentor do conhecimento e o aluno mero aprendiz de conceitos.

A este respeito, Rezende (2002, p.2) afirma que Se as novas tecnologias não implicam novas práticas pedagógicas nem vice- versa, aparentemente poderíamos dizer que não há relação entre essas duas instâncias. Entretanto, isso não é necessariamente verdade, se considerarmos que o uso das novas tecnologias pode contribuir para novas práticas pedagógicas desde que seja baseado em novas concepções de conhecimento, de aluno, de professor, transformando uma série de elementos que compõem o processo de ensino-aprendizagem. De acordo com Sancho (1998) apud Rezende (2001, p.2): A concepção de tecnologia educacional aceita atualmente é aquela que considera como tecnologia tudo o que os professores fazem a cada dia para enfrentar o problema de ter de ensinar a um grupo de estudantes determinados conteúdos com determinadas metas, independentemente do uso de meios tecnológicos para esse fim. Assim, as tecnologias vêm para dentro da sala de aula como mais um recurso, pois o professor pode colocá-lo já em contato como meio em que o aluno vai vivenciar profissionalmente, e na maioria das vezes, o aluno já está inserido pessoalmente nesse processo e, fazer com que a educação faça parte deste contexto faz muito mais sentido para essa geração imagética. A aplicação de tecnologia em sala de aula traz alguns benefícios, seja pelo estímulo, seja pela autonomia dos alunos, porque eles aprendem a pesquisar, a buscar novas maneiras de lidar com diferentes situações, a buscar novos conhecimentos, seja no aprender a trabalhar em equipes experienciando diferentes maneiras de aprender para si e para o grupo, diferentemente do que ocorre na escola tradicional, onde há uma divisão de disciplinas (português, história, geografia, matemática, etc.), seja o aprender a trabalhar em rede conectando-se com outros alunos e é o que vem em encontro com que o mercado de trabalho exige hoje, que as pessoas trabalhem em equipes e que desenvolvam projetos interdisciplinares. O papel do professor é saber encontrar essa base de qual é o melhor recurso aplicar e saber adequar quais trarão benefícios a esses alunos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), O computador permite que cada aluno, ou grupo, conduza o processo de aprendizagem, pois o próprio aluno, ou grupo, pode tomar decisões em função

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda e qualquer mudança requer tempo e maturação das ideias para se concretizar. Quando se considera a tecnologia de informação como um recurso de transmissão de conhecimento, as escolas precisam, muitas vezes, buscar novos paradigmas para atender a está realidade na formação de seus alunos. Refletir que na atual sociedade não cabe mais o paradigma dominante cuja característica é de um saber pronto, fechado em si mesmo ou de um produto organizado e estruturado sequencialmente, transmitido em pequenos tópicos, mas de um paradigma emergente onde o conhecimento é sempre provisório, um processo que se refaz a cada momento. O educador da atualidade necessita visualizar essas transformações, descobrir-se com um organizador de situações de aprendizagens, um mediador flexível neste mundo em constante mudança cultural. A instituição Educacional precisa entender que a sociedade é dinâmica e que as velhas metodologias (aluno passivo, ouvidor e copista de conteúdo) até então adotadas, na maioria das escolas brasileiras, não são mais eficazes, primeiro porque esta geração de alunos é totalmente imagética, são muito mais questionadores, curiosos, ávidos por tecnologias e estão sempre conectados, buscam respostas rápidas e imediatas, procuram conhecimentos técnicos e capacitação, preferem empregos que ofereçam flexibilidade de horário, são questionadores e buscam reconhecimentos. Não tem medo de arriscar e a busca por novos horizontes ocorrem com mais frequência e segundo porque não cabe mais aquele professor que segue um padrão tradicionalista, onde ele (professor) detém o conhecimento exclusivo; aquele professor que costuma amarrar todas as respostas em sala de aula, com textos fotocopiados. Nesta concepção, utilizar as tecnologias na sala de aula faz todo o sentido se o professor entender isso como uma ferramenta integrada dentro de uma metodologia pedagógica onde o ensino-aprendizagem é o critério e os alunos são a base do processo, transformando-os em seres autônomos, capazes de discernir independentemente de ter ou não um computador à frente, caso contrário, as TICs em sala de aula serão simples sofisma em que de um lado o aluno acredita que aprendeu e de outro, o professor acredita que ensinou. Precisa-se de professores que tenham competências e habilidades em comunicar- se, manter o grupo atento, entrosado, cooperativo, produtivo; de ensinar a aprender a

