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O trauma é considerado a causa mais comum de pericardite em bovinos, sendo que este pode ser ... bovina diagnosticada com retículo pericardite traumática.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Joice Tesch^2 , Eduarda Nunes dos Santos^3 , Luciane Ribeiro Viana Martins^4 , Marcella Teixeira Linhares^5 , Gabriela Perlin dos Santos^6
(^1) Relato de caso de uma propriedade rural (^2) Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da Unijuí joice_tesch@hotmail.com (^3) Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da Unijuí nuneseduarda20@gmail.com (^4) Professora Orientadora Mestre em Medicina Veterinária do Departamento de Estudos Agrários da Unijui
luciane.viana@unijui.edu.br (^5) Professora Orientadora Mestre em Medicina Veterinária do Departamento de Estudos Agrários da Unijui
marcella.linhares@unijui.edu.br (^6) Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da Unijuí gabii.santoos1@gmail.com
A retículo pericardite traumática é causada pela penetração de um corpo estranho metálico perfurante no retículo de ruminantes. O gado leiteiro adulto é mais comumente acometido e com menos frequência se observam casos em novilhos, gado de corte, touros da raça leiteira, ovinos e caprinos (GARCIA, 2008). A predisposição a esta doença se deve ao hábito de pastejo pouco seletivo dos bovinos, em parte devido à pouca mobilidade de seus lábios superiores (DENTE et al, 2018). Esta afecção tem grande importância econômica devido à alta mortalidade e a diminuição da produção dos animais acometidos (RADOSTITS et al., 2002). O trauma é considerado a causa mais comum de pericardite em bovinos, sendo que este pode ser induzido pela penetração de objetos estranhos ou ainda por ferimentos externos (SMITH, 2006). A pericardite pode ainda ocorrer, por disseminação hematógena de infecções ou pela extensão da infeção de órgãos adjacentes (OGILVIE, 2000). Os bovinos não possuem órgãos de preensão altamente sensíveis, como lábios e língua, o que facilita a ingestão de objetos estranhos juntamente com o alimento ingerido. Em sua maioria os objetos perfurantes penetram na parte ventral da parede cranial do retículo, mas algumas podem ocorrer de maneira lenta na região do baço e medialmente em direção ao fígado (GARCIA et al, 2008). Os principais sinais clínicos observados compreendem: ingurgitamento da jugular, atonia ruminal, timpanismo, taquicardia, taquipineia, anorexia, queda acentuada na produção de leite, arqueamento da coluna e abafamento das bulhas cardíacas, os sinais clínicos poderão evoluir para uma insuficiência cardíaca congestiva (CASTRO et al, 2008). Durante a ausculta cardíaca, frequentemente são audíveis sopros similares a esguichos, muitas vezes por alguns referidos como “ruído da máquina de lavar” (SMITH, 2006). O diagnóstico é baseado na anamnese, sinais clínicos e exame clínico geral e específico. Trata- se de uma enfermidade que causa grandes prejuízos econômicos, principalmente em propriedades familiares, que possuem um rebanho menor de animais. (FACCIN et al, 2013). Segundo dados de um hospital veterinário do Estado de Pernambuco, que atende em torno de 450 bovinos anualmente, 20% dos casos clínicos nesta espécie, são de retículo pericardite traumática (SILVA, 2012). Esta alta casuística pode estar relacionada às condições precárias de piquetes ou aos sistemas de confinamento com baixas condições higiênicas nos cochos de alimentação (DENTE et al, 2018). Este relato tem por objetivo descrever um caso clínico, seguido de eutanásia e necropsia, em fêmea
ODS: 2 - Fome zero e agricultura sustentável
bovina diagnosticada com retículo pericardite traumática. METODOLOGIA Uma fêmea bovina em lactação, não prenha, da raça Holandesa, pelagem preta e branca, com aproximadamente 8 anos de idade e cerca de 700 Kg, foi atendida no interior do município de Ijuí, RS. Na anamnese, o proprietário relatou que o animal apresentou inapetência e afastamento dos demais animais do rebanho, um dia antes do atendimento clínico. No dia do atendimento o proprietário relatou que o animal apresentava tremores, permanecia bastante tempo em decúbito esternal, não apresentava movimentos ruminais e sua produção leiteira havia diminuído significativamente e de maneira brusca. Após 8 dias de tratamento com base em fluidoterapia, antibioticoterapia e protetores hepáticos, dada a piora do quadro clínico do animal, o proprietário optou pela realização de eutanásia. Os achados de necropsia confirmaram a suspeita clínica de retículo pericardite traumática. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao exame clínico, a fêmea apresentava temperatura retal de 39ºC, 85 batimentos cardíacos por minuto (FC), 45 movimentos respiratórios por minuto (FR), 2 movimentos ruminais por minuto e as, mucosas apresentavam-se levemente pálidas. A urina foi coletada e não apresentava alterações na sua coloração. A partir da anamnese e exame físico, o diagnóstico presuntivo inicial foi de Tristeza Parasitária Bovina, portanto foi prescrito o tratamento direcionado para esta enfermidade, durante 3 dias. No entanto, após este tratamento o animal não apresentou melhora. No segundo exame clínico do animal, dado o aumento de volume no flanco direito, identificação do som de ping metálico na percussão desta região e retenção de fezes houve a suspeita de deslocamento de abomaso a direita. Após dois dias de observação foi optado em realizar cirurgia do animal. Dando início a abomasopexia, logo ao fazer a incisão no flanco direito houve grande liberação de gás livre na cavidade abdominal do animal, após exploração cuidadosa da cavidade, constatou-se que não se tratava de um deslocamento de abomaso e sim de uma compressão gástrica devido acúmulo de gases. Instantes após a remoção do gás o animal iniciou ruminação, ao lhe oferecer feno ingeriu pequena quantidade. No primeiro dia de pós-operatório, o proprietário relatou que o animal ainda apresentava anorexia, polidipsia, dispneia, exposição da língua e aumento de volume na região esternal, característica está de edema de barbela. Dada a evolução negativa do quadro clínico e a suspeita de reticulopericardite traumática, foi realizada eutanásia no terceiro dia de pós-operatório, seguida de necropsia, que confirmou esta última suspeita. A pericardite consiste em uma inflamação do pericárdio, membrana serosa que envolve o coração, e ela pode ser classificada de três maneiras distintas: efusiva (que se dá pelo acúmulo de líquidos com grandes quantidades de proteínas), fibrinosa (com deposições de fibrina) e constritiva (quando a fibrose impede os batimentos cardíacos) (DENTE et al, 2018). Na necropsia foram identificadas alterações correspondentes a duas destas classificações, a efusiva e a fibrinosa.
Figura 1: Coração ainda na cavidade toráxica do animal, demostrando pericardite efusiva. Fonte: Autor, 2020. Entretanto na necropsia não foi localizado o material perfurante que possa ter originado o problema, apenas foi identificado uma pequena lesão perfurante no ápice cardíaco (Fig. 2), que possivelmente se tratava do local onde ocorreu o trauma com o objeto perfurante.
Figura 2: Coração com deposição de fibrina (pericardite fibrinosa). O local circulado indica a lesão
ODS: 2 - Fome zero e agricultura sustentável
Parecer CEUA: 23205.004977/2015-
Parecer CEUA: 3.501.
ODS: 2 - Fome zero e agricultura sustentável