integrar em novas sínteses o presente visando o futuro; que ensine a discernir o real do imaginário, o certo do errado, a razão da emoção. O que se almeja é que a construção do saber docente seja coletiva em prol do projeto formativo e não se faça como mero acúmulo de informações, mas com a capacidade cognitiva de organizá-las e sistematizá-las para que, realmente, a formação seja diferenciada, consistente e integral, contemplando as diversidades e as exigências para esta sociedade. Os autores discutidos neste estudo contribuíram no sentido de entendermos a relação das interfaces existentes entre o aprender do aluno e o saber do professor que se constrói na prática cotidiana socializada com protagonistas do processo e articulada com as TICs trata-se de uma tarefa organizada em função de uma finalidade concreta que se torna o suporte para desenvolver habilidades como a capacidade de compreender, analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações, ler, pensar, imaginar, calcular e resolver problemas em situações concretas. Dentro deste quadro de pensamento que o trabalho diário do professor em sala de aula é árduo, pois esse caminho não tem fim, como o processo de educação. Por isso, este artigo procurou centrar-se nas Tecnologias de Informações e Comunicação e suas aplicações em sala de aula, ou na educação escolar. Isso significa que toda essa metodologia só é aplicável no interior da escola? Absolutamente não. Ela se aplica a qualquer espaço educativo em que se pretenda fazer do educando não um mero receptáculo de conteúdos, mas uma verdadeira fonte de iniciativa e compromisso com o aprender a aprender.

O GIGANTE E O GOZO: O COMPARTILHAMENTO DO STATUS

EMOCIONAL NAS JORNADAS DE JUNHO

Benito Eduardo Araujo Maeso^6 RESUMO Um elemento surpreendente das Jornadas de Junho de 2013 foi seu crescimento exponencial: de algumas centenas pedindo por mobilidade urbana até a explosão de milhões nas ruas sob pautas abstratas, não foi preciso mais do que alguns dias. Muito deste crescimento pode ser creditado às imagens nas redes sociais retratando a brutalidade das polícias durante as primeiras passeatas do MPL e, em um segundo momento, à replicação de materiais bem elaborados estabelecendo novas diretrizes ao movimento, não mais apenas por “20 centavos”. A reação emocional a estas imagens, em um ambiente de rapidez da informação e superficialidade de análise, contribuiu para a ocorrência de um processo de catarse coletiva e liberação das pulsões no mundo real? A crise de representação na relação entre a política tradicional e a população abre espaço a um novo tipo de política, movida pelo desejo e pela reação emocional? Este trabalho busca lançar luzes sobre o caráter catártico dos eventos de junho e sua relação com a transmissão pulsional das informações nos ambientes on e off-line: em tempos de economia política da velocidade, a ação política de massa abraça apenas seu componente emocional, nos obrigando a um profundo questionamento sobre a existência da racionalidade do processo político? Até que ponto o que estava adormecido não era uma gigante necessidade de liberar pulsões, que nos trazem tanto a possibilidade de termos no desejo o motor de transformação da sociedade como também o risco de que estas pulsões, depois de liberadas, esgotem o processo em si e para si? Palavras-chave : ciberativismo, política, pulsão, gozo, violência. (^6) Mestre em Filosofia pela USP (Universidade de São Paulo). Doutorando em Filosofia pela UFPR. Professor de Filosofia no IFPR e na UTFPR. Email: benito.ly@gmail.com

ABSTRACT

One of the main features of 2013 June Journeys in Brazil was its exponential growth: what started with a few hundred people asking for free urban mobility turned into an abstract phenomenon that drew millions to the streets within a few days, but without consensus. This growth can be considered due to the wide broadcast in social media, which has shown Police brutality during the first protests, and also to the replication of sophisticated, well-produced information to set new directives to the protesters, “far beyond twenty cents”. Has the emotional reaction to such images, in a situation of fast, but superficial, broadcast, contributed to build a state of catharsis and also of liberation of Trieb in the real world? Does the representation crisis established between traditional Politics and the Society makes room for a new type of Politics, driven by Desire and Emotional Reactions? This work aims to shed light on the cathartic character of the events of June, and its relation with the driven transmission of information in online and offline environments: in the time of a highspeed Political Economy, does the political action of the masses embraces only its emotional compound, leading to the questioning about the racionality of the political process? To what extent what was asleep was not a need for liberation of Trieb, placing Desire as a fuel in a process of social changes? However, the temporary nature of Desire and Trieb brings to the table a strong risk that this process collapses in itself. Keywords: cyberactivism, politics, Trieb , joiussance , violence.